segunda-feira, 30 de março de 2015

Lição 1 A Terra de Jesus

Lição 1 A Terra de Jesus
05 de abril de 2015

Texto do dia
"Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel"  (Mt 2.21).

Síntese
Aprender a cultura da terra de Israel na época de Jesus é essencial para compreendermos a mensagem dos Evangelhos hoje.

Agenda de leitura
Segunda - Hb 1.10             O fundador da terra
Terça -  Mq 5.2                     Terra do nascimento de Jesus
Quarta - Gl 4.4,5                  O envio à terra
Quinta - Mt 2.6                     Terra do Salvador
Sexta - Mt 28.18                   Poder sobre o céu e a terra
Sábado - Jr 22.29                Terra, ouve a Palavra do Senhor!


TEXTO BÍBLICO

Mateus 2.1-12, 19-21

1. E, tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém,
2. e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo.
3. E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele.
4. E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5. E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:
6. E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.
7. Então, Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
9. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
10. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo.
11. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.
12. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
19. Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito,
20. dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino.
21. Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, faremos uma "viagem" ao início do primeiro século da era Cristã, a época em que Jesus viveu nesta terra. Nosso desafio será aprender a respeito da sociedade, cultura e a religiosidade daquele período, examinando nas Escrituras, e na boa literatura cristã, o cotidiano e como o Mestre reagia às questões do seu tempo. A partir de seu exemplo de vida e ensinos registrados nos Evangelhos, veremos que suas lições continuam atuais e relevantes ainda hoje, servindo como modelo de comportamento aos servos de Deus, diante das questões dos nossos dias.
Nesta primeira lição, teremos uma visão do contexto político e econômico da terra de Israel, o berço de Jesus.

I - A TERRA DE ISRAEL NOS TEMPOS DE JESUS
1. O Filho de Deus na história humana. A Bíblia revela que o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). Chamamos esse evento de encarnação, através do qual Deus, em Cristo, tornou-se semelhante aos homens (Fp 2.7; Gl 4.4,5), ingressando no curso da história da humanidade. Trata-se de algo extraordinário: aquele por quem e para quem foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (Cl 1.15,16), assume um lugar dentro da sua própria criação. O advento de Cristo entre os homens não é um mito, mas uma realidade.
2. Palestina ou Israel? O local escolhido para a morada terrena do Filho de Deus foi a terra de Israel no início do primeiro século, região popularmente chamada de Palestina. Segundo o Dicionário Wycliffe, o nome Palestina foi originalmente empregado por Heródoto (século V a.C.) numa alusão aos filisteus, que incluiu nessa designação a Fenícia situada ao norte. Entretanto, tal termo ganhou mais evidência em 135 d.C., quando o Imperador romano Adriano substituiu o nome da região da Judeia por Síria Filisteia, na tentativa de acabar a forte ligação dos israelitas com a terra sagrada, após a revolta judaica liderada por Simão Bar Kochba contra o Império Romano. Nessa mesma época, o nome de Jerusalém foi alterado pelos romanos para Aelia Captolina. Entretanto, a Bíblia não menciona a palavra Palestina, chamando a região de Canaã (Sl 105.11), terra de Israel (Mt 2.19-21), terra da promessa (Hb 11.9) e terra santa (Zc 2.12).
Na época de Jesus, Galileia, Judeia e Samaria eram os nomes das suas principais regiões (Jo 4.3-7).
3. Nascimento e obra na terra de Israel. Jesus nasceu em Belém (Mt 2.1), mas viveu grande parte da sua vida na região da Galileia (Jo 4.3). Por ter sido criado em Nazaré (Lc 4.16), terra natal de José e Maria, chamavam-no de Nazareno (Mc 14.67; Jo 18.7). Era uma cidade pequena e de pouca importância, tanto que, ao receber o convite para seguir o Mestre, Natanael exclamou: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (Jo 1.46).Depois da sua rejeição nesta cidade (Lc 4.29), Jesus foi para Cafarnaum (Lc 4.31; Mt 4.13; 8.5), às margens do Mar da Galileia, onde realizou vários prodígios e maravilhas. As Escrituras ainda destacam outras cidades e vilarejos que o Mestre percorreu para anunciar o Reino de Deus e cumprir o seu ministério (Lc 7.11; 8.26), vindo a consumar a sua obra redentora em Jerusalém (Mt 20.18).
Pense
"A vida de Cristo é parte total da história da humanidade, tanto quanto a fundação de Roma ou a derrota de Napoleão, em Waterloo. O evento pertence à história; o significado do evento pertence à teologia" (Merril Tenney).
Ponto Importante
A Bíblia não menciona a palavra "Palestina".
O mais comum era designar aquela região de Terra de Israel (Mt 10.23).

