segunda-feira, 31 de março de 2014

Lição 8 - Filadélfia, a Igreja do Amor Perfeito


LIÇÃO 8: FILADÉLFIA, A IGREJA DO AMOR PERFEITO


TEXTO ÁUREO 

Mas qualquer que guardar a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele(1Jo 2.5). – A obediência aos mandamentos de Deus testa o conhecimento de uma pessoa em relação a Deus. O verdadeiro amor por Deus e um relacionamento sincero com ele devem ser evidenciados pela lealdade{a}. ‘APERFEIÇOADO’; Gr. Teleioo; Strong 5048: Completar, realizar, levar até o fim, chegar a uma conclusão de sucesso, atingir uma meta, cumprir. Em um sentido ético e espiritual, a palavra significa levar à maturidade, aperfeiçoar{b}.
 
 VERDADE PRÁTICA
Amar não é suficiente. É urgente que o nosso amor seja perfeito como perfeito é o amor com que Deus nos amou.
 
 
LEITURA DIÁRIA 
Segunda - Ap 3.7 JESUS é SANTO e Verdadeiro
Terça - Is 22.22; Ap 3.7 Ele tem a chave da Casa de Davi
Quarta - Sl 110.1-7 JESUS - profeta, sacerdote e rei
Quinta - 1 Co 13; 2 Co 8.1-6 Amar - a maior obra
Sexta - Ap 3.11 O Senhor JESUS vem sem demora
Sábado - 2 Tm 4.8 Devemos amar a vinda do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 3.7-13
7 E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre: 8 Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. 9 Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas mentem), eis
que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. 10 Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. 11 Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. 12 A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu DEUS, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu DEUS e o nome da cidade do meu DEUS, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu DEUS, e também o meu novo nome. 13 Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas.
 
 

OBJETIVOS
 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·         Conhecer o contexto geográfico e histórico da cidade de Filadélfia;

·         Compreender como Jesus se apresenta a igreja de Filadélfia; e

·         Elencar as principais características da igreja de Filadélfia.

 

Palavra Chave

Filadélfia: amor fraternal.

 
introdução

Filadélfia era conhecida nos velhos tempos como a porta para o oriente: construída junto a uma das grandes estradas romanas que apontava como uma flecha para o coração do interior da Ásia, ela estava no caminho de quem se dirigia da Europa para regiões importantes como a Mísia, Lídia e Frigia. Era cercada de vinhas e, embora tivessem templos dedicados a vários deuses, o principal era o dedicado a Dionísio (para os gregos) ou Baco (para os romanos), o deus do vinho. Seu nome significa AMOR FRATERNAL. Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, apenas duas não contêm crítica alguma: A carta à igreja em Esmirna, uma igreja pobre e perseguida, e esta, uma igreja fraca e limitada, mas que dependia totalmente do Senhor. Os homens tendem a medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos mundanos, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada igreja. Ele anda no meio dos candeeiros e sabe muito bem quem pertence a ele. Boa aula!

I - FILADÉLFIA, A CIDADE DO AMOR FRATERNAL

1. A história de Filadélfia. A cidade de Filadélfia foi erguida em uma área vulcânica perigosa, situada aproximadamente 45 quilômetros ao sudeste de Sardes. Gozava de uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Átalo II, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmãoEumenes, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa “amor fraternal”). A região produzia uvas, Com um solo extremamente fértil, a cidade tornou-se conhecida por seus vinhos e bebidas refrigerantes. Um templo foi erguido entre 69 e 70 d.C. em homenagem e para culto ao imperador Vespasiano{c} e o povo especialmente honrava a Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Localizava-se num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério que isentou seus cidadãos do pagamento de impostos durante cinco anos, para permitir que eles tivessem fundos para reconstruir a cidade{d}. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Muitas vezes sacudida por terremotos, ela foi destruída em 17 d.C, junto com Sardes e dez outras cidades no vale de Lídia. O medo fez com que grande parte da popu­lação deixasse de morar no interior dos seus muros. Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.

2. A igreja em Filadélfia. As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontram no Apocalipse (1.11; 3.7). Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira e Sardes, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Filadélfia era uma igreja fiel em uma pequena cidade que houvera sido estabelecida para ser o centro da cultura grega. Localizada no Vale do rio Hermo, que se abria para leste, era chamada de a porta aberta do Vale do Hermo. Usando a situação geográfica como referencial, Jesus diz que a igreja tem uma porta aberta pela frente. Nela havia uma comunidade judaica forte em resistência aos seguidores do Messias. Os judeus consideravam-se os únicos donos da chave dos céus. Jesus afirma que somente Ele possui a verdadeira chave de Davi, símbolo de autoridade (Ap 5.5;22.16;Is 22.22), e a deu para a igreja. Filadélfia é tipo da igreja ideal, a igreja que ama (filadélfia = amor fraterno); “Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4.8).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Filadélfia era a igreja do amor fraternal. Esta igreja não recebeu nenhuma repreensão do Senhor.


II - A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA

1. Jesus, o Santo de Deus. Mais uma vez nosso Senhor ressuscitado se apresenta em um aspecto da Sua pessoa e obra que é coerente com as necessidades e problemas da assembléia para sempre nos lembrar da suficiência de Sua vida. "Aquele que é santo", afirma divindade do Salvador como Aquele absolutamente justo, o único totalmente separado do pecado. Em Isaías 40.25, o Senhor chama a si mesmo "O Santo". É um título de divindade e contrasta-o com as afirmações de adoração do imperador{e}. O Novo Dicionário Cristão de Thomas Nelson diz: “Santo: Pertencente ou vindo de Deus; Santificado: De pessoas, objetos e edifícios consagrados ou separados para Deus”. A essência da santidade - ser dedicado, separado ou consagrado a Deus e seus propósitos. Viver em santidade, portanto, é viver para os propósitos de Deus, para agradar a Deus, em vez de vivermos para nossos próprios interesses e prazeres. Uma vida pecaminosa é aquela separada de Deus, vivida para si mesma - para seus prazeres e propósitos.

