segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Lição 1 O Deus todo poderoso se revelou.



Lição 1 O Deus todo poderoso se revelou.
1 de outubro de 2017

Texto Áureo
João 4.24
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

Verdade Aplicada
Deus é Espírito, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige o universo.

Objetivos da Lição
Discorrer acerca da existência de Deus, da criação e da fé universal;
Descrever a natureza de Deus como Espírito, Sua bondade e fidelidade;
Apresentar as características do amor divino e como ele nos é doado.

Glossário
Longânimo: Que tem grandeza de espírito e pratica a generosidade; benigno; que demonstra paciência; paciente, resignado;
Suscetível: Facilmente influenciável; capaz de adquirir outras características;
Transcender: Ser superior a; ir além de.

Leituras complementares
Segunda Gn 1.1
Terça Is 43.7
Quarta Jo 4.24
Quinta Hb 11.3
Sexta Tg 1.17
Sábado 1Jo 1.5

Textos de Referência.
Salmos 19.1-5; 7
1 Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
2  Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.
3  Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes
4  Em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
5  Que é qual noivo que sai do seu tálamo e se alegra como um herói a correr o seu caminho.

7  A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.

Hinos sugeridos.
25, 459, 526

Motivo de Oração
Ore para que os jovens aprendam mais sobre Deus, a Bíblia e  como manterem-se firmes em sua fé.

Esboço da Lição
Introdução
1. A existência de Deus.
2. A natureza de Deus.
3. O amor de Deus.
Conclusão

Introdução
Como cristãos, aceitamos a verdade da existência de Deus, não com uma fé cega, mas com uma fé alicerçada nas Sagradas Escrituras, na natureza e em Sua revelação pessoal (Rm 1.19).

1. A existência de Deus.
A fé na existência de Deus é o ponto inicial para o estudo da presente lição (Hb 11.6). Alguns querem provas mais exatas, outros descreem totalmente, como os ateus, mas nós, cristãos, não temos dúvida alguma, porque temos as Sagradas Escrituras como alicerce.

1.1. A criação testemunha a existência de Deus.
Sabemos que existimos, e a certeza de que não originamos de nós mesmos já evidencia que existe uma causa originária (Gn 1.1a). Os céus e a terra, e o próprio homem, são resultados testificadores de um poder que é tanto sobre-humano quanto sobrenatural, e isto é evidente em sua origem e preservação. A natureza inteira dá testemunho impressionante dessa criação universal maravilhosa e da maneira como está ordenada (Sl 19.1-3).

A Bíblia tem a existência de Deus como um fato e nos mostra que é preciso crer na revelação das Escrituras: “porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). As Sagradas Escrituras começam com um registro que indica a existência de Deus como uma premissa fundamental: “No princípio, criou Deus os céus e a terra,” (Gn 1.1). Também descreve Deus como Sustentador de todas as coisas, o Sustentador de todas as Suas criaturas e como o Governador de indivíduos e nações. De acordo com Derek Kidner, a expressão inicial “No princípio” é mais que simples indicação de tempo. As variações sobre este tema em Isaias 40 mostram que o princípio está impregnado do fim, e que o processo todo é presente para Deus, que é o Primeiro e o Último (Is 46.10; 48.12).                            

1.2. Deus é autoexistente.
A declaração mais perfeita quanto a existência de Deus é dita por Ele mesmo ao profeta Isaías: “Antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10b). Deus não tem princípio nem fim. Ele não precisou nascer, ou ser formado, sempre existiu, é infinito (Sl 90.2; 102.27; Rm 1.19). Seja no passado ou no futuro, Ele é eterno. Sua natureza não está sujeita à lei do tempo, porque Ele fez o tempo existir, e o tempo é que está nEle. Para Ele, o passado, o presente e o futuro sempre serão um eterno “agora” (2Pe 3.8).

Deus é insondável, e tentar descrevê-lo ou até mesmo entende-lo sem considerar a revelação que Ele mesmo fez a humanidade, está de qualquer concepção humana (Rm 1.19). Ao apresentar-se a Moisés, Ele deixou claro que se revelaria de maneira paulatina aos Seus eleitos. A expressão “Eu sou” em hebraico é “Ehyeh Asher Ehyeh”, e significa: “Eu Serei o que Serei”. Essa é uma maneira de revelar-se de forma particular e íntima a cada um. Saberemos de Deus apenas o que Ele desejar que saibamos (1Co 13.9, 12). Segundo Derek Kidner, apenas Isaias 40 pode comparar-se ao Salmo 90, cuja autoria é atribuída a Moisés, no que diz respeito à apresentação da grandeza e eternidade de Deus em contraste com a fragilidade do homem.

