segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Lição 10 As Manifestações do Espírito Santo.



Lição 10 As Manifestações do Espírito Santo.
3  de Setembro de 2017

TEXTO ÁUREO
(At 2.39)
"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar."

VERDADE PRÁTICA
Cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 2.1-4 A descida do Espírito no dia de Pentecostes
Terça - At 2.33 O batismo no Espírito Santo é resultado da obra de Cristo
Quarta - At 10.44-46 A glossolalia
Quinta - 1 Co 12.1 Não devemos ser ignorantes acerca dos dons espirituais
Sexta - 1 Co 12.7 Os dons espirituais
Sábado - 1 Co 12.4 São muitos os dons espirituais

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1-6; 1 Coríntios 12.1-7

At 2.1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 - E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 - E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
1 Co 12.1 - Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 - Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 - Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 - Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 - Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.

OBJETIVO GERAL
Mostrar que o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais estão disponíveis a todo crente.

HINOS SUGERIDOS: 85, 122, 290 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Apontar as implicações doutrinárias da descida do Espírito Santo;
Explicar a natureza das línguas.
Mostrar o significado e o propósito do batismo no Espírito Santo;
Afirmar a atualidade dos dons espirituais


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, prezada professora, esta lição é uma exposição sobre um dos mais importantes temas da teologia pentecostal: batismo no Espírito Santo. Essa doutrina trata de uma experiência bíblica, histórica e atual que ao longo da história do Movimento Pentecostal tem sido amplamente reafirmada.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As manifestações do Espírito de Deus, tais como veremos, dizem respeito, primeiramente ao batismo no Espírito Santo e aos dons espirituais. São dois temas da teologia pentecostal que nunca se esgotam e são importantes porque se tratam de evidências bíblicas de que a comunicação divina com o seu povo, e com cada crente individual, nunca cessou. Não somente a Bíblia, mas também o testemunho da história, e da experiência cristã, corrobora essa verdade. É sobre isso que trata o nosso estudo.

PONTO CENTRAL
As manifestações do Espírito Santo são atuais.

I - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

1. A experiência do Pentecostes. Não é difícil descobrir na Bíblia o que é o batismo no Espírito Santo. João Batista disse: "E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3.11). Há inúmeras interpretações dessa passagem. No entanto, o próprio Senhor Jesus se referiu a esse batismo como a promessa do Pai (At 1.4) e acrescentou: "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (At 1.5). Essa declaração vincula Mateus 3.11 com a experiência do dia de Pentecostes relatada em Atos 2.2-4. A prova disso é que o apóstolo Pedro identificou a experiência de Cornélio (At 10.44-46) com a promessa anunciada por João Batista e reiterada pelo Senhor Jesus (At 11.15-17).

2. Batismo "no" Espírito Santo ou "com o" Espírito Santo? As duas traduções são legítimas à luz da gramática grega e aceitáveis de acordo com o contexto. A ideia de batismo no Novo Testamento é de imersão, submersão (Rm 6.3,4; Cl 2.12). A Almeida Revista e Atualizada tem uma nota em Mateus 3.11 e Atos 1.5 informando "com; ou em" e a Nova Versão Internacional também traz uma nota similar. A Versão Almeida Revisada da Imprensa Bíblica Brasileira emprega "batizar em água" e "batizar no Espírito Santo" nas referidas passagens, respectivamente. Nós adotamos "em água" e "no Espírito Santo", pois "com", pode parecer aspersão, o que contradiz a ideia de imersão.

3. Os sinais sobrenaturais. Há três sinais que mostram a ação sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de Pentecostes: o som como de um vento (At 2.2), a visão das línguas repartidas como que de fogo (2.3) e o falar em línguas (2.4). Os dois primeiros sinais jamais se repetirão, pois foram manifestações exclusivas que tiveram como objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo. Alguém tão importante quanto o Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém, ainda que extraordinários, porque o Verbo se fez carne (Lc 2.9-11; Jo 1.4), não tiveram sinais semelhantes. Além de marcar a chegada do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, as manifestações sobrenaturais também inauguraram a Igreja. Assim, o som soava como vento, mas não era vento, e da mesma forma a visão não era fogo, mas lembrava o fogo de Deus (Êx 3.2; 1 Rs18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma única vez.

SÍNTESE DO TÓPICO I
O vento, a visão das línguas e o falar em línguas remontam a descida do Espírito Santo em Pentecostes.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Para auxiliar na preparação da sua aula, há alguns termos importantes que você deve conhecer bem a fim de ter êxito no assunto em foco. Por isso, reproduzimos esses três termos a fim de enriquecer a explicação deste tópico. Observe o quadro abaixo.