2. Verdadeiro. "Verdade" é a palavra grega alethinos. Significa "o real, o genuíno, o ideal", e está em oposição ao que é falso e ao que é apenas uma imagem ou tipo do real. Ele é Aquele de quem todo o Antigo Testamento falava. No AT encontramos apenas imagens e sombras, mas Ele é a realidade e a substância (Cl 2.16,17). O NT apresenta-O em contraste à todos os enganos do mundo e às respostas falsas e fúteis que oferece-se ao homem. A resposta de Deus para o homem é Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6) {e}. O teólogo alemão Rudolf Karl Bultmann diz: "Em relação às coisas divinas ela tem o sentido daquilo que verdadeiramente é, ou daquilo que é eterno". Comentando a respeito desse título duplo de Jesus, O teólogo inglês Henry Barclay Swete escreve: "O Cabeça da Igreja é descrito ao mesmo tempo como santidade absoluta [...] e como verdade absoluta; Ele é tudo aquilo que afirma ser, cumprindo os ideais que prega e as esperanças que inspira". Charles entende que, no Apocalipse, não temos o sentido clássico do grego alethinos ("genuíno") como acontece no Evangelho de João. Em vez disso, é a ênfase hebraica na fidelidade de Deus. Ele diz: "Por isso, alethinos sugere que Deus ou Cristo, como verdadeiro, cumprirá a sua palavra".

3. A chave da Casa de Davi. Esta metáfora nos fala que somente Cristo tem o controle completo sobre a família real, a sua igreja. A fonte da metáfora é Isaías, como ele fala de um indivíduo, Sebna, que teve a carga do palácio do rei da Judéia. O Senhor diz que vai substituí-lo por seu servo, Eliaquim, filho de Hilquias (22.21). Então, diz o Senhor através do profeta Isaías: "Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; o que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir" (22.21-22). Assim, Hilquias terá poder para controlar a entrada no reino real. Como mordomo do rei, ele vai decidir quem pode ou não ter acesso ao rei. Esta história em Isaías serve como uma profecia do Messias Davídico. O que está em exibição no Apocalipse é claro. Aqui Cristo tem a chave de Davi e abre a porta. A imagem sugere que Cristo é o único que pode conceder acesso a Deus; Cristo deu aos crentes em Filadélfia acesso a Deus e ninguém poderia privá-los disto. A "chave" em Apocalipse faz muito mais que abrir o caminho para uma audiência com um rei nacional. Na mão de Cristo, a chave abre a porta à presença de Deus, o seu reino e a vida eterna. Esta declaração de Cristo para a igreja em Filadélfia que ele tem "a chave de Davi" teria sido muito reconfortante. Isso porque a igreja estava sendo intimidada por aqueles que "se dizem judeus e não são" (3.9). O pano de fundo imediato da frase era a reivindicação dos judeus em Filadélfia, que eram o verdadeiro povo de Deus que tinham a chave para o Reino de Deus. João contradiz esta afirmação, afirmando que a chave para o reino que pertencia a Israel realmente pertence a Jesus como o Messias davídico (5.5; 22.16) e foi perdida por Israel, porque haviam rejeitado seu Messias. Esses judeus acabariam por reconhecer que Cristo ama a Igreja. Eles reconheceriam que a igreja é composta pelo verdadeiro povo de Deus, em vez dos judeus como uma nação. Os crentes de Filadélfia teriam sido muito encorajados quando Cristo se identificou como o verdadeiro Messias, e como alguém que controla o acesso ao reino eterno. Quando ele abre a porta "ninguém pode fechar" - e ninguém pode impedir a entrada de pessoas para quem ele abre (3.7) {f}.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Jesus se apresenta ao pastor da igreja em Filadélfia como aquele que é Santo e Verdadeiro. Filadélfia deveria fazer-se notória também pela sua santidade.
 

III - UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE E CONFESSANTE

1. Amar é a maior das obras. À igreja de Filadélfia, Cristo disse: “eis que diante de ti pus uma porta aberta” (v. 8) — leia-se: "uma porta que foi aberta e permanece aberta". A figura de uma porta aberta era familiar para os crentes primevos. Paulo e Barnabé, relataram em Antioquia que Deus "abrira aos gentios a porta da fé" (At 14.27). Acerca da obra desenvolvida em Éfeso, Paulo assevera: "porque uma porta grande e eficaz se me abriu" (1Co 16.9). Adiante é dito: "quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo [...] abrindo-se-me uma porta no Senhor" (2Co 2.12). Paulo mesmo solicita aos de Colossos que orassem "para que Deus nos abra a porta da palavra" em Roma (Cl 4.3). Essas passagens das epístolas Paulinas explicitam o significado dos termos “uma porta aberta”. Ela significa uma boa oportunidade para a obra missionária. Filadélfia foi vocacionada a ser uma "igreja missionária". Ele vai dizer o seguinte dessa cidade: “A intenção dos seus fundadores era torná-la um centro da civilização greco-asiática e um meio de espalhar a língua grega e seus costumes na parte oriental da Lídia e da Frígia. Ela era uma cidade missionária desde o seu princípio [...] O seu ensinamento foi bem-sucedido. Antes de 19 d.C, a língua nativa tinha deixado de ser falada na Lídia e a língua grega era a única falada nesse país”. Essa igreja foi chamada para espalhar o evangelho de Jesus Cristo e ela estava estabelecida estrategicamente: a estrada do esplêndido porto de Esmirna passava por Filadélfia. Também passava por ali a importante "estrada imperial do correio de Roma até as províncias mais ao leste" que ligava Trôade, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia. Portanto, a porta estava permanentemente aberta para aquela igreja, que deveria espalhar as boas novas para as cidades da Frígia.

2. Força na fraqueza. É importante frisar que fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena a igreja de Filadélfia por nenhum erro, mas afirma que ela tinha pouca força. Talvez seja uma referência ao tamanho daquela igreja, ou, de outra maneira, limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2Co 12.9,10).