1.3. Deus criou tudo sem ser criado.
De acordo com relato do livro de Gênesis, Deus Criou todas as coisas existentes no universo, inclusive, o primeiro casal (Gn 1.1; 2,7; 22; Cl 1.16). Isto significa que todas as coisas, sejam elas terrenas, celestiais, materiais ou espirituais, se originam do Criador. Tudo surge a partir dEle. Ele é inexplicável, é por si mesmo, criou tudo sem ser criado, não tem começo, nem fim. Criar é uma particularidade divina. Diferente de nós, que sempre criamos a partir de algo existente, Ele cria a partir do nada.

Apenas Deus pode criar. Todas as vezes que o ser humano faz alguma coisa, por mais inovadora que seja, sempre se utiliza de matéria já existente, seja um material, uma ferramenta, uma ideia ou um conjunto de conhecimento. Deus cria de duas maneiras: Ele cria pelo poder de Sua Palavra (Hb 11.3); e a partir daquilo que Ele mesmo criou (Is 43.7). Deus não precisa de molde, nem tampouco de matéria-prima, por isso Ele é Deus, e tão inexplicável assim.

2. A natureza de Deus.
Deus vai além dos limites que imaginamos como seres humanos. Por esse motivo, não é possível defini-Lo. Todavia, podemos conhece-lo, parcialmente, alicerçados naquilo que Ele mesmo nos revelou nas Sagradas Escrituras.

2.1. Deus é Espírito.
Acerca da pessoa de Deus, Jesus declarou: “Deus é Espírito”(Jo 4.24). Sendo Espírito abomina os ídolos, porque estes insultam Sua natureza invisível (Êx 20.4). Deus, em Seu Ser essencial, é Espírito, e, nessa qualidade, é imaterial, e, portanto não pode ser visto pelo olho material nem pode ser representado por coisas materiais (Jo 1.18; 1Tm 6.16). Para Deus não há limites no tempo e no espaço. Ele é maior do que qualquer coisa que exista. Ele é infinito e, ao mesmo tempo, pessoal. Revelada na Bíblia, essa característica é peculiar a Deus. Ele transcende a todo o espaço do Universo.

Deus não tem corpo, é Espírito, e nesse caso só pode ser discernido e compreendido espiritualmente (1Co 2.14-15). Se Deus não fosse Espírito, não poderia ser o “Ser” mais perfeito. Deus é mais perfeito do que a Sua criação por ser Espírito puro. Todas as criaturas abaixo dEle são, essência, finitas e limitadas. Sendo Espírito, Ele é maior do que toda a criação, pois tudo o que existe passou a existir por Sua voz de comando (Gn 1.1). Deus é luz sem trevas algumas (1Jo 1.5), e sem sombra de mudança (Tg 1.17).

2.2. Deus é bom.
Deus é Espírito perfeitamente bom. Quando aplicamos esse termo à pessoa de Deus, nos referimos a todas as excelências morais do Seu caráter (Sl 145.7), pois entre os homens não existe uma pessoa tão boa quanto deveria ser (Lc 18.19). A bondade de Deus não se mistura com o mal, nem é suscetível de alguma falha (Tg 1.17). O bom em Deus é perfeito; nada há de mais nem de menos em Seus caráter. Deus é bom em tudo: na Sua essência; na Sua natureza; no Seu coração; nos Seus desejos; nos Seus planos; nos Seus atos; nos Seus pensamentos mais íntimos.

Os melhores homens são bons somente em certas relações. Deus, porém, é bom para todos, até mesmo para com Seus inimigos, os pecadores (Sl 145.9; Mt 5.45; At 14.17). Partindo da mais alta ideia que se pode fazer da bondade mais elevada da raça humana, Deus vai além. Não há realmente comparação entre a bondade divina e a humana; há, antes, um frisante contraste. Não há ninguém bom como Deus (2Sm 7.22; Sl 25.7).