PNEUMATOLOGIA
[De pneuma, espírito + logia, estudo] Estudo sistemático da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade [...]. Onde a análise da pessoa, obra e ministério do Espírito Santo é contemplada.

PARACLETO
Advogado. Defensor. Um dos títulos do Espírito Santo

GLOSSOLALIA
A glossolalia, conhecida também como dom de línguas, línguas estranhas ou variedades de línguas, é um dom espiritual que, à semelhança dos demais [...], continua atual e atuante na vida da Igreja. O objetivo da glossolalia é anunciar sobrenatural e extraordinariamente o Evangelho de Cristo, como aconteceu no Dia de Pentecoste (At 2).
Texto adaptado do Dicionário Teológico, editado pela CPAD.

CONHEÇA MAIS
*Glossolalia
"[Do gr. glosso, língua + lalia, falar em língua] Dom sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, que capacita o crente a fazer enunciados proféticos e de enaltecimentos a Deus em línguas que lhe são desconhecidas. [...] A glossolária, conhecida também como dom de línguas, línguas estranhas ou variedade de línguas, é um dom espiritual que, à semelhança dos demais, não ficou circunscrito aos dias dos apóstolos: continua atual e atuante na vida da Igreja". Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, pp.201-02.

II - A NATUREZA DAS LÍNGUAS

1. Fonte. As línguas do Pentecostes eram sobrenaturais, pois foram caracterizadas como "outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4). O termo grego para "outras" aqui é héterais, de héteros, "outro de tipo diferente". Há quem questione esse conceito, mas a fonte delas é o próprio Espírito Santo, o que torna a evidência visível e contundente. A outra evidência está presente na audição, e não simplesmente na fala, pois "cada um os ouvia falar em sua própria língua" (2.6). Lucas repete essa informação por mais duas vezes (vv.8,11). E, no versículo 11, ele acrescenta: [...] "Todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus".

2. A glossolalia. É a manifestação das línguas estranhas no batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais. Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, "língua, idioma", e de lalía, "modo de falar" (Mt 26.73), conjugado à "linguagem" (Jo 8.43), substantivo derivado do verbo grego lalein, "falar". A expressão lalein glossais, "falar línguas" (1 Co 14.5), é usada no Novo Testamento para indicar "outras línguas". É importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as mesmas que aparecem na lista dos dons espirituais (1 Co 12.10,28; 14.2). Ambas são de origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à função.

3. Sua continuação. O falar em "outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Essa experiência se repete na história da Igreja. Isso aconteceu na casa do centurião Cornélio: "E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus" (At 10.45,46), exatamente como aconteceu no dia de Pentecostes. Outra vez, o mesmo fenômeno acontece com a chegada de Paulo em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At 19.6). As línguas, as profecias e a ciência são válidas para os nossos dias, mas vão cessar por ocasião da vinda de Jesus (1 Co 13.8-10).

SÍNTESE DO TÓPICO II
As línguas do Pentecostes, línguas estranhas, são de natureza sobrenatural.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] A xenolalia é, ao mesmo tempo, a mais difícil variação da glossolalia para documentar e a mais amplamente registrada. Por exemplo, Emílio Conde relatou, na obra História das Assembleias de Deus no Brasil, p.67, que no primeiro batismo nas águas na cidade de Macapá (AP), em 25 de dezembro 1917, a nova convertida Raimunda Paula de Araújo, ao sair das águas foi batizada com o Espírito Santo. Ela falou em línguas estranhas com tanto poder que os assistentes encheram-se de temor de Deus. Os judeus negociantes da cidade haviam comparecido ao batismo. Um deles, Leão Zagury, ficou tão emocionado e maravilhado com a mensagem que ouvira que não se conteve e clamou em alta voz no meio da multidão: 'Eis que vejo a glória do Deus de Israel, pois esta mulher está falando a minha língua'. O judeu não era crente. Porém, Deus, através da crente Raimunda, falou-lhe em hebraico" (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.332).

III - SIGNIFICADO E PROPÓSITO

1. O batismo no Espírito Santo não é sinônimo de salvação. Trata-se de bênçãos diferentes. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito Santo. Na regeneração, o Espírito promove o novo nascimento, que é um ato direto do Espírito Santo (Jo 3.6-8). O pecador recebe o Espírito no exato momento em que aceita, de verdade, a Jesus (Gl 3.2; Ef 1.13). Os discípulos de Jesus já tinham seu nome escrito no céu (Lc 10.20) e igualmente tinham o Espírito Santo mesmo antes do Pentecostes (Jo 20.22).

