segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Lição 5 Judas Iscariotes, um apóstolo dominado pela carne.



Lição 5 Judas Iscariotes, um apóstolo dominado pela carne.
1 de novembro de 2015.

Texto Áureo
1Corintios 10.11 “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem são chegados os fins dos séculos”.

Verdade Aplicada
Existem pessoas que começam bem, mas terminam mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar a nossa trajetória nesta vida.

Objetivos da Lição
Apresentar quem era Judas, como se tornou um dos doze discípulos e o motivo principal que o levou a trair Jesus;
Revelar como a vida de Judas foi minada por Satanás;
Ensinar que devemos tratar as nossas fraquezas, porque a única recompensa para o pecado é a morte.

Glossário
Vilão: criminoso;
Plausíveis: aceitável;
Ludibriado: enganado.

Leituras complementar:
Segunda       Mt 27.4          
Terça              At 1.18
Quarta           Pv 30.19
Quinta           Jo 13.21
Sexta             Lc 22.3
Sábado          Jo 8.44

Textos de Referência.
Atos 1.16-19
16 Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;
17 Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.
18 Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.
19  E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.

Hinos sugeridos.
26, 242, 312.

Motivo de Oração
Ore para que suas escolhas sejam sempre para glorificar a Deus.

Esboço da Lição
Introdução
1. Judas, o traidor.
2. Quando o profano vence o santo.
3. Quando o enganador é enganado.
Conclusão

Introdução
Judas foi o escolhido por Jesus para ser um dos doze. Desfrutava da comunhão, expulsava demônios e curava os enfermos (Mc 6.7). Mas, seu coração foi vencido por Satanás, passando da condição de herói à de vilão (Lc 22.3).


1. Judas, o traidor.
Judas foi um privilegiado. Ele fez parte do seleto grupo escolhido por Jesus. Mas durante a sua caminhada algo terrível aconteceu. Judas passou a roubar, tornou-se ganancioso e foi contado como o maior traidor da história.

1.1. A enigmática vocação de Judas.
Um fator nos é obscuro no Novo Testamento é o momento da vocação de Judas como discípulo de Jesus, visto que seu nome figura sempre o último nas listas apostólicas, como que em repúdio à sua vergonhosa carreira (Mt 10.4). Acredita-se que o traidor tenha conhecido Jesus quando este anunciava o Evangelho pela Judeia. Talvez ele estivesse nas proximidades do Jordão na ocasião do batismo de Jesus. É possível também que Judas tenha sido despertado e atraído pela fama de Jesus. Ou até mesmo, que tenha conhecido o Mestre ao buscar um de Seus milagres. Todas essas suposições são plausíveis. Porém, as Escrituras não nos fornecem o registro do momento em que Judas foi vocacionado como discípulo, apenas que era um dos doze (Mt 10.4; Jo 6.70).

Diga para os alunos que não é fácil entender como pessoas boas e com um futuro tão promissor, de repente, se tornaram tão contrárias e tão negativas a seus próprios credos. Ressalte para eles que Judas ainda é um enigma. Não sabemos até hoje como integrou o grupo, apenas sabemos que era um dos doze (Mt 10.2-4).

1.2. As reais convicções de Judas.
Como explicar o desiquilíbrio pessoal de Judas, se ele durante três longos anos testemunhara tanto as riquezas dos ensinamentos quanto a sublimidade dos milagres realizados por Jesus? Judas possuía profundas convicções de que Jesus não era um mentiroso, nem tampouco um impostor (Mt 26.1, 2). Alguns expositores afirmam que Judas se decepcionou e, por esse motivo, traiu o Mestre. Esperava um Messias de acordo com a ideologia de seu povo e, no princípio, até se admirou dele. Porém, essa admiração passou com o tempo e assim, o vendeu para os judeus.