2.3. Deus é fiel.
Assim como Deus não falha e também não muda, Ele jamais pode ser infiel, porque a fidelidade é uma qualidade de Seu Ser. A fidelidade de Deus é imutável, e não pode ser abalada nem mesmo quando somos infiéis a Ele (2Tim 2.13). O amor de Deus não oscila, mesmo lidando com seres humanos inconstantes e infiéis (Rm 3.3-4). Enquanto as pessoas nos decepcionam por suas infidelidades e desejos de poder, o Senhor jamais nos decepciona, pois Ele não pode negar a Si mesmo. Com Ele podemos olhar além do caos e da ruína, porque a Sua fidelidade sempre nos trará esperança e conforto (Hb 10.23).

A essência de Deus não depende em nada de nós mesmos. Essa é a Sua essência, Ele é fiel, Fidelidade significa cumprir aquilo que se promete. O significado da palavra fidelidade associado ao caráter de Deus deve ser entendido como a qualidade de fiel, que por sua vez significa: digno de fé, leal, honrado, infalível, seguro, pontual, exato, verídico (Tt 1.2).

3. O amor de Deus.
O amor de Deus transcende nosso entendimento e razão. Ele é a base de toda a Sua atividade de redenção, e a causa que move todos os Seus atos de misericórdia. A maior prova do amor de Deus é Jesus Cristo. Deus O enviou para que descobríssemos o quanto Ele nos ama (Jo 3.16).

3.1. O significado do amor de Deus.
O amor de Deus é o atributo pelo qual Ele se inclina a buscar os melhores interesses de Suas criaturas e a comunicar-se com elas. O amor de Deus é como uma ponte, que permanece firme sob as mais pesadas pressões causadas pelo peso do pecado. Seu amor é Longânimo e não depende de obra alguma de nossa parte. Ele nos ama porque o amor é a Sua própria essência (Jó 41.11; 1Jo 4.7-8, 16).

A essência do ser de Deus é o amor. Este atributo é o tema central das Sagradas escritura,, demonstrando de forma suprema em Jesus Cristo, “Deus é amor” (1Jo 4.8, 16). Esta declaração significa que o amor de Deus não precisa de um objeto para existir; ele é altamente independente; é parte da natureza divina; e pode ser definido como a inclinação natural da essência divina para a bondade.

3.2. Um amor que se doa.
Assim como existe uma mente mais alta que a nossa, existe também um coração maior que o nosso. Deus não é simplesmente aquele que ama. Ele é o amor em exercício. Há uma infinita vida de sensibilidade e afeição em Deus. Sua sensibilidade está em grau infinito. Seu amor implica não somente em receber, mas em dar. Não é meramente emoção, mas concessão. Dar faz parte do seu “Ser, e não somente dar, mas dar a Si mesmo (Jo 3.16; 1Jo 3.16). 

O amor de Deus é incomparável e ilimitado. Apesar das iniquidades e pecados do homem, Deus ama Suas criaturas, sendo capaz de se entregar por elas (Rm 5.6-8). Deus ama todos os que estão em Cristo Jesus, assim como ama Seu próprio Filho (Jo 17.23). Segundo Russel S, o amor de deus, sendo infinito, não pode ser comparado com o nosso amor humano (1Jo 4.9-10). É interessante observar que o Deus invisível se revela no amor recíproco entre os cristãos, uma vez que esse amor é fruto do Espírito Santo neles (1Jo 4.12-13).

3.3. Um amor que corrige.
O amor de Deus é incondicional (Rm 5.8), mas não significa que seja permissível, pois as Sagradas Escrituras também revelam que Deus é Santo e Justo (1Pe 1.16; Sl 145.7). Nossos pais terrenos nos corrigem para que nosso caráter se aperfeiçoe e nos tornemos melhores filhos para o lar e a sociedade. Deus nos disciplina e corrige para que sejamos participantes de Sua santidade. Sua intenção é que nos tornemos santos, justos e nos sujeitemos aos Seus padrões (Sl 119.71; Hb 12.6-11).

