segunda-feira, 29 de maio de 2017

Lição 10 AS DUAS PORTAS E OS DOIS CAMINHOS



Lição 10 AS DUAS PORTAS E OS DOIS CAMINHOS
04/06/2017

Texto do dia.
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim."
(Jo 14.6)

Síntese
Seguir o fluxo é o comportamento normal e corriqueiro, porém, o discípulo é convidado a tomar o caminho da justiça do Reino.

Agenda de leitura
Segunda - Dt 11.26-28
A bênção e a maldição
Terça - Dt 30.11-20
A vida e o bem, a morte e o mal
Quarta - Sl 1.6
O caminho dos justos e o caminho dos ímpios 
Quinta - Sl 119.29,30
O caminho da falsidade e o caminho da verdade
Sexta - Jr 21.8
O caminho da vida e o caminho da morte
Sábado - Lc 13.24
A porta estreita

Objetivos
INTERPRETAR as metáforas apresentadas por Jesus;
REAFIRMAR que a "opção" é apenas em relação à porta estreita;
EXPERIMENTAR a realidade, da porta estreita e do caminho apertado, colocada por Jesus.

Interação
O tempo atual não comporta a ideia de as coisas não darem certo. O pensamento corrente é que servir a Deus significar blindar-se ou proteger-se de todo e qualquer tipo de problema. Contudo, o caminho feito por Jesus Cristo evidencia uma trajetória que nenhuma semelhança tem com a época de hoje e a expectativa messiânica daquele tempo. Por mais que se queira romantizar, a vida cristã implica o esforço de seguir a Cristo, tomando decisões que leva o crente a fazer o mesmo caminho que o Salvador fez. Não apenas o caminho é apertado, mas a própria porta, que leva a este caminho, é estreita. Portanto, caminhar com o Mestre é estar disposto a entrar pela porta estreita. E a dificuldade não estará apenas na decisão de entrar por esta porta, mas durará por todo o caminho, pois "larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela". A salvação não é uma conquista particular de quem quer que seja, pois foi conquistada na cruz por Cristo, mas a decisão de adentrar a porta da salvação, e a permanência no "caminho que leva à vida", são de nossa livre e espontânea vontade e, por isso mesmo, "poucos há que a encontrem".    

Orientação Pedagógica
Antes de realizar qualquer tipo de atividade, observe bem sua classe e verifique se a sugestão desta orientação pedagógica se adéqua a sua realidade, pois a intenção é facilitar o aprendizado e não causar constrangimento. Pergunte para a classe se alguém já teve de fazer dieta. Privar-se daquilo que o paladar queria, mas que por uma questão de orientação médica não podia comer. Se a pessoa quiser, peça para ela relatar o quanto foi difícil passar por esse período. Questione se alguém, por decisão própria, e por sentir-se cansado, acima do peso, com problema de saúde ou mesmo incomodado com o tamanho do manequim que usava em relação ao número que passou a usar, e que por isso fez alguma vez um regime, privando-se de fast-foods e outros alimentos calóricos para emagrecer. Veja se, além disso, a pessoa não teve igualmente de desenvolver hábitos saudáveis, mudando radicalmente a alimentação e praticando atividades físicas. Se a pessoa não se sentir constrangida (e nem provocar algum constrangimento em terceiros), e quiser relatar sua experiência, ela servirá de parâmetro para demonstrar o quão difícil é tomar uma decisão e nela perseverar para que os bons resultados atingidos não regridam.

Texto bíblico
Mateus 7.13,14
13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Encaminhando-se para o final do Sermão do Monte, o Mestre agora inicia seu apelo e desafio à escolha da justiça do Reino (Mt 7.13-27). Trata-se de um momento decisivo, pois Jesus Cristo não convida as pessoas para se reunir em torno dEle e, posteriormente, em seu nome a fim de discutir, teoricamente, o que foi ensinado. O convite é à prática, e isso ninguém pode fazer por outro, antes é uma decisão individual que interpela a uma ou a outra opção, sem meio-termo, pois essa possibilidade não existe (Jo 14.6).

