segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Lição 6 A Abrangência Universal da Salvação

Lição 6 A Abrangência Universal da Salvação
5 de  Novembro  de 2017

TEXTO ÁUREO
(Jo 3.17)
"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele."

VERDADE PRÁTICA
A salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal, pois os que o aceitarem, em todo tempo e lugar, serão salvos pela graça de Deus.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gl 5.1
Cristo nos libertou da escravidão do pecado
Terça - Hb 9.28
Cristo ofereceu-se para, de uma única vez, tirar o pecado do mundo
Quarta - 2 Co 5.20
Somos embaixadores da parte de Cristo nesta Nova Aliança
Quinta - Fp 3.20,21
Cristo transformará o nosso corpo de humilhação conforme seu Corpo glorioso
Sexta - Hb 10.16-18
Cristo perdoa todos nossos pecados
Sábado - Rm 8.1,2
Não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 3.16-18; 1 Timóteo 2.5,6

Jo 3.16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 - Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

1Tm 2.5 - Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,
6 - o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.

OBJETIVO GERAL
Mostrar que a salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal.

HINOS SUGERIDOS: 220, 287, 305 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Explicar o que é a obra expiatória de Cristo;
Discutir a respeito do alcance da obra expiatória de Cristo;
Apontar que Cristo oferece salvação a todos.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo veremos que a salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal. Deus ama todos, independente de raça, cor ou classe social. Ele ama todos os povos e deseja que todos se salvem mediante a fé no sacrifício do seu Filho Unigênito. Não podemos concordar com a predestinação, pois as Escrituras Sagradas não mostram que somente alguns foram criados para usufruir da vida eterna, enquanto outros, predestinados, serão lançados no lago de fogo. Contudo, sabemos que Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio e nossas escolhas vão influenciar o nosso destino eterno. O próprio Salvador, Jesus Cristo, afirma que quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A salvação em Cristo alcança a todos (Jo 3.16). É tão eficaz que foi completada de uma vez por todas pelo "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). Somente por intermédio de um Cordeiro tão perfeito, de um sacrifício tão completo e de um Deus tão amoroso se poderia realizar essa obra de maneira a raiar a luz para os que estavam em trevas (Mt 4.16).

PONTO CENTRAL
A salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal.

I - O QUE É A OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO?

1. A necessidade de expiação. Com o termo "expiação", nos referimos ao ato de remir uma pessoa de um crime ou falta cometida. Foi isso que aconteceu conosco por intermédio da obra expiatória de Cristo. Esta se tornou necessária porque o pecado atingiu a humanidade e a criação, de modo que o ser humano não consegue resolver esse problema por si mesmo. Nesse contexto, a obra expiatória de Cristo se expressa por meio do padecimento de cruz para aniquilar o poder do pecado sobre o ser humano (Rm 5.20,21). Foi na cruz do Calvário o lugar em que se deu o sacrifício expiatório de Cristo, substituindo o pecador pelo justo Cordeiro de Deus que pagou em nosso lugar e, para sempre, a dívida do nosso pecado (Is 53). Esse ato é a suprema expressão do amor do Pai, por meio de Jesus Cristo, o seu Filho, para com todos os homens (Jo 3.16).

2. A abrangência do pecado. As Escrituras mostram que todos pecaram e, que por isso, foram afastados da presença de Deus, passando a inclinar-se para o mal (Rm 3.23; Sl 14.3; Mc 10.18; Ec 7.20). O problema do pecado é tão sério, e sua abrangência tão grande, que a Bíblia mostra que ele faz a separação entre o pecador e Deus (Is 59.2), impedindo as pessoas de serem salvas da ira divina (Hb 10.26,27). Assim também a natureza foi atingida pelo pecado, fazendo a Terra sofrer graves consequências naturais: degradação ambiental, poluição, destruições por causa da ganância (Gn 3.17-19; Rm 8.22). Por isso, a Terra geme, aguardando uma restauração plena por meio da redenção dos filhos de Deus (2 Pe 3.13; Rm 8.20,21) quando, enfim, o Senhor Jesus reinará para sempre.

3. A expiação de Cristo. Como estudamos em lição anterior, os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para a obra expiatória de Cristo, em que uma vítima inocente morreria pelo verdadeiro culpado a fim de remir o pecado e a culpa dele. Enquanto os sacrifícios do Antigo Testamento apenas minimizavam a situação do pecador, a obra expiatória de Cristo resolve de uma vez por todas o grave problema do pecado (Rm 3.23-25).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A obra expiatória de Jesus Cristo foi um ato de amor que nos redimiu de nossas faltas.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), é importante que você, antes de explicar o que é a obra expiatória de Cristo, reflita, juntamente com seus alunos, a respeito da sua necessidade. Então, inicie o tópico fazendo as seguintes indagações: "Por que a obra expiatória de Cristo foi necessária?" "O que é a obra expiatória de Cristo?" Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Explique que a obra expiatória de Cristo foi necessária devido ao pecado de Adão e Eva contra Deus que afetou toda a criação, toda a humanidade (Rm 3.23). Deus é Santo e todo pecado provoca a sua ira e o seu juízo, por isso, a única solução para o pecado era, e é,  a morte de Cristo na cruz. Quando falamos a respeito do sacrifício de Cristo na cruz, estamos nos referindo ao cancelamento pleno do pecado com base na justiça do Filho Unigênito de Deus. Estamos também nos referindo à restauração da comunhão do pecador com o Deus Santo mediante a sua graça.