Explique para os alunos que, mesmo que esses fatos sejam apreciados, a Bíblia nos diz que Satanás entrou em Judas e isso encerra toda e qualquer especulação. Onde Satanás penetra até as maiores convicções da verdade se deterioram (Jo 10.10; Lc 22.3). Merece ser destacado para os alunos que, por alguma razão, Satanás entrou em Judas, mas não em Pedro. Jesus deixou bem claro que Satanás também queria Pedro (Lc 22.31). Houve algo de maneira como esses homens aceitaram a Jesus que fez a diferença em sua vida. Suas características eram quase as mesmas. No entanto, o que aconteceu com cada um foi muito diferente. Tanto Pedro como Judas falharam com Jesus. Todavia, Pedro continuou a receber a promessa da vida eterna, enquanto Judas continuou a receber a promessa de destruição eterna.

1.3. Por que Jesus escolheu a Judas?
Se Jesus sabia que Judas iria traí-lo, por que o chamou? Deus nunca obrigará ninguém a servi-lo ou obedecê-lo. Ele dá as opções e nós tomamos as decisões (Dt 30.19). Não somos robôs ou máquinas sem capacidade de pensar ou agir. Ele nos fez seres inteligentes e racionais, Ele deu a cada um de nós a capacidade de escolha (livre arbítrio). Até mesmo quando Ele nos escolhe e comissiona, deixa a nosso critério a fidelidade ou a traição. Temos a capacidade de observar o mal e dele não fazer parte. Ninguém nasce perdido, ninguém nasce obrigado a fazer o que não quer, todos fazem suas opções. Jesus não se enganou a respeito de Judas. Foi Judas quem se enganou a respeito de Jesus (Jo 6.70; 13.24-30).

Informe para os alunos que Judas era um privilegiado. Podemos afirmar que Judas andava com Deus (Jo 1.14). Judas caminhou lado a lado com a verdade (Jo 14.6). Mas, infelizmente, temos que admitir: Judas era uma farsa. Ele possuía todos os meios legais para ser verdadeiro e andar com Jesus foi o maior privilégio que possuiu em vida (Mt 13.17).

2. Quando o profano vence o santo.
A Bíblia nos fornece a resposta da transformação radical no caráter de Judas: a entrada de Satanás em sua vida (Lc 22.3). O que nos resta agora é procurar por onde Satanás penetrou; qual parte de sua vida não estava selada e por onde Satanás encontrou legalidade para atuar e destruir sua vida.

2.1. Entrou, porém, Satanás.
Satanás entrou e essa declaração diz tudo. É difícil acreditar como uma pessoa que dormia ao lado de Cristo se deixou possuir inteiramente por Satanás, Mas, infelizmente, esta é a única palavra que explica uma traição tão absurda como a de Judas. Quando Satanás penetra em uma vida, nada mais é como antes. E ele só precisa de uma pequena brecha para entrar (1Pe 5.8). Primeiro, ele matou as certeiras convicções de Judas, depois, roubou sua simplicidade e santidade, e, por fim, conduziu Judas ao extremo de eliminar a própria vida (Jo 10.10).

Esclareça para os alunos que Satanás é o pivô de toda e qualquer desgraça no mundo em que vivemos. Ele é ardiloso e desfigurado e aquele que se torna seu escravo não demora a praticar as mesmas ações de seu caráter (Jo 8.44). Talvez os alunos se perguntem como pode ser isto possível. Ressalte para eles que é extremamente isso que a Bíblia está nos ensinando. Por mais influenciadoras que sejam as pessoas, para o bem ou para o mal, nós podemos escolher copiá-las ou não. Deus jamais interferirá no livre-arbítrio de Suas criaturas.

2.2. Judas personificou o mal.
Judas esteve aos pés de Jesus vivendo um verdadeiro clima celestial. Quando Jesus proferia Suas parábolas, ele fazia parte do grupo que as compreendia (Mt 13.11). Mas a verdade não criou raízes em sua vida como na de seus companheiros (Jo 14.6). Da mesma maneira Satanás tramou na eternidade, ele seduziu Judas a tramar na Terra. O diabo não se firmou no céu ao lado de Deus e Judas não se firmou na Terra ao lado de Jesus. Judas mentia, roubava e tramava contra o Mestre. Ele, desde o princípio, também não se firmou na verdade.

Explique para os alunos que, em vez de se tornar semelhante a Cristo, Judas personificou o diabo (Jo 8.44).

