segunda-feira, 26 de junho de 2017

Lição 01 A tarefa de testemunhar Cristo.



Lição 01 A tarefa de testemunhar Cristo.
02 de julho de 2017

Texto Áureo
Atos 1.8
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

Verdade Aplicada
A Palavra de Deus jamais volta vazia. Evangelizar é testemunhar acerca de Cristo, anunciando o plano divino de salvação.

Objetivos da Lição
Ensinar sobre o evangelismo e a responsabilidade de cada cristão;
Mostrar a necessidade de evangelizar urgentemente;
Apresentar as qualidades de um bom evangelizador.

Glossário
Ênfase: Importância dada a um assunto;
Incumbência: Encargo, missão, obrigação;
Repentina: Que surge ou ocorre de súbito; inesperado.

Leituras complementares
Segunda Pv 11.30
Terça Pv 24.11
Quarta Mt 28.18-20
Quinta Jo 4.34
Sexta Jo 9.4
Sábado Jo 13.15

Textos de Referência.
Marcos 16.15-19
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
18 Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.

Hinos sugeridos.
149, 409, 430.

Motivo de Oração
Ore para que mais pessoas conheçam a Jesus Cristo.

Esboço da Lição
Introdução
1. O evangelismo e sua essência.
2. Por que devemos evangelizar?
3. O perfil de um bom evangelizador.
Conclusão

Introdução
As últimas palavras de Jesus, após a ressurreição e antes da ascensão, enfatizam a responsabilidade de Seus discípulos na continuação de Sua obra, isto é, alcançando todos os povos “até os confins da terra” (At 1.8; Mt 28.18-20).

1. O evangelismo e sua essência.
A tarefa de evangelizar se baseia no plano de Deus em alcançar toda a humanidade e na ordem de Jesus Cristo. Assim, nossa motivação deve ser a glória de Deus, por ser o Criador e Senhor de todas as coisas. E também por ser uma questão de obediência (Mt 28.18-20). O ide de Jesus é para todos, indistintamente (At 1,8).

1.1. A vital importância do evangelismo.
Não existe algo mais gratificante para ser um humano do que participar na recuperação ou transformação de alguém. Como servos de Deus, existe um gozo inexplicável em conduzir uma alma aos pés de Cristo. Essa é uma experiência sem par. Além de ser uma grande honra, a tarefa de evangelizar é para o salvo como uma respiração. Foi para isso que Cristo nos nomeou (Jo 15.16). A tarefa de ganhar almas não se aplica somente aos pastores, mas a todos. Enquanto muitos cristãos deleitam-se nos cultos comodamente, a seara cresce e o ide aos perdidos não é concluído (Mc 16.15; Jo 4.35).

O mundo vive uma intensa batalha no mundo espiritual. A intenção do inimigo é sempre lançar a incredulidade e cegueira para que os perdidos não alcancem a salvação (2Co 4.3; 10.4). O Evangelho é luz para esse mundo de trevas, é a chave que liberta o oprimido das garras de Satanás. Se não pregarmos, eles não poderão ser salvos. Por isso, a vital importância de evangelizarmos (Rm 10.14).

1.2. O alcance do evangelismo.
A igreja não está limitada ao espaço físico do templo. Por esse motivo, o evangelismo é indispensável (At 5,42; 8.4). A pregação, num culto público, nem sempre alcança a necessidade de todos os ouvintes. Cada pessoa no culto possui problemas espirituais diferentes. O evangelismo pessoal proporciona oportunidade para a pessoa evangelizada abrir seu coração, expor suas dúvidas e ser esclarecida acerca de Cristo e do plano da salvação. A ordem é ir até as pessoas e lhes anunciar a salvação (Rm 10.14). A Igreja Primitiva cresceu porque seus membros compreendiam a necessidade de testemunhar acerca de Cristo (At 2.44-47). A Bíblia diz que é sábio o que ganha almas (Pv 11.30).