I - A METÁFORA DA PORTA E DO CAMINHO

1. Uma metáfora conhecida. Desde os tempos do Antigo Pacto, a imagem dos dois caminhos é muito conhecida (Dt 11.26,28; 30.11-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Trata-se de um recurso linguístico apropriado para se demonstrar a impossibilidade de se andar, simultaneamente, nos dois caminhos, ou de se pensar que possa existir um "terceiro caminho". O raciocínio é simples, se o caminhante está em um não pode, automaticamente, estar no outro. O uso do plural também é recorrente e abundante, mas de igual forma, há caminhos do Senhor e há caminhos da perdição, isto é, existem apenas dois tipos de caminho (Dt 8.6; 10.12; 19.9; 26.17; 28.9; 32.4; Jz 2.19; 5.6; 1 Rs 15.26; 2 Rs 17.13 etc.).

2. A metáfora da porta. O Mestre utilizou a metáfora da porta para dizer aos seus discípulos que Ele era a "porta das ovelhas" (Jo 10.7) e reiterou: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (Jo 10.9). A indicação é oportuna, sobretudo, se nos lembrarmos da lição passada que falou acerca de "bater" (Mt 7.7,8). Só se bate em uma porta, e essa porta que abre passagem para outra realidade, é o próprio Mestre e não algum conhecimento teórico de que alguns se acham proprietários (Lc 11.52). Quem se dirige a essa "Porta", certamente encontrará a liberdade que procura (Jo 10.9). 

3. A metáfora do caminho. Jesus igualmente ensinou que Ele era o Caminho (Jo 14.6). O Mestre é a porta e o caminho que conduz ao Pai. Não existe qualquer subterfúgio ou atalho, é preciso comprometer-se em entrar por Ele, caminhar nEle e assim permanecer até o destino final (Mt 24.13).

Pense
Diante da verdade de que só há dois caminhos, você saberia dizer em qual deles você está?

Ponto Importante
Como porta e caminho de acesso a Deus, Jesus está à disposição de todos que quiserem aceitá-lo, pois Ele não é propriedade de ninguém.

II - A PORTA LARGA E O CAMINHO DA PERDIÇÃO

1. A opção pela porta estreita. Antes de apresentar a porta larga e ao que conduz o caminho espaçoso, o Mestre convida os discípulos a entrar "pela porta estreita" (v.13). Por quê?

2. Porta larga e caminho espaçoso. Sob qualquer ângulo que se analisar, é muito mais fácil que, entre uma porta larga e outra estreita e entre um caminho espaçoso e outro apertado, o caminhante opte pelos primeiros (v.13). O "normal" é seguir a multidão que, pelo próprio "tamanho" da porta e a largueza do caminho, é a maioria. No ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu legalismo, era incomparavelmente mais "fácil" de seguir que a justiça do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52). 

3. O destino final da porta larga e do caminho espaçoso. Não obstante, serem a porta larga e o caminho espaçoso mais convidativos, o destino final de ambos é trágico, pois "conduz à perdição" (v.13). Muitos, porém, ignorando o destino, valorizam a facilidade do trajeto. Isso porque, no momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação popular acaba falando mais alto. Todavia, ao final a perdição será eterna (Lc 12.4-12 cf. Mt 10.16-30).

Pense
Entre uma porta estreita e outra larga, e entre um caminho espaçoso e outro apertado, quais são os mais fáceis de serem aceitos?

Ponto Importante
Considerando a estimativa de vida de uma pessoa, parece ser mais "fácil" decidir optar por ter "facilidades" nesta vida em relação a vida eterna. 

III - A PORTA ESTREITA E O CAMINHO DA VIDA

1. A conformidade com a porta larga e o caminho espaçoso. O convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida leva as pessoas a seguirem pelo rumo mais fácil. Neste caso, o da porta larga e do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais bem popular (v.13).