3. Amorosa perseverança. Perseverança (latim perseverantia, -ae): Qualidade ou ação de quem persevera; Constância, firmeza, pertinácia; Duração aturada de alguma coisa {g}. Não obstante suas limitações, os crentes em Filadélfia se mantinham fiéis. Guardavam a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Apesar de serem fracos, os crentes em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos. Os inimigos se prostrarão em submissão aos vitoriosos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo (Ap 20.4) e exercer autoridade sobre as nações (Ap 2.26,27). Esta honra cedida aos discípulos serviria como prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor Cristo os amava! {h} A declaração “guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” poderia ser lido da seguinte forma: "E mesmo assim guardaste a Minha palavra e não negaste o meu nome". Aqueles crentes passaram provações, mas permaneceram firmes. Não bastasse o enfrentamento político imposto pelo Estado, havia estabelecido ali um grupo chamado por Cristo de “sinagoga de Satanás” (v. 9) [já tinha aparecido em 2.9, na carta a Esmirna]. Tanto lá em Esmirna quanto cá em Filadélfia, a oposição veio principalmente dos que se diziam judeus. Deles Cristo assevera: “eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Cristo elogia a igreja porque ela guardou “a palavra da minha paciência” (v. 10).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Filadélfia era uma igreja amorosa e paciente. Pela fé sabia como tirar forças da fraqueza.


IV – FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS

1. A iminência da volta de Jesus. Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”: Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. O Senhor não atrasará a sua vida além do tempo soberanamente fixado, embora não seja revelado este tempo, o crente deve permanecer preparado. “Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema. Maranata.” (2Co 16.22).

2. A Grande Tribulação. A expressão “Grande Tribulação” (Gr. θλιψις μεγαλη) descreve o período aflitivo que antecederá a presença de Jesus Cristo e por consequência julgamento por parte de Deus ou Armagedon {i}. Alguns estudiosos entendem que, da mesma forma que Israel tomou parte das três primeiras pragas (sangue, sapos, piolhos) com os egípcios (Êx 8.22), também a Igreja poderá passar pela primeira parte da Grande Tribulação antes de ser levada por Cristo – são chamados de Mesotribulacionistas. O fato é que, sendo afastado para longe, ou sendo guardado em meio a, “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.

3. A coroa de Glória. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”: Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Eles ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar para permanecerem fiéis até o fim {j}. Coroa significa a "coroa da vitória". A advertência é contra fracassar na corrida da vida e, conseqüentemente, perder o direito à coroa da vida. Ou seja: "toma cuidado para que ninguém tome a tua coroa". Esse objetivo é alcançado ao correr com sucesso até o fim!

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A igreja em Filadélfia tinha uma perspectiva escatológica verdadeiramente bíblica, por isso encarava com seriedade a iminência da volta de Jesus Cristo.

 
CONCLUSÃO

Sejamos fiéis. Obediência aos mandamentos de Deus testa o conhecimento do crente em relação a Deus. O verdadeiro amor ao Senhor e um relacionamento baseado na sinceridade com Ele são evidenciados pela lealdade.. O Senhor Jesus não tarda. Em seu inconfundível amor, promete-nos: "A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome" (Ap 3.12 ). Ao final de cada carta dirigida a essas igrejas, os crentes eram instruídos a ouvir e compreender tudo o que lhes fora escrito, e uma bem-aventurança para o vencedor. Como ficou explícito nesta lição, o vencedor não é aquele que tem muita força de vontade, coragem e esforço naturais, mas aquele que ouve a voz do Espírito.

Lição 7 - Sardes a Igreja Morta


Carta a Igreja de Sardes Ap. 3.1-6

1. Destinatário (3.1ª)

Continuando rumo a sudoeste de Tiatira, o mensageiro teria de viajar cerca de 50 quilômetros até Sardes, a antiga capital da Lídia. Ela era famosa pela sua fabricação de lã e afirmava ter sido a primeira cidade a descobrir a arte de tingir lã.

Sardes havia alcançado seu ápice de prosperidade sob o rico rei Croesus (560 a.C).

Conquistada por Ciro, ela permaneceu desconhecida durante o governo persa. No período romano, houve uma certa medida de restauração. Mas Charles diz que mesmo então nenhuma cidade na Ásia apresentou contraste mais deplorável entre o esplendor passado e o declínio inquietantemente atual. Por esse motivo Ramsay chama Sardes de “a cidade da morte”. Ele escreve: “Assim, quando as Sete Cartas foram escritas, Sardes era uma cidade do passado, que não tinha futuro”. Hoje existe uma pequena vila, chamada Sart.


O principal culto em Sardes era a depravada adoração de Cibele (ou Artemis). Charles diz: “Seus  habitantes tinham se destacado pela luxuria e libertinagem”. Isso dificultou a manutenção dos padrões cristãos de pureza.

Autor (3.1b)

Aqui Cristo é identificado como o que tem os sete Espíritos de deus e as sete estrelas (cf. 2.1). Com sete Espíritos de Deus evidentemente se quer dizer o Espírito Santo e sua perfeição e sua obra por meio das sete igrejas, que representam a Igreja universal de Jesus Cristo . As sete estrelas representam os mensageiros (pastores) das sete igrejas.


3. Censura (3.1c, 2b)


A expressão Eu sei ocorre no início de cada uma das sete cartas (2.2, 9, 13, 19; 3.1, 8, 15). Nada está escondido aos olhos do Cristo onisciente. Uma vez que Ele conhece perfeitamente, Ele é capaz de julgar com justiça.


Seria difícil imaginar uma censura mais avassaladora: tens nome de que vives e estás morto. Essa cidade arrasada não estava apenas morta, mas a igreja também estava morta. Ela tinha perdido sua vida espiritual. Smith comenta: “Sardes evidentemente era conhecida como uma ‘igreja viva’ – em que havia muita atividade, mas Aquele que não olha para a aparência exterior, mas vê o coração declara: Tu [...] estás morto”.


Erdman leva esse pensamento um passo adiante: “Provavelmente, seus cultos eram bem frequentados e conduzidos de maneira correta. Podem ter havido comitês e aniversários e reuniões. No seu rol de membros podem ter havido líderes sociais notáveis. No entanto, ela estava morta”.


A igreja tinha obras, mas essas obras não eram perfeitas diante de Deus (2).


Erdman comenta: “Ela não conquistou nada no reino espiritual: almas não estão sendo salvas;santos não são fortalecidos; ajuda não está sendo oferecida aos necessitados; seus cultos são formais, sem vida e sem sentido: ‘Não achei as tuas obras aperfeiçoadas diante do meu Deus’ ”.


