LIÇÃO 5 – 04 de maio de 2014 – Editora BETEL
Efeitos
danosos do complexo de superioridade
TEXTO AUREO
“Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra o
soberbo e altivo e contra todo o que se exalta, para que seja abatido;” Is 2.12
Comentarista: Pr. Israel Maia
VERDADE APLICADA
A soberba é um mal que precede à
queda.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Definir complexo de superioridade;
► Mostrar as consequências desse mal;
► Explicar como esse mal se apresenta
na igreja.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Dn 3.1 - O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura
era de sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo
de Dura, na província de Babilônia.
Dn 3.2 - E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os
prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os
oficiais e todos os governadores das províncias, para que viessem
à consagração da estátua que o rei
Nabucodonosor tinha levantado.
Dn 3.3 - Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os
presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os
governadores das províncias, para a consagração da estátua que o rei
Nabucodonosor tinha levantado, e estavam em pé diante da imagem que
Nabucodonosor tinha levantado.
Dn 3.4 - E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó
povos, nações e gente de todas as línguas:
Dn 3.5 - Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da
sambuca, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos
prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o Rei Nabucodonosor tem levantado.
Quando Daniel explicou o significado
dos metais sucessivos na grande estátua, identificou Nabucodonosor com a cabeça
de ouro (Dn 2:38); talvez, em parte, tenha sido isso o que motivou o rei a
fazer uma imagem de ouro. Não se contentou em ser simplesmente uma cabeça de
ouro; ele e seu reino seriam simbolizados por uma estátua feita inteiramente
desse metal! Por certo, o orgulho fazia parte dessa ideia. Daniel havia deixado
claro que nenhum império permaneceria, inclusive o do grande Nabucodonosor. Sem
dúvida, todas as conquistas que realizou encheram o coração do rei de soberba,
mas juntamente com elas havia o medo e a preocupação consigo mesmo e com seu
vasto império. Ele queria certificar-se de que seu povo era leal a ele e de que
não haveria rebeliões.
Não havia ouro suficiente em todo o
império para fazer uma estátua maciça com trinta metros de altura e três metros
de largura, de modo que a imagem provavelmente foi confeccionada em madeira e
recoberta de ouro (Is 40:19; 41:7; Jr 10:3-9). Ainda assim, devia ser
impressionante ver essa imagem dourada erguida na planície de Dura, um campo
que ficava talvez a uns vinte quilômetros da cidade da Babilônia.
("Dura" significa simplesmente "um lugar murado", e havia
vários locais com esse nome na antiga Babilônia). Nessa região, também foi
feita uma fornalha onde as pessoas seriam lançadas, caso se recusassem a
curvar-se diante da imagem e a reconhecer a soberania do rei Nabucodonosor. O
plano de Nabucodonosor era unificar o reino por meio da religião e do medo. As
opções eram prostrar-se diante da imagem e adorá-la ou ser lançado na fornalha
e morrer queimado.
O rei enviou mensageiros a todas as
províncias de seu império ordenando que os oficiais se reunissem para a consagração
da grande estátua de ouro. São mencionados os nomes de oito oficiais
específicos (Dn 3:2, 3) que representariam o povo de suas províncias. Os
sátrapas (príncipes?) eram os principais administradores das províncias,
enquanto os governadores eram, provavelmente, seus assistentes (ou talvez
comandantes militares). Os prefeitos governavam sobre distritos menores, e os
juízes eram seus conselheiros. A função dos tesoureiros era semelhante à dos
tesoureiros de hoje, e os conselheiros eram peritos na lei. Os oficiais eram
juízes e magistrados locais e cuidavam dos variados assuntos do governo das
províncias. Todos os níveis hierárquicos possuíam representantes, e esperava-se
que todos estivessem presentes.
Contudo, tratava-se de algo mais que
uma assembleia política; era um culto religioso com música e tudo, sendo
exigido um compromisso total da parte dos adoradores. Observe que o verbo
"adorar" é usado pelo menos dez vezes neste capítulo. Nabucodonosor
foi sábio ao usar música instrumental, pois esta poderia estimular as emoções
do povo, tornando-o mais manipulável e conquistando sua submissão e obediência.