O evangelismo promove o crescimento da Igreja. A semeadura da Palavra de Deus é importante e necessária, não somente para o crescimento da Igreja, mas também para nos trazer experiências e nos mostrar como a Palavra de Deus é poderosa quando anunciamos com amor e na virtude do Espírito Santo (At 4.4; 5.14). A evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada cristão pode e deve ser um ganhador de almas.

1.3. Evangelizar é falar do sacrifício de Cristo.
A vontade de Deus é que nenhum homem se perca. Mas que venha ao conhecimento da verdade (2Pe 3.9). Deus mostrou Seu amor para com a humanidade enviando a Jesus Cristo para salvá-la. É preciso que toda a humanidade conheça o motivo da vinda de Jesus Cristo e o significado de Sua morte, ressurreição e ascensão (Jo 3.16; Lc 19.10). É por esse motivo que devemos anunciar a todos os povos, línguas e nações que Jesus Cristo não somente morreu por nossos pecados, mas nos deu a oportunidade de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1,12). Jesus Cristo foi o evangelista por excelência. Ele tinha plena consciência sobre a necessidade de esclarecer as multidões acerca do Reino de Deus e da salvação. Como discípulos de Jesus, precisamos ser movidos por esse mesmo sentimento (Mt 10.25; Jo 13.15).

A morte e a ressurreição de Jesus Cristo são o documento legal que promove a liberdade de todos os cativos do mundo. A carta de acusação que era contra nós foi cravada na cruz e, em Jesus Cristo, nenhuma condenação há para aqueles que nEle creem (Rm 8.1; Cl 2.14). O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo deve estar envolvido nesse mesmo propósito, que é salvar os perdidos através da pregação da Palavra de Deus. Envolver-se com a evangelização é dar continuidade ao que Cristo começou. Devemos ser responsáveis porque um dia iremos ter que dar conta de nossa mordomia (1Pe 2.21).

2. Por que devemos evangelizar?
Jesus deu uma ordenança para os Seus discípulos: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). O Evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1,16).

2.1. Porque é uma ordenança.
Jesus voltará e entre a ordem e Sua vinda o tempo é curto. Outro fato que devemos atentar é que Jesus ao enviar Seus primeiros discípulos deixou bem claro essa necessidade: “Quem crê nele não é condenado: mas quem não crê já está condenado” (Jo 3.18; 1Jo 5.12). O destino do pecador sem Jesus é simplesmente a perdição e o inferno. Ele também expôs o motivo de Sua vinda: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Por fim, a notificação acerca da salvação da humanidade é incumbência nossa. O discípulo de Jesus Cristo deve atuar por obediência e ser dominado pelo amor que Cristo tem por nós.

Não devemos agir somente porque recebemos uma ordenança, mas, sim, porque, ao nos tornarmos salvos, o amor de Cristo se apossou da nossa vida e, como gratidão, é nosso dever avisar aqueles que ainda vivem num mundo de trevas (Mt 5.14; Jo 8.12). O grande amor demonstrado por Cristo no Calvário deve nos constranger e impactar (2Co 5.14).

2.2. Porque a morte não espera.
Não podemos precisar o tempo estimado de vida de cada pessoa. As oportunidades de salvação podem ser únicas. Vivemos em um mundo conturbado, violento e cego (2Co 4.4). Cada ser humano nasceu com um tempo de vida determinado pelo Pai e não sabemos quando a morte chegará. Para uns, ela é repentina. Para outros, ela demora um pouco mais. Porém, mais cedo ou mais tarde, ela virá. E a pergunta é: quando ela vier, como será? Tal pessoa estará preparada? Ela foi avisada que após a morte segue-se o juízo divino? (Hb 9.27). E a quem ficou encarregada a missão de avisar? (Ez 33.6-9). 

A nossa missão como servos e filhos de Deus é tornar conhecido o plano divino de salvação e avisar aos perdidos sobre o grande dia da vinda do Senhor. Nós temos a palavra de salvação, somos a luz que deve resplandecer em meio às trevas (Fp 2.15).