Como um pai que ama a seus filhos, Deus nos corrige no intento de nos prevenir contra os erros (1Co 11.32). Deus nos ensina que o amor também implica em correção, e o contrário disso não é amor, pois quem ama se importa. Deus sempre está a nossa frente, e quando intervêm, tirando algo ou nos impedindo de avançar, com certeza, é para o nosso bem, mesmo que ao princípio nos cause dores e tristezas (Jó 5.17; Rm 8.28). De acordo com Shedd, a correção e responsabilidade recebidas do Senhor Deus produzem vantagens futuras na maturidade alcançada pelo cristão. É certo que a filiação divina inclui provação (Hb 12.8; At 14.22). Quem não é filho de Deus não recebe disciplina dEle (Hb 12.7).

Conclusão.
Embora a Bíblia não faça questão de provar a existência de Deus, não há como negar que Ele não exista. Quando olhamos para tudo o que está à nossa volta, inclusive, nós mesmos, temos a certeza de que Deus é real, não um mito (Sl 19.1-4).

Questionário.
1. O que evidencia a certeza de que não originamos de nós mesmos?
R: Que existe uma causa originária (Gn 1.1a).

2. Porque Deus jamais pode ser infiel?
R: Porque a fidelidade é uma qualidade de Seu Ser (2Tm 2.13).

3. Qual é a maior prova do amor de Deus?
R: Jesus Cristo (Jo 3.16).

4. Por que Deus ama?
R: Porque o amor é Sua própria essência (Jó 41.11; 1Jo 4.7-8, 16)..

5. Por que Deus nos disciplina e corrige?
R: Para que sejamos participantes de Sua santidade (Hb 12.6-11).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

Lição 1 Uma Promessa de Salvação



Lição 1 Uma Promessa de Salvação
1 de Outubro de 2017

TEXTO ÁUREO
(Gn 3.15)
"E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te  ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

VERDADE PRÁTICA
A promessa da salvação foi a resposta amorosa de Deus para reconciliar consigo mesmo o ser humano.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 3.1-3
A liberdade para escolher
Terça - Gn 6.5-7
A tragédia da raça humana
Quarta - Gn 12.3
O plano de salvação para a humanidade
Quinta - Is 51.4,5
A salvação e a justiça vêm do justo Senhor
Sexta - Lc 4.18,19
Jesus, o Salvador da humanidade
Sábado - Ef 2.8
A salvação é dom de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 3.9-15
9 - E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?
10 - E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11 - E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12 - Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13 - E disse o Senhor Deus ? mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14 - Então, o Senhor Deus disse ? serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida
15 - E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

OBJETIVO GERAL
Mostrar que a promessa da salvação foi a resposta amorosa de Deus para reconciliar consigo o ser humano.

HINOS SUGERIDOS: 27, 156, 291 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Apresentar o conceito bíblico de salvação;
Mostrar a importância da doutrina da salvação;
Saber que a salvação foi prometida ainda no Éden.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus chegamos ao último trimestre do ano de 2017 e vamos encerrar a nossa série de estudos bíblicos tratando a respeito da maior e mais importante dádiva divina aos homens: a salvação. O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue ? sua própria sorte, já no Éden o Senhor providenciou a sua redenção mediante o sacrifício de Jesus Cristo.
O comentarista do trimestre é o pastor Claiton Pommerening. Ele é doutor em Teologia, diretor da Faculdade Refidim e editor da Azusa, revista de Estudos Pentecostais.
Que mediante o estudo de cada lição, possamos evidenciar ainda mais a nossa gratidão ao Pai pelo extraordinário dom da salvação.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A salvação é um processo imediato (conversão) e contínuo na vida do crente (santificação). É necessário que o nascido de novo conheça todos os benefícios que essa dádiva, por intermédio da morte de Cristo, outorgou-lhe na cruz. A vida plena, a paz, a alegria, a misericórdia, a graça e a bondade que o crente desfruta provêm do milagre da salvação.

PONTO CENTRAL
A promessa da salvação é a resposta amorosa de Deus para salvar a humanidade pecadora.

I - O CONCEITO BÍBLICO DE SALVAÇÃO

1. O conceito. O significado bíblico de salvação compreende cura, redenção, remédio, completude, inteireza, integralidade, saúde física, mental e emocional. No sentido espiritual, salvação quer dizer que Cristo fez a expiação pelo pecador, ocupando o lugar dele na cruz (passado), regenerando e santificando sua vida (presente), a fim de um dia "glorificar" o corpo dele plenamente (futuro). Assim, a salvação só é possível por causa da obra de Cristo consumada na cruz (Hb 2.10). No sentido prático, salvação significa livramento da condenação eterna, apaziguamento e felicidade na vida de quem aceita Jesus como Senhor e Salvador. Essa pessoa é nova criatura e, por isso, se esforça para compartilhar e implantar as virtudes do Reino de Deus no mundo.