CONHEÇA MAIS
*O problema do pecado
"As Escrituras ensinam que o pecado de Adão afetou muito mais que a ele próprio (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21,22). Esta questão é chamada pecado original e postula três perguntas: até que ponto, por quais meios e em que base o pecado de Adão é transmitido ao restante da humanidade? [...] Romanos 5.12 declara que 'todos pecaram'. Romanos 5.18 diz que mediante um só pecado todos foram condenados, o que subentende que todos pecaram. Romanos 5.19 diz que mediante o pecado de um só homem todos foram feitos pecadores." Leia mais em Teologia Sistemática: uma Perspectiva Pentecostal, editada por Stanley Horton, CPAD, pp.269-78. 

II - O ALCANCE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO

1. A impossibilidade humana. Toda tentativa do homem de manter-se puro, sem pecado, e por esforço próprio, fracassou. Nesse sentido o sistema de sacrifícios foi apenas um vislumbre do que viria por intermédio da morte vicária de Cristo. As Escrituras mostram que a Lei é incapaz de justificar o homem diante de Deus (Rm 3.20; Cl 2.16,17), já que o ser humano não consegue resolver o problema grave do pecado, pois ele não pode mantê-lo oculto diante de Deus. Somente o Senhor Jesus pode resolver tal problema.

2. Cristo ocupou o lugar do pecador. A expiação aponta para o grande amor de Cristo para com o pecador. Nosso Senhor supriu a necessidade de reconciliação do ser humano com o Pai de amor (Rm 5.8), que deu o seu Filho como oferta expiatória. Nesse sentido, a morte de Cristo é substitutiva, pois quem deveria morrer era o próprio homem (Rm 4.25), mas Cristo ocupou esse lugar (1 Jo 2.2) e perdoou o pecador, destruindo o poder do pecado (1 Pe 2.24). A morte vicária de Cristo na cruz representa a nossa morte (2 Co 5.14), pois foi esse sacrifício que nos resgatou da "maldição da lei, fazendo-se maldição por nós" (Gl 3.13).

3. Alcance universal da obra expiatória. O alcance da obra expiatória operada por Cristo é universal, pois ela envolve todos os homens e o homem todo - espírito, alma e corpo - (1 Ts 5.23), alcançando todo o mundo (Jo 3.16). Além disso, por meio da expiação de Cristo é garantida a redenção, a reconciliação, a justificação, a adoção e o perdão dos pecadores. Entretanto, convém destacar: essa tão grande salvação precisa ser aceita pela fé para se tornar efetiva (Ef 2.8).

SÍNTESE DO TÓPICO II
O alcance da obra expiatória operada por Cristo é universal.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O Alcance da Obra Salvífica de Cristo
"Há entre os cristãos uma diferença significativa de opiniões quanto à extensão da obra salvífica de Cristo. Por quem Ele morreu? Os evangélicos, de modo global, rejeitam a doutrina do universalismo absoluto (isto é, o amor divino não permitirá que nenhum ser humano ou mesmo o Diabo e os anjos caídos permaneçam eternamente separados dEle). O universalismo postula que a obra salvífica de Cristo abrange todas as pessoas, sem exceção. Além dos  textos bíblicos que demonstram ser a natureza de Deus de amor e de misericórdia, o versículo chave do universalismo é Atos 3.21, onde Pedro diz que Jesus deve permanecer no Céu 'até aos tempos da restauração de tudo'. Alguns entendem que a expressão grega apokastaseõs pantõn (restauração e todas as coisas) tem significado absoluto, ao invés de simplesmente 'todas as coisas, das quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas'. Embora as Escrituras realmente  se refiram a uma restauração futura, não podemos, à luz dos ensinos bíblicos sobre o destino eterno dos seres humanos e dos anjos, usar este versículo para apoiar o universalismo. Fazer assim seria uma violência exegética contra o que a Bíblia tem a dizer deste assunto" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 358).

III - CRISTO OFERECE SALVAÇÃO A TODO O MUNDO

1. Perdão, libertação e cura. O maior resultado da salvação operada por Jesus é o perdão dos pecados e a reconciliação do pecador com Deus. Ainda, por meio da salvação de Cristo, Deus se faz presente na cura dos enfermos (Mt 4.23), na ressurreição dos mortos (Jo 11.43,44), no anúncio do Evangelho aos pobres (Lc 4.18), na libertação do ser humano das várias opressões que o assolam (Lc 4.19), na chegada do Reino de Deus (Mt 10.7; Mc 1.15) e na vida eterna do salvo (Jo 6.47; Rm 1.16).

2. A salvação é para todo o mundo. A Bíblia afirma que a salvação está ao alcance de todas as pessoas (Jo 3.15; 1 Tm 4.10), em qualquer circunstância (Lc 23.43) por meio da fé e do arrependimento de coração (At 15.9; Rm 3.28; 11.6), desde que confessem a Cristo como Salvador (Rm 10.9). Essa oferta de salvação é a evidência de que o Reino de Deus chegou aos corações das pessoas que outrora viviam cativas, cegas e oprimidas, mas que agora, para a glória de Deus, são livres por causa do evangelho da salvação (Is 61.1-4 cf. Lc 4.18,19).