A palavra para perfeitas literalmente significa “suficientes” ou “cheias”. Swete faz a seguinte sábia observação: “’Obras’ são ‘cheias’ somente quando soa avivadas pelo Espírito de vida”. Precisamente, é isso que faz a diferença entre uma igreja morta e uma igreja viva. Uma sente a falta do espírito Santo; a outra está cheia e capacitada pelo Espírito. Não será o número de atividades ou a organização eficiente que tirará o lugar da dinâmica poderosa do Espírito Santo.


4. Exortação (3.2ª, 3)


Sê vigilante (2) é literalmente: “Esteja continuamente vigilante”. Vigilante é o particípio presente do verbo gregoreo, que significa “esteja acordado” ou “vigie”. Jesus usou essa palavra duas vezes no discurso do monte das Oliveiras (Mc. 13.35,37), requerendo vigilância constante na preparação para sua segunda vinda.


A igreja de Sardes  foi advertida da seguinte maneira: confirma o restante que estava para morrer. No meio dessa igreja morta havia alguns elementos de vida. Mas mesmo esses estão prestes a morrer – literalmente: “estavam prestes [verbo no imperfeito] a morrer”. Swete comenta: “O imperfeito olha para trás do ponto de vista do leitor da época quando a visão foi recebida e, ao mesmo tempo, com um otimismo sensível ele expressa a convicção do escritor de que o pior logo teria passado”. Isto é, os cristãos em Sardes podiam dizer: “Essas coisas estavam prestes a morrer; mas não vamos permitir que isto aconteça”.


Ramsay destaca em pormenores o significado da ordem à igreja de Sardes de ser vigilante. A cidade tinha sido capturada duas vezes pelo inimigo por causa da falta de vigilância da parte de seu povo. A primeira vez foi quando o rico Croesus era rei. Ramsay descreve a situação da seguinte maneira: O descuido e a falta de manter uma vigilância eficiente, decorrentes da confiança excessiva na evidente resistência da fortaleza foram as causas desse desastre, que arruinou a dinastia e causou o fim do  império da Lídia e o domínio de Sardes. Os muros e portões eram extremamente fortes. A colina na qual a cidade alta havia sido erguida era íngreme e imponente. O único acesso a cidade alta era cuidadosamente fortificado para não oferecer chance alguma um invasor. Mas havia um ponto fraco: em um lugar era possível que um inimigo ágil subisse a parede perpendicular da montanha imponente, se os defensores fossem negligentes e permitissem que ele escalasse de maneira desimpedida.”


Isso ocorreu em 549 a.C. Mas em 218 a.C. voltou a acontecer. Ramsay escreve: Mais de três séculos depois, um outro caso semelhante ocorreu. Archaeus e Antíoco, o Grande estavam lutando pelo domínio de Lídia e todo o império selêucida. Antíoco venceu seu rival em Sardes, e a cidade foi capturada novamente por uma surpresa do mesmo tipo: um mercenário de Creta mostrou o caminho, escalando a colina e entrando na fortaleza sem ser observado. A lição dos dias antigos não tinha sido aprendida; a experiência havia sido esquecida; os homens foram desatentos e negligentes; e quando veio o momento da necessidade, Sardes estava despreparada.


O significado desta lição para os cristãos é obvio. Precisamos ter apenas um ponto fraco em nosso caráter, um lugar desprotegido em nossa vida espiritual, para ser vítima da astuta estratégia de Satanás. Continua sendo verdade que a “vigilância eterna é o preço da segurança”.


A admoestação à igreja de Sardes continua: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te (3). Há uma mudança freqüente do tempo no grego que é difícil de reproduzir na tradução simples em português. Literalmente seria o seguinte: “Continue lembrando [presente], pois, você [singular] tem recebido [e continua possuindo; perfeito] e ouviu [aoristo], e continue guardando [presente], e arrependa-se [agora mesmo; aoristo]”. Lenski observa: “O arrependimento imediato e verdadeiro é o único remédio para a morte que se estabeleceu ou quase se estabeleceu”. Esse arrependimento sempre quando lembramos da Palavra de deus que temos recebido e ouvido.


Swete mostra bem a força dos tempos nesse versículo: “O aoristo [ouvido] volta para o momento em que a fé veio pelo ouvir (Rm 10.17) [...]; o perfeito [tens recebido] chama a atenção à responsabilidade permanente da confiança então recebida [...] ‘guarde aquilo que recebeu e imediatamente volte-se da sua negligência passada’ “. Os versículos 2,3 sugerem “cinco passos para um Avivamento”: 1) Sê vigilante; 2) Confirma o restante que estava para morrer; 3) Lembra-te; 4) Guarda-o; 5) Arrepende-te.


Mais uma advertência é anunciada: se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Esse é um claro eco de Mateus 24.42-44. Repetidas vezes somos advertidos de que Cristo virá num momento inesperado.


5. Aprovação (3.4)


Mesmo na igreja morta de Sardes havia um remanescente fiel – algumas pessoas. Deissmann diz que a palavra grega (onoma) aqui tem “o significado de pessoa”. Ela é usada dessa forma na Septuaginta em Números 1.2,20; 3.40,43, em que provavelmente traz o pensamento adicional de “pessoas reconhecidas pelo nome”. Alguns estudiosos sentem que aqui a palavra significa “algumas pessoas cujos nomes estavam no rol de membros da igreja”.


Os fiéis não contaminaram suas vestes. Moffatt comenta: “A linguagem reflete registros de cumprimento de votos na Ásia Menor, onde roupas manchadas desqualificavam o adorador e desonravam o deus. A pureza moral nos qualifica para a comunhão espiritual”. Ir a presença de Deus com nossos pensamentos e sentimentos manchados com egoísmo é desonrá-lo. As vestes da nossa personalidade devem ser mantidas puras se desejamos ter comunhão com Deus.


Para aqueles que mantiveram pureza, a promessa é a seguinte: comigo andarão de branco. A última palavra está no plural no grego, indicando “roupas brancas”.


Uma vez que mantiveram suas vestes limpas eles serão para sempre vestidos de branco, símbolo da santidade divina ou da justiça de Cristo. Aqueles que permanecerem brancos são dignos de honra.


