segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Lição 5 Não Tomarás o Nome do Senhor em Vão

Lição 5  Não Tomarás o Nome do Senhor em Vão
1º de  Fevereiro de 2015
TEXTO ÁUREO
"Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR."  (Lv 19.12)
VERDADE PRÁTICA
O terceiro mandamento proíbe o juramento indiscriminado e leviano, pois o voto é um tipo de compromisso que deve ser reservado para uma solenidade excepcional e incomum.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 6.13
O cuidado do juramento em nome de Deus


Terça - Gn 14.18-20
O Deus de Melquisedeque era o mesmo Deus de Abraão

Quarta - 1 Pe 1.15, 16
Deus é santo e exige santidade de seu povo

Quinta - Mt 6.9
É dever do cristão santificar o nome divino
Sexta - Ec 5.2-5
O cuidado antes de fazer um voto a Deus
Sábado - Tg 5.12
A linguagem do cristão deve ser sim, sim e não, não

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.7; Mateus 5.33-37; 23.16-19
OBJETIVO GERAL
Interpretar corretamente o mandamento "Não tomarás o nome do Senhor em vão".
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao lado, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

1.    Mostrar como eram usados os nomes no Antigo Testamento.
2.    Apontar o problema da pronúncia do nome de Deus.
3.    Elencar as modalidades dos juramentos no Antigo Testamento.
4.    Apresentar a perspectiva de Jesus sobre o juramento

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Houve um tempo em que bastava a palavra de uma pessoa e o compromisso estava firmado. Hoje, as pessoas dizem que as palavras "o vento as leva". Vivemos numa sociedade em que seus membros banalizaram o compromisso verbal. É comum muitos mudarem de posição, não que isso seja errado, pois não há nada mais digno do que reconhecermos quando estávamos equivocados, mas recuar em sua palavra pelo bel-prazer não é correto. O Senhor Jesus ensinou aos discípulos que a nossa linguagem tem de ser sim, sim ou não, não. Não pode haver meio-termo quanto às nossas decisões. Não podemos usar "os céus" ou "a terra" para encobrir as nossas decisões.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
A dificuldade humana para dizer a verdade e cumprir com os seus compromissos na antiguidade eram motivos de juramentos triviais em coisas efêmeras da vida. Deus é santo e exige santidade de seu povo. Assim, o relacionamento de todas as pessoas deve ser honesto e cada um deve falar a verdade. A lei estabelece limites, pois Deus está presente nos relacionamentos pessoais de seu povo.

I. O NOME DIVINO
1. O nome. Nos tempos do Antigo Testamento, o nome era empregado não simplesmente para distinguir uma pessoa das outras, mas também para mostrar o caráter e a índole do indivíduo. Houve caso de mudança de nomes em consequência de uma experiência com Deus como Abraão (Gn 17.5), Sara (Gn 17.15) e Jacó (Gn 32.28). O nome de Deus representa o próprio Deus, é inerente à sua natureza e revela suas obras e atributos. Não é um apelativo, nem simplesmente uma identificação pessoal ou uma distinção dos deuses das nações pagãs. A Bíblia revela vários nomes divinos que podemos classificar em dois grupos: genéricos e específicos.

2. Nomes genéricos. São três os nomes genéricos que o Antigo Testamento aplica além do "Deus de Israel". Na sua tradução do hebraico para a nossa língua só aparecem dois nomes, "Deus" e "Altíssimo". O nome "Deus" em nossas bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23.8) ou Eloah (Dt 32.15), ou seu plural, Elohim (Gn 1.1). O outro nome genérico é Elyon, "Altíssimo" (Dt 32.8), às vezes acompanhado de "El", como em El-Elyon, "Deus Altíssimo" (Gn 14.19,20).

3. Nomes específicos. São três os nomes específicos que o Antigo Testamento aplica somente para o Deus verdadeiro: Shadday, Adonay e YHWH. El-Shadday, "Deus Todo-poderoso", é o nome que Deus usou ao revelar-se a Abraão (Gn 17.1; Êx 6.3). Adonay, "Senhor", é um nome próprio e não um pronome de tratamento (Is 6.1). O outro nome é o tetragrama (as quatro consoantes do nome divino, YHWH, Yahweh, Javé ou Jeová). A versão Almeida Corrigida, nas edições de 1995 e 2009, emprega "SENHOR", com todas as letras maiúsculas, onde consta o tetragrama no Antigo Testamento hebraico para distinguir de Adonay (Jz 6.22).

PONTO CENTRAL
O cristão não deve jurar nem pelo céu, nem pela terra. A sua linguagem deve ser sim,sim ou não, não; e o que passa disso vem do Maligno.