2. Salvação no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a salvação está relacionada ao escape das mãos dos inimigos, à libertação da escravidão e ao estabelecimento de qualidades morais e espirituais para a vida de quem tem Deus como seu Senhor (Is 33.22-24). Nessa perspectiva, diante das calamidades naturais (Êx 15.25), da perseguição (Jz 15.18; 2 Sm 22.3), da escravidão, das doenças e da morte, o Altíssimo prometeu salvação ao seu povo no sentido de libertá-lo (Êx 14.13; 15.2,13), livrá-lo e curá-lo (Is 38.16; 58.8) para viver uma vida longe das injustiças. Contudo, o ápice da salvação no Antigo Testamento (AT) se deu com a profecia de Isaías sobre a vida e a morte do "Servo Sofredor" (Is 53). O Antigo Testamento aponta os sacrifícios de animais para o sacrifício substitutivo de Jesus Cristo na cruz do Calvário (Hb 10.11,12); um evento vaticinado por vários profetas daquela época. Era o oferecimento de um inocente no lugar de um culpado; uma morte não merecida, mas aceita diante de Deus para remir os nossos pecados (Hb 9.22).

3. Salvação em o Novo Testamento. A salvação não é alcançada por mérito humano (Tt 2.11), pois é oferecida por Deus ao que crê pela graça (Ef 2.8,9). Nas suas epístolas, o apóstolo Paulo é um dos que mais esclarece os conceitos de salvação em o Novo Testamento (NT), mostrando que essa dádiva não ocorre por intermédio da Lei, nem por meio do esforço humano, mas única e exclusivamente pela graça divina (Gl 2.16). Pela fé, cabe ao homem confiar em Cristo a fim de que seja redimido e justificado por meio de sua crucificação, bem como permitir que seja santificado até o fim, tendo tal esperança por meio de sua ressurreição (Rm 4.25). Ainda que o pecador não mereça, por intermédio do Filho de Deus, o Pai o justifica, o perdoa, o reconcilia consigo (Rm 5.11), o adota em sua família (Gl 4.5), o sela com o Espírito Santo da promessa (Ef 1.13) e faz dele uma nova criatura (2 Co 5.17). Assim, o Espírito Santo capacita o crente a viver em santidade, mortificando a força do pecado, assemelhando-o com Cristo, a fim de que o nascido de novo espere, com confiança, pela salvação plena e gloriosa (Fp 3.21).

SÍNTESE DO TÓPICO I
O conceito bíblico de salvação diz respeito da redenção da humanidade.

SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
Vários termos que designam a salvação ocorrem frequentemente ao longo da Bíblia. No Antigo Testamento, a raiz mais importante em hebraico é yasha, que significa liberdade daquilo que prende ou restringe. Portanto, o verbo significa soltar, liberar, dar comprimento e largura a algo ou a alguém. Os vários substantivos derivados desta raiz significam tanto o ato de libertar quanto o de resgatar (1 Sm 11.9), além de transmitir o estado resultante de segurança, bem- estar, prosperidade e de vitória sobre os adversários (2 Sm 23.10,12). O particípio deste verbo é a palavra traduzida como 'Salvador', moshia, da qual vem o nome Josué, e sua forma grega, Jesus; ambas significam 'Yah(weh) salva.
[...] No cristianismo, o verbo passou a ser utilizado com o significado de salvar uma pessoa da condenação eterna, e conduzi-la à vida eterna (Rm 5.9). No texto de 2 Timóteo 4.18 este termo transmite a ideia de levar alguém com segurança ao reino celestial de Cristo. No Novo Testamento soteria só é encontrado em conexão com Jesus Cristo como Salvador, e não em qualquer sentido físico ou temporal. A salvação traz a justiça de Deus para o homem, quando este cumpre a condição de ter fé em Cristo (Rm 1.16,17; 1 Co 1.12)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1744).

CONHEÇA MAIS
*Salvação 
"A salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida - no caráter - de toda pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como seu único Salvador [...] A salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo, através de Jesus Cristo nesta vida e na outra." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática Pentecostal,  CPAD, p.334.

