segunda-feira, 31 de julho de 2017

Lição 6 Recuperando o tempo perdido



Lição 6 Recuperando o tempo perdido
06/08/2017

Texto do dia
(Jl 2.25)
"E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós."

Síntese
Sem a ajuda de Deus não podemos recuperar o tempo e as oportunidades perdidas. 

Agenda de leitura
Segunda- 1 Sm 30.7-20
Lutando para retomar os bens
Terça - 2 Rs 13.25
Recuperando possessões
Quarta - Os 12.4
Jacó lutou e chorou pela sua bênção
Quinta - Lc 15.18
Voltando para recuperar o perdão do pai
Sexta - Lc 19.8
Restituindo o que não era seu
Sábado - Fl 3.8
A perda de tudo pelo amor a Cristo

Objetivos
VALORIZAR o tempo presente como oportunidade de recomeço;
APRENDER que Deus pode restituir o tempo aparentemente perdido por seus servos;
REFLETIR a respeito do que significa estar "parado no tempo".

Interação
Professor, nesta lição vamos falar a respeito de planejamento. Tudo que se planeja tem uma maior probabilidade de dar certo. Não precisa ser um pedagogo para planejar, todos os professores da Escola Dominical podem e devem fazê-lo. Planejar nada mais é do que programar antes de fazer, ou seja, organizar a aula antes de ministrá-la. As lições da CPAD já trazem para você o conteúdo e os objetivos de sua aula, orientação pedagógica e ainda exercícios úteis à avaliação, tudo que você precisa fazer é estudar e se organizar com antecedência. É importante fazer um roteiro, uma sequência das atividades, bem como definir um tempo para cada tópico da lição e atividade a ser desenvolvida. Utilize o melhor do seu tempo preparando uma excelente aula!     

Orientação Pedagógica
Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que todos possam estar compenetrados. Para começar, lance as seguintes perguntas: "Você acha que os resultados de sua vida, até o presente momento, são bons, ou você está numa 'viagem de um dia curto do nada para o nada' (como dizia o ateu Ernest Hemingway)? E por qual motivo você chegou a essa conclusão?' Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações. Após, comece a analisar as respostas, junto com eles, com o cuidado de não causar constrangimentos. Essa atividade vai diagnosticar o estado de espírito de seus alunos quanto às suas realizações pessoais. Lembre-se: o "filho pródigo' possivelmente errou nessa análise e, depois, pediu a herança e partiu para uma terra longínqua.

Texto bíblico
Jó 1.1,3,12,18-21; 42.10,12,17

Jó 1
1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.
3 E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.
12 E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
18 Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19 eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
20 Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

Jó 42
10 E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
12 E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
17 Então, morreu Jó, velho e farto de dias.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

Ao tratar a respeito do desperdício do tempo (preguiça), bem como o desejo de realizar tudo ao mesmo tempo (ativismo), ou mesmo da antecipação do tempo (ansiedade), estamos mostrando o quanto desperdiçamos o tempo e as oportunidades que Deus nos concede. Muito poderíamos fazer em favor do Reino de Deus, de nossa família e do próximo se fizéssemos uso do tempo com sabedoria, de forma correta. Em nossa caminhada, cometemos alguns erros, desperdiçamos boas oportunidades e o tempo que o Criador nos concede, mas como filhos seus não devemos desistir e ficar parados no tempo. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados, confessá-los a Deus, abandoná-los e seguir adiante, pois o Pai Celeste sempre nos oferece uma segunda chance.  O que não podemos é persistir em nossos erros. 

I - TEMPO DE RECOMEÇAR

1. Perdendo tempo. Perdemos tempo quando passamos a viver fora dos propósitos divinos. O Senhor deseja que todos os homens vivam com um propósito: glorificar o seu nome. Mas, quando não queremos viver de acordo com os desígnios de Deus, pecamos e perdemos o que o Pai tem de melhor para nossas vidas. O apóstolo Paulo tinha consciência de que os seus atos e realizações no judaísmo foram uma grande perda de tempo e propósito. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, "depois que Paulo avaliou o que havia conquistado em sua vida, disse que tudo aquilo era 'perda' quando comparado à grandeza de conhecer a Cristo".  