2. Definição e propósitos. O batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho em todo o mundo (Lc 24.46-49). O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em Cristo (At 1.8). É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um poder espiritual que contribui para a edificação interior da vida cristã do crente e que o ajuda quando a mente não pode fazê-lo.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O duplo propósito do batismo no Espírito remonta a expansão do Evangelho e a capacitação do crente.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] Os pentecostais acreditam que a experiência distintiva do batismo no Espírito Santo, tal como Lucas a descreve, é crucial para a Igreja contemporânea. Stronstad diz que as implicações da teologia de Lucas são claras: 'Já que o dom do Espírito era carismático ou vocacional para Jesus e a Igreja Primitiva, assim também deve ter uma dimensão vocacional na experiência do povo de Deus hoje'. Por quê? Porque a Igreja hoje, da mesma forma que a Igreja em Atos dos Apóstolos, precisa de poder dinâmico do Espírito para evangelizar o mundo de modo eficaz e edificar o corpo de Cristo. O Espírito veio no dia de Pentecostes porque os seguidores de Jesus 'precisavam de um batismo no Espírito que revestisse de poder o seu testemunho, de tal maneira que outros pudessem também entrar na vida e na salvação'. E, por ter vindo no dia de Pentecostes, o Espírito volta repetidas vezes, visando o mesmo propósito" (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.456).

IV - OS DONS ESPIRITUAIS

1. Os dons espirituais. São manifestações do poder de Deus que nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-10,28-30), embora não ousamos dizer que sejam apenas esses, pois não existe uma lista exaustiva deles no Novo Testamento.

2. Os dons são dados aos crentes individualmente. A manifestação dos dons ocorre por meio das três Pessoas da Trindade: pelo Espírito, na "diversidade de dons" (1 Co 12.4); pelo Senhor, na "diversidade de ministérios" (v.5); e pelo Deus Pai, na "diversidade de operações (v.6). Mas a fonte dos dons é o Espírito Santo e, por isso, essa manifestação é dada por Ele "a cada um para o que for útil" (1 Co 12.7) e não para exibição ou ostentação do crente, porque o mérito é do Senhor Jesus (At 3.12). Outra vez o apóstolo enfatiza a origem dos dons, o Espírito Santo, pois reconhece que é este mesmo quem "opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (1 Co 12.11).

SÍNTESE DO TÓPICO IV
Os dons espirituais são dádivas atemporais de Deus dadas a cada crente. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO IV
"Dons Espirituais. Recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito, colocou à disposição da Igreja, visando: 1) o aperfeiçoamento dos santos; 2) a ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus; e: 3) chamar a atenção dos incrédulos à realidade divina. Os dons espirituais dividem-se em três grupos:
I - Dons de Revelação. Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos. Através dos quais a Igreja é capacitada a conhecer de maneira sobrenatural.
II - Dons de Poder. Fé, Maravilhas e Cura. Por intermédio dos quais a Igreja pode agir de forma extraordinária.
III - Dons de Alocução. Línguas, interpretação e profecia. Por meio dos quais a Igreja recebe a graça de proclamar os arcanos divinos de modo milagroso" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.127-28).

CONCLUSÃO
A descida do Espírito Santo é acompanhada dos dons espirituais. Eles são atuais na vida da Igreja e são dados a cada um para o que for útil, sempre para o bem da igreja local. Trata-se de ferramentas importantes e indispensáveis para os crentes, razão pela qual devemos lhes dar a devida atenção.

PARA REFLETIR
A respeito das manifestações do Espírito Santo, responda:

Qual sinal sobrenatural ocorrido no dia de Pentecostes que se repete na história da Igreja?
A glossolalia.

O que é a glossolalia?
É a manifestação das línguas estranhas no batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais.

Qual é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo?
O falar em "outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo.

Qual o propósito do batismo no Espírito Santo?
O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em Cristo (At 1.8).

Que são dons espirituais?
São manifestações do poder de Deus que nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8).

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p41.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos, Comentarista Esequias Soares, 3º trimestre 2017.

Lição 10 O perigo do materialismo



Lição 10 O perigo do materialismo
03/09/2017

Texto do dia.
(1 Co 15.19)
"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens."