II - O DOMÍNIO ROMANO E A POLÍTICA
1. Domínio romano. Para compreender o contexto político daquela ocasião, é preciso lembrar que o Império Romano dominava a terra de Israel desde 63 a.C., e assim seu poder e influência abrangem todo o contexto do Novo Testamento. No nascimento de Jesus, César Augusto (27 a.C. - 14 d.C.) era o Imperador (Lc 2.1,2), Herodes "o Grande" havia sido nomeado o "Rei da Judeia" (Mt 2.1,3). Quando Herodes morreu, seu reino foi dividido entre seus filhos: Herodes Antipas, Herodes Filipe e Arquelau (cf. Mt 2.22; Lc 3.1). Contudo, Arquelau não conseguiu manter a ordem nas regiões de Samaria, Judeia e Idumeia, e um procurador romano foi nomeado. Pôncio Pilatos (Mt 27.2) foi o quinto procurador e governou a região antes governada por Arquelau; porém, ele não tinha jurisdição sobre a área da Galileia e Pereia pertencentes a Herodes Antipas (cf. Lc 23.5,6). Após a morte de César Augusto, seu enteado Tibério César (14 - 37 d.C) assumiu o Império Romano (Lc 3.1). Era dele a imagem estampada na moeda sobre a qual Jesus afirmou: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus" (Lc 20.25). A efígie do imperador na moeda servia para tornar conhecido o rosto do seu governante.
2. Tensão política. A tensão política e a instabilidade social pairavam no ar. O poder de Roma era contrastado por agitações, inquietação popular e também pelos diversos interesses dos grupos político-religiosos judeus. Apesar da ocupação, os israelitas tinham permissão para manter seus costumes e tradições religiosas, enquanto não conflitassem diretamente os interesses do Império. Desse modo, a política era caracterizada pelo domínio romano, mas o poder interno era exercido pelo Sinédrio (Mt 27.1), o tribunal para julgamento e aplicação das leis judaicas. Cada cidade poderia ter um Sinédrio local (Mt 10.17; Mc 13.9) formado por 23 membros. O Grande Sinédrio, composto por 70 ou 71 membros, era a mais elevada corte judaica. Reunia-se em Jerusalém e tinha o poder de resolver todas as questões que estavam além da competência das cortes locais. O processo e o julgamento de Jesus evidenciam a complexidade do sistema político e legal existente naquele início de século, caracterizado pela confusão entre a autoridade romana e a jurisdição religiosa judaica.
3. Os publicanos. Os oficiais romanos vendiam o direito de cobrar tributos numa determinada área a quem pagasse melhor. Com isso, alguns dentre os judeus também trabalhavam para Roma como cobradores de impostos, chamados publicanos. Eles eram odiados pela população, porque extorquiam o povo e porque eram considerados traidores. Zaqueu, chefe dos publicanos, admitiu esse tipo de prática corrupta, mas ao encontrar-se com Jesus afirmou que devolveria quatro vezes o que recebera indevidamente (Lc 19.8). Ainda hoje, a corrupção tem provocado grandes males na sociedade. Pessoas que deveriam utilizar as verbas públicas para promover benefícios sociais, desviam-nas para seus próprios bolsos. Oremos e trabalhemos, jovens, em busca de transformações na política do nosso país!
Pense
O processo e o julgamento de Jesus evidenciam a complexidade do sistema político e legal existente naquele início de século, caracterizado pela confusão entre a autoridade romana e a jurisdição religiosa judaica.
Ponto Importante
Império Romano dominava a terra de Israel desde 63 a.C.

III - A ECONOMIA E O TRABALHO
1. Aspectos econômicos. As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril. Nos dias do Novo Testamento, o domínio romano e a construção de novas estradas também fizeram aumentar o comércio. As viagens tornaram-se mais seguras, e a Judeia, por exemplo, passou a exportar maiores quantidades do fruto das oliveiras. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para proferir seus ensinamentos e parábolas, usando uma linguagem simples e com figuras relacionadas à vida agrícola (Mt 24.32; Mc 4.1-20). Isso nos instrui a aproveitar o contexto social em que estamos para anunciar o Evangelho, mas sem desfigurar a essência da Palavra.
2. Funcionamento do comércio. Existiam os mercados públicos onde as pessoas compravam e vendiam seus produtos, como cereais, frutas e até mesmo animais. Eram locais bem movimentados, para onde os desempregados iam na esperança de conseguir trabalho (Mt 20.3-10). As negociações comerciais eram feitas por meio de troca de mercadorias (Lc 16.5,6) ou em dinheiro. O denário (Mc 12.15; Lc 7.41), por exemplo, era uma moeda romana e representava, em geral, o salário por um dia de trabalho. A dracma (Lc 15.8-10) era uma moeda de origem grega, e equivalia a um denário.
3. Trabalho e profissões. Os trabalhos e ofícios giravam em torno das atividades produtivas de cada região. Assim, em algumas localidades prevaleciam os trabalhos agrícolas (Mt 13.4), do arado da terra ao armazenamento dos produtos. Em outras, predominavam o pastoreio e a pesca, como o exemplo dos primeiros discípulos que trabalhavam junto ao Mar da Galileia (Mt 4.18,19). Ainda tinham os tecelões, comerciantes e artífices de obras de barro, metal e madeira. O próprio Jesus era carpinteiro (Mc 6.3), cujo trabalho envolvia a construção e a fabricação de objetos menores, inclusive mobílias.
 Pense
O trabalho foi dado por Deus ao homem desde antes da Queda. Através da profissão, podemos glorificar a Deus e cumprir o seu propósito.
Ponto Importante
As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril.