3. A responsabilidade do cristão. Há uma grande responsabilidade para os que foram alcançados pela salvação em Cristo. Uma das mais importantes é o compromisso de compartilhar o Evangelho por intermédio do "Ide" de Jesus (Mt 28.19). Isso significa evangelizar e discipular pessoas que participam do nosso círculo de contatos, sejam elas reais ou virtuais (At 5.42). Também comprometer-se com missões regionais ou mundiais, colaborando com as igrejas locais que sustentam os missionários (At 13.2). Bem como disponibilizar-se em favor de quem precisa de ajuda (Mt 19.21; Lc 14.13; 2 Co 9.9; Gl 2.10), expressando a "fome e a sede de justiça" (Mt 5.6). Essa é a missão social de quem foi alcançado pela salvação de Deus (At 2.42-47).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação em Jesus Cristo é oferecida a todos.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O Perdão de Cristo
"A doutrina do perdão, proeminente tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, refere-se ao estado ou ao ato de perdão, remissão de pecados, ou à restauração de um relacionamento amigável. Central à doutrina do Antigo Testamento está o conceito de cobrir o pecado da vista de Deus, representado pela palavra heb. kapar. Isto é indicado pelas várias traduções da palavra tais como 'apaziguar', 'ser misericordioso', 'fazer reconciliação', e o uso mais proeminente na expressão 'fazer expiação', que ocorre 70 vezes na versão KJV em inglês. Em Levítico 4.20, ela é agrupada com uma outra palavra proeminente do Antigo Testamento empregada para perdão, com o significado de 'enviar ou deixar partir'. Consequentemente, em Levítico  4.20 está declarado: 'O sacerdote por eles fará propiciação [de karpar], e lhes será perdoado [de salah] o pecado. Uma terceira palavra heb., na'as, ocorre frequentemente com a ideia de 'levantar' ou 'dispersar' o pecado.
[...] Fica claro que o perdão depende de um pagamento justo, de uma penalidade pelo pecado. Os sacrifícios do Antigo Testamento proporcionaram tipicamente e profeticamente uma expectativa do sacrifício final de Cristo. O perdão como um relacionamento entre Deus e o homem depende dos atributos divinos de justiça, amor e misericórdia, e é baseado na obra de Deus ao providenciar um sacrifício apropriado" (Dicionário Bíblico Wycliffe 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1501).

CONCLUSÃO
A salvação que Cristo oferece é tão abrangente que, além de uma experiência espiritual primordial e libertadora da pessoa, traz consigo implicações de ordem cultural e social que vão muito além do indivíduo e se estendem por toda ordem de coisas criadas. Em Cristo, Deus ofereceu salvação a todo o mundo.

PARA REFLETIR
A respeito da abrangência universal da salvação, responda:

O que significa expiação?
Com o termo "expiação", nos referimos ao ato de remir uma pessoa de um crime ou falta cometida.

Qual a necessidade da obra expiatória de Cristo?
Esta se tornou necessária porque o pecado atingiu a humanidade e a criação, de modo que o ser humano não consegue resolver esse problema por si mesmo.

O esforço próprio torna o ser humano puro e sem pecados?
Toda tentativa do homem de manter-se puro, sem pecado, e por esforço próprio, fracassou. Nesse sentido o sistema de sacrifícios foi apenas um vislumbre do que viria por intermédio da morte vicária de Cristo.

A salvação é universal?
O alcance da obra expiatória operada por Cristo é universal, pois ela envolve todos os homens e o homem todo, - espírito, alma e corpo - (1 Ts 5.23), alcançando todo o mundo (Jo 3.16).

Qual é a responsabilidade do cristão diante da salvação?
Há uma grande responsabilidade para os que foram alcançados pela salvação em Cristo. Uma das mais importantes é o compromisso de compartilhar o Evangelho por intermédio do "Ide" de Jesus (Mt 28.19).

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p39. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.  São artigos que buscam expandir certos assuntos.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, Comentarista Cleiton Ivan Pommerening, 4º trimestre 2017.

Lição 6 LIDANDO COM O PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO

Lição 6 LIDANDO COM O PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO
05/11/2017

Texto do dia
(Gn 1.26)
"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine [...] sobre toda a terra [...]."

Síntese
A imagem de Deus no homem e o exemplo de vida do Senhor Jesus jogam por terra o preconceito e a discriminação.

Agenda de leitura
Segunda - Rm 2.11
Para Deus não há acepção de pessoas
Terça - Tg  2.1
O pecado da acepção de pessoas
Quarta - Lc 20.21
Conduta que não leva em consideração a aparência
Quinta - Dt 1.17
Não discriminarás
Sexta - Mt 7.1
Não julgueis
Sábado - Ap 7.9
A salvação abrange todas as raças e línguas

Objetivos
APRESENTAR o conceito de preconceito;
Saber o significado de discriminação e os seus vários tipos;
Reconhecer a importância da lei no combate à discriminação.

Interação
Diariamente, feridas são abertas nos corações de milhares de pessoas por causa do preconceito, seja o preconceito manifesto ou aquele velado. E outras tantas sofrem com o desprezo decorrente da discriminação racial, social e religiosa. Este é o tema da lição de hoje.