6. Recompensa (3.5)


A promessa ao vencedor em Sardes se encaixa como que acabou de ser dito: O que vencer será vestido de vestes brancas. No melhor texto grego aparece a palavra ”assim”. O texto deveria ser traduzido da seguinte forma: “O que vencer, será assim vestido de vestes brancas” (referindo-se ao versículo anterior).Charles diz: “Essas vestes são os corpos espirituais com as quais o fiel será vestido na ressurreição”.  Ele encontra apoio para isso em 2 Coríntios 5.1,4 e na literatura intertestamentária. Swete dá a essa expressão uma conotação mais ampla: “Nas Escrituras, vestuário branco denota a) festividade... b) vitória... c) pureza... d) o estado celestial”. Ele acrescenta: “Todas essas associações convergem aqui: a promessa e de uma vida livre de  de alegria celestial, coroada com vitoria final”. Essa parece ser a explicação mais adequada.


Aquele que vencer, que permanece firme até o fim da vida, recebe a promessa: de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida. É isso que as palavras de Jesus querem dizer em Mateus 10.22: “aquele que perseverar até o fim será salvo”; isto é eternamente. Esse nome não só permanecerá seguro no registro celestial, mas Jesus promete: confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Cristo não se envergonhará em reconhecer aqueles que Lhe pertencem. A linguagem aqui lembra Mateus 10.32: “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”.

7. Convite (3.6)
Essa frase recorrente ressalta a responsabilidade do ouvir. Essas cartas eram lidas em voz alta nas igrejas.
 

Soli Deo Gloria


Fonte: Comentário Bíblico Beacon


Vol 10. Páginas 424 á 427


 


Lição 7: Sardes, a Igreja Morta

 
TEXTO ÁUREO

 
Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá(Ef 5.14).

 

VERDADE PRÁTICA

Somente o Espírito Santo pode reavivar a Igreja e levá-la a posicionar-se como a agência por excelência do Reino de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 6.3 Em CRISTO, somos todos batizados

Terça - Jo 17.2; At 3.15 CRISTO: o Autor da vida

Quarta - Gn 1.3; Lc 1.35; Jo 3.5 O ESPÍRITO SANTO nos dá vida

Quinta - Ef 5.23; 1 Pe 1.17-19 CRISTO resgatou a Igreja com seu precioso sangue

Sexta - Ap 3.3 Devemos nos lembrar do que temos recebido

Sábado - Jr 48.10 Não podemos ser relapsos com o Senhor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 3.1-6

1 E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de DEUS e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de DEUS. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas.

 

OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·         Identificar os problemas pertinentes a igreja de Sardes;

·         Compreender que não podemos viver de aparência; e

·         Reconhecer que somente o Espírito Santo pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.

 

Palavra Chave

Morte: Fim; desaparecimento gradual de qualquer coisa que se tenha desenvolvido por algum tempo.
 
 
introdução

A igreja se encontrava morta espiritualmente. Aparentemente estava bem, o seu exterior físico era excelente. No entanto, podemos definir essa igreja da mesma maneira que Cristo definiu os escribas e os fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27). A igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Isso nos lembra que costumamos julgar os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. Mas Cristo conhece e julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada crente e de cada igreja. Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. Qual não deve ter sido a surpresa dos discípulos ao quando esta carta foi enviada ao mensageiro da igreja em Sardes; ela contrariou totalmente a impressão popular dos discípulos. Apesar de sua aparência de uma igreja forte e ativa, Cristo observou as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Caso não volta-se a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. Não são poucos os ministérios, hoje, semelhantes a Sardes. Estão no mesmo estado daquela, vivem do passado, pois já não existem no presente. Cristo se refere a essa igreja como uma igreja aparentemente em paz e tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza desta congregação dos olhos do Senhor. Mesmo sendo uma igreja morta espiritualmente, Sardes abarcava remanescentes fiéis ao Senhor. A carta à Igreja de Sardes é um aviso de Cristo para que não nos descuidemos da comunhão com Ele. Boa aula!

 

I. A IGREJA EM SARDES

1. A cidade de Sardes. Sardes, ou às vezes Sardis e Sárdis (Gr. Σάρδεις; “aqueles que escapam”), correspondente ao moderno vilarejo turco de Sart (província de Manisa), foi a capital da antiga Lídia – tendo sido depois a sede de uma província romana após as reformas administrativas de Diocleciano, continuando a pertencer a Roma depois e durante o período bizantino. Sardes localizava-se no fértil vale do rio Hermo e no sopé do íngreme monte Tmolo, distante cerca de 34 km ao sul daquele curso d'água. A importância da cidade era devida ao seu poderio militar, à sua relevante localização ligando o Egeu ao interior e a situar-se em um vale muito fértil [1]. A indústria de tapetes era a principal atividade econômica exercida pela cidade, até ser finalmente destruída por um terremoto.

2. A igreja em Sardes. Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Embora reputado como estando vivo, o anjo da igreja de Sardes na realidade estava "morto": sua liderança e a maioria dos membros da igreja não tinham vida espiritual, embora se chamassem cristãos e seguissem um ritualismo religioso. Alguns poucos crentes desta igreja eram realmente vivos e não contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes" quer dizer os que escapam ou os que saem. Ao relacionarmos esse nome com a condenação de Cristo a essa igreja, o resultado será uma descrição perfeita das igrejas da época da Reforma[2].

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Situada em uma região próspera, a igreja de Sardes, outrora avivada, agora vive de aparência.

 

II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA

À igreja em Sardes, apresenta-se Jesus como aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4.5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6). Deus sabe tudo e vê tudo (2Cr 16.9). Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Dessa forma, o Senhor realça a ação plena do Espírito Santo na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma igreja morta.

1. O que tem os sete Espíritos de Deus (Ap 3.1). A expressão “sete espíritos” descreve a plenitude do Espírito Santo que é único. Era urgente que Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é impossível. É o Espírito Santo quem dá plena vitalidade a uma igreja local. No Novo Testamento vemos o Espírito Santo atuando na igreja de várias formas, dentre as quais: Revestindo de poder (At 1.8; 2.1-4; 4.31), trasladando sobrenaturalmente (At 8.39-40), orientando na separação de obreiros (At 13.1-3), participando das decisões conciliares (At 15.28-29), direcionado as missões (At 16.6-10), distribuindo dons à igreja (1 Co 12.11). Ao mudar de atitude em relação ao Espírito, uma igreja local pode iniciar um processo de morte. Os passos para isso são geralmente os seguintes: Resistir ao Espírito (At 7.51), entristecer ao Espírito (Ef 4.30), extinguir /apagar o Espírito (1 Ts 5.19), blasfemar contra o Espírito (Mt 12.31-32) [3].