2.3. Porque a vinda do Senhor se aproxima.
O arrebatamento da Igreja será a qualquer momento (1Ts 4,16-17). Estamos vivendo os últimos momentos da Igreja e o tempo não é favorável para aqueles que ainda não foram avisados. Deus nos confiou a palavra de liberdade e de boas novas. Ele não convocou os anjos para essa tarefa. Precisamos acordar e agir o quanto antes. Paulo foi enfático acerca de nossa responsabilidade: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16).

Devemos ser bastante gratos a Deus por causa da liberdade religiosa que há em nosso país. Existem muitos países em que a pregação da mensagem do Evangelho é extremamente proibida. Lugares onde aqueles que declaram ser cristãos e pregam a Palavra de Deus correm o risco de serem presos, torturados e até assassinados. É importante ressaltar que a Bíblia é o livro mais importante para o cristão (Sl 119.105). Ao mesmo tempo é um item muito difícil de ser encontrado, se você é um cristão secreto e vive em lugares onde a Bíblia é um livro proibido. Na Ásia Central, na maioria dos países, o governo proíbe a importação e a impressão de Bíblias e livros cristãos. Muitos cristãos secretos ainda não têm acesso a bíblia, e outros recebem partes da Palavra de Deus, como os evangelhos e outros livros. As condições ainda são favoráveis para nós no Brasil e nossa missão é anunciar a tempo e fora do tempo (2Tm 4.2). Nosso Senhor Jesus Cristo está às portas e os sinais de Sua vinda são muito claros. Precisamos urgentemente ir ao pecador, falar da salvação; dizer-lhe que ainda há esperança; que Jesus Cristo deu a vida por ele, que Ele quer libertá-lo dos seus pecados, que o ama e pode dar-lhe uma nova vida (Jo 3.16).

3. O perfil de um bom evangelizador.
Devemos ter em mente que, para alcançar os perdidos, precisamos ter profunda compaixão pelas almas, para transpormos as barreiras entre os seres humanos (Jo 4,9).

3.1. Aquele que não tem preconceito.
Devemos lembrar quem éramos e o que aconteceu conosco após Cristo entrar em nossas vidas. Havia uma barreira imensa entre nós e Deus, Cristo foi o responsável por estarmos hoje de posse de tão grande salvação. Foi preciso que Jesus fizesse a nossa reconciliação com o Pai. Portanto, não existe mérito algum de nossa parte pelo que somos (Ef 2.8-13). Existem pessoas que jamais entrarão em um templo. Como ouvirão se não formos até elas? (Rm 10.14). Evangelizar é deixar de lado as diferenças, é envolver-se socialmente e confiar que o Deus que envia também está conosco para nos ajudar (Mc 16.15; Mt 28.20).

Os preconceitos são a causa de grandes males na sociedade em que vivemos. Eles sempre nos impedem de ver o que há de melhor nas pessoas e em nós mesmos. Jesus veio a esse mundo para desfazer todas as barreiras que separam o homem de Deus (Ef 2.13-14), No diálogo entre Jesus e a mulher samaritana, a barreira do preconceito foi lançada fora (Jo 4.9). Não podemo0s permitir que tais sentimentos nos impeçam de anunciar a maravilhosa e inerrante Palavra de Deus (2Tm 3.16).  

3.2. Aquele que conhece bem a Palavra de Deus.
“E correndo Felipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar?” (At 8.30-31). O diálogo entre Felipe e o eunuco mostra perfeitamente como muitas pessoas necessitam ser esclarecidas acerca da salvação. Por isso, é de suma importância que aquele que se dispõe a falar de Cristo conheça o manual que registra a salvação em Cristo Jesus (2Tm 2.15). Precisamos estar prontos para responder e esclarecer o ouvinte acerca de quem nos salvou (1Pe 3.15). Existem pessoas que conhecem muito a Bíblia, todavia, como esse eunuco, precisam de alguém que lhes explique como alcançar a salvação.