CONHEÇA MAIS
*Sinais Diacríticos
A palavra "diacrítico" vem do grego diakretikos, que significa "distinção ou o que distingue". Na língua portuguesa, os sinais diacríticos são os acentos gráficos usados para distinguir as pronúncias das vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a cedilha, etc. Enquanto que na língua portuguesa esses sinais distinguem-se das letras ou das vogais, no hebraico eles são as próprias vogais unidas às consoantes

SÍNTESE DO TÓPICO I
No Antigo Testamento, o nome de uma pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou a índole de um indivíduo.

II. O NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL

1. A pronúncia do nome divino. O tetragrama é inefável no judaísmo desde o período interbíblico e permanece impronunciável pelos judeus ainda hoje. Isso para evitar a vulgarização do nome e assim não violar o terceiro mandamento. A escrita hebraica é consonantal; as vogais são sinais diacríticos* que os judeus criaram somente a partir do ano 500 d.C. Assim, a pronúncia exata das consoantes YHWH se perdeu no tempo. Os judeus religiosos pronunciam por reverência Adonay cada vez que encontram o tetragrama no texto sagrado na leitura da sinagoga.

2. Jeová ou Javé? Na Idade Média, especificamente no século XIV, foram inseridas no tetragrama as vogais de Adonay (o "y" é semiconsoante no alfabeto hebraico). O resultado é a pronúncia "YeHoWaH". Isso para lembrar, na leitura, que esse nome é inefável e, dessa forma, pronunciar "Adonai". Esse enxerto no tetragrama resultou na forma "Jeová", que não aparece no Antigo Testamento hebraico. Estudos acadêmicos confirmam o que a maioria dos expositores do Antigo Testamento vinham ensinando, que a pronúncia antiga do nome é Yahweh, e na forma aportuguesada é Iavé ou Javé.

3. O significado. Esse nome vem do verbo hebraico hayah, "ser, estar". O significado desse verbo em Êxodo 3.14, "EU SOU O QUE SOU", indica que Deus é imutável e existe por si mesmo; é autoexistente, autossuficiente e que causa todas as coisas. Deus se revela pelo seu nome. O terceiro mandamento é um resumo e ao mesmo tempo uma recapitulação daquilo que Deus havia dito antes a Moisés (Êx 3.14; 6.3).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A pronúncia do tetragrama, YHWH, o que seria o nome exato de Deus, perdeu-se no tempo.

III. TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO

1. O terceiro mandamento (Êx 20.7; Dt 5.11). O termo hebraico lashaw, "em vão, inutilmente, à toa", indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. A Septuaginta emprega a expressão grega epimataio, "impensadamente". O substantivo shaw (pronuncia-se "chav") significa "vaidade, vacuidade". Corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o cumprir (Ec 5.4).

2. Juramento e perjúrio. O juramento é o ato de fazer uma afirmação ou promessa solene tomando por testemunha algum objeto tido por sagrado; o perjúrio é o falso juramento. As palavras do Senhor Jesus, "ouvistes que foi dito aos antigos" (Mt 5.33), não se referem ao Antigo Testamento, mas aos antigos ensinos dos rabinos, às suas interpretações peculiares das passagens da lei que falam sobre o tema (Êx 20.7; Lv 19.12; Dt 6.13). Isso fica claro, pois as palavras seguintes, "Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor", não aparecem em nenhum lugar no Antigo Testamento.

3. Modalidades de juramentos. As autoridades israelitas escalonavam o juramento em diversas modalidades: pelo céu, pela terra, por Jerusalém (Mt 5.34-36), pelo Templo e pelo ouro do Templo; pelo altar e pela oferta que está sobre o altar e assim por diante (Mt 23.16-22). Segundo essa linha de pensamento, os juramentos se classificavam em obrigatórios e não obrigatórios. Jurar pelo Templo não seria válido; mas, se alguém jurasse pelo ouro do Templo, estava obrigado a cumpri-lo. Tais crenças e práticas eram condenadas nas Escrituras Sagradas. Tudo isso era uma forma de ocultar o pecado.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O terceiro mandamento corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, fúteis e insignificantes

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Ao que tudo indica, a proibição aqui não se limita a blasfêmias e vulgaridades no sentido moderno. Ademais, o senso comum de que o mandamento proíbe jurar falsamente em um tribunal é válido, mas não encerra o caso.
A palavra hebraica para 'vão', aqui utilizada, deriva de uma raiz que significa 'estar vazio', no sentido de 'não ter substância, não ter valor'. Qualquer invocação do nome de Deus ou menção de seu nome, que seja simplesmente perfunctória, equivale a tomar o nome de Deus em vão. Em outras palavras, tomar o nome de Deus em vão é usar seu divino nome em relação a coisas desimportantes, fúteis e insignificantes. Por isso, Elton Trueblood afirma: 'A pior blasfêmia não é o sacrilégio, mas as palavras falsas'" (HAMILTON, Victor. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.221).