Orientação Pedagógica
Para a aula de hoje propomos a aplicação da "dinâmica dos rótulos". Prepare várias etiquetas autocolantes com as frases abaixo sugeridas. As etiquetas devem ser coladas na testa de cada aluno. O aluno não pode saber o que está escrito na própria etiqueta, e os demais participantes também não devem contar. Depois que todos estiverem devidamente "rotulados", peça para que andem pela sala e interajam por 5 minutos, considerando o que está escrito na testa de cada um. Enquanto isso, anote as reações dos alunos. Ao final do tempo, peça para todos se sentarem, sem retirar as etiquetas. Depois, comece a indagar os participantes: O que acha que está escrito em sua testa? Assim que ver a frase na etiqueta, indague: Era isso que esperava que estivesse escrito? A atitude que tiveram com você foi justa? Agora que sabe o que estava escrito, seu sentimento em relação a como lhe trataram mudou?
Ao término, pergunte ao grupo o que podem extrair dessa experiência? Será que é isso o que ocorre no caso de preconceito e discriminação? Ao rotular alguém por sua condição social, etnia ou religião acabamos agindo de acordo com este rótulo que nós mesmos colocamos?

RÓTULOS
SOU INFERIOR: IGNORE-ME!/ SOU PREPOTENTE: TENHA MEDO! / SOU SURDO(A): GRITE! / SOU IGNORANTE: FALE COMO UM BOBO/

Texto bíblico
Gênesis 1.26,27; Colossenses 3.9-11; Tiago 2.8-10

Gênesis 1
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

Colossenses 3
9 Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos
10 e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.

Tiago 2
8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9 Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.
10 Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.


COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Uma das maiores contribuições sociais do cristianismo ao longo da história tem sido a doutrina bíblica da imagem de Deus no homem (Gn 1.26). Sem ela, é impensável falar de igualdade, liberdade e direitos humanos. O valor individual de cada ser humano, fundado no amor indistinto de Deus por todas as pessoas, faz parte do legado da fé cristã em sua trajetória na face da Terra.
Com apoio nessa bela doutrina bíblica, ensinada e vivenciada exemplarmente por Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, é que a Igreja encontra respaldo suficiente para lidar e combater o preconceito e a discriminação em todas as formas que se apresentam. Esse é o tema da presente lição.

I - PRECONCEITO: CONCEITO GERAL E BÍBLICO

1. Definição geral. Os dicionários definem o vocábulo preconceito como a ideia ou opinião formada antecipadamente sobre determinado assunto. Em certo sentido, todos nós temos algum tipo de convicção prévia; conceitos anteriores que nos levam a decidir as questões da vida. Não há nada de errado nisso, pois trata-se de um "preconceito natural". Por outro lado, o preconceito negativo é aquele em que alguém faz um juízo de condenação acerca de outrem ou de um grupo de pessoas, sem conhecimento, reflexão ou com imparcialidade. Esse tipo de preconceito é prejudicial e perigoso, pois leva à intolerância, à discriminação, e até mesmo, à violência.

2. Juízes de maus pensamentos. Apesar de não acharmos nas Escrituras a palavra preconceito, há várias advertências contra esse comportamento que pode ser expresso por meio do desprezo (Rm 10.12) e pelo julgamento condenatório dirigido pelas aparências (Jo 7.24) e sem critérios justos (Jo 8.15, 16). Tiago chama de "juízes de maus pensamentos" aqueles que menosprezavam os menos afortunados (Tg 2.4).

3. O preconceito de Pedro. Antes de receber a revelação de Deus, Pedro agia com preconceito em relação aos gentios (At 10). No entanto ao ser confrontado pela verdade divina, entendeu que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Quantos agem como juízes de maus pensamentos em relação aos outros, fazendo julgamentos morais baseados em rótulos, estereótipos e inverdades? Devemos fazer uma profunda avaliação de nossos corações para ver se não estamos agindo da mesma forma. O Espírito de Deus amplia a visão estreita do ser humano e derruba todo tipo de preconceito.

4. Julgando com sabedoria. A advertência do Mestre em Mateus 7.1, "não julgueis, para que não sejais julgados," é importante para combater o julgamento prematuro. É necessário observar, no entanto, que o Senhor Jesus não estabeleceu, com estas palavras, um mandamento contra qualquer tipo de julgamento, pelo qual não possamos denunciar o erro e exortar os pecadores. O objetivo maior da declaração é que devemos tratar os outros da maneira como queremos ser tratados, com base na regra de ouro (Mt 7.12). Devemos procurar avaliar a nós mesmos, e aos outros, utilizando os mesmos padrões. Somos convidados, como servos de Deus, a julgar com discernimento e sabedoria.

Pense
O preconceito, seja ele étnico, social ou cultural, nos impede de testemunhar o amor e a graça de Deus na sociedade.

Ponto Importante
Apesar de não acharmos nas Escrituras a palavra preconceito, há várias advertências contra esse comportamento que pode ser expresso por meio do desprezo e pelo julgamento condenatório dirigido pelas aparências e sem critérios justos.

II - DISCRIMINAÇÃO RACIAL, SOCIAL E RELIGIOSA

1. Discriminação étnica. Consiste em qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. É uma das mais terríveis e cruéis formas de acepção de pessoas, pois aquele que é discriminado é tratado como um ser de segunda categoria. Tal discriminação é errônea já que nega o princípio extraído de Gênesis 1.26, segundo o qual todos os seres humanos são criados à imagem de Deus. A Bíblia profere um duro golpe no racismo ao enfatizar que, segundo a imagem daquEle que nos criou, não há grego, nem judeu, nem bárbaro ou cita; mas Cristo é tudo, e em todos (Cl 3.11). O pensamento de segregação étnica também não consegue se sustentar diante da irrefutável verdade bíblica de que a graça salvadora se estende a toda humanidade (Jo 3.16), às pessoas de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas (Ap 7.9).
É significativo observar que o derramamento do Espírito Santo registrado em Atos 2 ocorreu quando pessoas de várias nacionalidades (v.5) estavam reunidas, demonstrando que a graça divina promove conciliação que ultrapassa as barreiras raciais.