2. Os sete Espíritos de Deus. Existe apenas um único Espírito Santo (Ef 4.4). “[...] da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono” (Ap 1.4); Trata-se do Espírito Santo em plenitude (sete é um número de plenitude). Observemos “da parte”, “da parte daquele que é” (Deus Pai). O versículo 5 (o Filho) e o Espírito. Os versículos 4 e 5 englobam a Trindade. E “da parte dos sete Espíritos” deve ser interpretado como simbólico ou haverá mais de três na Trindade. Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de Deus.

3. As sete estrelas. Apresenta-se Jesus, também, como o soberano da Igreja. Jesus não somente vê, ele também controla. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas. Sempre que vemos a palavra “estrela”, ela se refere a anjos. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (Ap 1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

O Espírito de Santo é aquele que pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.



III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA

Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. “Tens nome de que vives, e estás morto”, esta frase ilustra perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a fama da pessoa, o que os outros acham que ela é, enquanto que o caráter é a essência real da pessoa, o que realmente é.

1. Perda de memória. A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora vivesse do passado, já não conseguia lembrar-se do que recebera de Deus. Por falta de cuidado, Sardes pereceu. Espiritualmente, discípulos e igrejas caem por falta de vigilância e não são poucos os textos bíblicos que frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça de perto (Mt 26.41; 1Pd 5.8). Falsos mestres com suas doutrinas confusas procuram devorar os fiéis (At 20.29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem (Mt 24.42,43; 25.13; Lc 12.27-39; 1Co 16.13; 1Ts 5.6). O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6.18; Cl 4.2).

2. Desleixo. Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras têm de primar pela excelência. A igreja e os crentes em particular não deve deixar-se enganar por causa de uma boa aparência ou reputação, mas deve continuar na doutrina dos apóstolos e cuidas para praticar os ensinamentos da sã doutrina sem desprezar o padrão divino. Sardes mantinha uma reputação e para parecer ser uma igreja viva, havia ainda alguma atividade em Sardes. O problema não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade delas. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2.2-4). É possível obedecer mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25.2). É possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também. No âmbito do Reino de Deus, a perfeição é o padrão mínimo aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12.7.8). A perfeição na Igreja de Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja.

3. Descaso para com o remanescente fiel.Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras”(v. 4): no meio de uma igreja quase morta, Cristo possuía um remanescente fiel. Embora as cartas fossem destinadas às sete igrejas, as mensagens precisavam ser aplicadas na vida de cada crente, porque a salvação não é coletiva, mas individual. Isso nos lembra de que o julgamento final será individual (Ap 2.23; 22.12). Cada crente receberá “segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co 5.10). Aqueles crentes que ainda ‘respiravam’ “Andarão de branco junto comigo(v. 4); eles já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado e esperavam andar com Jesus de roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado: “Linho finíssimo, resplandecente e puro...são os atos de justiça dos santos” (Ap 19.8); “Pois são dignos” (v. 4): estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus (Ef 2.8-10) e a promessa de Cristo a estes é: “De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (v. 5). O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fp 4.3). Paulo afirma que seus cooperadores tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Fp 4.3). Cristo afirma que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (Ap 3.5).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Apesar de morta espiritualmente, havia na igreja de Sardes alguns remanescentes fieis, e fervorosos.

  

CONCLUSÃO

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. Os próprios membros da congregação e outros que de fora olham para ela, podem pensar que tudo esteja bem. Porém, o Cabeça da Igreja é aquele que anda no meio dos castiçais e possui olhos como chama de fogo, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada crente. Eu creio firmemente que Ele nos convida, com esta lição, a ouvir o que o Espírito diz às igrejas. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18).

terça-feira, 11 de março de 2014

Tiatira, a Igreja Tolerante, será o estudo da Ebd no próximo domingo.



LIÇÃO 6 - TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE

TEXTO ÁUREO

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre CRISTO e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14,15).

 VERDADE PRÁTICA

O verdadeiro amor tudo suporta, mas não pode tolerar o pecado, porque o amoroso DEUS exige santidade e justiça de seus filhos.


LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 16.14 Lídia servia a DEUS em Tiatira
Terça - At 19.10 Toda Ásia ouvia a Palavra de DEUS
Quarta - Ap 2.18 "Olhos" e "pés" do Filho de DEUS

Quinta - Ap 2.19 Tiatira, uma igreja que ama

Sexta - Ap 2.23 O Senhor sonda mentes e corações

Sábado - 2 Co 11.3 A simplicidade em CRISTO

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:       Apocalipse 2.18-25

 OBJETIVOS:   Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Identificar as principais características igreja de Tiatira;
- Saber que se tratava de uma igreja rica em obras; e
- Conscientizar-se de que o verdadeiro amor não é cego para o pecado.
 
Palavra-Chave:
Tolerância: ato ou efeito de tolerar; indulgência ou condescendência para com aquilo que não se quer ou não se pode impedir; Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.
 
INTRODUÇÃO
Das sete cartas enviadas por JESUS às igrejas da Ásia Menor, a de Tiatira é a mais extensa. A cidade de Tiatira não era política e religiosamente importante. Sua singularidade residia no aspecto comercial. Através da sua posição geográfica, o intercâmbio comercial da cidade se dava entre Europa e Ásia. Mas, no entanto, a idolatria estava presente nessa prática comercial. Os membros da igreja de Tiatira deveriam decidir o que fazer nessas circunstâncias, já que muitos eram profissionais da área do comércio. Todavia, a igreja de Tiatira não sofria perseguição religiosa; o perigo estava dentro da própria igreja, e tinha um cognome: Jezabel; a mulher que sustentava o seguinte ensino: Não havia problema de os cristãos amalgamarem-se com o pecado. É nessa perspectiva cultural que se encontra a igreja de Tiatira. Jesus vê tudo e faz uma distinção absoluta entre os servos de Satanás e os servos fiéis do Senhor. Para os que insistem em servir ao diabo, ele promete tribulação e morte. Para os discípulos dele, ele promete o dia de sua presença e o privilégio de reinar com ele sobre os inimigos. Boa aula!