2. Reconhecendo o tempo. Certa vez, Paulo, servo de Jesus Cristo afirmou: "E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono [...]" (Rm 13.11). Ele tem o cuidado de alertar aos crentes romanos quanto à urgência do tempo em que viviam. Ele aponta vários acontecimentos quanto ao tempo do fim. Paulo também afirma que Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Entretanto, Ele conclama a todos, em todos os lugares, que se arrependam (At 17.30). Hoje ainda há tempo para nos arrependermos e nos voltarmos para Deus. Mas, sabemos que em breve o Dia do Senhor virá e o tempo da oportunidade se findará.
Muitos servos de Deus estão sendo atingidos pelo sono da indolência, mas é tempo de despertar e recomeçar. Lembre-se de onde você caiu e levante-se. O Senhor Jesus exortou a igreja de Éfeso para que se lembrasse de onde havia caído, e voltasse a fazer o que era correto (Ap 2.5). Sempre é tempo de recomeçar!

3. Desistir jamais. A perseverança diante das dificuldades é uma das características daqueles que já experimentaram do amor de Cristo mediante a fé. Sabemos que aqueles que amam a Cristo, tudo suportam, tudo creem e tudo esperam (1 Co 13). Quem não tem o amor, fruto do Espírito, desiste das pessoas e da obra de Deus com mais facilidade. E estes sempre acabam seguindo o seu próprio caminho, ou seja, fazendo sua vontade e não a de Deus. Jó amava a Deus, por isso, diante das muitas adversidades ele declarou: "Ainda que ele me mate, nele esperarei [...] " (Jó 13.15). Jó não desistiu de amar e buscar a Deus, mesmo sofrendo. Você é daqueles que na primeira adversidade pensa logo em desistir? Não desista jamais de amar, buscar a Deus e a sua vontade diretiva, pois vale a pena.

Pense
Será que, de fato, o tempo que vivemos sem conhecer ao Senhor foi uma perda de tempo?

Ponto Importante
Não há nada de bom em uma vida longe de Jesus Cristo. Sem Ele a vida se torna apenas uma sucessão de dias e horas.

II - A RESTITUIÇÃO DO TEMPO

1. Deus, agente da restituição. Davi, ao contrário do que a maioria dos reis fazia, restituiu a Mefibosete, filho de Jônatas, todas as terras de Saul (2 Sm 9.7). Os reis procuravam eliminar a família de seus rivais, pois tinham medo que alguém lhes usurpasse o trono. Davi não somente restitui os bens materiais, mas de contínuo convidava o filho de seu amigo para comer com ele à sua mesa (2 Sm 9.7). Todos podiam ver que Mefibosete desfrutava do favor do rei. Deus pode restituir o que perdemos. Ele também tem poder para restabelecer o tempo perdido, pois como dizia Agostinho, "o passado, o presente e o futuro são para Ele a mesma coisa". Assim, Deus é o único protagonista em relação ao tempo e só Ele tem poder para restituí-lo. Às vezes perdemos boas oportunidades na vida por rebeldia, desobediência, medo ou preguiça. Mas, quando nos arrependemos e buscamos o perdão do Pai, Ele nos dá novas oportunidades.

2. O homem, o beneficiário do milagre. A restituição divina aconteceu não somente na vida de Mefibosete, mas também com outros servos de Deus, como por exemplo, Abraão. Imagina o  tempo que ele teve que esperar até que o herdeiro nascesse. Mas, no tempo certo, o Senhor cumpriu com sua promessa e ele foi o pai, não de um filho somente, mas de uma nação inteira. José passou sua juventude como escravo no Egito. Ele perdeu, aparentemente, os melhores anos da sua vida vivendo como escravo em  um país estrangeiro. Sofreu humilhações e dores, quando poderia estar vivendo no conforto da sua casa. Parecia que os seus sonhos e projetos haviam falido. Mas, Deus em  segundos mudou a história de vida de José. De prisioneiro ele foi elevado a governador do Egito. Os anos como escravo e prisioneiro foram um tempo de treinamento para algo maior da parte de Deus. Nada foi perdido.