Ao longo da história, a música e os cânticos desempenharam um papel importante
para fortalecer o nacionalismo, motivando conquistas militares e inspirando o
povo a agir. A música tem o poder de apossar-se de tal modo das emoções e dos
pensamentos humanos que, de seres livres, as pessoas podem ser transformadas em
marionetes. William Congreave, poeta inglês, escreveu que "a música tem um
encantamento capaz de acalmar uma fera selvagem", mas também tem
o poder de libertar o que há de
selvagem dentro da fera. A música pode ser usada como um instrumento
maravilhoso do Senhor ou como uma arma destrutiva de Satanás.
Fonte: Comentário Warren W. Wiersbe
Introdução
O assunto que vamos abordar nesta
lição nos mostra o quanto uma pessoa pode ser atormentada por falta de
autoconhecimento. O complexo de superioridade não é, na verdade, uma patologia.
Ele se apresenta em pessoas que não conseguem lidar com o seu complexo de
inferioridade.
OBJETIVO
► Definir complexo de superioridade;
1. O complexo de superioridade na Igreja
Na Igreja, como em qualquer outro
lugar da sociedade, é possível perceber que algumas pessoas demostram sentir
uma incrível necessidade de autoafirmação, apresentando-se como alguém
altamente capacitado em todas as áreas. O sujeito credita ser o melhor em tudo
e para todos. Esse tipo de comportamento pode ser um indicativo de que, na
realidade, ele sofra do complexo de inferioridade, uma vez que esse complexo se
manifesta maquiado como um complexo de superioridade.
O maior exemplo bíblico e teológico
de alguém que sofreu deste terrível mal é o próprio Satanás (Is 14.13-15).
Nabucodonosor é uma representação de Satanás (Dn 1.1-21).
Segundo Gari Gustav Jung, criador da
Psicologia Analítica, o complexo de superioridade, na verdade, esconde o
complexo de inferioridade. Isto é, o indivíduo tem dificuldade em lidar com
suas próprias limitações tais como: medo da rejeição, insegurança, baixa
autoestima, entre outros. Isso leva o indivíduo a estar sempre querendo se
mostrar melhor do que os outros, o que geralmente não passa de uma tentativa de
compensação para um sentimento de inferioridade. A pessoa deseja que os outros
reconheçam seu valor, porque ela mesma não está convencida de que valha alguma
coisa. Vive em busca de elogios e aprovações que a façam se sentir importante
pois não encontra esse senso de valorização dentro de si mesma. No capítulo
dois do livro de Daniel, o rei Nabucodonosor demonstra sua incapacidade em
conhecer os caminhos de sua psique e vê-se desesperado por não conseguir
decifrar o que estava oculto em seu sonho. Sonho este que, ele mesmo já não se
lembrava (Dn 2.5).
A falta do autoconhecimento pode
produzir diversos sintomas, bem como um comportamento, no qual a pessoa é
elevada, cada vez mais, a um patamar de superioridade idealizado por ela.
1.2. A falta de autoconhecimento induz ao
erro
Os caminhos da psique, na maioria das
vezes, são desconhecidos (Jr 17.9), por isso, é comum vermos as pessoas tomando
determinadas atitudes, sem perceberem a razão que as motivam. O complexo de
superioridade funciona como um desejo de autoafirmação do próprio indivíduo,
muito mais do que para os outros. A demonstração do poder de Deus, através de
Daniel, na interpretação do sonho do rei Nabucodonosor, não foi o suficiente
para que ele mudasse seu comportamento, e, mais uma vez, o complexo de
superioridade do rei o leva a cometer novos desatinos. Ao mandar construir uma
estátua de ouro, com vinte e sete metros de altura, por aproximadamente três de
largura (Dn 3.1), evidencia seu desejo em tentar provar sua capacidade em fazer
um deus mais poderoso do que o Deus de Daniel.
Podemos perceber através desse ato de
Nabucodonosor que ele ainda apresentava os sintomas clássicos já citados como
os responsáveis pelo diagnóstico daquele que sofre de complexo de
superioridade, todos que incorrem nesse pecado sofrerão a mesma condenação do
diabo (lTm3.6).