2.3. A porta de entrada de Satanás.
João denuncia que Judas era ladrão. Jesus sabia, mas talvez esperasse que Judas caísse em sie tomasse uma posição quanto àquilo que minava sua vida espiritual (Jo 12.6). É certo que entre os doze deveria surgir o traidor, mas não significava que fosse Judas (Jo 13.21). Mas foi exatamente esse que Satanás conquistou, alimentando sua fútil ganância pelo dinheiro e foi por dinheiro que ele vendeu seu mestre (Mt 26.14-16). É interessante, mas ele vendeu a única pessoa que poderia comprá-lo. Judas jamais permitiu que os ensinamentos de Jesus moldassem seu caráter. Mesmo convivendo diariamente com a verdade, ele conseguia viver de mentira! Mesmo andando com a vida, ele se mantinha morto. Estando ele andando no caminho, ainda assim se desviou dele.

Informe para os alunos que, quando Maria, irmã de Lázaro, derrama um vaso de nardo puro ungindo os pés de Jesus, Judas fica extremamente contrariado e contesta a atitude de Maria. Jesus o repreende porque conhecia o seu coração e a intenção de ambos. Ao condenar Maria, Judas pensava apenas em si mesmo, não nos nobres. Seu discurso traía seu coração. Mais tarde, entregaria Jesus por 30 moedas de prata. O preço da traição foi dez vezes menor que o valor do perfume de Maria. O maior erro de Judas não foi a traição, mas sua incapacidade de reconhecer suas próprias limitações, de aprender com Jesus que os maiores problemas do homem estão na caixa de segredos de sua personalidade. Judas não se perdoou por trair Jesus. Tanto que não achou saída e, ao invés de sincero arrependimento, sentiu remorso. Mostre aos alunos que a palavra de Deus sempre nos ordena escolher a vida e Judas escolheu (Dt 30.19). Porém, jamais se enquadrou nas verdades que essa vida produz. Seu maior problema foi não deixar que a verdade penetrasse e desfizesse todo o mau-caratismo de sua alma pecadora (Mt 12.43, 45). Ele apenas viveu a esfera do sucesso, sem nunca tratar o que lhe traria fracasso.

3. Quando o enganador é enganado.
Durante muito tempo, Judas foi alimentado pelo sucesso de estar ao lado da maior figura em destaque de sua época. Mas não o entendeu, não assimilou Seus ensinamentos e se deixou vencer pela cobiça (Jo 12.6). Porém, ao cair em si e ver o quanto estava errado, Judas ainda poderia ir ao Mestre, mas o peso de sua traição e a acusação do inimigo contra si foi tão grande que a única porta que encontrou para escapar foi a da morte (Mt 27.5; Jo 10.9). 

3.1. O pior negócio da história.
Ludibriado por Satanás, Judas abriu mão da única pessoa que poderia perdoá-lo e ajuda-lo (1Jo 14.6). Judas vendeu Jesus por trinta moedas que jamais usou. Sua ficha só caiu quando as moedas estavam em suas mãos. Ele até tentou desfazer o negócio, pois entendeu que aqueles religiosos eram falsos e enganadores, mas eles pioraram sua situação dizendo: “Que nos importa? Isso é contigo” (Mt 27.4) Satanás age assim. Ele usa pessoas para nos influenciar nas áreas que nos domina e depois, quando erramos, ele usa esse erro para nos envergonhar e nos escravizar.

Mostre aos alunos que o texto diz que Judas se arrependeu (Mt 27.3), mas infelizmente, ele foi buscar abrigo em pessoas que eram piores que el. Ressalte para eles que as aparências podem nos enganar. Judas era apóstolo por fora, mas por dentro era um ladrão. Façamos uma varredura em nossas almas e deixemos Cristo nos transformar. Judas não terminou mal por falta de oportunidade, mas por falta de caráter.

3.2. O prêmio da iniquidade.
Não podemos esquecer que iremos colher o que semeamos, seja bom ou mau (Gl 5.16). Judas recebeu o prêmio de sua insanidade (At 1.17, 18ª). É isso que o inimigo promove na vida daqueles que se deixam seduzir por ele. Não existe recompensa alguma na traição. O galardão da iniquidade é a perda total da moralidade. Judas não ficou com Jesus, não usufruiu o dinheiro e sequer teve apoio dos judeus (Mt 27.3-5).