2. Porta estreita e caminho apertado. São poucos os que decidem por entrar pela porta estreita e andar pelo caminho apertado (v.14). A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante (Mt 5.20; Lc 14.25-27,33; Jo 15.18-21; 16.1-3, etc.). Em outras palavras, abrir mão de seguir o fluxo para tornar-se discípulo exige uma decisão radical.

3. A vida plena como destino final dos que são discípulos. Como o próprio caminho e também a vida (Jo 14.6), Cristo promete vida em abundância (Jo 10.10). Tal vida inicia-se aqui e prolonga-se até a eternidade (Jo 4.13,14). Por isso, o discípulo é informado acerca dos percalços que certamente serão encontrados durante o trajeto. Nesse caso, não há uma negação mágica prometida pela religiosidade retributiva, onde o certo é feito para se obter o bem e o errado evitado apenas para não se atrair o mal. Na perspectiva da justiça do Reino, o bem é realizado sem que haja nenhuma expectativa de retorno ou reciprocidade, mas sim porque a nova natureza leva-nos a agir assim (Mt 5.13-16). Só é possível viver dessa forma sob a égide do Reino (Mc 8.34-38; Lc 9.23-26).

Pense
Embora seja a opção mais difícil, entrar pela porta estreita e andar no caminho apertado, é uma decisão consciente e radical. Você já a fez?

Ponto Importante
O caminho feito por Jesus Cristo - da rejeição popular e da aceitação e aprovação divinas - é o caminho que o discípulo deve também trilhar.

A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante.

SUBSÍDIO 1
"Entrai pela porta estreita (7.13,14)
A imagem fica mais clara no texto original. Devemos escolher entre dois caminhos. Um caminho é 'apertado' ou 'difícil' (tehlimmene, não 'estreito'), e a porta a que ele leva é 'estreita' (stene). Assim, poucos o escolhem. Por outro lado, multidões fluem ao caminho que parece mais espaçoso e fácil, que leva a uma porta larga e de fácil entrada. Aqui, como sempre, as multidões estão erradas, pois é o caminho difícil e a porta estreita que levam à vida.
Se parece fácil, e é popular entre a multidão, é provavelmente a escolha errada" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p.33).
"Dois Caminhos (7.13,14). A ideia de dois caminhos é familiar no Antigo Testamento (cf. Sl 1; Jr 21.8). Mas Jesus chamou a atenção para as portas. Estreita (13); a mesma palavra do versículo 14. A tradução literal é 'apertada'. O termo grego para larga significa 'espaçosa'. O 'cristianismo do caminho largo' não levará ninguém para o céu. Este é um pensamento solene que Jesus declarou; poucos encontrariam o caminho que leva à vida" (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.68-69).

SUBSÍDIO 2
"Dois Caminhos: O Largo e o Estreito (7.13,14).
O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8, 2 Enoque 30.15; Testamento de Aser 1.3,5; 4 Esdras 7.1-9; Didaquê 1.1; 5.1; Normas da Comunidade 3.20,21). Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o 'caminho da luz' e o 'caminho das trevas'. Jesus, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).

ESTANTE DO PROFESSOR
Bíblia de Estudo Palavra-Chave. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD.

CONCLUSÃO
A mensagem do Mestre é clara e não permite devaneios linguísticos, quem quiser segui-lo o fará através da passagem por uma porta estreita e da permanência em andar em um caminho apertado. Já em seu tempo, relata-nos João em seu Evangelho, que "apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga" (Jo 12.42). Na verdade, informa-nos ainda o apóstolo do amor, tais pessoas não assumiram a fé no Mestre, "porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (Jo 12.43).

Hora da revisão

Muitas vezes Jesus ensinava através de figuras de linguagem. Ele se exemplificou como várias coisas em algumas oportunidades. Fale sobre as duas do tópico I.
A porta e o caminho.

No ensinamento de Jesus, o que significava as metáforas da porta larga e do caminho espaçoso? 
No ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu legalismo, era incomparavelmente mais "fácil" de seguir que a justiça do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52).

Por que é mais fácil adentrar a porta larga e andar no caminho espaçoso?
Porque no momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação popular acaba falando mais alto.