CONCLUSÃO
Como vimos, conhecer a terra de Israel da época de Jesus é importante para fazermos uma reflexão bíblica atual, na medida em que nos possibilita ver e compreender - ainda que passados mais de dois mil anos - o contexto da sociedade judaica do início do primeiro século. Se falharmos em compreender as influências culturais daquele tempo, como escreveu Gary Burce, deixaremos de assimilar muitos dos ensinamentos de Jesus, presentes nos Evangelhos.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015.

Lição 1 Um Faraó que não conheceu José

Lição 1 Um Faraó que não conheceu José
5 de abril de 2015

Texto áureo
Êx 1.7 “E os filhos de Israel frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles”.

Verdade Aplicada
Mesmo que tudo seja obscuro e sem sentido, não existe nada neste mundo que o Senhor não veja, não conheça ou não controle.

Objetivos da lição
Ensinar como principiou o cativeiro hebreu no Egito e suas implicações;
Revelar como o Senhor administrou os eventos até o nascimento do libertador;
Mostrar aos alunos que deus trabalha com propósitos específicos em tudo o que faz.
           
Glossário
Ralé: camada inferior da sociedade;
Infanticídio: Morte dada a uma criança, principalmente recém-nascida;
Conivente: cúmplice.

Textos de referência
Êx 1.13-16
13 E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza;
14 assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza.
15 E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da outra, Puá)
16 e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.

Leituras complementares
Segunda       Gn 50.26
Terça              Êx 1.8
Quarta           Jó 42.2
Quinta           Jr 33.3
Sexta             At 7.22
Sábado          Hb 3.5

Esboço da Lição
Introdução
1. O princípio do cativeiro hebreu
2. Guardado de forma sobrenatural
3. Lições práticas
Conclusão

Introdução
Neste trimestre, abordaremos profundos assuntos concernentes à vida de Moisés, um dos mais importantes personagens da Bíblia. Nesta lição, trataremos do princípio do cativeiro hebreu no Egito, a poderosa forma divina de administrar os acontecimentos e a maneira sobrenatural e profética do nascimento de Moisés.

1. O princípio do cativeiro hebreu.
O principal personagem dos últimos capítulos de Gênesis é José. Através dele, Jacó e toda sua família habitaram na magnífica terra fértil de Gosén. Porém, com a mudança de governante, uma nova lei foi estabelecida e o povo, que antes vivia em paz, agora enfrentaria o pior drama de sua vida: a escravidão.

1.1 Um povo pastoril.
José tinha provavelmente trinta e nove anos quando sua família foi morar no Egito. Ele viveu setenta e um anos depois disso e morreu (Gn 50.26). Quando José partiu, a vida cômoda dos hebreus no Egito também findou. Uma vez que José não podia mais interceder por seu povo, a população nativa passou a olhar Israel de modo intolerante e desconfiado. Os egípcios eram muito avançados em cultura e sofisticação e viam os pastores como parte da ralé da sociedade. Isso para eles, manchava a imagem imponente da classe nobre (Gn 46.31, 33, 34). Nesse tempo, a população de Israel já havia aumentado consideravelmente, tornando-se poderosa no Egito. Outro fato importante é que tanto José quanto suas realizações foram totalmente ignorados e o novo Faraó passou a desprezar aquela população crescente (Êx 1.8).

Explique aos seus alunos que a sociedade egípcia era regida pelo sistema de castas. Assim como a pirâmide se constitui de camadas, de igual modo funcionava aquela sociedade. Quem pertencia a uma casta permaneceria nela até morrer, diferentemente do capitalismo, em que há a chance de ascensão social. Naquela época, a sociedade se constituía piramidalmente em: Faraó e sua família; a seguir, os sacerdotes e a nobreza; depois os escribas constituíam uma única casta; em seguida, os coletores de impostos e militares; por último, na base da pirâmide, ficavam os camponeses e escravos vindos de outros povos.

1.2 Um povo numeroso.
Com o novo Faraó nasce uma nova política e um novo estilo de vida passa a vigorar para os hebreus no Egito (Êx 1.10, 11ª). Uma nova lei foi determinada para um povo que vivia de forma regalada e esplêndida, e, a partir dali, a vida para eles jamais seria como antes. É muito claro o discurso feito por Faraó; ele se sentiu ameaçado com o crescimento do povo e, como não era portador de nenhuma aliança com o falecido governador, apossou-se da fértil e bem localizada Gosén, humilhando o povo através da escravidão e da chibata. Porém, antes que fossem diluídos no pó do Egito, eles clamaram e, após quatrocentos e trinta anos, suas orações foram enfim atendidas (Êx 12.40).