Síntese
A cosmovisão materialista busca entender o Universo somente levando em conta o mundo físico.

Agenda de leitura
Segunda - Jó 12.7-10 A natureza depõe contra o materialismo
Terça - Sl 14.1 A loucura dos néscios
Quarta - Lc 12.19-21 O materialismo não enriquece
Quinta - Lc 16.19-21 O materialismo promove a indiferença
Sexta - Jo 20.29 Felizes são os que creem
Sábado - 2 Co 4.18 Atentando no que não se vê

Objetivos
COMPREENDER o conceito, as origens e as consequências da cosmovisão chamada materialismo;
FAZER uma análise a respeito da futilidade, loucura e pobreza do materialismo;
CONFRONTAR os ideais materialistas por intermédio da cosmovisão e contracultura cristã.

Interação
Querido professor, é verdade que grande parte dos templos não dispõem de estrutura física adequada para o funcionamento de todas as classes da Escola Dominical, sendo ministradas aulas em quartinhos apertados, cozinhas de igreja, gabinetes de pastores, e outros lugares inusitados, gerando uma série de limitações ao aprendizado. Contudo, é possível fazer um excelente trabalho, mesmo que nem todas as condições sejam favoráveis. Não é demais lembrar que a primeira reunião da Escola Dominical no Brasil aconteceu na cozinha do casal Kalley. Portanto, esteja certo de que Deus o ajudará a vencer quaisquer dificuldades. O Senhor convocou você para esta grande obra. Não desista nunca! Sempre dê o seu melhor.

Orientação Pedagógica
Estimado professor, esta ministração terá um caráter eminentemente de "defesa da fé". Por isso, peça a Deus uma estratégia de abordagem e, ao final da aula, questione se alguém acredita na veracidade da cosmovisão materialista (é provável que haja convidados, em face do desafio de trazer descrentes, da aula anterior). Em seguida, pergunte se querem entregar a vida a Cristo. Você pode se surpreender! Ore pelos que aceitarem e, após, dê-lhes as boas-vindas à família de Deus. Convide também os que não aceitaram para o culto à noite, bem como para a próxima aula. Faça o possível para presentear os visitantes, pelo menos, com um Novo Testamento. Agradeça a visita e diga-lhes que a turma terá muito prazer em recebê-los novamente. Por fim, oriente seus alunos sobre o cuidado com os novos crentes.

Texto bíblico
Romanos 1.20-22, Lucas 12.15-21

Romanos 1.20-22
20  Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21  porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22  Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
Lucas 12.15-21
15  E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
16  E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância.
17  E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18  E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19  e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
20  Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
21  Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O materialismo é um pensamento filosófico que apresenta um grande perigo para a sociedade deste tempo, porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, sendo, portanto, o centro de todas as coisas, e a base para toda a existência. Assim, qualquer tema espiritual não apresenta relevância para o materialismo, seja a existência de Deus, da alma, céu ou inferno.
Nesta lição, veremos um paralelo entre a cosmovisão materialista e a maneira de ver o mundo do Cristianismo, a denominada cosmovisão judaico-cristã, que se traduz como a resposta mais contundente de Deus para um mundo materialista decaído, o qual precisa desesperadamente de razões para viver.

I - CONHECENDO O MATERIALISMO

1. O que é o materialismo. Materialismo é uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
Assim, para uma pessoa materialista, só há seres materiais e tudo que existe está consolidado materialmente. Isso apenas desnuda a extrema pobreza do referido sistema filosófico ao tentar, com uma verdade parcial, explicar a verdade total, por olhar para a complexidade da vida sem a dimensão da eternidade.
O preconceito abrigado na mente dos materialistas atenta, inclusive, contra as regras de investigação científica, pois descarta previamente a possibilidade da existência de coisas espirituais nas suas análises. Está escrito: "Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus" (Sl 10.4). Assim, vê-se que o pensamento materialista carece de respaldo científico para existir, pois suas cogitações ateístas impedem de enxergar a verdadeira realidade, a qual não depende de condições temporais para existir, mas é desde a eternidade: o mundo espiritual.

2. As origens do materialismo. O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem no século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o Universo e tudo que nele há é constituído apenas por átomos (partículas invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade, inclusive os pensamentos.
Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi corroborada por alguns, como Epicuro e os estoicos, mas isso proliferou, sobretudo, a partir do Iluminismo. No Século XIX, foi elaborada a tese do materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba, etc.), onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica.