2. Discriminação social. Esse tipo de discriminação provoca o afastamento dos indivíduos em virtude da classe social a que pertencem, gerando marginalização e segregação social. Tiago repreendeu aqueles que em reuniões solenes davam tratamento privilegiado aos ricos, e desonroso aos pobres, numa verdadeira acepção de pessoas (Tg 2.6).
Jesus é o exemplo por excelência de conduta não discriminatória. Ele confrontou as barreiras sociais, religiosas e culturais da sua época, tratando todos com igual dignidade e respeito, Ele via cada pessoa dotada de valor especial para Deus, por isso aproximou-se dos marginalizados e excluídos na cultura judaica de seu tempo. A graça do evangelho abrange aqueles que estão em um nível social inferior, o que significa que todos têm esperança por causa da encarnação do Verbo; por causa da descida de Deus. Quer seja rico ou pobre, todos são iguais aos olhos de Deus! Se olharmos para o ser humano a partir da perspectiva de Jesus, evitaremos a discriminação e exclusão social!

3. Discriminação religiosa. Refere-se ao tratamento diferenciado em virtude da crença, religião ou culto praticado por determinada pessoa. Geralmente, esse tipo de discriminação provoca intolerância, perseguição, violência e morte, como podem atestar vários episódios da história da humanidade. Ainda hoje, cerca de 73% da população do mundo vive em países onde as restrições à liberdade religiosa são consideradas altas ou muito altas, em decorrência da discriminação por motivo de crença religiosa, de acordo com pesquisa do Christian Solidarity Worldwide.
O fato de o cristão crer que Jesus é o único mediador entre Deus e o homem (1 Tm 2.5), não serve como pretexto para agir com intolerância e menosprezo em relação à religião alheia. O testemunho cristão no meio social deve ser feito com cordialidade, mansidão e respeito à liberdade religiosa daqueles que professam crenças diferentes da nossa.

Pense
A graça de Cristo cura as feridas do racismo e da discriminação.

Ponto Importante
Discriminação significa o tratamento desigual e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc. ?

III - A LEI E O COMBATE À DISCRIMINAÇÃO

1. Conheça seus direitos e deveres. Enquanto cidadão, o cristão é possuidor de direitos e deveres. Esse é o sentido básico da cidadania. Logo, conhecer as noções jurídicas básicas é importante para contribuir com a defesa de nossos direitos e garantias legais, assim como para nos conscientizar de nossas responsabilidades, especialmente em relação ao preconceito e à discriminação.

2. Direito à igualdade e o combate à discriminação. Um dos principais direitos fundamentais expressos na Constituição Federal do Brasil é o direito à isonomia; ou seja, "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza..." (art. 5º, caput, CF/88). Tal direito possui uma clara herança cristã, na medida em que parte da compreensão de que todas as pessoas são dotadas de igual valor, em clara referência ao princípio bíblico da imagem de Deus (Gn 1.26). Por esse motivo, além do fato da discriminação, o racismo e a injuria racial constituírem crime, conforme estabelece a legislação do país (Código Penal Brasileiro e Lei número 7.716/89), combater a discriminação é uma maneira de honrar essa doutrina bíblica basilar.

3. Direito à liberdade religiosa. A liberdade religiosa é igualmente um direito fundamental de valor inestimável, previsto em nossa Constituição Federal: "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias" (art, 5º, VI, CF/88). Compreende, primeiramente, o direito de crença, isto é, o direito de acreditar, não acreditar ou deixar de acreditar em alguma coisa, assim como aderir a qualquer religião de sua escolha, seja ela organizada ou não; assim como o direito de não professar qualquer religião. Engloba também a liberdade de culto, consistente na possibilidade de realizar cerimônias, liturgias, cânticos e outros atos próprios da fé.

Pense
A liberdade religiosa é uma das principais garantias do ser humano. É um direito antes dos demais direitos

Ponto Importante
Conhecer as noções jurídicas básicas é importante para contribuir com a defesa de nossos direitos e garantias legais, assim como para nos conscientizar de nossas responsabilidades, especialmente em relação ao preconceito e à discriminação.

SUBSÍDIO
"Tiago 2.4
Este tipo de distinção mostra que os crentes estão sendo dirigidos por motivos errados. Tiago condenou o seu comportamento, porque Cristo os tinha tornado um só (Gl 3.28). Por que é errado julgar uma pessoa com base na sua situação econômica? A riqueza pode ser um sinal de inteligência, de decisões sábias, e de trabalho árduo. Por outro lado, ela pode querer dizer simplesmente que a pessoa teve a boa sorte de nascer em uma família rica. Ela também pode até ser um sinal de avareza, desonestidade e egoísmo. Quando honramos uma pessoa apenas porque ela se veste bem, estamos considerando a aparência como algo mais importante do que o caráter.
Outra suposição falsa que às vezes influencia o nosso tratamento dos ricos é a interpretação equivocada do relacionamento de Deus com a riqueza. É fácil, porém enganoso, acreditar que as riquezas são um sinal da bênção e da aprovação de Deus. Mas Deus não nos promete recompensas ou riquezas terrenas; na verdade, Cristo nos convoca para que estejamos dispostos a sofrer por Ele e desistir de tudo para nos agarrarmos à vida eterna (Mt 6.19-21; 19.28-30; Lc 12.14-34; 1 Tm 6.17-19). Teremos riquezas incalculáveis na eternidade se formos fiéis na nossa vida atual (Lc 6.35; Jo 12.23-25; Gl 6.7-10; Tt 3.4-8)" (Comentário do Novo Testamento: Aplicação Pessoal. 1.ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, p. 671).