Não é somente para evangelizar que devemos conhecer a Bíblia. Nossa vida diária precisa de edificação. É preciso compreender que foi através da Palavra de Deus que conhecemos o amor e a ação de Deus por nós. Sem ela, ainda estaríamos por aí perdidos. Quando nosso coração está cheio de Deus, nossa boca fala somente do Reino de Deus (Mt 12.34). Para se ganhar almas é preciso ter conhecimento das Sagradas Escrituras (At 8.35). Principalmente, porque a fé vem pelo ouvir a Palavra, tanto para nós quanto para aqueles que nos ouvem (Rm 10.17). Muitos têm fome de conhecer a Palavra de Deus e é nossa tarefa primordial compartilhar das Sagradas Escrituras, sempre com sabedoria e discernimento do Espírito Santo.

3.3. Aquele que tem profunda paixão pelos perdidos.
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (Jo 4.10). Ali, próximo ao poço, com o sol intenso do meio-dia e com fome, estava Jesus, rejeitando o almoço para saciar a fome de um uma alma perdida (Jo 4.34). Jesus sabia que aquela alma era preciosa, que possuía sérios problemas morais e espirituais. Mesmo assim, não se importou em ser mal interpretado, e nem permitiu que o preconceito entre judeus e samaritanos o impedisse. Jesus amava as almas e devemos também buscar esse mesmo sentimento (Fp 2.5).

A compaixão não é somente o ato de se importar com os problemas alheios. A compaixão nos leva ao encontro do necessitado e nos faz ajudá-lo. Em muitos milagres realizados por Jesus Cristo, o primeiro detalhe que a Palavra de Deus nos apresenta é o sentimento de compaixão que Ele sentiu (Mt 14.14; 20.34; Lc 7.13).

Conclusão.
A obra de Deus é feita com seriedade, preparo e amor, Falar de Cristo requer alguns cuidados essenciais, principalmente uma vida prática. Somos testemunhas ambulantes da obra de Cristo. Se nosso testemunho for diferente de nossas ações, teremos sérios problemas diante das pessoas (Fp 2.15).

Questionário.
1. Em que se baseia a tarefa de evangelizar?
R: No plano de Deus em alcançar toda a humanidade e na ordem de Jesus Cristo (Mc 16.15).

2. Qual a vontade de Deus para a humanidade?
R: Que nenhum homem se perca (1Pe 3.9).

3. Por que devemos evangelizar?
R: Porque é uma ordenança (Mc 16.15-18).

4. Cite uma razão que dê urgência à evangelização.
R: A vinda do Senhor (1Ts 4.16-17).

5. Cite uma característica indispensável ao ganhador de almas.
R: Profunda compaixão pelas almas (Jo 4.9).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Evangelismo, Missões e Discipulado, A tarefa primordial da igreja, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de 2017, ano 27, Nº 104, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

Lição 1 Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia



Lição 1 Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
2 de Julho de 2017

TEXTO ÁUREO
(2 Pe 1.21)
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo."

VERDADE PRÁTICA
Cremos na inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jr 36.1,2
Deus mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo
Terça - 2 Pe 3.2
As Escrituras inspiradas por Deus dizem respeito ao Antigo e ao Novo Testamento
Quarta - Mc 7.13
O Senhor Jesus disse que a Bíblia é a Palavra de Deus
Quinta - Jo 10.35
As Escrituras Sagradas jamais falharão
Sexta - Hb 4.12
A Palavra de Deus é viva, poderosa e capaz de transformar vidas
Sábado - Js 1.8
A Bíblia é o manual de Deus para o nosso bem

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 3.14-17
14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 - para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada.