O convite de Jesus se dá apenas em relação à porta estreita. Por quê?
O convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida leva as pessoas a seguirem pelo rumo que for mais fácil, neste caso, o da porta larga e do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais numeroso e bem popular (v.13).

Na perspectiva do Reino, o que significam as metáforas da porta estreita e do caminho apertado?
Estar em Jesus e andar na presença dEle.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, O Sermão do Monte – A Justiça sob a Ótica de Jesus, Comentarista César Moisés Carvalho, 2º trimestre 2017.

Lição 10 O profeta desce a casa do Oleiro.



Lição 10 O profeta desce a casa do Oleiro.
4 de Junho de 2017

Texto Áureo
Jeremias 18.2
“Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras”.

Verdade Aplicada
Não era somente Jeremias que deveria descer até a casa do oleiro. O povo precisava aprender sobre quem era Deus e os planos que tinha para a nação.

Objetivos da Lição
Mostrar que bom é ouvir o Senhor;
Explicar que estamos na mão do melhor oleiro;
Mostrar aos alunos que temos que descer para subir.

Glossário
Acomodação: Ato de acomodar; adaptação; conforto; comodidade;
Interpelar: Interromper quem fala, perturbar por súbito apelo; intimar;
Suntuoso: Que custou muito dinheiro; luxuoso, magnificente, pomposo.

Leituras complementares
Segunda Jr 18.7
Terça Jr 18.8
Quarta Jr 18.9
Quinta Jr 18.10
Sexta Jr 18.11
Sábado Jr 18.12

Textos de Referência.
Jeremias 18.2-6.
2 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
3 E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas.
4 Como o vaso, que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer.
5 Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

Hinos sugeridos.
400, 432, 440

Motivo de Oração
Ore para que os pais consigam ensinar ainda mais sobre Deus para os filhos.

Esboço da Lição
Introdução
1. O Grande Oleiro está aperfeiçoando o Seu povo.
2. E preciso descer na presença de Deus.
3. É preciso levantar e despertar.
Conclusão

Introdução
Somos vasos feitos pelos oleiro (Deus). Ainda que a nossa vida tenha sido quebrada por desilusões, frustrações, temores e aflições, Deus está disposto a nos restaurar e fazer de cada um de nós um vaso novo.

1. O grande Oleiro está aperfeiçoando o Seu povo.
O Senhor Deus utiliza uma parábola para ilustrar o Seu agir em relação ao Seu povo. Assim como o oleiro é capaz de continuar trabalhando com o material, mesmo que o vaso tenha se quebrado, também o Grande Oleiro poderia restaurar a nação de Israel, caso se arrependesse (Jr 18.6-8).

1.1. Jeremias desce à casa do oleiro.
Deus deu duas ordens ao profeta Jeremias: “Levanta-te e desce” (Jr 18.2). Levantar-se é tomar uma posição é se colocar na maneira correta que o Senhor quer. Para fazer a Sua obra não pode ser de qualquer jeito (Jr 48.10). Existem muitos irmãos que até querem fazer a vontade de Deus, mas não querem se colocar na posição que o Senhor orienta. A obra de Deus deve ser feita como Ele quer! Alguns até ficam abatidos e põem-se a chorar e lamentar como Jeremias (Lm 3.49). Mas a ordem de Deus para ele foi: “Levanta-te e desce”! Quer ser abençoado? Levante a cabeça e desça na presença do Senhor.

Em toda a narrativa da humanidade, o homem sempre quer estar por cima dos outros. Seu desejo é ter sucesso, importância, fama, dinheiro status. Tudo isso as pessoas procuram, todo mundo quer ascender na vida! Para nós, cristãos que quer ser vitorioso na caminhada neste mundo, progredir como membro do Corpo de Cristo e crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, o único caminho é a submissão. Para subir, primeiro tem que descer! Descer significa: se quebrantar diante do Senhor de Israel, reconhecer que nada somos e que Deus é tudo. É estar afetuoso à voz de Deus.