Informe aos alunos que o único prêmio recebido por Judas foi a morte, a recompensa destinada a todos aqueles que fazem opção pelo pecado (Rm 6.23ª). A Bíblia diz que, caindo do precipício (acredita-se que era mais pesado que o galho, onde tentou se enforcar), rebentou-se ao meio e suas entranhas se derramaram corpo afora (Mt 27.5; At 1.18).

3.3. Um alerta para quem serve a Deus.
Em Provérbios 30.19, Agur nos fala sobre o caminho da cobra na penha. Uma representação de um coração duro (penha – pedra), onde a cobra (Satanás) passeia livremente. A cobra é um animal debilitado de visão e, para se orientar usa a língua como um sensor. Essa saliva deixa um odor que marca o território onde passou. Para retornar, ela se guia por esse odor e, se o local por onde passou estiver limpo, ela jamais encontrará o caminho de volta. Judas foi escolhido por Jesus, mas foi Satanás que entrou em sua vida. Por que? Ele não limpou o terreno de sua alma. Havia nele uma marca de Satanás, a mentira, e foi por aí que Satanás não somente retornou, mas tomou posse dele por inteiro (Mt 12.43, 45).

Esclareça para os alunos que Satanás se acha dono de nosso corpo e mestre em nossas vidas. Observe o que Jesus diz em Mateus 12.43, 45. Ele afirma que o diabo sempre volta pelo mesmo lugar e, ao voltar traz consigo sete espíritos piores que ele, entrando, torna pior a vida de quem é dominado. Todavia, só entrará se a casa estiver desocupada. Não podemos ser omissos quanto a essa verdade. Tomemos o exemplo de Judas, que cuidou de tudo, menos em proteger sua própria vida. Seu coração não esteve reto e sua integridade foi minada pelo diabo.

Conclusão.
O que Judas tanto cobiçou não teve valor algum quando esteve em seu poder. Esta pode ser a surpresa de muitas pessoas que se deixam enredar pelos desvarios da própria alma. Judas começou bem, mas terminou muito mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar.

Questionário.
1. Como Judas se tornou um dos doze discípulos?
R: O seu chamado para o discipulado ainda é obscuro (Mt 10.4).

2. O que levou Judas a trair Jesus?
R: Satanás entrou nele (Lc 22.3).

3. Por qual brecha Satanás penetrou em Judas?
R: Através da cobiça e da ganância por dinheiro (Jo 12.6).

4. O que João afirmou a respeito de Judas?
R: João afirmou que ele era ladrão (Jo 12.6).

5. Qual foi o prêmio de Judas?
R: O prêmio recebido por Judas foi a morte (Rm 6.23a).


Fonte: Revista Jovens e Adultos, professor, 4º trimestre de 2015, ano 25, Nº 97, Maturidade Espiritual.


Lição 5 Relacionamento com pessoas difíceis.



Lição 5 Relacionamento com pessoas difíceis.
01 de novembro de 2015.

Texto do dia
(Rm 12.18)
"Se for possível, quando estiver em vós, tende paz com todos os homens."

Síntese
O dever do cristão é viver em paz com todos, independentemente do credo, etnia e cultura, mesmo que a pessoa seja de difícil convivência.


Agenda de leitura

SEGUNDA - At 7.9,10        Relacionamento de José com seus irmãos
TERÇA - 2Tm 4.14,15        Relacionamento de Paulo com Alexandre
QUARTA - Nm 16-18          Relacionamento de Moisés e Arão contra os insurgentes
QUINTA - At 15.36-39        Relacionamento dos amigos Paulo e Barnabé
SEXTA - 3 Jo 9-11              Relacionamento de João com Diótrofes
SÁBADO -Gn 13.7-12        O relacionamento familiar de Abraão e Ló em conflito

Objetivos
DEFINIR o conceito de "pessoas difíceis";
DESCREVER  as características das pessoas difíceis;
REPENSAR  os relacionamentos com pessoas difíceis.