1.3 Deus controla os eventos.
É inevitável não nos fascinarmos pela maneira como Deus, de forma majestosa e grande, domina todas as coisas. Embora saibamos que o sofrimento do povo hebreu tenha sido cruel e brutal, vemos também a poderosa mão de deus por trás de tudo, controlando os acontecimentos e usando os eventos para formar a identidade cultural e o caráter de uma grande nação. Séculos antes, o Senhor já havia falado a Abraão sobre o que aconteceria aos seus descendentes e como eles seriam libertos com mão poderosa (Gn 15.13, 14). O Senhor afirma para Seu servo o que ocorreria e também como julgaria seus opressores. Não existe nada debaixo do sol que o senhor não veja, não conheça ou não controle (Jó 28.24).

Destaque para seus alunos que Deus ouviu esse clamor anos após anos. Mas, atuou no tempo certo em que o fruto estava maduro pronto para colher. Às vezes, esquecemos –nos que Deus tem o controle de todas as coisas. Porém uma coisa é certa: “quando chega o tempo dEle agir, ninguém poderá impedir que o faça” (Is 43.13b).

2. Guardado de forma sobrenatural.
O tempo da liberdade chegou; um libertador viria, um homem escolhido pela mão de deus, um líder preparado especialmente para lidar com os israelitas e confrontar o Faraó. Embora houvesse planos terrestres para impedir a ação divina, o nosso Deus começou a agir da forma como Ele é: Grande.

2.1 Quem poderia impedir o futuro?
Com o passar dos tempos, os hebreus se tornaram tão numerosos que passaram a assustar tremendamente os egípcios. E, por medo de perder a terra, os egípcios foram impelidos a agir de forma brutal e selvagem contra os hebreus. A insegurança e ódio dos egípcios tinham uma explicação; o medo (Êx 1.13, 14). Felizmente, o plano de Faraó não obteve resultado, pois quanto mais o povo de Deus era afligido, mais cresciam e aumentavam. Ao perceber que seus fins não eram alcançados, Faraó aumentou a dose de sofrimento e partiu para o infanticídio (Êx 1.15, 16). Uma inspiração maligna que daria fim ao nascimento do libertador. No entanto, o que está determinado nos céus jamais poderá ser sequer abalado por nada terreno.

Explique aos seus alunos que tal como aconteceu com Israel no Egito, quanto mais a Igreja é perseguida neste mundo, mais ela cresce e avança. Embora vejamos maldade e perversidade de forma descontrolada, injustiça social e opressão agindo em lugar da paz, deveríamos pensar no que Deus está fazendo ao preparar Sua Igreja para um grande livramento.

2.2 Sifrá e Puá
Sifrá e Puá são duas mulheres extremamente importantes no plano divino para o nascimento do libertador Moisés. O nome Sifrá significa “beleza” e Puá “esplêndida”. Elas, com certeza deixaram um lindo e esplêndido exemplo para nossos dias; temer a Deus acima de qualquer circunstância. Elas eram as parteiras das hebreias, uma tarefa melindrosa, porém gratificante. Essas duas mulheres receberam um edito muito cruel da parte de Faraó. A ordem era matar os meninos e deixar viver as meninas. Não cumprir a ordem de Faraó era arriscar a própria vida. Mas elas decidiram temer somente a Deus e não ser coniventes com o erro, evitando derramar sangue inocente. A bravura dessas duas mulheres teve influência direta no nascimento de Moisés.

2.3 A morte deu lugar à vida.
A maldade e a crueldade de Faraó não terminaram quando as parteiras recusaram lhe atender. Ele não conhecia limites para o terror e, assim, expediu outro decreto ordenando a morte de todos os meninos (Êx 1.22). No mesmo tempo de Moisés, era impossível não identificar uma casa onde houvesse um recém-nascido. A sabedoria de Joquebede durou três meses e o Nilo, que deveria ser o lugar da morte dos machos, tornou-se o lugar da Salvação de Moisés. Naquele cesto, estava a esperança de uma nação e o próprio Egito, que tentara matar o libertador, foi o lugar onde ele foi cuidado, instruído e qualificado. Não devemos pensar que Deus está dormindo ou que o inimigo anda vagando pelo mundo a fazer o que bem entende. Lembremos que o Senhor está acima de todas as coisas, até mesmo de nossos pensamentos (Is 55.8, 9).

As parteiras obedeceram a Deus e não a Faraó. Por sua coragem e por optarem pela justiça, o Senhor resolveu recompensá-las. Nem sempre o que é certo é o mais fácil. Como elas não foram coniventes com o erro, veio sobre elas a benção de Deus (Êx 1.20, 21).

3. Lições práticas.
Tudo o que é grandioso passa por sérios tratamentos antes de existir. Não foi fácil para os hebreus ver a liberdade sucumbir e, do dia para a noite, tornar-se escravo. Seu clamor durou quatrocentos anos, mas, quando chegou o tempo de ser livre outra vez. Deus agiu com mão forte e não houve quem pudesse impedir o que por Ele mesmo foi determinado.