1.2. O povo de Deus tem que ser paciente.
Um dos aprendizados do profeta Jeremias na casa do oleiro foi o exercício da paciência. Nos dias atuais, a paciência é um artigo de luxo, uma vez que é pouco utilizada. O vaso quebrou na mão do oleiro. Ele não reclamou, mas tornou a fazer outro vaso com a mesma alegria (Jr 18.4). Enquanto o povo de Deus estiver na terra, ele está sendo aperfeiçoado continuamente. Este aperfeiçoamento passa, às vezes, pela disciplina, quebrantamento e provação (1Pe 5.10; Fp 1.6).

Quando o assunto é paciência, nossos olhos incidem sobre a figura de Jó (Jó 6.11). Embora nem todos conheçam os aspectos da vida desse personagem bíblico, sua vida foi admirável e de plena confiança na providência divina. Jó em meio a toda provação não se desesperou, prosseguiu a depositar todo o seu amor em Deus e sua esperança na misericórdia dEle. Por isso, foi ressarcido. O Senhor lhe devolveu em dobro tudo o que ele havia perdido É a paciência que nos permite confiar sempre na soberania de Deus (Tg 5.10-11).

1.3. Deus pode contar conosco?
O Senhor está nos observando! É na submissão a Ele que está a nossa vitória. Necessitamos fazer a vontade do Senhor, mesmo que não a compreendamos, assim como fez o profeta Jeremias. Ele poderia ter discutido sobre o que iria aprender com o oleiro, mas não fez isso. Pelo contrário, ele atendeu à ordem do Senhor sem interpelar e lá pôde ouvir a voz do Eterno Deus (Jr 18.5). Se Deus nos deu uma missão, não tardemos em cumpri-la e, assim assistiremos o agir de Deus em nossas vidas!

Jeremias não poderia estar no mesmo nível espiritual do resto do povo de Israel. Ele precisava ser diferente dos outros para tal missão. Deus contou com Ester para que o rei tivesse compaixão do Seu povo. Deus chamou Moisés para libertar o povo do Egito. Deus levantou Davi para governar o Seu povo. Deus escolheu Paulo para plantar Suas igrejas na terra. Assim como Deus contou com estes homens e mulheres, Ele conta conosco para realizarmos a Sua obra.

2. É preciso descer na presença de Deus.
A segunda ordem do Senhor ao profeta Jeremias foi: “desce” (Jr 18.2). Descer significa se humilhar diante do Senhor, reconhecer que nada somos e que Deus é tudo. É estar sensível à voz de Deus. Essa é a parte mais complicada, porque, para o cristão subir, ele tem que descer. É na humildade que está a vitória. Podemos descer na presença do Senhor de várias maneiras, tais como jejum, adoração e oração (Sl 145.18-19). O Senhor humilha os exaltados, mas exalta os humilhados (Tg 4.6).

2.1. José teve que descer para subir.
José, o filho mais novo de Jacó, foi lançado por seus irmãos em um poço, porque eles invejavam o carinho que seu pai apresentava por ele (Gn 37.24). Depois de ser atirado neste poço, ele é vendido como escravo e lançado em uma prisão, até ser exaltado por Deus como o segundo homem mais poderoso do Egito, a grande potência da época (Gn 41.38, 45).

O Senhor ouve as nossas orações, até mesmo se estivermos na mais profunda cova (Lm 3.55, 57). Em geral, quando pensamos em cova, nos vem à memória morte, sepultura, dor e provação. Os irmãos de Jose´, movidos por uma inveja descabida, queriam mata-lo. Entretanto, Deus usou a cova para abençoar a vida de José. A inveja dos irmãos de José fez com que eles o comercializassem como escravo para o Egito (Gn 37.18, 28). Nós temos uma visão muito restrita do presente e do passado. Por outro lado, Deus tem uma visão plena de tudo. Nossa visão é imperfeita. Ele faz com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que o amam (Rm 8.28). Deus estava preparando José para ser o segundo homem mais importante da terra e, assim, livrar mais tarde o seu próprio povo da fome, para que a promessa de Deus a Abraão se cumprisse, de ser uma nação tão numerosa quanto as estrelas do céu (Gn 15.5).