I. A IGREJA EM TIATIRA
1. A cidade de Tiatira. “Sacrifício de Perfume”, isto é, repleta de muitos sacrifícios. Subindo de Éfeso, passando por Esmirna, e agora tomamos a direção de Pérgamo para o sudeste, descendo um pouquinho obliquamente desde o norte de Anatólia ou Turquia para o sudeste, a cerca de 59 quilômetros, no fértil vale do rio Lico, na estrada que ia para Sardes, ali estava a cidade histórica de Tiatira, nome antigo da moderna cidade turca de Akhisar ("Castelo Branco"); pequena mas crescente e rica Tiatira, colônia macedônica, fundada por Alexandre Magno, depois da destruição do Império Persa. Era um importante centro comercial na Ásia Menor e foi fundada para ser um posto militar. Foi destruída por um grande terremoto durante o reino de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), mas foi reconstruída com a ajuda do Império Romano. Era famosa pelo seu comércio e por sua produção de têxteis, incluindo o índigo (púrpura). Segundo o livro de Atos dos Apóstolos, uma das comerciantes de roupas da cidade era uma mulher chamada Lídia, que conduzia negócios em lugares distantes como Filipos (At 16.14). Na Antiguidade, a cidade era conhecida pelas suas muitas guildas comerciais. E, para poder trabalhar no comércio era necessário que o cidadão pertencesse a alguma guilda, sendo muito comum que os membros dessas associações participassem de festas dedicadas às divindades pagãs que terminavam geralmente em orgias sexuais. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos, incluindo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e Artemis (Diana para os romanos – At 19.34) e um santuário a sibila (orácula) Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e incentivava a idolatria e a prostituição. Essa profetisa incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás” (i.e., "os segredos profundos"; talvez se refiram ao falso ensino de que, para experimentar plenamente a graça e a salvação divinas, devemos penetrar nas profundezas do pecado e conhecer todos os tipos de males). Para servir a Deus num ambiente cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar em Deus, confiante da recompensa para os vencedores.

2. A igreja em Tiatira.  “... Ao anjo da igreja”. Não se sabe ao certo quem liderava aquela igreja nessa época, a não ser aquilo que se depreende do texto de Apocalipse e daquilo que está registrado em Atos acerca da conversão de Lídia, vendedora de púrpura, que veio ao Evangelho através de Paulo, a qual era uma rica comerciante dessa cidade (At 16.14). Da conversão de Lídia, que se deu provavelmente no ano 53 d. C. à carta dedicada ao anjo da “igreja de Tiatira”: em 96 d. C., temos uma distancia temporal de 33 anos. Acredita-se que tenha sido Lídia e seu esposo, os iniciadores daquela igreja.

SINOPSE DO TÓPICO (1)

A igreja de Tiatira estava localizada numa cidade progressista e comercial

II. A IDENTIFICAÇÃO DO DESTINATÁRIO
1. Filho de DEUS. Cristo, autor das catas às igrejas, se apresenta nesta carta, falando de si mesmo como: “O Filho de Deus“. Exaltando sua DIVINDADE. “Que tem seus olhos como chama de fogo“. Exaltando sua ONIPRESENÇA. “E os pés semelhantes ao latão reluzente“. Esta expressão é comum no Novo Testamento, especialmente nos escritos de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são descritos, também, como filhos de Deus (veja 21.7; 1 Jo 3.1,2,10; 5.2; Jo 1.12; etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo. Dessa forma, O Cristo glorificado vai de encontro com a principal divindade de Tiatira, Apolo (o Deus-Sol, filho de Zeus). O sol era visto como sendo uma fonte de poder e os habitantes de Tiatira acreditavam que cada novo imperador romano era uma forma de manifestação de Apolo. Ao apresentar Jesus como Filho de Deus, João demonstra que Jesus é superior a Apolo e que merecia não só a adoração feita a Apolo ou aos imperadores, como muito mais devoção e respeito.

2. Onisciente. olhos como chama de fogo: um local onde se trabalha com ferro, metais e bronze, a figura do fogo é imprescindível para expressar o que consome todo e qualquer tipo de impureza e deixar os metais limpos e flexíveis para o artífice. Como em Tiatira, Apolo (Deus-Sol) era visto como uma enorme fonte de poder, João apresenta Jesus como sendo superior e o que olha discernindo as impurezas e purificando não apenas de forma bruta como de forma moral, o que é mais importante para os cristãos da época. Jesus estava vendo e conhecia a postura dos cristãos daquela comunidade, isto é, a vida espiritual de cada um.

3. Supremo Juiz. pés semelhantes ao latão reluzente: por haver uma fábrica de bronze, os moradores sabiam como o bronze ficava ao ser polido e pronto para o uso após passar pelo fogo. Por isto João relata que Jesus além de discernir os pensamentos morais, tinha seus pés para pisar e destruir o que não era do agrado de Deus e por ser um bronze reluzente, isto é, polido todos o veriam e não teriam dúvidas que eram os pés de Cristo porque podiam vê-los de longe.

SINOPSE DO TÓPICO (2)

JESUS se apresenta a Tiatira como o chefe supremo e incontestável tanto da igreja local como a da invisível.


III. UMA IGREJA RICA EM OBRAS
Observemos o contraste entre as “obras” da igreja de Éfeso (2.5), e as “obras” da igreja de Tiatira: enquanto naquela as “últimas obras eram menores que as primeiras”, nesta pelo contrário; as “últimas obras são mais do que as primeiras”. O substantivo grego, que nossas versões do Novo Testamento traduzem por “obras”, com maior precisão que a palavra portuguesa comporta duas acepções: o resultado de uma atividade (sentido habitual do termo em português); e também: a atividade em si mesma, limitando-se às atividades morais. Aqui, são obras de caridade feitas em favor de CRISTO (Ap 22.12).

1. Amor. Aqui a palavra grega utilizada para amor é ágape e este é o amor incondicional de Deus pelo homem. É a essência de Deus. É o centro de tudo para a vida cristã. O ser humano tem um amor que sempre se manifesta em função de alguém seja pai, mãe, filhos, irmãos, cônjuge e etc., porém o amor ágape que o cristão tem vai além deste sentimento humano. O amor ágape envolve o amor pela vida e condição do ser humano seja pecador ou salvo. É um amor incondicional.