3.1 Deus está no controle.
Nos momentos de grandes provações, é comum esquecermos do que o nosso Deus é capaz. Ele sempre sabe tudo o que acontece conosco (Êx 3.7, 8ª). Seu livramento pode não chegar de acordo com o nosso horário ou no momento em que pensamos, mas chegará na hora certa. Por mais severa e dura que seja a provação que estivermos enfrentando, elas não diminuirão o interesse de deus. O futuro pode parecer sombrio e podemos nos perguntar: onde Deus está? Se bem O conhecermos, entenderemos que Ele está a caminho e, quando chegar, tudo o que parecia ser absurdo se tornará real e palpável para cada um de nós.

Explique aos seus alunos que o agir de Deus em favor daqueles que nEle esperam é sempre poderoso e gratificante. Os capítulos sete e oito de Êxodo, revelam como Ele já poderia ter liquidado a fatura. Mas Ele é tão poderoso que se revela passo a passo para que, a cada dia, venhamos descobrir como é belo e maravilhoso.

3.2 Todos nós nascemos com uma finalidade.
Moisés passou por tantos preparos, expectativas e desilusões que, ao deparar-se com Deus, já não acreditava que poderia ser o homem para o objetivo pelo qual nasceu (Êx 3.10, 11). Ele sempre soube desde o pequeno que sua missão era libertar seu povo. É muito importante quando sabemos para qual finalidade vivemos neste mundo. Não foi por acidente que nascemos nesta era específica, na atual conjuntura da história, em determinado país e neste mundo. Sabia que Deus está buscando homens e mulheres que obedeçam a Seu propósito. Podemos até nos sentir incultos, incapazes e até mesmo desqualificados, talvez cheguemos até a usar as mesmas desculpas de Moisés diante de deus. Mas Deus chamou as coisas loucas, vis e desprezíveis; o que não é para confundir o que é (1Co 1.28).

3.3 Operando Deus quem impedirá?
Mais que libertar os hebreus ou punir os egípcios, Deus queria tornar aquele momento inesquecível em toda a história da humanidade. De uma só vez, o Senhor riscou para sempre a memória daquela geração de egípcios. Retirando os hebreus do Egito, o Senhor sabiamente estava pondo um fim na economia daquela nação. É por isso que Faraó não os queria libertar, pois eles eram os responsáveis por toda a mão de obra do Egito. Deus, em um só golpe, exterminou os primogênitos do Egito, que simbolizavam o futuro da nação e, em seguida, libertou Seu povo, deixando de uma só vez o Egito, sem futuro e sem presente. O último golpe foi a destruição de todo o exército no Mar Vermelho, mostrando que quando Ele opera não há quem possa impedir o Seu agir (Is 43.13).

Devemos pensar muito bem sobre nossas vocações. Deus, quando nos chama, não está vendo o que vemos hoje, Ele já sabe o que vai acontecer. Abrace seu chamado, alegre-se, você pode ser a esperança de salvação de uma nação.

Conclusão
A aflição pode durar um tempo, mas ela possui prazo de validade. Embora a situação dos hebreus fosse de total calamidade, Deus estava acompanhando tudo de perto sem perder um detalhe sequer. Por fim, Moisés nasceu, o povo foi liberto e Faraó morreu. Nada pôde impedir o agir de Deus. Em tempos difíceis, coloquemos nossa confiança no Senhor.

Questionário
1. Qual o principal personagem dos últimos capítulos de Gênesis?
R: José (Gn 39 a 50).

2. Quando teve início o cativeiro dos hebreus no Egito?
R: A partir da morte de José e da chegada do novo Faraó (Êx 1.6-11).

3. Quais os principais motivos que originaram a escravidão dos hebreus?
R: A revelação dada a Abraão e o fato de serem pastores e numerosos (Gn 15.13; 46.34; Êx 1.7).

4. O que podemos aprender acerca de Deus nesta lição?
R: Que Ele tem um propósito em tudo e que ninguém poderá impedir o Seu agir (Is 43.13).

5. Qual o ensinamento mais importante dessa lição?
R: Que Deus sabe tudo, vê tudo e não perde o controle de nada (Jó 28.24).




Fonte: Revista Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de Israel.

Lição 1 O Evangelho Segundo Lucas.

Lição 1 O Evangelho Segundo Lucas.
5 de abril de 2015

Texto Áureo
"Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado."  (Lc 1.4)

Verdade Prática
O cristão possui uma fé divinamente revelada e historicamente bem fundamentada.

Leitura Diária

Segunda - Lc 3.1,2   O cristianismo no seu cenário histórico
Terça - Lc 1.1-4    O cristianismo se fundamenta em fatos 
Quarta - Lc 16.16    O cristianismo no contexto bíblico
Quinta - Lc 2.23-28   O cristianismo em seu aspecto universal
Sexta - Lc 1.35; 5.24   O cristianismo e a deidade de Jesus
Sábado - Lc 4.18    O cristianismo e o Ministério do Espírito

Leitura Bíblica em classe
Lucas 1.1-4
1 - Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram,
2 -  segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra,
3 - pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio,
4 - para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado

Objetivo Geral
Apresentar um panorama do Evangelho de Lucas.