ESTANTE DO PROFESSOR
Comentário do Novo Testamento:  Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

CONCLUSÃO
A doutrina da imagem de Deus (Gn 1.26) é essencial para conscientizar a sociedade de que todas as pessoas são portadoras de igual valor e dignidade, independentemente da raça, condição social ou religião. Nenhuma teoria secular fornece tão belo ensinamento. Tal verdade é princípio elementar para a convivência pacífica e harmoniosa, e, uma vez aplicada, produz relacionamentos comunitários sadios. Portadores dessa verdade e imbuídos da graça de Deus, os crentes são vitais para combater o preconceito e todo tipo de discriminação.

Hora da revisão

Qual a definição do vocábulo "preconceito" segundo os dicionários?
A ideia ou opinião formada antecipadamente sobre determinado assunto.

Na Bíblia, como o preconceito pode ser expresso?
Por meio do desprezo (Rm 10.12) e pelo julgamento condenatório dirigido pelas aparências (Jo 7.24) e sem critérios justos (Jo 8.15, 16).

O que é discriminação?
Tratamento desigual e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc.

Quais os principais tipos de discriminação?
Discriminação racial (étnica), social e religiosa.

Por que a discriminação é algo errado?
Porque nega o princípio extraído de Gênesis 1.26, segundo o qual todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, Seguidores de Cristo – Testemunhando numa Sociedade em Ruinas, Comentarista Valmir Nascimento, 4º trimestre 2017.

Lição 6 A grande e perfeita salvação de Cristo Jesus.

Lição 6 A grande e perfeita salvação de Cristo Jesus.
5 de novembro de 2017

Texto Áureo
Lucas 19.10
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.

Verdade Aplicada
A salvação é um presente oferecido por Deus à humanidade. Um benefício que não depende de nenhuma obra humana.

Objetivos da Lição
Explicar como e onde a salvação foi elaborada, o que ela é e porque necessitamos dela;
Mostrar três importantes aspectos da salvação na vida humana;
Apresentar como essa tão grande salvação produziu benefícios para as nossas vidas.

Glossário
Despojar-se: Abandonar, largar;
Imprescindível: Essencial, indispensável, necessário;
Presciência: Conhecimento que Deus tem de tudo sobre a humanidade e do que acontecerá no futuro.

Leituras complementares
Segunda Mt 7.13
Terça At 4.12
Quarta Rm 3.23-24
Quinta Rm 5.12-18
Sexta Ef 1.5
Sábado Cl 2.14

Textos de Referência.
Romanos 3.19-20; Efésios 2.8-10
19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
20 Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

Efésios 2.8-10
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

Hinos sugeridos.
169, 509, 545

Motivo de Oração
Ore para que os novos convertidos sejam firmes e não voltem atrás em suas decisões.

Esboço da Lição
Introdução
1. A necessidade da salvação.
2. Os processos que envolvem a salvação.
3. Vivendo como salvos.
Conclusão

Introdução
A salvação é uma ação de Deus. Ele nos concedeu como favor; jamais poderemos recompensá-Lo ou pagar-lhe. A salvação é um pequeno dom, um favor não merecido, impossível de ser produzido pelo ser humano; um benefício legítimo de Deus.

1. A necessidade de salvação.
Em termos práticos, todo ser humano já nasce sob o domínio do pecado, destituído da glória de Deus, e, por esse motivo, necessita de salvação (Rm 5.12). A salvação é o retorno a Deus e a Seus princípios; é o rompimento com uma vida errante e digna de condenação.

1.1. A salvação foi elaborada desde a eternidade.
O plano da salvação, por ser divino, é perfeito. Ele foi elaborado desde antes da fundação dos tempos, isso significa que, mesmo Adão tendo desobedecido a Deus e colocado toda a humanidade em desgraça (Rm 5.12), Deus nunca perdeu o controle, pois a salvação foi elaborada antes mesmo que Adão pensasse em existir (2Tm 1.9). O Senhor Deus, por sua presciência (1Pe 1.2), já sabia que o ser humano iria pecar! Assim, ainda antes do pecado, o plano divino de salvação foi elaborado (1Pe 1.20). O Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, já estava escolhido, aguardando o momento da manifestação, na “plenitude dos tempos” (Gl 4.4).     

Deus tomou a iniciativa para nossa salvação. É importante destacar que a salvação não é uma ação divina de “ultima hora”, como se Deus pudesse ser surpreendido (Ap 13.8). Cada cordeiro sacrificado no Antigo Testamento apontava para Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Mesmo antes que o homem pudesse pensar em servir a Deus, Ele já estava presente no pensamento e plano divino (Ef 1.4-5, 18; 2.8-10; Rm 8.28-30). A Bíblia nos ensina que, embora Deus tenha preparado tudo para que o homem venha ao conhecimento da verdade, a salvação também exige que o homem responda de maneira positiva a essa vocação. Como? Recebendo-O (Jo 1.12), crendo (Jo 3.16), indo ao Seu encontro (Jo 6.37), e invocando-o (Rm 10.13).