IV. O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?

1. Objetivo do terceiro mandamento. A finalidade é pôr um freio na mentira, restringir os juramentos e assim evitar a profanação do nome divino (Lv 19.12). O Senhor Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso a santificar o nome divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o nome de Deus nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum (Lv 10.10). O Senhor Jesus condenou duramente essas perversões farisaicas, práticas que precisavam ser corrigidas ou mesmo substituídas. Este mandamento foi restaurado sob a graça e adaptado a ela na nova dispensação, manifesto na linguagem do cristão: "sim, sim; não, não" ( Mt 5.37).

2. A proibição absoluta. Há os que entendem que a expressão "de maneira nenhuma" (Mt 5.34) é uma proibição de toda e qualquer forma de juramento. Entre os que defendem essa interpretação estão os amish e os quakers, que nos Estados Unidos se recusam a jurar nos tribunais de justiça. Eles acreditam que o Senhor Jesus não fez declaração sob juramento diante do Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual modo, o apóstolo Paulo evitava fazer juramentos em afirmações solenes (Rm 9.1; 1 Co 1.23).

3. A proibição relativa. Outros afirmam que a proibição de Jesus se restringe aos juramentos triviais, e por essa razão o Senhor Jesus foi específico: "de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, [...] nem pela terra, [...] nem por Jerusalém, [...] nem jurarás pela tua cabeça (Mt 5.34-36). Outro argumento é que homens de Deus no Antigo Testamento faziam juramentos em situação solene e o próprio Deus jurou por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb 6.13,16). Consideram, ainda, como juramento a resposta de Jesus e as declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64; Rm 9.1; 1 Co 1.23). Essas últimas passagens bíblicas não parecem conclusivas em si mesmas; entretanto, a proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo assim, devemos evitar o juramento e substituir o termo por voto solene em cerimônias de casamento.

SÍNTESE DO TÓPICO IV
A linguagem do cristão deve ser usada na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não, não.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Os Juramentos (5.33-37). Mateus apresenta pela quarta vez a fórmula 'Foi dito... Eu, porém, vos digo'. No comentário sobre a antiga lei, Jesus faz um ajuste importante. Os juramentos eram permitidos e, em alguns casos, exigidos (e.g., Nm 5.19), mas Jesus proibiu o uso de juramentos. O emprego do advérbio holos ('de maneira nenhuma', Mt 5.34) indica que Jesus esperava que esta atividade cessasse completamente. Os juramentos que aludem indiretamente a Deus, pela referência a céu, terra e até a própria pessoa, eram proibidos, postura que respeita a transcendência e imanência de Deus ainda mais. A moratória de Jesus sobre juramentos e votos também elimina o cumprimento de votos tolos feitos imprudentemente. Ele atinge o cerne da questão: A pessoa honesta não tem necessidade de fazer juramento; um simples sim ou não é suficiente (veja também Tg 5.12)" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.47).

CONCLUSÃO
A linguagem do cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade de jurar, pois o testemunho, como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém precisa jurar para que se acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer uma revisão de sua vida espiritual. Por essa razão, devemos viver o que pregamos e pregar o que vivemos.

PARA REFLETIR
Sobre "Não tomarás o nome de Deus em vão"

Qual é o valor do nome na identidade de alguém?
Na cultura bíblica, o nome revelava o caráter e a índole de uma pessoa.

Que significado tem "EU SOU O QUE SOU" para você?
Reposta Livre. A ideia é que o aluno revele o que aprendeu sobre a expressão que mostra o verdadeiro nome de Deus: "EU SOU O QUE SOU".

É correto falarmos em nome de Deus em conversas triviais?
Não. Isto seria misturar o nome sagrado de Deus com as coisas comuns e profanas.

Em nossos compromissos, há a necessidade de fazermos juramentos?
Não. A palavra do cristão deve ser "sim, sim ou não, não".

Por que a nossa palavra deve ser sim, sim e não, não?
Os testemunho do cristão deve falar por si mesmo, sem a necessidade de qualquer juramento para convencer alguém sobre a "verdade".

VOCABULÁRIO
Perfunctória: Que se faz de modo rotineiro, em cumprimento de uma obrigação.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.39.
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domingo, 25 de janeiro de 2015

Lição 05 - A crise de fidelidade na Igreja.

Lição 05 - A crise de fidelidade na Igreja.
01 de fevereiro de 2015

Texto Áureo
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” Ef 1.4

Verdade Aplicada
A crise de fidelidade tem afetado vários setores da Igreja, ocasionando a perda da unidade, dificuldades na adoração e a perda de sua identidade ética e missionária.