Interação
A presente lição trata do relacionamento com pessoas difíceis. Esse tipo de pessoa está na igreja, no trabalho, na escola e até mesmo na família. Na sociedade moderna precisamos saber conviver e respeitar as diferenças de ideias, religião e cultura, no entanto, o cristão discerne tudo pela Palavra de Deus. O professor, por exemplo, é um crente difícil de conviver? As pessoas gostam de estar ao seu lado e conviver com você? Essas são perguntas que precisam ser feita antes do início da aula. Assim, leia atentamente a lição, aplicando-a primeiramente à sua vida, e se for necessário mudar, mesmo que isso leve tempo, procure fazê-lo.

Orientação Pedagógica
Professor nessa lição faremos um trabalho muito simples, mas que irá dinamizar o tópico III. No lado esquerdo do quadro, cartaz ou qualquer recurso disponível, você escreverá os subtópicos em três colunas:
(1) Invejosa e Ciumenta;
(2) Opressora e Agressiva;
(3) Murmuradora e Mexeriqueira.
Abaixo de cada um desses três títulos, solicite aos alunos que sugiram nomes de personagens bíblicos que exemplifiquem a respectiva coluna. Por exemplo: (1) Caim; (2) Saul; (3) Miriam. Deste modo, solicite ao aprendente que justifique a inclusão de tal personagem na respectiva coluna. Boa aula!

Texto bíblico
Gênesis 37. 1-8.
1. E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
2. Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.
3. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.
5. Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.
6. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
7. Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho.
8. Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Conviver e relacionar-se com pessoas é uma arte! Exige tato, experiência e cuidado. As pessoas são diferentes de muitos modos, inclusive na forma como gostam de serem tratadas. Talvez uma bajulação faça bem ao ego de uma pessoa, mas outra recebe com desconfiança e desprezo. Há formas universais de tratar alguém. Todos desejam ser tratados com educação, respeito e cordialidade. Todavia, com alguns isto não basta, são necessárias altas dosagens de paciência, tolerância e resignação. É sobre esse tipo de pessoa que certa psicoterapeuta chama de "porco-espinho", e um outro psicólogo conceitua como "gente tóxica", que trataremos nessa lição.

I - O QUE SÃO PESSOAS DIFÍCEIS?

1. Das metáforas ao conceito (Pv 15.18; 16.18,27). A metáfora "porco-espinho" ajuda esclarecer o sentido de "pessoas difíceis". Naturalmente, o porco-espinho é um animal dócil, mas sob ataque, pressão ou cutucado, torna-se uma criatura perigosa, expelindo espinhos que se fixam na musculatura do oponente, gerando dor e inflamação. As figuras coloquiais "fio desencapado" e "pavio curto" expressam semelhante conceito. Trata-se de pessoas cujo relacionamento sempre é delicado e tenso por um lado, e distorcido e conflituoso por outro. É claro que os conflitos fazem parte dos relacionamentos e, considerados positivamente, levam à maturidade emotiva e relacional. Mas o que está em vista aqui é aquela forma irracional que chega às raias do abuso, manipulação e maus-tratos verbais gratuitos. A Bíblia recomenda cuidado no trato com os tais (Pv 22.24,25). 

2. Halitose de personalidade. A "pessoa difícil" de conviver traz um grande custo a si mesma e àqueles que estão em seu entorno. Ela sofre de um mal em sua personalidade que afasta as pessoas. Alguns especialistas chamam isso de "halitose de personalidade". A halitose é responsável pelo mau hálito e, aplicada ao contexto, indica a pessoa que afasta as outras de si por causa de seu comportamento irritante. Falta-lhe aquele "bom cheiro de Cristo" (2 Co 2.14-16) que aguça o caráter e a personalidade e torna a pessoa querida e amada (Ct 1.3). Geralmente esses indivíduos precisam de aconselhamento especializado (Cf. Pv 12.20; 13.10; 8.14-16; Cl 3.16).