II - A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO

1. A grandeza da salvação. Embora haja, na vida do crente, um momento de conversão, de ruptura com a velha vida e de nascimento para a nova vida em Cristo, é necessário ter o desejo de conhecer mais a verdade de Deus (1 Tm 2.4). Nesse sentido, deve-se tomar o capacete da salvação (Ef 6.17), ou seja, proteger a mente com as verdades salvíficas, a fim de estarmos livres das investidas de Satanás - que busca nos colocar dúvidas -  e assim compreendermos os conceitos fundamentais dessa gloriosa doutrina, tais como: propiciação, expiação, adoção, regeneração, santificação, perdão.

2. Para compreender o que Jesus fez. A salvação abrange todas as dimensões da vida, por isso, embora tão simples de ser vivenciada - pois para isso basta aceitarmos a Cristo (Rm 10.10) - muitas vezes seu processo é lento e requer compreensões maiores. É o que se denomina "aperfeiçoamento dos santos". Ora, embora a salvação seja um processo imediato alcançado por meio do sacrifício de Cristo, esse aperfeiçoamento se dá por meio da assimilação e da vivência constante na dependência de Deus em todas as áreas da vida. Esse processo chama-se "santificação".

3. Para se apropriar dos benefícios da salvação. Como a salvação pode ser negligenciada (Hb 2.3), devemos nos esforçar para conhecer e se apropriar de todos os seus benefícios, dentre os quais destacamos: o livramento da condenação do inferno, a libertação do poder do pecado e do poder das trevas (Cl 1.13), o experimentar da redenção em Cristo (1 Pe 1.18,19), a vida segundo o Espírito (Rm 8.1), o novo nascimento (Jo 3.5) e a participação da manifestação de Cristo em glória (Cl 3.4).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A doutrina da salvação abrange todas as dimensões da vida.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A salvação baseia-se na morte de Cristo para a remissão dos pecados de acordo com os justos requisitos de um Deus santo e abençoador (Rm 3.21-26). As bênçãos da salvação incluem, basicamente, a redenção, a reconciliação, e a propiciação. A redenção significa a completa libertação através do pagamento de um resgate (2 Pe 2.1; Gl 3.13). A reconciliação significa que, por causa da morte de Cristo, o relacionamento humano com Deus foi modificado de um estado de inimizade passando a um estado de comunhão (Rm 5.10). A propiciação significa que a ira de Deus foi retirada através da oferta de Cristo (Rm 3.25).
Quando uma pessoa crê no Senhor Jesus Cristo, ela é salva (At 16.31), e assim já está justificada, redimida, reconciliada e limpa (Jo 13.10; 1 Co 6.11). Além disso, a salvação é também progressiva (1 Co 1.18) e o homem precisa da obra santificadora do Espírito Santo no aperfeiçoamento de sua salvação (Rm 8.13). Além disso, a salvação em sua plenitude, deverá ser realizada no futuro, quando Cristo voltar (Hb 9.28)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1744).

III - A SALVAÇÃO PROMETIDA NO ÉDEN

1. O pecado humano. A partir do momento em que Adão e Eva pecaram, a raça humana passou a expressar e a vivenciar a maldade (Gn 3.6,7 cf. 4.8-26). Enquanto vivia o período da inocência, o primeiro casal relacionava-se plenamente entre si e com Deus (Gn 2.23-25). Mas a partir do advento do pecado, o casal passaria a enfrentar conflitos entre si e com o Criador, passando a encobrir a maldade do seu coração. A obra de Cristo , porém, realizada no Calvário não nos permite viver hipocritamente, mas em verdade e sinceridade. Em Jesus, a maldade do coração é substituída pela capacidade de amar, realizar boas obras, pela fé, manifestar a bondade de Deus e cuidar do próximo. Esses atos são consequências da salvação (Ef 2.10).

2. A transferência da culpa. Após pecarem contra Deus, e serem questionados pelo Criador, Adão e Eva deram respostas que mostraram a incapacidade deles em resolver o problema do pecado, pois ambos transferiram suas culpas para terceiros (Gn 3.12,13). Nesse contexto, Deus havia providenciado uma solução que foi ao encontro do drama do casal: cobrir a sua nudez com a pele de um animal (Gn 3.21). Naquele instante, o Criador "transferiu" a culpa pelo pecado dos nossos primeiros pais para um animal inocente, cujo ato simbolizava o sacrifício perfeito de Cristo para salvar a raça humana, "cobrindo a nudez" do pecado do homem (Hb 9.22b).