Objetivos da Lição
1. Apresentar as principais áreas afetadas pela crise de fidelidade na Igreja;
2. Compreender a dimensão da crise que se instaurou na tríplice missão da Igreja;
3. Conhecer as três características de uma Igreja fiel.

Glossário
Vital: essencial, básico;
Vanglória: vaidade, orgulho, soberba;
Credo: profissão de fé cristã; doutrina ou programa de princípios.

Textos de referência
Ef 4.20, 21, 25, 32
20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus.
25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros.
32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou.

Leituras complementares
Segunda       2Sm 4.4
Terça              1Tm 3.5
Quarta           At 12.5
Quinta           At 20.28
Sexta             3Jo 10
Sábado          Mt 16.18

Esboço da lição:
Introdução
1. As dimensões da crise de fidelidade na Igreja
2. A crise de fidelidade na missão da Igreja
3. As características de uma Igreja fiel
Conclusão

Introdução
Ultimamente, a Igreja vive dias difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.

1. As dimensões da crise de fidelidade na Igreja
Atualmente, percebe-se que a Igreja enfrenta crise em várias áreas e os princípios mais prejudicados são: a unidade, a comunhão e a ética.

1.1 A crise de unidade
De acordo com a mente de Cristo e Seus ensinos deixados nos evangelhos, a unidade deve ser um fator de identificação da Igreja (Jo 13.34, 35; 15.12). Entretanto, é exatamente a falta de unidade que mais ocorre nesses dias. Isso indica que estamos em crise, pois somos um povo dividido. A igreja de Corinto representa tipicamente o comportamento de uma igreja sem unidade (1Co 1.10). Eles tinham problemas no culto, nas relações entre os irmãos, nas relações familiares e a igreja ainda tinha aqueles que se dividiam em grupos ou partidos (1Co 1.11-13). Em Filipenses 2.1-5, Paulo escreve sobre a importância vital da unidade cristã. Ele afirma que a unidade espiritual da Igreja é produzida por Deus. Para a igreja em Éfeso, ele confirma que a unidade é construída sobre o fundamento da verdade (Ef 4.1-6). Essa unidade não é externa, mas interna. Não se trata de unidade denominacional, mas espiritual, pois fazemos parte da família de deus e estamos ligados ao Corpo de Cristo (1Co 12.27). Ainda exortando os irmãos filipenses, o apóstolo aponta que, para vencer a crise da unidade, devemos nos afastar do partidarismo e da vanglória.

1.2 A crise de comunhão
A palavra grega “Koinonia” significa comunhão. A ideia básica inserida aqui é compartilhar. As escrituras sempre enfatizam a necessidade da Igreja ser um espaço de vivência comunitária, fraterna e amiga. Essa prática foi entendida pelos primeiros cristãos como de importância tal que faz parte do indispensável Credo apostólico luterano – “Creio na comunhão dos santos”. Essa comunhão envolve o no Corpo de Cristo os salvos de todos os lugares e de todas as épocas. O sentido básico de “Koinonia”é compartilhar alegrias e tristezas (Rm 12.15). Associada a essa noção está a ideia de responsabilidade, isto é, membros do Corpo de Cristo que têm compromisso uns para com os outros viverão a comunhão dos santos.

É comum vermos as igrejas serem marcadas por divisões tolas, quase sempre por motivos fúteis. Muitas sofrem prejuízos de todos os tipos quando os membros não vivem em harmonia e união. Precisamos viver intensamente a comunhão, pois ela também faz parte da razão de ser da Igreja no mundo.

1.3 A crise ética
Provavelmente é no campo da ética em que vivemos nossa maior crise. Muitos líderes e crentes em geral estão se esquecendo que a Igreja é sal da terra e luz do mundo e estão se deixando levar pelo espírito de corrupção que domina este mundo (Mt 5.13-16). Líderes que se corrompem, compram e não pagam, envolvem-se em negócios escusos com políticos desonestos e negociam, inclusive, o próprio rebanho. Seguramente, deriva-se dessas ações a nossa recente falta de credibilidade. Oque antes era referência de confiança, hoje é visto com outros olhos. O mundo passou a ver a Igreja como um lugar de exploradores por causa de uns poucos que nos envergonham. No entanto, a Igreja de Cristo, salva e remida, é formada de homens honestos.

Será que Deus está satisfeito com crentes mentirosos e desonestos? Que compram diplomas e títulos? Com servos que se aproveitam de políticos desonestos para tirarem vantagens pessoais? Com líderes que contribuem para que a Igreja do Senhor vá para a justiça e até para a imprensa por negócios escusos? Com pessoas que negociam até os votos da Igreja em campanha eleitorais? Estará o dono da obra, o Senhor da seara, satisfeito conosco?