3. O que diz a Bíblia. A Bíblia não trata sistematicamente a respeito da convivência com pessoas difíceis, mas traz algumas recomendações e casos onde elas podem ser vistas, entre elas:
a) José e seus irmãos (Gn 37). Movidos pelo ódio e inveja, os irmãos de José fizeram de tudo para tornar sua vida insuportável, a ponto de não falarem mais pacificamente com ele (vv. 4,11) e tramarem sua morte (v.18). Deus fez com que o mal fosse transformado em bênção, mas o processo foi doloroso (At 7.9; Rm 8.28).
b) Davi e Saul (1 Sm 18.6-30). Saul temia o fato de Davi ser bem-sucedido em tudo o que fazia (vv. 14,15,29) e não olhava-o com bons olhos (v.9), razão pela qual tentou matá-lo por diversas vezes (v.11, 17-19). Ele invejava o apreço que todos tinham por Davi, e a inveja tornou-se em ódio (v.30). Não é sem razão que o salmista orava ao Senhor pedindo livramento (Sl 17.8-12).

Pense
Os relacionamentos tornam-se insuportáveis quando a inveja é sua maior medida.

Ponto Importante
A inveja assinala sua presença quando a pessoa não se alegra com o sucesso do outro.

II - CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS DIFÍCEIS

1. Invejosa e ciumenta (Pv 28.22; At 7.9; Tg 3.15; Rm 13.13). A inveja é um sentimento destrutivo provocado pela insatisfação pessoal a respeito da felicidade e sucesso alheio (Pv 14.30). Ela se distingue do ciúme, uma outra obra da carne (Gn 30.1; Rm 13.13; Gl 5.21). A pessoa tem ciúme do que é dela e inveja do que é do outro. O ciumento quer primazia e exclusividade (Nm 11.27-29; Rm 11.11), já o invejoso tende a destruir ou ignorar o que alguém conquistou e a influenciar negativamente as outras pessoas (Gn 4.5; 37.11). A inveja e o ciúme são pecados (Gl 5.20, 21) e opostos ao amor (1 Co 13.4). Na Bíblia são conhecidos Caim (Gn 4.5), os patriarcas (At 7.9), Saul (1 Sm 18.8) e os principais sacerdotes (Mc 15.10), todos, pessoas tóxicas, capazes de oprimir, injuriar, planejar o mal e até cometer assassinatos (Mt 27.18). O justo é advertido a não ter inveja dos ímpios (Sl 37.1; Pv 3.31; 23.17).

2. Opressora e agressiva (Êx 23.9; Lv 19.33; Pv 14.31). O opressor tem um conceito equivocado acerca do poder que exerce. Ele converte a legítima autoridade em opressão e a submissão em pena (Gn 16.6; Êx 1.11; 1 Tm 1.13). Nesses dois versículos, o termo hebraico (‘ānâ) significa "humilhar" (ARA) ou "afligir" (ARC) e, no contexto, refere-se ao sofrimento advindo de uma tarefa difícil de realizar, podendo se estender ao castigo físico (1 Tm 1.13 cf. At 26.9-11). O opressor é autoritário e se favorece de sua função superior para impor sua vontade sobre os outros. Essa suposta superioridade às vezes é condicionada pela cultura (machismo, patriarcalismo, paternalismo), resultando em hostilidade e agressões às mulheres, crianças e indefesos (Sl 10.18; 34.18). O salmista pedia ao Senhor para que o livrasse de gente dessa laia (Sl 72.4; 119.121).