2.2. Paulo, o homem que caiu para esse mundo e suas tolas convicções.
Paulo precisou cair em terra para ouvir a voz do Senhor. Todavia, sua visão se abriu para ver o mundo sob nova perspectiva. O que é mais marcante nesta narrativa é que o próprio Jesus, a quem ele tanto perseguia, lhe diz: “Saulo Saulo, por que me persegues”? (At 9.4). Neste momento, este homem tem a sua vida transformada de uma maneira tão intensa que o grande perseguidor de cristãos se torna perseguido devido a intensidade de suas pregações.

Deus conhecia Paulo e o separou para ser um vaso em Suas mãos. Depois que Paulo caiu por terra, ao ouvir a doce voz do Senhor falando com ele, nunca mais foi o mesmo. Passou por diversas provações, mas sempre levantava a cabeça e ia adiante, pois tinha a certeza que Deus estava com ele. Tornou-se, sem dúvida alguma, um grande missionário e plantador de igrejas.

2.3. Zaqueu, o homem que não foi mais o mesmo.
Descer é colocar-se dependente e submisso a Jesus, isto é, aprender com o Mestre, que, sendo de condição divina, se fez um de nós (1Co 5.21). Os impostos cobrados por Zaqueu eram direcionados para o imperador romano. Os judeus tinham que pagar pesados tributos por intermédio destes cobradores, que eram odiados por fazerem este tipo de serviço, considerado sujo, para Roma. Entretanto, Jesus levanta o olhar e diz: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa”. (LC 19.5). Jesus, embora fosse judeu como os demais, apresentava algo a mais, como amor, compaixão, piedade, etc. Este encontro mudou a vida de Zaqueu. Ele nunca mais foi o mesmo depois deste momento.

Quando adentra em nossos corações, Jesus transforma toda nossa história. Assim foi com Zaqueu. Este homem queria ver Jesus, não se importando se alguém iria achar vergonhoso que um homem como ele subisse em uma árvore no meio da rua, como se fosse uma criança. O que lhe importava naquele momento era ver Jesus. Zaqueu nunca mais foi o mesmo. Ele passou a ser atraído pelo amor de Cristo.

3. É preciso levantar e despertar.
O profeta Jeremias precisou tomar uma atitude, isto é, se preparar, sair de um estado de acomodação, colocar-se na posição que Deus queria, para fazer a Sua vontade. Não devemos estar apenas na igreja, é preciso estar nas mãos do oleiro. O eterno Deus quer ser o oleiro que modelará nossas vidas. Por isso Ele falou: “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro”? (Jr 18.6). Imediatamente, o profeta Jeremias se levanta, sai da posição de inércia, desce à casa do oleiro e lá o Senhor palestra com ele. Deus está requerendo de nós que marchemos em Sua obra para Ele palestrar com cada um de nós.

3.1. A casa do oleiro.
Como o barro estava na mão do oleiro, assim estava o povo de Israel na mão de Deus (Jr 18.6). A casa do oleiro é um lugar de aprendizado. O Senhor nos transmite duas lindas lições importantíssimas na casa do oleiro. A primeira é que na casa do oleiro é lugar de ouvir a voz de Deus. Ao escutarmos a Palavra do Senhor, nosso caráter é moldado e transformado, aproximando-nos mais de Deus. A segunda lição que aprendemos é que a casa do oleiro é um local onde aprendemos ser humildes. Lá aprendemos a abandonar o nosso egoísmo, pois afinal, somos todos irmãos. É o lugar onde, ao chegarmos, nos ajoelhamos em sinal de humilhação. Então, que possamos descer todos os dias à casa do oleiro para o Senhor falar conosco e moldar nosso caráter.