2. A crise de fidelidade na missão da Igreja
A missão da Igreja é tríplice: ela deve ministrar a Deus, aos seus membros e ao mundo. Compreendemos então sua missão para com Deus, sua missão para consigo mesma e sua missão para com o mundo.

2.1 Sua missão com Deus
A adoração é essencialmente a missão da Igreja com Deus. Em Colossenses 3.16, Paulo encoraja a Igreja a cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão no coração”. A adoração na Igreja não é meramente um preparo para outra coisa; ela é em si mesma o cumprimento de um dos grandes propósitos da Igreja, cujos membros foram criados para o louvor e glória de deus (Ef 1.20).

2.2 Sua missão para consigo mesma
O ministério da Igreja a seus membros é realizado por meio do fortalecimento espiritual e da edificação destes para que ela possa apresentar “todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Em Efésios 4.12, 13, os líderes com dons na igreja foram dados para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e para edificação do Corpo de Cristo até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus; ao estado de homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.

2.3 Sua missão para com o mundo
A missão da Igreja para com o mundo é realizada pela pregação do Evangelho a todas as pessoas no mundo, seja por meio de palavras, seja por meio de atitudes. Em Mateus 28.19, Jesus ordena aos Seus seguidores que façam discípulos de todas as nações. Para vencer a crise de fidelidade a essa missão, a Igreja deve envolver não somente no evangelismo, mas também em assistência aos pobres e oprimidos (Gl 2.10; Tg 1.27), e, consequentemente, todos os membros devem fazer o bem a todos.

3. As características de uma Igreja fiel
A Igreja que supera as crises de unidade, comunhão e ética, e tudo aquilo que compromete sua missão, certamente possui características de uma Igreja fiel, que vence as influências mundanas.

3.1 Uma Igreja frutífera
Um exemplo marcante de Igreja frutífera são os cristãos tessalonicenses (1Ts 1.5-8). Eles levaram a grande comissão de Cristo a sério (Mt 28.18-20). Serviram de exemplo para outros cristãos, pois difundiam o Evangelho por onde quer que fossem (1Ts 1.7-8). Levaram o Evangelho para toda a cidade, e, muito além de suas fronteiras físicas, para a região da Macedônia até a região da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros crentes e evangelizavam os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram fundadas graças à propagação do Evangelho que brotou daqueles irmãos.

3.2 Uma Igreja solidária
A Igreja é um enorme celeiro e um grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido, seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade. Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da palavra “igreja” (que vem do grego “ekklesía” e significa “assembleia de santos”), precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de transformação e esperança.

O testemunho social da Igreja deve invadir as feiras e praças da cidade, o ambiente de trabalho, a escola, a universidade, entre outros. A fé cristã não cabe entre quatro paredes. Quando seguimos a Cristo devemos contextualizar a verdade, refletindo a imagem de Deus no serviço, na proclamação, na compaixão e no amor (Jo 13.15; 1Pe 2.21).

3.3 Uma Igreja missionária
Segundo o escritor cristão Richard Mayhue, salvo a igreja de Jerusalém, nenhuma outra igreja esteve tão intimamente ligada à expansão missionária quanto a de Antioquia (At 13.1-4). Ele aponta alguns princípios básicos e eternos que contribuíram para o sucesso da referida igreja. Primeiramente, a partida de Paulo e Barnabé foi motivada e direcionada pelo espírito Santo (At 13.2), isto é, estava de acordo com o chamado e vontade de Deus, e não de homens. Em segundo lugar, a igreja confiou os dois obreiros a Deus e os encarregou de promover a expansão do Evangelho, ou seja, foram enviados pelo Espírito Santo e pela igreja local. Entendemos aqui que Paulo e Barnabé estavam debaixo de cobertura espiritual (At 13.3). Outro ponto a ser observado é que a igreja cedeu de boa vontade seus melhores homens, Paulo e Barnabé, em obediência à orientação do Senhor (At 13.4). Ela não foi mesquinha nem individualista em reter ou limitar a obra de Deus na vida dos seus servos e permitiu que o processo no campo missionário tivesse continuidade. Ela não tentou, de forma egoísta, segurá-los para si. Sendo assim, é preciso que a igreja atual reflita e repense sua recente prática missionária. O nosso Mestre já direcionou o caminho a ser trilhado e não podemos pensar em missões de forma diferente. Missões, que inclui o evangelismo local e às nações (At 1.8), não é o título, nem cargo. É trabalho sério. Desse modo, sempre debaixo da orientação do Espírito Santo, urge para pregarmos a Palavra a todo o mundo (Mc 16.15), a tempo e fora de tempo (2Tm 4.2).