1.3. Sintomas mais comuns do complexo de superioridade
Aquelas pessoas que geralmente
apresentam um comportamento agressivo ou de prepotência em relação aos outros,
na maior parte dos casos, são diagnosticadas como portadoras dessa enfermidade
da alma (Pv 21.24). Também podemos encontrar, nessas pessoas, atitudes
altruístas, pois buscam provar para si próprias que são melhores do que todos
por estar fazendo o bem. No entanto, quando são expostas a momentos de muita
pressão e ansiedade, revelam a sua face real apresentando os sintomas do
complexo de superioridade (Dn 2.12). Vemos Nabucodonosor, tecendo elogios a
Hananias, Misael e Azarias, por suas habilidades e conhecimentos (Dn 1.20),
contudo, isso não foi levado em consideração, quando eles não se curvaram ante
a sua estátua (Dn 3.15). A atitude de Nabucodonosor em condená-los à fornalha
(Dn 3.19-20) revela-nos um dos sintomas do complexo de superioridade, onde a
aparente bondade é a máscara que esconde o desejo de ser o melhor para que não
se sinta inferior.
Normalmente, quando a verdadeira face
daquele que aparentava ser dócil, delicado, agradável e bondoso se mostra;
cobra com veemência o que fez em favor dos outros ou da comunidade. O termo
popular “jogar na cara” ou o mais erudito “lançar em rosto” é comumente usado
por este tipo de pessoa que, em muitos casos, sente-se traído por aquele a quem
ajudou ou praticou algum bem, assumindo assim um comportamento vingativo. O
melhor exemplo a ser observado é do bom samaritano que fez o melhor por quem
não conhecia e não cobrou nada por isso (Lc 10. 30-37).
OBJETIVO
► Mostrar as consequências desse mal;
2. Um mau exemplo
Sem dúvida alguma, poderíamos citar
outros personagens bíblicos, que também ilustrariam bem o tema desta lição,
todavia vamos nos deter em analisar a pessoa do rei Acabe. Ele era marido de
Jezabel e seu enorme desejo de se sentir poderoso fez com que perseguisse os
profetas do Senhor. Seu fim aconteceu tal qual como o Senhor havia dito, e os
cães lamberam o seu sangue: “E, lavando-se o carro no tanque de Samaria, os
cães lamberam o seu sangue (ora as prostitutas se lavavam ali), conforme a
palavra que o Senhor tinha falado” (lRs 22.38).
2.1. A ânsia pelo poder
Ao suceder seu pai, o rei Onri, ao
trono de Israel (Rs 16.29). Acabe toma uma atitude que desagrada, não apenas ao
povo, mas também profundamente ao Senhor. Ao casar-se com Jezabel, filha do rei
dos sidônios, ele deixa claro que, em seu reinado, não haveria lugar para o
governo de Jeová. E um de seus primeiros atos foi construir um lugar de
adoração ao deus Baal (lRs 16.31-32), esse comportamento demonstra sua intenção
em provar que era poderoso.
2.2. Um homem fraco escondido sob a
falsa superioridade
Com o passar do tempo, Acabe se
revela um homem fraco e omisso diante das atitudes de Jezabel, que assumiu o
comando do reino e mandou matar os profetas do Senhor (lRs 18.4),
intensificando e solidificando o culto a Baal (lRs 118.19). As atitudes de
Acabe em tentar se mostrar um homem cada vez mais poderoso e temido pelo povo,
na realidade, escondiam sua incompetência e sua insegurança em relação ao
domínio que sua mulher exercia sobre ele.
Na maioria dos casos, os indivíduos
que apresentam sintomas do complexo de superioridade sofreram algum tipo de
pressão por parte de alguém que consideravam superior e, em consequência disso,
são levados a adquirirem tais atitudes que podem causar danos irreversíveis em
suas psiques.
2.3. Um forte desejo de se sentir
superior
Um forte indício de que Acabe era
acometido pelo complexo de superioridade, encontra-se no episódio em que ele
cobiça a vinha de Nabote. Ele não admitia que alguém pudesse possuir algo de
maior qualidade e de beleza, uma vez que ele era o rei. Então, revestido da
autoridade que sua posição lhe conferia, ordenou a Nabote que lhe entregasse a
sua vinha. Uma característica marcante do complexo de superioridade é a de que
o indivíduo não respeita quaisquer instituições ou limites e pleiteia para si
todos os direitos (2Rs 2.4). No entanto, diante da recusa de Nabote, Acabe logo
revelou sua baixa autoestima, externando sua fraqueza e seu abatimento por não
conseguir a realização do seu desejo. Na presença de Jezabel (lRs 21.5-6), o
rei revela o seu real sentimento de inferioridade, e mais uma vez, deixa-se
influenciar por sua mulher para se sentir alguém superior.