3. Satanás esmagado e o pecado vencido. Deus anunciou no Éden o que se denomina de protoevangelho, isto é, a primeira vez na história em que é proclamado o projeto definitivo de Deus para a salvação do ser humano. O Altíssimo jamais abandonaria o ser humano à própria sorte. Embora Satanás tentasse eliminar o homem de vez, seu intento não passou de uma simples tentativa de "morder o seu calcanhar" (Gn 3.15). Mas, por intermédio da salvação outorgada na cruz, Cristo esmagou a cabeça da "Serpente" provendo a solução definitiva para o estado caído do ser humano. A peçonha do pecado que Satanás tentou passar à humanidade foi aniquilada pela morte redentora de Cristo. O Criador prometeu salvação e deseja que todo ser humano seja salvo (1 Tm 2.3,4), apesar da condição de rebelado, de pecador e de inimigo de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação nos foi prometida pelo Pai no Éden.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O proto-evangelho
A semente da serpente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13.38,39; Jo 8.44), e a semente da mulher têm ambas sentido fortemente pessoal. Deus disse à serpente: A Semente da mulher te ferirá a cabeça. Compare a referência de Paulo a isto em Romanos 16.20. A serpente só poderia ferir o calcanhar da Semente da mulher. De fato, ferir não é forte o bastante para traduzir o termo hebraico, que pode significar moer, esmagar, destruir. Uma cabeça esmagada que leva à morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado. O versículo 15 é chamado de 'proto-evangelho', pois contém uma promessa de esperança para o casal pecador. O mal não tem o destino de ser vitorioso para sempre; Deus tinha em mente um Vencedor para a raça humana. Há um forte caráter messiânico neste versículo.
Em Gênesis 3.14,15, vemos 'o Calcanhar Ferido'. 1) O Salvador prometido era a Semente da mulher - o Deus-Homem; 2) Esta Semente Santa feriria a cabeça da serpente - conquistar o pecado; 3) A serpente feriria o calcanhar do Salvador -   na cruz, Ele morreu" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 41).

CONCLUSÃO

Embora o homem tenha contrariado o plano divino, desprezando o grande cuidado de Deus dispensado a ele no Éden, o Criador imediatamente lhe providenciou um substituto através da morte de um animal, apontando, dessa forma, para Cristo. Portanto, no Éden, Deus apresenta duplamente o Redentor: (1) proferindo a promessa de redenção (Gn 3.15); (2) sacrificando o animal para vestir Adão e Eva (Gn 3.21).

PARA REFLETIR
A respeito de uma promessa de salvação, responda:

Qual é o conceito bíblico para salvação?
O significado bíblico de salvação compreende cura, redenção, remédio, completude, inteireza, integralidade, saúde física, mental e emocional. No sentido espiritual, salvação quer dizer que Cristo fez a expiação pelo pecador, ocupando o lugar dele na cruz (passado), regenerando e santificando sua vida (presente), a fim de um dia "glorificar" o corpo dele plenamente (futuro).

Como se concebia a salvação no Antigo Testamento?
No Antigo Testamento, a salvação está relacionada ao escape das mãos dos inimigos, à libertação da escravidão e ao estabelecimento de qualidades morais e espirituais para a vida de quem tem Deus como seu Senhor (Is 33.22-24).

Qual é a abrangência da salvação?
A salvação abrange todas as dimensões da vida, por isso, embora tão simples de ser vivenciada, pois para isso basta aceitarmos a Cristo (Rm 10.10), muitas vezes seu processo é lento e requer compreensões maiores.

Qual foi a promessa de salvação que Deus fez no Éden?
Deus prometeu que enviaria a Semente da mulher (Jesus) e que esta Semente feriria a cabeça da serpente (Satanás), mostrando que Jesus viria ao mundo e morreria na cruz por nossos pecados.

Qual deve ser nossa postura diante da tão grandiosa salvação de Jesus?
Crer no sacrifício de Cristo e se render a Ele como Salvador e Senhor.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p. 36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, Comentarista Cleiton Ivan Pommerening, 4º trimestre 2017.