Temos que conhecer quem é Jesus. Você tem que conhece-Lo e permitir que Ele perdoe seu pecado e que derrame amor de deus em seu coração. Então você poderá perguntar a Ele: “Senhor. O que quer que eu faça?”. Não pense que Cristo imporá uma lista enorme de coisas que não pode fazer. Quando se caminha com Cristo, você pode fazer o que quiser, pois Cristo fará você querer a vontade de Deus. E hoje a vontade de Deus para a Igreja é que estendamos nossa mão para o próximo. A Bíblia nos ensina que temos de nos tornar pessoas que se importam com os outros. Nossa prioridade é para com os membros do Corpo de Cristo, particularmente com a Igreja Perseguida. Quando nos dirigimos a eles, nós os encontramos abertos para receber o amor de Deus, a única resposta à perseguição. A batalha não será ganha com tanques ou com armas no campo de batalha. A batalha real será travada por aqueles que estão cheios do Espírito Santo de Deus. Pessoas que se disponham a ir e proclamar Jesus Cristo. Que levem a Palavra de Deus. (Irmão André, fundador das Portas Abertas).

Conclusão
Para vencermos a crise de fidelidade instaurada na Igreja, precisamos repensar nossa espiritualidade, nossa ética e nossa unidade. Devemos redescobrir a vontade de Deus através de Sua Palavra e sermos uma Igreja verdadeira, capaz de superar todos os seus desafios e vencer seus dilemas contemporâneos.

Questionário
1.    Quais são as três principais crises que prejudicam a Igreja?
R: Unidade, comunhão e ética (1Tm4).
2.    Como podemos identificar a crise ética na Igreja?
R: Ela é manifesta em toda sorte de ações que não evidenciam a Igreja como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16).
3.    Quais são as três missões da Igreja?
R: Missão com Deus, missão consigo mesma e missão com o mundo (Ef 1.20).
4.    Quais são as características de uma Igreja fiel?
R: Frutífera, solitária e missionária (1Ts 1.5-8).
5.    O que é preciso para vencermos a crise de fidelidade instaurada na Igreja?
R: Repensar nossa espiritualidade, nossa ética e nossa unidade (Jo 17.20-23).


Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa – Editora Betel.

Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º Trimestre de 2015

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Lição 04 – A fidelidade às doutrinas cristãs

Lição 04 – A fidelidade às doutrinas cristãs
25 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” 1Tm 4.6

VERDADE APLICADA
Precisamos estar atentos para não sermos levados por questões enganosas, por pessoas que se acham detentores de revelações especiais, disseminadoras de ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Identificar as causas do desvio doutrinário;
2. Apontar as consequências do desvio doutrinário;
3. Propor um retorno à fidelidade doutrinária.

Glossário
Doutrina: conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político ou filosófico, instrução;
Desvio: mudança de direção;
Antropocentrismo: Doutrina que considera ser o homem o centro do universo.

Textos de referência
1Tm 1.3-7
3  Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina,
4  nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.
5  Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
6  Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas,
7  querendo ser mestres da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.

Leituras complementares
Segunda Gl 1.8
Terça Mt 15.14
Quarta 1Tm 4.1
Quinta 2Co 2.17
Sexta At 4.32
Sábado 1Pe 2.2

Esboço da Lição
Introdução
1.    Desvio doutrinário da Igreja
2.    Consequências do desvio doutrinário da Igreja
3.    Retorno à fidelidade doutrinária
Conclusão

INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica é a chave para sermos bem sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada, assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus experimente um desvio doutrinário e distancie-se do propósito para o qual Deus a designou.

1. Desvio doutrinário da Igreja
Paulo exorta Timóteo a admoestar quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (1Tm 1.3). Esse desvio doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos à distorção ou até mesmo ao abandono da fé. Notemos como esses desvios se caracterizam:

1.1 Abandono do ensino bíblico e entrega às fábulas
Na Igreja de Éfeso havia falsos mestres que enfatizavam extensas genealogias judaicas, crendo que a salvação se baseava em ter uma linhagem até Abraão. A palavra “fábula” é usada para descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica que faz com que os homens se afastem da verdade. Paulo instrui Timóteo a não permitir a introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho, pois ele sabia que isso traria deformação e consequentemente vícios desnecessários à própria doutrina. A Bíblia ensina no Novo Testamento que precisamos ter a mesma fé de Abraão para sermos salvos (Rm 5.1, 2). Não fala de participar de sua genealogia. Nos dias atuais, precisamos estar atentos para não nos deixar levar por questões enganosas, produzidas por líderes pretenciosos, que se acham detentores de revelações especiais, disseminando ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades, nos distanciando do verdadeiro Evangelho (Gl 1.8).