1.2. A salvação é o resgate do perdido.
Por que necessitamos tão urgente da salvação? Porque a Bíblia nos ensina que o homem sem Deus está perdido, e, por esse motivo, precisa ser resgatado (Mc 10.45; Lc 19.10). Não há um ser humano que possa resgatar outro. Os recursos humanos, tais quais boas obras, dinheiro, boas intenções, são insuficientes para a salvação (Sl 49.7-8). Mas Cristo Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir” (Tt 2.14). A palavra remir indica resgatar, livrar (usada no sentido de comprar). Fomos comprados e libertados da escravidão do pecado (1Co 6.20; 7.23; Cl 1.14). Antes éramos “escravos do pecado”, agora devemos viver como “servos de Cristo” (Rm 6.18, 22).

O pecado recompensa com um salário – o homem recebe o que merece por sua vida errante; por outro lado, Deus derrama sobre o homem um dom gratuito – o homem recebe o que não merece (Rm 6.23; Ef 2.8-9). É sempre bom lembrar que Jesus Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). O pecado trouxe muito mais do que o deslocamento da comunhão com Deus, pois, além da morte física, trouxe consigo a morte eterna, a qual separa para sempre o homem de seu Criador.

1.3. A salvação é a união entre o homem e Deus.
A Bíblia nos ensina que o pecado nos separa definitivamente de Deus, e, sendo nascidos de semente corruptível, a única coisa que merecemos receber é a morte (Is 59.2; Rm 5.10). A vida eterna é uma dádiva que o Senhor gratuitamente nos tem oferecido para expressar Seu grande amor. Ela se apoia única e exclusivamente na morte expiatória de Cristo, e a única condição para recebê-la é que nós estejamos em Cristo Jesus, nosso Senhor, isto é, unidos pessoalmente a Ele pela fé (Ef 2.13-16). Jesus comparou essas vidas opostas a duas portas: a larga, que conduz ao caminho da perdição, e a estreita, que conduz à vida (Mt 7.13).

O pecado se constitui numa parede de separação entre Deus e o homem. Mas Jesus Cristo a destruiu através de Seu sacrifício (Ef 2.14). Por nascimento estamos em Adão, ao que Paulo chama de “escravidão do pecado”. Todavia, pela graça e pela fé estamos em Cristo, escravos de Deus. o que se ganha com a sujeição ao pecado é só vergonha e desenfreada degeneração moral, que culminará com a morte que esse tipo de vida merece. Mas a sujeição a Deus traz como resultado o precioso fruto de uma santidade cada vez maior, que há de culminar com o dom gratuito da vida.

2. Os processos que envolvem a salvação.
A salvação em si é um conjunto, no qual alguns fatores passam a agir na vida do cristão, conduzindo-o cada vez mais a uma profunda intimidade com Deus. Destacaremos aqui os principais pilares dessa consolidação: a regeneração, a justificação e a adoção.
2.1. A Regeneração.
A regeneração é uma ressurreição espiritual. É uma mudança instantânea operada de maneira secreta por Deus em cada um de nós, e só se conhece em seus resultados (Ef 2.10). Strong, em seu comentário, afirma: “Enquanto a conversão é a volta da alma para Deus, a regeneração é Deus voltando a alma para Ele mesmo” (Strong, 2003, p. 518), isto é, o restabelecimento da comunhão entre o homem e Deus que se perdeu com o pecado. Escrevendo aos efésios Paulo afirmou que a santificação implica em despojar-se da maneira passada de viver, e vestir-se da nova, que é criada pela justiça e santidade oferecida por Deus (Ef 4.21-24). Essa vida nova não resulta de esforços humanos para reformar a alma, mas, sim, de uma obra criadora de Deus em nós (Cl 3.9-10).

O significado literal da palavra regeneração é “gerado novamente”. Esta palavra é usada raramente nas Sagradas Escrituras (Mt 19.28; Tt 3.5). No entanto, a doutrina da regeneração se evidencia bastante no ensino bíblico que pertence à salvação. É a doutrina da nova vida, que Deus gera em nós quando nos convertemos.

2.2. A justificação.
Entendemos por justificação o ato pelo qual Deus perdoa os nossos pecados e nos considera justos diante dEle. A palavra “justificar” é uma expressão judicial que significa “pronunciar inocente, tornar justo”. O emprego dessa palavra no Novo Testamento estende-se para além de perdoar o pecador e remover a condenação; significa, também, colocar o culpado na situação de homem justo. O Teólogo Myer Pearlman definiu assim a justificação: “O governador de um Estado pode perdoar um criminoso, mas não pode restaurá-lo à posição de quem nunca violou a lei. Deus, no entanto, pode fazer ambas as coisas. Ele apaga os pecados então cometidos e depois age para com a pessoa como se nunca na vida tivesse praticado um erro!” (Rm 3.23-24; 5.12-18).

A justificação é como o ato de um juiz, absolvendo alguém que é acusado de crime. Mas de qual crime o homem é acusado? A resposta está no capítulo 3 do livro de Gênesis, onde está relatada a desobediência de Adão e a queda da humanidade. O homem pecou e, como consequência, sentindo-se afastado de Deus, começou a procurar um meio para a reconciliação. A humanidade ficou culpada diante de Deus (Jó 9.2). Na Bíblia encontramos como Deus tratou desta degradante situação: considerando a justiça de Cristo como nossa (Rm 3.21-22; 5.1).