3. Aprendendo com a espera. O Senhor também tem um propósito na dor e no sofrimento. Na vida existe tempo de alegria e também de tristeza. Mas todas as coisas cooperam para o nosso bem. Abraão teve de esperar por Isaque, seu herdeiro, durante anos. Mas a espera fez dele um herói da fé (Hb 11). Isaque, teve que "perder" um pouco de tempo  e recursos cavando poços, mas ele aprendeu a arte da persistência e da boa vizinhança. Moisés teve que passar um período de quarenta anos no deserto, mas esse tempo aperfeiçoou seu caráter e o preparou para assumir a liderança do povo de Deus.  Na vida de Rute, seu casamento e sua viuvez não foram em vão; ela conheceu o Deus de Israel e entrou para a árvore genealógica do Salvador. 

Pense
Será que Deus pode restituir os anos perdidos na vida de alguém?

Ponto Importante
Para Deus não há distinção entre mil anos e a noite que passou (Sl 90.4). Ele é o Senhor do tempo e somente Ele pode restituir as oportunidades que perdemos. 

III - UM JOVEM PARADO NO TEMPO

1. Um terrível engano. A sensação de estar "parado" no tempo deve ser terrível. A pessoa se sente perdida e inútil. Talvez esses sentimentos tenham afligido o filho pródigo depois de ter abandonado seu pai e desperdiçado toda a sua fortuna (Lc 15.11-32). O filho pródigo parou no tempo quando decidiu viver a sua vida longe da casa do seu pai. Quantos jovens também não estão "parados" no tempo, pois decidiram deixar a Deus, Jesus e a Igreja e foram viver segundo esse mundo?  O mundo é enganador e efêmero e muitos erroneamente estão seguindo os passos do filho pródigo.

2. Aprendendo com o erro. O melhor caminho para quem descobre que está na direção errada é retornar de onde partiu. O caminho mais curto é dizer: [...]"Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho" (Lc 15.21). Reconhecer o erro, arrepender-se e buscar o perdão divino é a primeira providência para quem quer recuperar o tempo perdido.

3. Seguindo em frente. O caminho de volta até a casa do pai deve ter sido difícil. O filho pródigo sabia que poderia sofrer rejeição devido as suas atitudes erradas, mas ele estava disposto a seguir em frente e recomeçar. O pai ao ver o filho que estava perdido de volta, não lhe fez critica alguma, mas disse: "[...] Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandália nos pés" (Lc 15.22).  Deus jamais abandona aqueles que se arrependem e desejam voltar para perto dEle.

Pense
Será que existe, atualmente, pessoas que se acham proprietárias do Reino de Deus?

Ponto Importante
Estar "parado no tempo" é estar vivendo fora do propósito de Deus. É estar longe da casa do Pai, como aconteceu com o filho pródigo.

SUBSÍDIO
"Os seus bens (de Jó) estranhamente aumentaram pela bênção de Deus sobre o pouco que seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. Deus lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção (Jó 42.12). O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início. Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações as suas melhores consolações, pois o seu caminho, como o da luz da manhã, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. Do homem ímpio é dito, o seu último estado é pior do que o primeiro (Lc 11.26). Deus às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que não percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias" (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1.ed. Vol. 3, Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 209, 210).

ESTANTE DO PROFESSOR
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1.ed. Vol. 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CONCLUSÃO
O tempo pertence ao Senhor e não existe tempo perdido quando estamos juntos a Ele, fazendo a sua vontade. Perdemos tempo quando abandonamos o Pai e decidimos viver a vida do nosso modo. 

HOra da rEViSãO

1. Quando podemos afirmar que estamos perdendo tempo?
Quando passamos a viver fora dos propósitos divinos.

2. Cite exemplos bíblicos de perseverança diante das dificuldades.
Jó e  Paulo.

3. O que Davi fez a Mefibosete e que os reis não costumavam fazer?
Davi restituiu a Mefibosete todas as terras de Saul.

4. As adversidades na vida de José fizeram com que ele perdesse o seu tempo?
Não. Elas contribuíram para forjar seu caráter e para prepará-lo para ocupar a posição de governador do Egito.