1.2 Não aplicação do estudo das Escrituras
Paulo declara abertamente que os falsos mestres são ignorantes quanto as verdades das Escrituras (1Tm 1.7). Eles queriam se tornar “famosos” como mestres da Lei de Deus, mas nem sequer entendiam o propósito da Lei. Eles eram rasos, insensatos, pobres no conhecimento de Deus. Eram cegos querendo guiar outros (Mt 15.14). Para quem deseja ensinar as Escrituras é preciso seguir o exemplo de Esdras (Ed 7.10). Ele propôs, em seu coração, buscar, cumprir e ensinar a Lei do Senhor. Infelizmente, essa sequência não está sendo observada por muitos que lidam como ensino das Escrituras. Eles não se aplicam ao estudo da mesma, como orienta o apóstolo Paulo (1Tim 5.17). A expressão trabalhar dá ideia de um esforço sincero na busca da compreensão do texto bíblico e do ensino.

1.3 Ensino das Escrituras com motivações impuras
Falsos ensinos, guiados por motivações impuras, são relatados em diversas partes do Novo Testamento e são um contraste do que Jesus ensinou (Mt 5.8). Há aqueles que ensinavam visando lucros (2Co 2.17), outros por inveja e porfia (Fp 1.15), e ainda aqueles que visavam o domínio do rebanho (1Pe 5.2-3; At 20.30). Esses falsos mestres, contagiados por interesses próprios, tinham a fé adulterada e suas almas distanciadas de Deus submergidas em meio a um labirinto de vaidades. À semelhança desses falsos ensinadores, ainda hoje existem pessoas que estão trilhando o mesmo caminho, às quais precisamos estar atentos, visto que seus ensinos não produzem verdadeira edificação.

Toda e qualquer infidelidade doutrinária é, aos olhos de Deus, prostituição ou adultério (Tg 4.4). Qualquer desvio ou afastamento doutrinário é causado por motivações humanas (2Tm 3.1-7). Nos dias atuais prega-se a ideia do sinergismo, tirando a centralidade de Cristo e colocando em Seu lugar o homem e suas convicções pessoais. Tais pessoas se tornam opositoras do Evangelho dando importância a questões supérfluas, que têm como base um egocentrismo desmedido e oportunista. Não resta dúvida que a cosmovisão atual de muitas igrejas e antropocêntrica ou humanista. No século 21, o desvio doutrinário está mais amalgamado, e de certa forma mais forte, pois no recheio se encontram ideias como o pragmatismo, conceitos neoliberalistas e o mundanismo, que está sendo assimilado em todos os seus tentáculos pós-modernistas.

2. Consequências do desvio doutrinário da Igreja
Os efeitos do desvio doutrinário são perceptíveis aos olhos de todos, pois aquele que se distancia do ensino salutar das Escrituras, passa a ter atitudes que o igualam às pessoas que não conhecem a Cristo. Essas atitudes afastam as pessoas da Igreja, e, quando não as afastam, faz com que se tornem instrumentos para a disseminação de contendas entre os irmãos.

2.1 Afasta as pessoas da Igreja
O abandono da doutrina cristã afasta as pessoas da Igreja não somente no âmbito físico, mas, acima de tudo, no âmbito espiritual. A falta de amor, de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera promove um afastamento do propósito verdadeiro que foi dado à Igreja desde sua fundação (At 4.32). O próprio Cristo nos ensinou que nos últimos dias, por se multiplicar a iniquidade, o amor, qualidade essencial à vida cristã, se esfriaria (Mt 24.12). Vemos assim que tanto hoje como na época do apóstolo Paulo algumas igrejas vêm sofrendo desvios doutrinários e, consequentemente, a perda de valores fundamentais da fé cristã (1Tm 1.5).

2.2 Produz contenda e não edificação
Os falsos mestres estavam causando divisão e contendas trazendo enormes prejuízos à obra de Deus. Havia o desejo de um se mostrar melhor que o outro, gerando assim uma disputa dentro da Igreja. Eles se tornaram verdadeiros agentes de Satanás, promovendo a desunião familiar, intrigas entre os irmãos e um mal-estar na Igreja. Os que semeiam contendas entre os irmãos e trazem confusões para o meio da Igreja são abominação para o Senhor (Pv 6.16-19). Esse desvio acarretava problemas e divergências de ordem doutrinária (1Tm 6.3-5; 2Tm 2.14), pessoal e espiritual (1Co 3.1-3; Tg 4.1).

2.3 Alvo fácil de manipulação
A Igreja deve viver afastada do pecado em todas as suas manifestações (Rm 6.1-2). O Diabo tem usado tudo o que está a seu alcance para embaraçar a vida de santidade da Igreja, e seu método mais poderoso para influenciar os crentes a usar e abusar das coisas deste mundo são os meios de comunicação de massa (televisão, internet, jornais, revistas, etc). O uso indevido desses meios, por cristãos que se encontram desapercebidos e insensíveis aos perigos que os rondam, tem feito com que os usos e costumes do mundo adentre em suas vidas e incorporem seu dia a dia sem nenhum temos, enfraquecendo suas vidas espirituais e tornando-os indiferentes ao propósito de Deus.