OBJETIVO
► Explicar como esse mal se apresenta na igreja.
3. Um velho conhecido da Igreja
A igreja do Senhor conhece bem um ser
que, desde há muito tempo, tem tentado de todas as maneiras, parecer superior
perante a humanidade. Estamos aqui trazendo ao nosso estudo a figura nefasta de
Satanás, que, ao longo dos tempos, não tem poupado esforços para se mostrar
superior em suas atitudes, levando muitos se perderem em seus planos ardilosos,
inclusive utilizando sua mais poderosa arma: a mentira (Jo 8.44).
Mentira e soberba são pejorativo de
quem sofre do complexo de superioridade. Satanás é o pai da mentira e
originador da soberba. Por isso os que incorrem neste erro será condenados como
ele. (2Tm 3.6)
3.1. Uma tentativa desastrosa
Ao se reportar a Eva, no Jardim do
Éden, o diabo não mediu esforços para tentar provar seu conhecimento acerca do
Criador. Ele se apresentou como detentor do conhecimento e sobre a qual
realmente seria a intenção de Deus em relação ao homem. Segundo Satanás, o
Senhor teria interesse em manter um segredo, através do qual manipularia o homem
com um fantoche em suas mãos (Gn 3.1-5).
Esse incrível desejo do inimigo, em
fazer o homem pecar, indica o seu principal sentimento em relação à coroa da
criação, isto é, a inveja; por sentir-se inferior. O fato de ter sido criado
como anjo com a função específica de servir (Sl 91.11, Mc 1.13) colocava-o em
posição inferior ao homem na hierarquia da criação, pois o homem foi criado
para louvar e adorar o Criador (Sl 52.9).
3.2. O domínio exercido por Satanás
Pessoas que sofrem de complexo de
superioridade se tornam alvo fácil ao domínio de Satanás, uma vez que ele
próprio foi acometido desse mal. Quando os profetas o comparam ao rei da
Babilônia (Is 14) e de Tiro (Ez 28), percebemos que isso está relacionado ao
fato de esses reis terem exigido para si adoração como divindade, à semelhança
da atitude do inimigo, o que lhes garantiu o mesmo fim, isto é, a queda.
3.3. O desejo desenfreado de querer
ser adorado
Em sua frustrada intenção de tentar a
Jesus após quarenta dias de jejum, o diabo expõe seu desejo em parecer poderoso
e, em determinado momento do seu diálogo com o Mestre, coloca-se como dono do
mundo, oferecendo algo que não lhe pertencia em troca de adoração. “E o diabo,
levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo.
E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a
mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lc 4.5-6).
Conclusão
Outros personagens poderiam colaborar
com o nosso estudo como: Golias, Saul, Ninrode, etc. Porém, mesmo que alguns
desses não tenham encontrado a resposta para os seus males, sabemos que todo
aquele que se encontra com Jesus, descobre que o menor no Reino dos Céus é o
maior na Terra (Mt 11.11). Em Cristo encontramos todas as respostas para
usufruir de uma vida abençoada, sem necessidade de parecer superior a ninguém.
Sentir-se interiormente inferior, pode levar o indivíduo a compensar tal
sentimento com a superioridade e isso é um indicativo de que precisa procurar
ajuda terapêutica.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a primeira atitude de Nabucodonosor na tentativa
de parecer poderoso?
R. Sitiar e tomar escravos em Jerusalém (Dn 1.1-3).
2. Como demonstrava sua incapacidade em conhecer os
caminhos de sua psique?
R. Ao não lembrar o que sonham (Dn 2. 5).
3. O que fez Acabe para provar que era poderoso?
R. Construiu um lugar de adoração a Baal (lRs 16. 31-32).
4. Ao se mostrar fraco e abatido na presença de Jezabel, o
que revelou Acabe?
R. Revelou a sua real condição, de se sentir inferior a
Nabote.
5. Qual é a mais poderosa arma de Satanás?
R. A mentira (Jo S.44).
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens
e Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os
distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções divinas e bíblicas