5. Você tem esperado o tempo de Deus na sua vida?
Resposta pessoal.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, Tempo para todas as coisas – Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá, Comentarista Reynaldo Odilo, 3º trimestre 2017.

Lição 6 A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus



Lição 6 A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus
6 de  Agosto  de 2017

TEXTO ÁUREO
(Rm 3.23)
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus."

VERDADE PRÁTICA
Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 51.5
Todos os humanos são pecadores
Terça - Ec 7.20
O pecado está presente em todos
Quarta - Is 59.2
O pecado nos separa de Deus
Quinta - Rm 3.10-12
Não há na terra um justo sequer
Sexta - At 3.19
Somente a fé em Jesus e o arrependimento restaura o pecador
Sábado - Rm 6.23
A salvação é um dom de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 5.12-21
12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.
14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
15 - Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 - E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
17 - Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 - Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 - Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
20 - Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;
21 - para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.

OBJETIVO GERAL
Compreender a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destitui da glória de Deus.

HINOS SUGERIDOS: 8, 198, 536 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Definir o termo pecado;
Mostrar a origem do pecado;
Compreender a solução para o pecado. 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
No livro de Gênesis encontramos um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda. Mas, Deus não foi pego de surpresa com o pecado de Adão e Eva, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue a sua própria sorte. O Senhor providenciou a sua redenção.
Vivemos em uma sociedade relativista, onde muitos não acreditam mais que haja certo e errado. O erro, o pecado, segundo os relativistas, vai depender do ponto de vista de cada um. Mas, cremos na Verdade absoluta e que a única solução para o pecado está na fé no sacrifício de Jesus Cristo.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana.

PONTO CENTRAL
Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos.

I - DEFININDO OS TERMOS

1. Pecado. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com "h" aspirado), que literalmente significa "errar o alvo" (Jz 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: "E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta" (Gn 4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.

2. Os termos hebraicos awon e peshá. Há na Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon, "iniquidade, perversão", vem de uma raiz que significa "entortar, torcer", daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em nossas versões como "injustiça" (Gn 15.16), "maldade" (Êx 20.5) e "iniquidade" (Lv 26.40). Já o verbo avah, de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15.5). Isso revela a "vida torta" do pecador. O outro termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá "transgredir" ou o substantivo peshá, "transgressão, delito" (Gn 31.36; 50.17). O ser humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida.

3. O que é pecado? Sabemos que a Bíblia não é um livro de definição, mas de descrição. Ela "revela a verdade em forma popular de vida e fato", como bem afirmou um historiador da Igreja Philip Schaff. As Escrituras declaram que "o pecado é a transgressão da lei" (1 Jo 3.4; ARA) e que "toda iniquidade é pecado" (1 Jo 5.17). Essa declaração é geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer (Mt 15.3; Rm 5.14). Mas a Palavra de Deus nos ensina ainda que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado" (Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Na Bíblia encontramos vários termos para definir pecado.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A harmatologia, é uma palavra usada no campo teológico para designar 'a doutrina do pecado', incluindo seus aspectos sombrios e sua natureza destruidora, tanto aplicada no campo físico como no campo espiritual, mostrando em cada detalhe suas disposições hostis contra Deus, os seres e qualquer entidade no mundo da existência. Em sentido etimológico - a palavra 'pecado' conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica 'hatta'th', do qual origina-se a raiz hebraica 'hata' traduzido na Septuaginta da palavra 'hamartia'. Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra  hebraica hatta' th', como também a palavra grega 'hamartia'. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa" (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 13,14).

CONHEÇA MAIS
*Pecado
"Do hebraico  hattah; do grego hamartios; do latim peccatum. Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem: O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina." Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, pp. 235,236. 

II - ORIGEM DO PECADO

1. O pecado no céu. Foi lá que tudo começou. O pecado já havia sido introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de acontecer na Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio. Jesus disse que o Diabo peca desde o princípio (Jo 8.44). O querubim ungido foi criado perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição (Ez 28.12-15), mas se rebelou contra Deus (Is 14.12-14). Foi o orgulho e a soberba que fizeram esse querubim se transformar em Satanás (1 Tm 3.6). Ele foi expulso do céu com os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2 Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.7-9).