HINOS SUGERIDOS: 306, 322, 499 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Reconhecer a revelação e inspiração da Bíblia Sagrada;
Mostrar a inspiração divina na Bíblia Sagrada;
Explicar a inspiração plena e verbal da Bíblia Sagrada; 
Saber que a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano estudaremos as principais doutrinas da fé cristã. O comentarista do trimestre é o pastor Esequias Soares, autor de diversos livros, graduado em Letras, Mestre em Ciência da Religião, presidente da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) e líder da Assembleia de Deus em Jundiaí, SP.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A Bíblia é a revelação de Deus escrita para a humanidade. Disso decorre o fato de ela ser nossa exclusiva fonte de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã. Essa inspiração é um fato singular que ocorreu na história da redenção humana. O enfoque da presente lição é sobre a importância e o significado dessa inspiração divina.

PONTO CENTRAL
Cremos na inspiração divina e autoridade da Bíblia Sagrada.

I - REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO

1. Revelação. A palavra "revelação", apocalipsis, em grego, significa o ato e o efeito de tirar o véu que encobre o desconhecido. Nas Escrituras, essa palavra é usada em relação a Deus, pois é Ele quem revela a si mesmo, a sua vontade e natureza e os demais mistérios. Ele "não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.7). Deus conhece tudo aquilo que está fora do alcance dos seres humanos. A busca da verdade, sem Deus, é vã e está destinada ao fracasso (1 Co 1.21).

2. Inspiração. É o registro dessa revelação sob a influência do Espírito Santo, que penetra até as profundezas de Deus (1 Co 2.10-13). Divinamente inspirados são os 66 livros da Bíblia. Os escritores sagrados foram os receptáculos da revelação: "homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21, ARA). Eles receberam os oráculos divinos de forma especial, exclusiva, única e milagrosa. Ninguém mais, além deles, foi usado por Deus dessa maneira específica.

3. A forma de comunicação. O processo de comunicação divina aos profetas do Antigo Testamento se desenvolveu por meio da palavra e da visão, do som e da imagem (Jr 1.11-13). A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor Jesus Cristo (Gl 1.11,12; 2 Pe 1.16-18; 1 Jo 1.3) e do Espírito Santo (Ef 3.4,5). A frase "veio a palavra do SENHOR a", "veio a mim a palavra do SENHOR" ou fraseologia similar, tão frequente no Antigo Testamento, diz respeito a uma revelação direta, externa e audível. Essa forma de comunicação não aparece no Novo Testamento na comunicação divina aos apóstolos, exceto uma única vez no ministério de João Batista: "veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias" (Lc 3.2), pois ele é o último profeta da dispensação da lei (Lc 16.16).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A Bíblia é a revelada e inspirada Palavra de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] Um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais. Pedro disse que os autores foram impelidos pelo Espírito Santo, e Paulo declarou que seus escritos foram soprados pelo próprio Deus. Portanto, a Bíblia alega que autores movidos pelo Espírito Santo expressaram as palavras inspiradas por Deus (2 Pe 1.20,21).  Em suma, os escritos proféticos (do Antigo Testamento) não tiveram sua origem nos homens, mas em Deus, que agiu por meio de alguns homens chamados de profetas de Deus" (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Introdução à Teologia Sistemática, a Bíblia, Deus, a Criação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp. 213,214).

CONHEÇA MAIS
*A Septuaginta (LXX)
"A versão padrão em grego [do Antigo Testamento], produzida em Alexandria, é conhecida como Septuaginta (LXX), que é a palavra latina para 'setenta'. Essa tradução foi, sem dúvida, realizada durante os séculos III e II a.C.," e "não foi projetada para ter as mesmas finalidades funcionais do AT hebraico, pois seu propósito era para ser lida publicamente nas Sinagogas, ao contrário dos propósitos educativos daqueles que precisavam do texto hebraico". Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, pp.1994-95.