3. As consequências do materialismo. Contemporaneamente, os materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por Richard Dawkins, escritor dos livros "O gene egoísta" e "Deus, um delírio, dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e sem rumo. Retrato disso pode ser observado em Ernest Hemingway, um célebre romancista ateu, o qual dizia que a vida era "uma viagem de um dia curto do nada para o nada", e que decidiu viver intensamente seu materialismo e hedonismo. Afirmava que tinha tudo para ser feliz sem Deus, mas chegou ao fundo do poço de seu desespero existencial em julho de 1961, quando deu cabo à sua vida. O materialismo outorga aparente autonomia ao homem para viver a seu bel prazer, mas lhe tolhe a possibilidade de encontrar a verdadeira felicidade e paz.
O maior problema dos materialistas será quando forem prestar contas diante de Deus, pois nesta vida eles podem até ter alegria no coração, pela imensa graça de Deus, porque está escrito que Deus deixou os povos andarem "em seus próprios caminhos", e mesmo assim mandou "chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações" (At 14.16,17). Que grande amor! O Senhor, ainda que o homem se desvie, continua o amando e outorgando-lhe bênçãos. Mas no dia da prestação de contas, diante do Justo Juiz, se não se arrependerem dos seus pecados, ainda em vida, e se converterem a Jesus, o fim dos materialistas não será o dos melhores.

Pense
Por que devo acreditar em coisas que eu não posso ver?

Ponto Importante
Algumas Coisas que não vemos são fundamentais para provar as que vemos!

II - ANALISANDO O MATERIALISMO

1. A futilidade do materialismo. A característica de ser fútil, insignificante, sem valor, cai bem ao materialismo. Está escrito que não se deve atentar para as coisas materiais, pois elas desaparecerão, haja vista que o verdadeiro valor encontra-se naquilo que dura para sempre, como a Palavra de Deus, o amor, o Reino de Deus.
O materialismo apequena a vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.
Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que "a vida é muito curta para ser pequena". Não se deve aceitar a míope e fútil cosmovisão materialista para resolver todos os dilemas da existência, notadamente porque existe em cada pessoa uma partícula imaterial, perene, a fagulha de Deus, que necessita ter intimidade com o Criador, sob pena de perder os melhores sentimentos da vida.

2. A loucura do materialismo. Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura. Aliás, é a própria Bíblia que chama o materialista de louco. Jesus contou a parábola de um homem rico o qual, ensandecido, pensou que tinha o controle sobre o tempo futuro. Ele projetou tudo e, como era materialista, em vez de falar com Deus, falou consigo mesmo. Observe-se o que está escrito: "E direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?" (Lc 12.19,20).
Assim, a empreitada materialista não tem futuro, como não tinha futuro as condutas do homem aparentemente rico da parábola.

3. A pobreza do materialismo. Jesus contou a história sobre um homem rico, judeu (porque é chamado de filho) o qual, ao morrer, foi para o inferno (Lc 16.25,26,31) e, naquele lugar de tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no Céu.
Ora, é certo que possuir bens não é pecado, porém o fato relevante da história é que a mente daquele homem focava exclusivamente nas coisas materiais e não atentava para o que era sobrenatural, por isso o Senhor lhe falou daquela forma. O homem da história era um pobre rico e Lázaro a única pessoa que possuía muitos bens, pois o seu tesouro estava no Céu.

Pense
Como o homem, sendo matéria, pode ser feliz buscando satisfação fora do âmbito material?

Ponto Importante
O materialismo apequena o sentido da vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.

III - CONTRAPONDO O MATERIALISMO

1. A cosmovisão judaico-cristã. A cosmovisão judaico-cristã, como forma de ver e compreender o mundo, surgiu ao longo dos séculos, quando Deus tratava com seus servos, ensinando-lhes como viver sobre a terra. Esses ensinamentos foram sendo contados nas Sagradas Escrituras e, com o advento dos textos do Novo Testamento, aconteceu o aperfeiçoamento, transformando-se na única ideologia que oferece uma resposta eficiente aos anseios mais profundos do homem e da sociedade, sendo, assim, um contraponto em relação ao materialismo.

2. A contracultura do Reino. A cosmovisão do Cristianismo produz uma forma de viver diferente, o que pode ser chamado de contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com a cultura do mundo (Rm 12.2); como também não podem produzir uma subcultura, através da qual se vive algo parecido com o materialismo, submetendo a igreja a condutas não bíblicas... Deus chamou a igreja para realizar um movimento revolucionário, de guerra contra o pecado, sabendo que "nossa luta não é contra a carne e o sangue..." (Ef 6.12).