2.3. A adoção.
A adoção é o processo pelo qual uma criança é aceita em uma família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família (Jo 1.12). Enquanto a regeneração trata de uma ressurreição, onde se passa da condição de morto para vivo diante de Deus; e a justificação faz com que esse vivo possa apresentar-se diante de Deus sem culpa, a adoção dá ao renascido o privilégio de fazer parte da família de Deus, o torna filho (Rm 8.15; Gl 4.5; Ef 1.5). A reconciliação efetuada por Jesus Cristo faz com que o homem deixe a condição de inimigo de Deus, seja adotado por Ele e se torne diretamente um filho.

A adoção é a solução do problema da separação ou alienação do homem da presença de Deus. Somos cidadãos que pertencem ao povo de Deus e membros da família de Deus (Ef 2.19), temos uma relação com Deus como Pai (Rm 8.15), e estamos sujeitos à disciplina paternal (Hb 12.5-11).

3. Vivendo como salvos.
A Bíblia relata que Jesus Cristo, em Sua oração sacerdotal, declarou acerca de Seus discípulos: “Não são do mundo” (Jo 17.14, 16). Eis um grande desafio: antes da salvação, estávamos no mundo. Após a experiência da regeneração, continuamos no mundo. Como vivermos neste mundo, sendo salvos?

3.1. Seguros na obra de Jesus Cristo.
É fundamental que estejamos seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus Cristo. Por isso, o aos Hebreus registrou: “...pode também salvar perfeitamente...” (Hb 7.25a); “...seu próprio sangue...havendo efetuado eterna redenção” (Hb 9.12a); “...oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados...” (Hb 9.28a). Dignas de destaque as características da obra de Jesus Cristo: perfeita, eterna  e única! escritor Aleluia!

É importante notar que, quando da instituição da Páscoa (Êx 12), o sangue do cordeiro era passado nos umbrais e nas vergas das portas das casas (Êx 12.7). O Senhor Deus disse: “...vendo eu sangue...não haverá entre vós praga de mortandade...” (Êx 12.13). Assim também, hoje podemos descansar, pois o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário é perfeito e o Seu sangue suficiente para resgatar-nos da nossa vã maneira de viver (1Pe 1.18-19).

3.2. Firmados na Palavra de Deus.
Em um tempo repleto de instabilidades e temores, os discípulos de Jesus Cristo encontram segurança na imutável e eterna Palavra de Deus. O apóstolo Paulo exortou a Timóteo que permanecesse na Palavra de Deus (2Tm 3.14-17). É tão relevante para nossa segurança a relação com a Palavra de Deus que a primeira investida do maligno semeou dúvida quanto ao que Deus disse (Gn 3.1). Até o inimigo sabe da importância da Palavra de Deus para nossa segurança. Nas Sagradas Escrituras encontramos as firmes promessas de Deus: vida eterna, nunca hão de perecer, aquele que começou vai aperfeiçoar (Jo 3.16; 10.28-29; Fp 1.6), e tantas outras.

Lembremo-nos de que quando Deus chamou Jeremias para o ministério profético, Ele assim disse: “...eu velo sobre a minha palavra para cumprir” (Jr 1.12b). O Senhor está em sentinela para cumprir a Sua Palavra. Precisamos ler, meditar, conhecer, guardar e viver a Palavra de Deus. É segurança para nós!

3.3. Revestidos da armadura de Deus.
Evidentemente que poderíamos destacar muito mais sobre a nossa vida de salvos. Contudo, o espaço não permite. Porém, cada um de nós pode prosseguir na presente reflexão. Assim, concluímos esta lição enfatizando que é imprescindível, enquanto vivermos neste mundo, que estejamos revestidos da armadura de Deus, considerando que “dias maus” fazem parte da nossa existência debaixo do sol (Ef 6.10-18).

Dentre outras peças da armadura, destacamos o “capacete da salvação” (Ef 6.17). Em 1 Tessalonicenses 5.8b, o apóstolo Paulo cita: “...tendo por capacete a esperança da salvação”. Assim escreveu John Stott: “A batalha é quase sempre ganha na mente”. São várias as exortações bíblicas quanto a importância da mente: Colossenses 3.2; Filipenses 4.8; Romanos 12.2 (é pela renovação da mente que é possível viver no mundo, mas não se conformar com o mundo); Isaías 26.3.

Conclusão.
Acredito que podemos declarar: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb 2.3) Adoremos a Deus por tão preciosa dádiva e, no poder do Espírito Santo, anunciemos, até os confins da terra, a bendita e gloriosa mensagem de salvação em Cristo Jesus, até que Ele venha!

Questionário.
1. Quando a salvação foi elaborada?
R: Antes mesmo que Adão pensasse em existir (2Tm 1.9).

2. Do que fomos comprados e libertados?
R: Da escravidão do pecado (1Co 6.20).

3. Antes éramos “escravos do pecado”, como devemos viver agora?
R: Como “servos de Cristo” (Rm 6.18, 22).

4. É fundamental que estejamos seguros de quê?
R: Da perfeita obra redentora de Jesus Cristo (Hb 7.25).

5. O que o apóstolo Paulo exortou a Timóteo?
R: Que permanecesse na Palavra de Deus (2Tm 3.14-17).


FonteRevista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.