Essa manipulação ocorre por causa da falta de leitura e meditação nas e Escrituras e por não dar ouvido aos ensinos pastorais. A consequência disso é que se tornam preguiçosos e analfabetos espirituais, ignorantes, meninos inconstantes (Ef 4.11-14). É preciso que leiamos mais a Bíblia, que oremos mais, que frequentemos mais as reuniões de ensino da Igreja (1Jo 2.15-17).

3. Retorno à fidelidade doutrinária
Ao lermos os escritos de Paulo a Timóteo entendemos que a possibilidade de retorno não foi apenas para os insubordinados de sua época, mas também para os de hoje. Portanto esse retorno ocorrerá:

3.1 Quando anunciamos a Palavra com intenção pura
Preservar a Palavra de Deus em nosso coração é o único meio de nutrir intenções puras, a fim de reter o amor de Deus em nós (Sl 119.11). A Palavra tem em si a condição de promover a purificação do nosso homem interior discernindo pensamentos e intenções, possibilitando que o Espírito Santo trate conosco, produzindo assim uma fé sincera (Hb 4.12). Isso produz no cristão uma mente que está em constante transformação, dando a este o entendimento necessário para que viva uma vida de fidelidade, não se conformando com o mundo a sua volta (Rm 12.2). Somente cientes da vontade de Deus poderemos compreender Seu amor, santificando cada vez mais nossas vidas em Sua presença, vivendo com um coração puro e uma fé não fingida.

3.2 Quando produz transformação
Em sua ignorância e incredulidade, Paulo, por seu zelo pelo judaísmo e motivação errada, ridicularizou os ensinos de Jesus e perseguiu o povo de Deus. Porém, ao ter um encontro com Cristo, sua vida foi completamente transformada (At 9.1-9). Quando entendemos o verdadeiro objetivo da doutrina não apenas somos transformados em uma nova criatura (2Co 5.17), como também recebemos condições para o crescimento espiritual, (1Pe 2.2) até chegarmos à estatura de varão perfeito (Ef 4.13).

3.3 Quando a doutrina é transmitida com graça
Consciente de que o que faz um homem andar firme na presença de Deus é o reconhecimento de Sua graça (1Co 1.4-9). Paulo ensina que nada que façamos por meio de nossos esforços redundará em merecimento diante de Deus (Ef 2.8-9). O que está em evidência é o seu favor e o exercício contínuo da fé, promovida através do conhecimento da Palavra de Deus, transmitida a nós por meio da vida, ensino e morte de Jesus Cristo.

Ser fiel a doutrina Bíblica é uma necessidade urgente a todo cristão! Devemos estudar e meditar intensamente na Bíblia e nas doutrinas cristãs para que sejamos defensores da fé (1Tm 1.18). Ser um cidadão do Reino é ser poderoso na Palavra e na doutrina (Tt 1.9), batalhando pela fé (Jd 3) para ter o discernimento bíblico e ético que gera respostas mansas e cheias de temos de Deus (1Pe 3.15). É possível caminhar nesta vereda conhecendo a Escritura Santa e manejando bem esta espada (2Tm 2.15-16). Lembre-se, a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), logo não existe fé sem compromisso com a Palavra. Compromissados com a vontade de Deus, estaremos inabaláveis, exortados na doutrina, firmes, sem desviar da verdade (2Tm 4.1-4).

CONCLUSÃO
Paulo instrui a Timóteo e a nós que nunca devemos nos apegar às doutrinas cristãs apenas na teoria, mas sim na prática diária, com a intenção de resgatar aqueles que estão se distanciando. Esse trabalho feito com amor não fingido, tendo a fidelidade como bandeira, nos fará firmes até a volta de Cristo.

Questionário
1.    Oque significa a palavra “fábula”?
R: Essa palavra é usada para descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica (1Tm 1.4).
2.    Qual era o objetivo da instrução do apóstolo Paulo?
R: Não permitir a introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho (1Tm 1.3).
3.    Qual deve ser a nossa posição contra os falsos ensinos?
R: Não nos deixar ser levados por questões enganosas, produzidas por líderes pretensiosos (Gl 1.8).
4.    Quais são as consequências do desvio doutrinário?
R: O afastamento das pessoas da Igreja e a produção de contendas entre os irmãos (Pv 6.16-19).
5.    O que devemos fazer para retornar a fidelidade doutrinária?
R: Anunciar a Palavra com intenção pura, ter a vida transformada pelos ensinos das Escrituras e transmitir o ensino com graça (1Tm 1.18).


Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa – Editora Betel.

Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º Trimestre de 2015