Hinos sugeridos: 3, 46, 162 da Harpa Cristã

Objetivos específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar o terceiro Evangelho.
II. Conhecer os fundamentos e historicidade da fé cristã. 
III. Afirmar a universalidade da fé cristã.
IV. Expor a identidade de Jesus, o Messias esperado.

Interagindo com o professor
Prezado professor, neste segundo trimestre estudaremos a respeito do terceiro Evangelho, cujo autor é Lucas, o médico amado. Seu relato é um dos mais completos e ricos em detalhes a respeito do nascimento e infância do Salvador. Lucas era um gentio, talvez por isso, em sua narrativa, procure apresentar a Jesus como o Filho do Homem. Ele apresenta o Salvador como o Homem Perfeito que veio salvar a todos, judeus e gentios.
O comentarista deste trimestre é o pastor José Gonçalves - professor de Teologia, escritor e vice-presidente da Comissão de Apologética da CGADB.
Que mediante o estudo de cada lição você possa conhecer mais a respeito do Filho de Deus, que se fez homem e habitou entre nós.
Tenha um excelente trimestre.

Comentário
Introdução
O Evangelho de Lucas é um dos livros mais belos e fascinantes do mundo. De fato, o terceiro Evangelho se distingue pelo seu estilo literário, pelo seu vocabulário e uso que faz do grego, considerado pelos eruditos como o mais refinado do Novo Testamento. Mas a sua maior beleza está em narrar a história da salvação (Lc 19.10). O autor procura mostrar, sempre de forma bem documentada, que o plano de Deus em salvar a humanidade, revelado através da história, cumpriu-se cabalmente em Cristo quando Ele se deu como sacrifício expiador pelos pecadores (Jo 10.11). Deus continua sendo Senhor da história e o advento do Messias para estabelecer o seu Reino é a prova disso. Lucas mostra que é através do Espírito Santo, primeiramente operando no ministério de Jesus e, posteriormente na Igreja, que esse propósito se efetiva.

I - O Terceiro Evangelho

1. Autoria e data. Lucas, "o médico amado" (Cl 4.14), a quem é atribuída a autoria do terceiro Evangelho, é citado no Novo Testamento três vezes. Todas as citações estão nas epístolas paulinas e são usadas no contexto do aprisionamento do apóstolo Paulo (Cl 4.14; Fm 24; 2 Tm 4.11). Embora o autor do terceiro Evangelho não se identifique pelo nome, isso não depõe contra a autoria lucana. Desde os seus  primórdios, a Igreja Cristã  atribui a Lucas a autoria do terceiro Evangelho. A crítica contra a autoria de Lucas não tem conseguido apresentar argumentos sólidos para demover a Igreja de sua posição. A erudição conservadora assegura que Lucas escreveu a sua obra (aproximadamente) no início dos anos sessenta do primeiro século da era cristã.

2. A obra. Lucas era historiador e médico. Ele escreveu sua obra em dois volumes (Lc 1.1-4; At 1.1,2). O terceiro Evangelho é a primeira parte desse trabalho e é uma narrativa da vida e obra de Jesus, enquanto os Atos dos Apóstolos compõem a segunda parte e narram o caminhar espiritual dos primeiros cristãos da Igreja Primitiva.

3. Os destinatários originais. O doutor Lucas endereçou seu Evangelho a Teófilo, certamente uma pessoa importante que devia ocupar uma alta posição social, sendo citado como "excelentíssimo". Pode se dizer que além deste ilustre destinatário, Lucas também escreveu aos gentios. O terceiro Evangelho pode ser classificado como sendo de natureza soteriológica e carismática. Soteriológica, porque narra o plano da salvação, e carismática porque dá amplo destaque ao papel do Espírito Santo como capacitador do ministério de Jesus Cristo.


Ponto Central
O plano da salvação do cristianismo pode ser localizado com precisão dentro da história.

Síntese do tópico I
Lucas, o médico amado, é o autor do terceiro Evangelho, que foi endereçado a Teófilo, um gentio.

Subsídio Bibliológico
"Lucas inicia seu Evangelho com uma declaração especial: ele mesmo havia se 'informado minuciosamente de tudo [sobre a vida de Jesus] desde o princípio' (1.1-4). Dessa forma, o Evangelho de Lucas é um relatório cuidadoso e historicamente exato do nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus. Contudo, ao lermos Lucas percebemos que a sua obra não é uma repetição monótona das datas e ações. A escrita de Lucas é vívida, nos atraindo para dentro dos eventos que ele descreve. A escrita de Lucas também exibe uma fervorosa sensibilidade quanto aos detalhes pessoais íntimos" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 133).

A fé cristã não se trata de uma lenda ou fábula engenhosamente inventada. São fatos históricos.