II - A INSPIRAÇÃO DIVINA

1. A inspiração divina. "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (v.16, ARA). A palavra grega, aqui traduzida por "inspirada por Deus" ou "divinamente inspirada", é theopneustos. Ela só aparece uma única vez na Bíblia, vinda de duas palavras gregas: theos, "Deus", e pneo, "respirar, soprar". Isso significa que o texto sagrado foi "soprado por Deus". A palavra teopneustia significa "inspiração divina da Bíblia". Segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, de Caudas Aulete, o termo quer dizer "inspiração divina que presidiu à redação das Sagradas Escrituras". Josefo, o historiador judeu, e Fílon de Alexandria, disseram que as Escrituras são divinamente inspiradas, mas usaram outros termos.

2. Uma avaliação exegética. Estamos acostumados com duas traduções: "toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa" e "toda Escritura é divina inspirada e proveitosa". Ambas as versões são permitidas à luz da gramática grega. Mas a primeira é mais precisa, pois a conjunção grega kai, "e", aparece entre os dois adjetivos "inspirada" e "proveitosa". Isso significa que o apóstolo está afirmando duas verdades sobre a Escritura, a saber: divinamente inspirada e proveitosa; e não somente uma dessas duas coisas. Dizer que "toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa" pode dar margem para alguém interpretar que nem toda Escritura é inspirada.

3. Autoridade. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade aparece em expressões como "assim diz o SENHOR" (Êx 5.1; Is 7.7); "veio a palavra do SENHOR" (Jr 1.2); "está escrito" (Mc 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1 Pe 1.23-25).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Toda a Bíblia é inspirada por Deus

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Existem muitas palavras ou frases que a Bíblia utiliza para se auto-descrever e que sugerem uma reivindicação de autoridade divina. Jesus disse que a Bíblia é indestrutível e que ela jamais passará (Mt 5.17,18); ela é infalível, ou 'não pode ser anulada' (Jo 10.35); ela tem a autoridade final (Mt 4.4,7,10); e ela é suficiente para a nossa fé e prática (Lc 16.31)" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 218).

III - INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL

1. Inspiração plenária. Tal expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por Deus. O apóstolo Paulo deixa isso muito claro quando afirma que "toda a Escritura é divinamente inspirada". A inspiração da Bíblia é especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais inspirado e outro menos. Todos têm o mesmo grau de inspiração e autoridade.
A Bíblia que Jesus e seus apóstolos usavam era formada pela Lei de Moisés, os Profetas e os Escritos; essa terceira parte é encabeçada pelos Salmos (Lc 24.44). O termo "Escritura" ou "Escrituras" que aparece no Novo Testamento refere-se a esse Cânon tripartido, que é o mesmo Antigo Testamento de nossa Bíblia. Cabe ressaltar que o apóstolo Paulo, ao afirmar que "toda a Escritura é divinamente inspirada", se referia também aos escritos apostólicos.
Os escritos dos apóstolos se revestiam da mesma autoridade dos livros do Antigo Testamento já desde a Era Apostólica. Inclusive, "profetas e apóstolos", às vezes, aparecem como termos intercambiáveis (2 Pe 3.2). O apóstolo Pedro considera ainda as epístolas paulinas como Escrituras (2 Pe 3.15,16). O apóstolo Paulo ensinava: "Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário" (1 Tm 5.18). O apóstolo aqui coloca lado a lado citações da lei de Moisés (Dt 25.4) e dos Evangelhos (Mt 10.10; Lc 10.7), chamando ambas de "Escritura". Outras vezes, ele deixa claro que seus escritos são de origem divina (2 Co 13.3; 1 Ts 2.13). Isso nos permite afirmar que a frase "Toda Escritura é divinamente inspirada" se refere à Bíblia completa, aos 66 livros do Antigo e Novo Testamento.