3. A comissão cultural da Igreja. Quando Jesus mandou que a Igreja ensinasse às nações a cosmovisão cristã, - o evangelho - buscava que o poder transformador de Deus alcançasse o homem individualmente, outorgando-lhe a redenção, mas também influenciasse a comunidade na qual está inserida. A isso se denomina comissão cultural.

Pense
Podemos dizer que as práticas de outras culturas são erradas? Não seriam relativas?

Ponto Importante
A cosmovisão do Cristianismo produz um jeito de viver diferente, uma contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).

SUBSÍDIO 1
"Outro problema tem atingido frontalmente as famílias, acirrando ainda mais a crise contemporânea: o materialismo. Ele incute a ideia de que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais. Ele cega, tira a esperança e desconsidera as coisas da fé.
Recentemente li uma reportagem muito triste de um inglês chamado Tom Attwater, de 32 anos, que tinha um tumor no cérebro, e faleceu dia 29/9/2015 após arrecadar cerca de R$ 3 milhões (£ 500 mil) para garantir o futuro de sua enteada Kelli, de seis anos, que já tinha tido um sério problema de saúde.
Sabendo de sua morte iminente, ele escreveu uma carta de despedida para Kelli, na qual aborda diversos assuntos. Ele disse lamentar que não pudesse vê-la crescer e arremata: 'Por favor, não culpe as pessoas ou o mundo por isso'. (Não mencionou sequer Deus!) Ele continuou a aconselhando sobre assuntos como a escola, meninos, casamento, família, amigos, carreira profissional, além de pedir para que ela aprendesse a dirigir e que fosse feliz em primeiro lugar.
A história poderia ser bonita e não triste, se Tom Attwater não fosse um materialista. Ele nada disse a Kelli acerca de Deus. Quanta pobreza existencial!" (SOARES, Reynaldo Odilo Martins. Eu e Minha Casa. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 149).

SUBSÍDIO 2
"Provas científicas, com base na observação por repetição, mostram que alguma coisa é um fato com a repetição do evento na presença da pessoa que questiona o caso. Estabelece-se um ambiente controlado, o experimento é realizado, são feitas observações, são obtidos os dados e hipóteses são empiricamente verificadas ou falsificadas.
Uma vez que a eficácia da ciência depende de coletar dados a partir da observação contínua dos testes de hipótese, o método cientifico moderno, embora altamente eficaz em determinada esfera, é gravemente limitado. Ele é aplicável apenas a eventos ou fatos passíveis de repetição. É lamentável que o respeito moderno pela ciência tenha levado as pessoas a supor, equivocadamente, que o método científico pode ser usado para determinar toda a verdade. Ele não pode, e nunca pôde. Os eventos históricos, pela sua própria natureza, ocorrem apenas uma vez no tempo, e não são passíveis de repetição. Não podemos provar cientificamente que Aníbal cruzou os Alpes. Mas isso não nos dá motivos para considerar a disciplina histórica como uma ciência 'fraca'.
A impossibilidade de repetir o evento em um ambiente controlado não impossibilita a sua realidade. O método científico é inválido, como ferramenta, para todos os tipos de provas" (McDOWELL, Josh. McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 141,142).

ESTANTE DO PROFESSOR
NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade. 1.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

CONCLUSÃO
O materialismo destrói a fé e tira a visão da realidade espiritual, enxergando só o que é tangível, mensurável, transitório... uma loucura, na medida em que Deus é real e tudo o que é material vai perecer. Diante disso, a Igreja, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20) e a comissão cultural, deve ensinar a cosmovisão judaico-cristã desde Jerusalém... até os confins da terra (At 1.8).

Hora da revisão.

Por que o materialismo é perigoso?
Porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, a base para toda a existência, excluindo Deus de seus conceitos.

Segundo a lição, o que é materialismo?
É uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.

Com suas palavras, defina o que é a comissão (ou mandato) cultural da Igreja?
É a responsabilidade do cristão de influenciar positivamente sua sociedade.

Segundo a lição, conceitue contracultura.
É o jeito diferente de viver dos cristãos genuínos, em desconformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).

O que você diria para alguém que se diz materialista?
Resposta Pessoal.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, Tempo para todas as coisas – Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá, Comentarista Reynaldo Odilo, 3º trimestre 2017.