2. O pecado no Éden. Adão tinha a permissão de Deus para comer de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16b,17). A advertência foi clara. Quando o casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual. O próprio Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e em seguida pronunciou a sentença ao casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a "Queda da humanidade".

3. A universalidade do pecado. A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza pecaminosa de Adão (1 Co 15.49). Isso passou a ser conhecido como "pecado original". A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável (Rm 5.12,19). Assim, as Escrituras mostram como todos nós, homens e mulheres, estamos diante de Deus: "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O quadro apresentado é como segue: todos se extraviaram, não há quem faça o bem (Sl 14.1-5; Rm 3.10-12), por isso não há no mundo quem não peque (1 Rs 8.46; Ec 7.20). A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12). Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos dessa lei (1 Jo 1.8).O pecado é um princípio real e presente na vida de todas as pessoas, desde o ventre materno (Sl 51.5; 58.3). A Queda no Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito, intelecto, emoção e vontade (Is 1.5, 6; 2 Co 7.1).

SÍNTESE DO TÓPICO II
O pecado teve sua origem no céu, porém na terra ele teve início com a desobediência de Adão e Eva.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O pecado no Éden, Satanás e a raça humana
"Duas árvores do jardim do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A 'árvore da vida' provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A 'árvore da ciência do bem e do mal' tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade.
A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna.
Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por contra própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem 'como Deus', abandonam o Deus onipotente e daí surge os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:CPAD, 1995, pp. 34-36).

III - A SOLUÇÃO PARA O PECADO

1. Nem tudo está perdido. A Bíblia narra a situação humana descrevendo-a como "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1) e que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Morte significa "separação". Isso começou com a Queda de Adão e continuou com a sua posteridade (Is 59.2). Mas Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos "vivificou" (Ef 2.1a) e que o seu "o dom gratuito [...] é a vida eterna" (Rm 6.23b). A graça está disponível para toda a raça humana (Tt 2.11) e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares (At 17.30).

2. A provisão de Deus. O pecado entrou no mundo por um homem, Adão; assim também a redenção veio por um homem: "a graça de Deus, o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos" (Rm 5.15). A morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que "Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue" (Rm 3.25). Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e ao perdão dos pecados por meio dos sacrifícios (Lv 4.35; 17.11). A propiciação é o ato que apazigua a ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade e a justiça de Deus. A expiação realizada pelo "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres humanos (1 Jo 2.2). Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador.

SÍNTESE DO TÓPICO III
A morte expiatória de Jesus Cristo foi e é a solução para o pecado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Lendo o Antigo Testamento e considerando séria e literalmente a sua mensagem, facilmente concluiremos que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus, o protagonista. O tema da salvação já aparece em Gênesis 3.15, na promessa de que o Descendente - ou 'semente' - da mulher esmagará a cabeça da serpente. 'Este é o protoevangelium, o primeiro vislumbre da salvação que virá através daquEle que  restaurará o homem à vida'. Javé salvava o seu povo através de juízes (Jz 2.16,18) e outros líderes, como Samuel (1 Sm 7.8) e Davi (1 Sm 19.5). Javé livrou até mesmo a Síria, inimiga de Israel, por meio de Naamã (2 Rs 5.1). Não há salvador à parte do Senhor (Is 43.11)"  (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 97)

CONCLUSÃO
A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2 Co 7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1).

PARA REFLETIR
A respeito da pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus, responda:

Qual o termo genérico para designar o pecado e qual o seu significado?
O termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com "h" aspirado), que literalmente significa "errar o alvo" (Jz 20.16).

O que é pecado nas palavras de 1 João 3.4?
É a transgressão da lei (1 Jo 3.4; ARA).

Onde se originou o pecado e por quem tudo começou?
O pecado se originou no céu e tudo começou pelo mau uso do livre-arbítrio.

Qual a prova incontestável da universalidade do pecado?
A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12).

Quem é a provisão de Deus para o pecador?
Jesus Cristo, "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p39. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.  São artigos que buscam expandir certos assuntos.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos, Comentarista Esequias Soares, 3º trimestre 2017.