O oleiro que Jeremias observou representava o próprio Deus, cuidadoso e bondoso, que nos aprimora em nossa timidez e anseia ter um relacionamento familiar conosco. Deus, o nosso oleiro, mesmo com toda Sua força e poder, escolheu amar um “objeto” tão frágil e cheio de limitações, que somos nós. Se abandonados à nossa própria sorte, somos como o barro, sem vida e sem forma. Deus é o oleiro que toma esse barro, trabalha nele e o modela segundo o Seu desejo. O barro é totalmente dependente nas mãos do oleiro. Ele fica no formato que o oleiro deseja. O oleiro é especialista em fazer do barro o que lhe agrada. Foi o Senhor quem nos fez e nos desenhou. Ele é quem nos molda segundo o Seu querer e para os propósitos imperantes da Sua vontade.

3.2. Um vaso na mão do oleiro.
A definição da palavra oleiro nada mais é do que aquele que produz objetos de barro, entre eles, o vaso. A quebra do vaso tinha o intuito de alertar o povo de Israel de seus graves pecados (Jr 18.4). Representava o julgamento da nação de Israel. Judá estava passando de vaso de honra para vaso de desonra e, por fim, seria destruído (2Tm 2.20-21). Assim, como vaso de honra, sejamos dependentes do oleiro (Deus), sabendo que a força, o poder e o tempo estão em Suas mãos. Que possamos refletir que tipo de vaso estamos sendo na mão do Senhor! Vasos de honra ou vasos de desonra?

O vaso é uma obra de arte do oleiro. Nós também somos uma obra de arte, moldados pelo melhor oleiro que é o Senhor. O oleiro, com seu treinamento e calma, molda o barro, que, na roda do oleiro, é inteiramente submisso dEle. Quando está dando forma ao vaso e por algum acidente ele quebra, o oleiro torna a unir a massa e com toda paciência faz outro vaso, ainda melhor que o primeiro. Ele jamais abandona o vaso fragmentado em suas mãos. Deus jamais nos abandona, mesmo quando estamos quebrados pelos problemas desta vida. Devemos sempre ser vasos de honra nas mãos do Senhor.

3.3. As fases do barro.
O barro passa por algumas fases na mão do oleiro. São elas: fase da escolha, fase do curtimento, fase do pisamento, fase dos acréscimos e, por fim, a fase do molde. O ensinamento que fica para nós nestas fases é que, se quisermos ver vasos de honra, devemos aprender com as adversidades na caminhada da vida. O barro demonstra como devemos estar nas mãos do Senhor Deus faz com que o barro seja amolecido. Amassa-o, molda-o e depois o leva ao fogo. Então, depois dessa arte, surge um vaso suntuoso, proveitoso e valioso. Surge um vaso de honra!

O barro em seu estado seco, não serve para ser manipulado pelo oleiro. Existe todo um processo de recolhimento até a mistura com água e ser pisado, até sair todas as bolhas de ar, para não enfraquecer na fora de ir ao forno. Após passar por todo este processo, o barro enfim, se torna mais resistente, estando pronto para ser modelado e pintado.

Conclusão.
Nesta lição, a qual estudamos sobre o oleiro, aprendemos mais sobre a soberania do Senhor Deus no processo de moldagem e restauração dos vasos. Ele reconstrói até o que se destrói e que o mais importante não é o barro, mas as mãos que estão nele.

Questionário.
1. Quais as duas ordens que Deus deu a Jeremias?
R: Levantar-se e descer (Jr 18.2).

2. Qual foi um dos aprendizados do profeta Jeremias na casa do oleiro?
R: O exercício da paciência (Jr 18.4).

3. Como podemos descer na presença do Senhor?
R: Através do jejum, adoração e oração (Sl 145.18-19).

4. Cite duas pessoas que tiveram que descer para poder se achegar a Cristo?
R: Paulo e Zaqueu (Lc 19.5).

5. Qual era o intuito da quebra do vaso?
R: Alertar o povo de Israel de seus graves pecados (Jr 18.4).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Jeremias – Deus convoca Seu povo ao arrependimento, Jovens e Adultos, edição do professor, 2º trimestre de 2017, ano 27, Nº 103, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.