Conheça mais
*Como o  Evangelho de Lucas Retrata a Cristo
"No Evangelho de Lucas, Cristo é retratado como o Homem Perfeito e de grande empatia. A genealogia é rastreada desde Davi e Abraão até Adão, nosso antepassado comum, apresentando-o, deste modo, como alguém da nossa raça". Para conhecer mais leia Introdução ao Novo Testamento, CPAD, p. 77

II - Os Fundamentos e Historicidade da Fé Cristã

1. O cristianismo no seu contexto histórico. Lucas mostra com riqueza de detalhes sob que circunstâncias históricas se deram os fatos por ele narrados. Vejamos: "E, no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias" (Lc 3.1,2). Esses dados têm um propósito claro: mostrar que o plano da salvação no cristianismo pode ser localizado com precisão dentro da história. A fé cristã, portanto, não se trata de uma lenda ou fábula engenhosamente inventada. São fatos históricos que poderiam ser testados e provados e, dessa forma, podem ser aceitos por todos aqueles que procuram a verdade.

2. Discipulado através dos fatos. A palavra grega katecheo, traduzida como "informado" ou "instruído" no versículo 4, deu origem à palavra portuguesa catequese. Esse vocábulo significa também: doutrinar, ensinar e convencer. Nesse contexto possui o sentido de "discipular". Lucas escreveu o seu Evangelho para formar discípulos. O discipulado, para ser autêntico, deve fundamentar-se na veracidade dos fatos da fé cristã. Nos primeiros versículos do seu Evangelho, Lucas revela, portanto, quais seriam as razões da sua obra (Lucas 1.1-4). O terceiro Evangelho foi escrito para mostrar os fundamentos das verdades nas quais os cristãos são instruídos.

Síntese do tópico II
A veracidade dos fatos narrados por Lucas pode ser comprovada pela história.

Subsídio Bibliológico
"Lucas presta bastante atenção aos eventos que ocorreram antes do nascimento de Jesus, uma atenção maior que aquela que os outros evangelistas dedicaram ao assunto" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 134).

O discipulado, para ser autêntico, deve fundamentar-se na veracidade dos fatos da fé cristã.

III – A universalidade da salvação

1. A história da salvação. A teologia cristã destaca que Lucas divide a história da salvação em três estágios: o tempo do Antigo Testamento; o tempo de Jesus e o tempo da Igreja. O terceiro Evangelho registra as duas primeiras etapas e o livro de Atos, a terceira
(Lc 16.16). No contexto de Lucas a expressão a "Lei e os Profetas" é uma referência ao Antigo Testamento, onde é narrado o plano de Deus para o povo de Israel. A frase "anunciado o Reino de Deus" se refere ao tempo de Jesus que, através do Espírito Santo, realiza e manifesta o Reino de Deus. O tempo da Igreja ocorre quando o Espírito Santo, que estava sobre Jesus, é derramado sobre todos os crentes.

2. A salvação em seu aspecto universal. O aspecto universal da salvação, revelado no terceiro Evangelho pode ser facilmente observado pelo seu amplo destaque dado aos gentios. O próprio Lucas endereça a sua obra a um gentio, Teófilo (Lc 1.1,2). A descendência de Cristo, o Messias prometido, vai até Adão, o pai de todos, e não apenas até Abraão, o pai dos judeus (Lc 3.23-38). Fica, portanto, revelado que os gentios, e não somente os judeus, estão incluídos no plano salvífico de Deus (Lc 2.32; 24.47). Destaque especial é dado para os samaritanos (Lc 9.51-56; 10.25-37; 17.11-19). Há ainda outras particularidades do Evangelho de Lucas que mostram o interesse de Deus por toda a humanidade, especialmente os pobres e excluídos (Lc 19.1-10; 7.36-50; 23.39-43; 18.9-14).

A descendência de Cristo, o Messias prometido, vai até Adão, o pai de todos, e não apenas até Abraão, o pai dos judeus.

Subsídio Bibliológico
"A Verdadeira Identidade do Filho
Os aspectos-chave na vida de Jesus ajudaram os primeiros cristãos a perceber, de uma forma nova e única, que Ele era o 'Filho de Deus'.
- A encarnação.  Jesus foi concebido pelo poder do Espírito Santo de Deus, e não por um pai humano. De forma consistente, também falou de como saiu 'do Pai' para vir 'ao mundo' (Jo 16.28). Enquanto, para outros seres humanos, o nascimento é o início da vida, o nascimento de Jesus era uma encarnação.
- Ele existia como o Filho de Deus antes de seu nascimento humano. Jesus, de forma distinta dos governantes pagãos, não era um filho adotado dos deuses, mas sim o eterno Filho de Deus.

- O reconhecimento por Satanás e pelos demônios. Enquanto a identidade verdadeira de Jesus, durante seu ministério terreno, estava velada para seus discípulos, ela foi reconhecida por Satanás (Mt 4.3,6) e pelos demônios (Lc 8.28).