2. Serviço. O termo grego diakonia utilizada aqui representa os valores dos serviços que os cristãos utilizavam e devem utilizar em todos os momentos de sua vida, dentro ou fora da igreja. Para que eles exercessem esse serviço era necessário uma dedicação constante e também era um fruto do amor que tinham.

3. Fé. Junto com as suas obras, os discípulos em Tiatira mostraram a sua fé. As pessoas podem ser identificadas conforme a sua fé. Há crentes e há incrédulos, e não pode existir comunhão entre os dois (2Co 6.14-15).

4. Paciência. (Perseverança ou resistência constante). Apesar de estarem vivendo momentos de duras perseguições os crentes de Tiatira perseveravam no amor, nos valores à vida e no serviço às demais pessoas. Tudo isto que é enumerado neste versículo é fruto do Espírito Santo na vida do cristão. O bom solo produz fruto com perseverança (Lc 8.15), uma qualidade freqüentemente incluída nas características que definem os servos de Deus (Cl 1.11; 2 Tm 3.10; 2Pe 1.6). A tribulação produz perseverança (Rm 5.3-4; Tg 1.3-4,12).

5. Abundância em obras. A igreja em Tiatira era uma congregação ativa. Ao invés de esfriar, ela se tornou cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que se mostra pelas suas obras (Tg 2.14-17). Os servos de Deus devem ser “sempre abundantes na obra do Senhor” (1Co 15.58), pois Deus nos criou para boas obras (Ef 2.10).

SINOPSE DO TÓPICO (3)
 A igreja de Tiatira era rica em amor, serviço, fé, paciência e boas obras.

IV. JEZABEL, E AS PROFUNDEZAS DE SATANÁS
1. A Jezabel de Tiatira.  “Jezabel” significa: “Montão de lixo”. Na opinião de alguns eruditos: “Casta”. Aparece pela primeira vez nas Escrituras como pessoal de uma princesa. Ela tinha crescido em Tiro, na cidade portuária fenícia. Seu pai, rei Etbaal, era também sacerdote de Astarote e sacrificava a Baal (1 Rs 16.31) e, por conseguinte, tornou-se esposa de Acabe, rei de Israel. Esta Jezabel tombou morta no vale de Armagedom (2 Rs 9.15, 16, 30, 37). Na carta dirigida à Tiatira, João cita uma pessoa específica: Jezabel, nome este derivado daquela Jezabel do AT e que representa a idolatria e a perseguição aos santos (1 Rs 16.21; 19.1-3; 21.1-15; ver 21.25). No meio da comunidade em Tiatira, esta mulher liderava se intitulando profetisa e fez com que os cristãos deixassem de buscar a Cristo e seus ensinamentos e passassem a realizar as práticas cultuais do gnosticismo. O que ela fazia era algo tão ruim que é apelidada de Jezabel, a rainha que casou com Acabe e que em 1 Reis 16 a 21 relata o mal que fez contra o povo de Israel e contra Deus.

2. O ministério de Jezabel.  "Mulher que se diz profetisa": há muitas opiniões a respeito da “audaciosa mulher” da igreja de Tiatira; alguns até já defenderam tratar-se de uma “doutrina”, ou mesmo de uma “religião” e não de uma pessoa. A Jezabel do Antigo Testamento, é citada como o protótipo de pecado. A Jezabel do presente texto, trata-se de uma pessoa e não apenas uma figura ou personificação do mal. A passagem fala claramente de uma pessoa, pelo uso do pronome “ela”. A Jezabel de Tiatira agiu de maneira semelhante à mulher de Acabe, seduzindo os crentes às práticas de idolatria e prostituição (ou imoralidade sexual literal, ou impureza espiritual). Ela incentivou os servos de Deus a comerem coisas sacrificadas a ídolos, uma prática condenada que representa comunhão com os demônios (veja At 15.20,29; 1Co 10.20-22). Um pecado prevalecente na igreja de Tiatira era a tendência de tolerar o pecado, a iniqüidade o ensino antibíblico entre seus líderes (vv. 14,20).  Alguns em Tiatira provavelmente aceitaram os falsos mestres, pelo fato de falarem em nome de DEUS e terem grande popularidade e influência. CRISTO condena o pecado da transigência com o erro. Devemos rejeitar qualquer preletor que coloca suas próprias palavras acima da revelação bíblica (ver 1 Co 14.29) e declara que DEUS aceita, na igreja, a quem comete atos imorais, participando dos prazeres pecaminosos do mundo.

3. A obra de Jezabel. “E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu”; tratava-se tanto de prática imorais pessoais, como parte do culto da seita gnóstica. Era algo tanto espiritual como físico. Alguns, na igreja, costumam tolerar tais falsos ensinos, por indiferença, medo de confronto, amizade pessoal ou pelo desejo de paz, harmonia, autopromoção ou dinheiro. DEUS excluirá tal igreja, juntamente com os seus líderes (vv. 20-23; ver também Lc 17.3,4).

SINOPSE DO TÓPICO (4)
A profetisa Jezabel, desencaminhava os fiéis de Tiatira do reto caminho à idolatria e à prostituição.

CONCLUSÃO
Na igreja de Tiatira havia dois grupos distintos: os cristãos verdadeiros e os que se gloriavam de conhecer “as profundezas de Satanás”. Paulo encontrou quatro grupos na igreja de Corinto. Porém é evidente que aqueles eram crentes em JESUS; o grupo de Jezabel não. Ao primeiro grupo, Cristo exorta: “Mas o que tendes retende-o até que eu venha”. Precisavam guardar aquilo que é precioso como: A palavra de DEUS. É o divino convite. É o apelo de CRISTO. As últimas cartas do Apocalipse, todas possuem características da Igreja cristã dos “últimos tempos”; portanto, todas elas, de alguma maneira, lançam olhos para o fim de nossa era, ou seja, para a vinda de JESUS (1 Ts 4.13-17). Em sua misericórdia, DEUS concedeu um tempo de arrependimento a Jezabel e aos que com ela pecaram (Ap 2.21). Em sua paciência, Ele espera por nós... “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)