2. Inspiração verbal. Essa característica bíblica significa que cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1 Co 2.13); e também que as ideias vieram de Deus (2 Pe 1.21). O tipo de linguagem, o vocabulário, o estilo e a personalidade são diversificados nos textos bíblicos porque Deus usou cada escritor em sua geração e em sua cultura, com seus diversos graus de instrução. Isso mostra que quem produziu esses livros sagrados eram seres humanos que viveram em várias regiões e pertenceram a diversas gerações desde Moisés até o apóstolo João, passaram-se cerca de mil anos. Eles não foram tratados como meras máquinas, mas como instrumentos usados pelo Espírito Santo. Deus "soprou" nos escritores sagrados. Uns produziram som de flauta e outros de trombetas, mas era Deus quem soprava. Assim, eles produziram esse maravilhoso som que são as Escrituras Sagradas.

SÍNTESE DO TÓPICO III
A inspiração da Bíblia Sagrada é plena e verbal.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que sua palavra fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as suas" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 222).

IV - ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA

1. "Proveitosa para ensinar". O propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus, pois elas "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15). São ensinos espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. A Bíblia revela os mistérios do passado como a criação, os do futuro como a vinda de Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do coração humano e as coisas profundas de Deus (Gn 2.1-4; Is 46.10; Lc 21.25-28).

2. A conduta humana. A Bíblia corrige o erro e é útil para orientar a vida sendo "proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça" (v.16b). Uma das grandezas das Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária, na família, na igreja, no trabalho e na sociedade. Deus é o nosso Criador e somente Ele nos conhece e sabe o que é bom para suas criaturas. E essas orientações estão na Bíblia, o "manual do fabricante".

3. As traduções da Bíblia. A autoridade e as instruções das Escrituras valem para todas as línguas em que elas forem traduzidas. É vontade de Deus que todos os povos, tribos, línguas e nações conheçam sua Palavra (Mt 28.19; At 1.8). Em que idioma essa mensagem deve ser pregada? Hebraico? Grego? Aramaico? Não! Na língua do povo. Os apóstolos citam diversas traduções gregas da Septuaginta no Novo Testamento. Isso mostra que a mesma inspiração do Antigo Testamento hebraico se manteve na Septuaginta. A citação de Salmos 8.4-6 em Hebreus 2.6-8 é um bom exemplo. A inspiração divina se conserva em outras línguas. Desde os tempos do Antigo Testamento, até hoje, Deus se manifestou e se manifesta a cada um de seus servos e suas servas no seu próprio idioma.

SÍNTESE DO TÓPICO IV
A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Através do mundo inteiro, qualquer crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para ele. Nenhum crente tem a Bíblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece aos demais livros traduzidos. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão sua. Por exemplo, ao lermos 'O Peregrino' sabemos que ele é inglês; ao lermos 'Em seus passos que faria Jesus?' sabemos que é norte-americano, porque seus autores são oriundos desses países. É assim com a Bíblia? Não! Nós a recebemos como 'nossa'. Isso acontece em qualquer país onde ela chega. Ninguém tem a Bíblia como livro 'dos outros'. Isto prova que ela procede de Deus - o Pai de todos" (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 46).

CONCLUSÃO
Cremos que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus para toda a humanidade e que seu texto foi preservado e sua inspiração divina é mantida nas 2.935 línguas em que ela é traduzida (segundo dados da Sociedade Bíblica do Brasil). Que cada um possa receber a Bíblia sem restrição alguma, pois ela é a Palavra de Deus em qualquer língua em que vier a ser traduzida.

PARA REFLETIR
A respeito da inspiração divina e a autoridade da Bíblia, responda:

Qual o significado da palavra teopneustia?
A palavra teopneustia significa "inspiração divina da Bíblia".

De onde deriva a autoridade das Escrituras?
A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina.

O que significa a expressão "inspiração plenária"?
Tal expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por Deus.

O que significam as palavras "inspiração verbal"?
Significa que cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1 Co 2.13).

Segundo a lição, qual é o propósito das Escrituras?
O propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p. 36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos, Comentarista Esequias Soares, 3º trimestre 2017.