- A ressurreição e ascensão. Jesus foi morto por afirmar que falava e agia como o Filho de Deus. A ressurreição representou a confirmação de Deus de que Jesus falava a verdade sobre si mesmo. Paulo apontou a ressurreição como a revelação ou declaração da verdadeira identidade de Jesus como Filho de Deus (Rm 1.4). Depois da ressurreição, Jesus retornou ao Pai para ficar no lugar de honra, à direita de Deus" (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 34,35).

IV -  A identidade de Jesus o Messias esperado

1. Jesus, o homem perfeito. No Evangelho de Lucas, Jesus aparece como o "Filho de Deus" (Lc 1.35) e Filho do Homem" (Lc 5.24). São expressões messiânicas que revelam a deidade de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro Deus enquanto a segunda, que ocorre 25 vezes no terceiro Evangelho, mostra-o como verdadeiro homem. Ele é o Filho do Homem, o Homem Perfeito. Ao usar o título "Filho do Homem" para si mesmo, Jesus evita ser confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Como Homem Perfeito, Jesus era obediente a seus pais. Todavia, estava consciente de sua  natureza divina (Lc 2.4-52). É como o Homem Perfeito que Jesus enfrenta, e derrota, Satanás na tentação do deserto (Lc 4.1-13).

2. O Messias e o Espírito Santo. Lucas revela que Jesus, o Messias, como Homem Perfeito, dependia do Espírito Santo no desempenho do seu ministério (Lc 4.18). Isaías, o profeta messiânico, mostra a estreita relação que o Messias manteria com o Espírito do Senhor (Is 11.1,2; 42.1). O Messias seria aquele sobre quem repousaria o Espírito do Senhor, tal como profetizara Isaías e Jesus aplicara a si, na sinagoga em Nazaré (Lc 4.16-19; Is 61.1).

Síntese do tópico IV
Lucas apresenta Jesus como o Filho de Deus e o Filho do Homem, ressaltando tanto a sua humanidade quanto a sua divindade.

Subsídio Bibliológico
"Lucas descreveu como o Filho de Deus entrou na História. Jesus viveu de forma exemplar, foi o Homem Perfeito. Depois de um ministério perfeito, Ele se entregou como sacrifício perfeito pelos nossos pecados, para que pudéssemos ser salvos.
Jesus é o nosso Líder e Salvador perfeito. Ele oferece perdão a todos aqueles que o aceitam como Senhor de suas vidas e creem que aquilo que Ele diz é a verdade" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1337).


Conclusão
O terceiro Evangelho é considerado a coroa dos Evangelhos sinóticos. Enquanto o Evangelho de Mateus enfoca a realeza do Messias e Marcos o poder, Lucas enfatiza o amor de Deus. Lucas é o Evangelho do Homem Perfeito; da alegria (Lc 1.28; 2.11; 19.37; 24.53); da misericórdia (Lc 1.78,79); do perdão (7.36-50; 19.1-10); da oração (Lc 6.12; 11.1; 22.39-45); dos pobres e necessitados (Lc 4.18) e do poder e da força do Espírito Santo (Lc 1.15,35; 3.22; 4.1; 4.14; 4.17-20; 10.21; 11.13; 24.49). Lucas é, portanto, o Evangelho do crente que quer conhecer melhor o seu Senhor e ser cheio do Espírito Santo.

Para Refletir
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

A quem é atribuída a autoria do terceiro Evangelho?
A autoria é atribuída a Lucas, o médico amado.

Como devemos entender o termo "informado" usado por Lucas no capítulo 1 do seu Evangelho?
O vocábulo significa também "doutrinar", "ensinar" e "convencer".

Como Jesus é revelado no Evangelho de Lucas?
Ele é revelado como "Filho de Deus" e "Filho do Homem".

As expressões "Filho do Homem" devem ser entendidas em que sentindo no terceiro Evangelho?
Devem ser entendidas como expressões que mostram o relacionamento de Jesus com a humanidade.

De acordo com a lição, como é considerado o terceiro Evangelho?
Ele é considerado a coroa dos Evangelhos Sinóticos.

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 37.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

Sugestão de Leitura

Comentário de Lucas: À Luz do NT Grego
Esta obra apresenta um novo sistema de cabeçalhos com textos gregos mais utilizados, traduções atualizadas, notas textuais, uma ortografia apropriada, notas de rodapé completas e inúmeras referências em algarismos arábicos.

Introdução ao Novo Testamento
Abordagem notável para o estudo da origem e desenvolvimento do NT. O autor examina todos os registros históricos do primeiro século após a morte de Jesus, a fim de proporcionar melhor compreensão dos ensinos de Cristo e da formulação Pentecostal da igreja.
Lucas: O Evangelho do Homem Perfeito
Neste livro, você aprenderá com o autor porque Lucas foi levado a escrever o seu Evangelho. É um comentário devocional que enriquece os conhecimentos exegéticos dos que se dedicam ao estudo da vida do Filho do Homem.


Fonte revista Lições Bíblicas, CPAD, 2º trimestre de 2015, adultos.