3. Murmuradora e mexiriqueira (Nm 17.5; Dt 1.27; 1 Co 10.10). Um dos termos hebraicos para murmuração (hāgâ) descreve o arrulhar da pomba e o rugir do leão após a captura da presa (Is 38.14; 31.4). A murmuração pode se manifestar sutil e docilmente como o arrulhar da inofensiva pomba, como também manifesta-se perigosa e ameaçadora como o rugir do leão. Em ambas situações ela é perigosa e repreensiva. Tais metáforas descrevem o caráter sutil e ameaçador do murmurador e do mexiriqueiro, o "fofoqueiro". Ambos usam as palavras para provocarem intrigas, rebeliões e para falarem mal do próximo (Êx 15.24; 16.2; Nm 14.2; 16.41; Lv 19.16; Pv 11.13). Segundo a Bíblia, essas pessoas tóxicas espalham veneno pela língua mentirosa (Pv 6.17), e, como flecha, procuram ferir outros disseminando desconfiança (Jr 9.8). O mexeriqueiro é intriguista e bisbilhoteiro. Uma das características desse execrável personagem é revelar os segredos que lhe são confidenciados (Pv 11.13). Seu prazer está em revelar aos outros aquilo que lhe foi transmitido em secreto. Ele gosta de insinuar maliciosamente dúvidas a respeito do cárater, das palavras e atos das pessoas. Ele é tão perigoso à unidade do grupo e à comunhão fraternal que a Bíblia o condena tenazmente: "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo" (Lv 19.16; 2 Co 12.20). Paulo também repreende as mulheres mexeriqueiras na igreja. Elas se intrometiam na vida particular dos irmãos e falavam o que não convinha "de casa em casa" (1 Tm 5.11-13). Disseminavam mentiras, intrigas e dúvidas concernentes à vida dos crentes. No Salmo 101.5, o Senhor é muitíssimo claro: "Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei". É muito difícil se relacionar com tais pessoas (2 Tm 2.17).
Pense
É necessário a paciência de Jó e a perseverança de Jeremias para suportar pessoas tóxicas.

Ponto Importante
Prudência, sabedoria e tolerância são antídotos contra as pessoas difíceis.

III - COMO SE RELACIONAR COM PESSOAS DIFÍCEIS

1. Ninguém é perfeito (2 Cr 6.36; Rm 3.23). Todos, de igual modo, são imperfeitos (Gl 5.19-21), e dependentes da graça de Jesus Cristo para serem pessoas cujo caráter reflita a transformação operada pelo Espírito Santo (Gl 5.22-25). Todavia, cabe também a cada um, que confia na obra transformadora de Cristo, esforçar-se para se tornar uma pessoa melhor, aprofundando e melhorando o caráter, as emoções e os relacionamentos com o outro (Gl 5.26; Ef 4.1-3, 23-32).

2. Não tente transformá-las (Pv 16.2; 18.1; 29.1). Uma pessoa de difícil convivência geralmente é alguém que não sabe dominar a si própria e possui uma visão distorcida de Deus, de si e dos outros (Pv 16.17-21; 14.31). Ela se apega, mesmo sem o saber, a fatores psicológicos de sofrimento e dessassocego: ciúmes (por sentir ameaçado seu objeto de apego, Rm 13.13), rivalidade e competição (por considerar que outros disputam o mesmo objetivo, Pv 17.14), orgulho e vaidade (por considerar-se superior, Pv 16.18). Esses sentimentos são convertidos em atos de ira, agressão, indiferença, manipulação e opressão. É melhor afastar-se (Rm 16.17; Is 2.22; Pv 14.16).

3. Cuide de si, não se esqueça do outro (Lv 19.18; Mt 19.19; 22.39). O jovem deve discernir todas suas ações por meio das Escrituras (Sl 119.9, 105). Ela é um espelho mediante o qual o cristão lê e vê a si mesmo segundo o padrão divino (Tg 1.22-25), e a norma de fé e prática para a vida cristã (2 Tm 3.16,17). Deste modo, cuide de si, mas não se esqueça do outro (2 Tm 2.1, 22-26; 3.14; 4.5). Cuidar de si é uma condição indispensável para cuidar do outro. Desejar o melhor para si mesmo, no entanto, não significa desejar o pior para o próximo. Para os gregos o cuidar de si (epimeleia heautou) designava um conjunto de ocupações desenvolvidas pelo indivíduo numa relação consigo mesmo (estudo, meditação, exercícios físicos). Ao mesmo tempo, essa atenção às necessidades individuais era uma atividade social e, com isto, um cuidado com o outro (epimeleia ton allon) que se manifestava na ética cristã que ensina: "E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também (Lc 6.31).

Pense
A obra do Espírito Santo transforma pessoas difíceis em pessoas dóceis.

Ponto Importante
Qualquer pessoa pode ter seu momento de "pessoa tóxica", portanto, vigie.

"Cuidar de si é uma condição indispensável para cuidar do outro. Desejar o melhor para si mesmo, no entanto, não significa desejar o pior para o próximo."


SUBSÍDIOI

"Fique Atento para o Triângulo do Crítico
Alguns críticos expressam suas queixas de maneiras claramente destrutivas.
Em vez de criticá-lo frente a frente, eles se queixam de você para outras pessoas, criando um triângulo de três pessoas que se tornam envolvidas no processo crítico. De modo muito semelhante aos "fofoqueiros," esses críticos analisam o seu desempenho na frente dos seus colegas quando você não está presente. Normalmente, você conseguirá detectar esses críticos pelas observações que eles fazem sobre as outras pessoas quando estão na sua companhia. Você pode baixar a sua guarda porque essas pessoas fazem com que você se sinta um dos seus confidentes mais íntimos. A verdade é que você, junto com quase todos os demais, não passa de mais um alvo das suas críticas. Quando estiver com esse tipo de crítico, abaixe-se e seja rápido.
Conheça o seu Crítico mais Mordaz... e Aceite a sua Graça
O nosso maior e mais severo crítico é alguém que nos conhece muito de perto: Deus. Ele conhece todas as coisas. Na cruz, o dedo acusador de Deus, que certa vez esteve apontado para nós, transformou-se em uma mão aberta que, agora, estendia-se em nossa direção. O nosso Juiz se tornou o nosso Salvador. O nosso maior crítico se transformou no nosso Melhor Amigo" (PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1.ed. Rio de Janeiro CPAD, 2014).

SUBSÍDIOII

 "A anatomia de um desmancha-prazer
Os 'desmancha-prazeres' são automaticamente negativos acerca de tudo o que lhe provoca empolgação. Se você recebe um aumento, eles sempre acham que não foi o suficiente. Se você vence uma competição, eles ficam decepcionados com o prêmio. Se você atinge alguma meta, eles não a reconhecem. A natureza negativa dos desmancha-prazeres, entretanto, é composta de vários traços específicos. Eles são cínicos, pessimistas, depreciativos, desanimadores, insatisfeitos, melancólicos, estagnantes, rejeitadores e contaminantes.
Cínicos
Harry Emerson Fosdick, um ministro influente no começo do século XX, fez uma observação interessante: 'Observe em quais temas as pessoas se comportam de forma cínica, e você, normalmente, descobrirá quais são as suas carências'. Isto, seguramente, é verdadeiro no que diz respeito aos desmancha-prazeres. O cinismo corre nas suas veias, e mesmo que ele esteja disfarçado em contemplação meditativa, sempre é uma farpa enrustida que visa atacar as qualidades da outra pessoa que lhe provocam inveja"(PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1.ed. Rio de Janeiro CPAD, 2014).

ESTANTE DO PROFESSOR

PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1.ed. Rio de Janeiro CPAD, 2014.
BUENO, Telma. Boas Ideias para Professores de Educação Cristã.  1.ed. Rio de Janeiro CPAD, 2015.

CONCLUSÃO
O Espírito Santo pode transformar uma pessoa difícil em pessoa dócil (At 9). Portanto, o jovem deve orar ao Senhor e agir prudente e sabiamente para contruir relacionamentos saudáveis, mesmo com pessoas difíceis.


Hora da revisão.

Defina pessoas difíceis.
Trata-se de pessoas cujo relacionamento sempre é delicado e tenso por um lado, e distorcido e conflituoso por outro.

O que é "halitose da personalidade"?
Indica a pessoa que afasta as outras de si por causa de seu comportamento irritante.

Cite duas características das pessoas difíceis.
Invejosa e ciumenta.

Quais são os fatores psicológicos destrutivos aos quais as pessoas difíceis se apegam?
Ciúmes, rivalidade, orgulho e vaidade.

O que as Escrituras são para a vida prática e diária do jovem?
Um espelho mediante o qual o cristão lê e vê a si mesmo segundo o padrão divino, e a norma de fé e prática para a vida cristã.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 4º trimestre 2015.