segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Lição 14 A bem-aventurada esperança da Igreja.



Lição 14 A bem-aventurada esperança da Igreja.
31 de dezembro de 2017

Texto Áureo
Tito 2.13
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”.

Verdade Aplicada
A graça de Deus se manifestou e agora vivemos em novidade de vida, aguardando o retorno de Cristo.

Objetivos da Lição
Falar sobre o presente e o futuro da Igreja;
Apresentar os acontecimentos a partir da segunda vinda de Cristo;
Identificar os efeitos da bem-aventurada esperança da Igreja.

Glossário
Abranger: Conter em si; compreender, entender, perceber;
Desencadear: Manifestar-se; provocar consequências súbitas ou imediatas;
Nitidez: Clareza, limpidez, transparência.

Leituras complementares
Segunda Dn 9.27
Terça Mt 24.40-42
Quarta Rm 5.9
Quinta 1Ts 4.16-17
Sexta 1Ts 5.9
Sábado Ap 13.1-18

Textos de Referência.
João 14.3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.

Atos 1.11 Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

1 Coríntios 15.52 Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

Apocalipse 22.20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!

Hinos sugeridos.
442, 469, 547

Motivo de Oração
Peça por um ano de crescimento espiritual para a igreja brasileira.

Esboço da Lição
Introdução
1. O presente e o futuro da Igreja.
2. Acontecimentos da segunda vinda.
3. Efeitos da bem-aventurada esperança.
Conclusão

Introdução
Um dos textos bíblicos que retrata com nitidez os três tempos da caminhada do discípulo de Cristo é Tito 2.11-14: passado, presente e futuro. O enfoque principal desta lição será o aspecto escatológico da fé do discípulo de Cristo.

1. O presente e o futuro da Igreja.
A graça de Deus se manifestou trazendo salvação – passado (Tt2.11). O resumo que Paulo apresenta do Evangelho em 1 Coríntios 15.1-4 expõe fatos históricos da morte e ressurreição de Cristo como fundamento das verdades que ele estaria ensinando no restante do capítulo que envolvem acontecimentos escatológicos (ressurreição e arrebatamento). Elementos da esperança do discípulo de Cristo.

1.1. O presente e a bem-aventurada esperança.
Existe uma íntima relação entre o viver hoje da Igreja e a bem-aventurada esperança. Eis o desafio: viver o presente na expectativa do futuro. Estamos no mundo (Jo 17.11), porém não somos do mundo (Jo 17.14, 16), mas fomos enviados ao mundo (Jo 17.18), e aqui estamos como peregrinos e forasteiros (1Pe 2.11). Assim o presente da Igreja deve envolver consciência de chamado, santificação, missão e esperança, pois como os patriarcas, vivemos pela fé e com esperança (Hb 11.10).

A Igreja na era apostólica vivia o seu presente de maneira atuante, porém o seu futuro (a bem-aventurada esperança). Paulo enfatiza acerca dos Tessalonicenses (1Ts 1.9-10): conversão (passado – “vos convertestes”) para “servir ao Deus vivo e verdadeiro” (o presente daquela igreja) e “esperar dos céus a seu Filho” (o futuro). Igualmente em Tito 2.11-14, Paulo detalha os três tempos: a graça se manifestou (passado) para salvar. Só é possível desfrutar da bem-aventurada esperança aquele que passou pela experiência da salvação.   

1.2. Identificação da bem-aventurada esperança.
A bem-aventurada esperança da Igreja é a segunda vinda de Jesus Cristo. São várias as designações bíblicas identificando este evento escatológico, como: “esperar dos céus a seu Filho” (1Ts 1.10); “vinda do Senhor...o mesmo Senhor descerá do céu com alarido...” (1Ts 4.15-16); “manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1.7); “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar...” (Cl 3.4); “bem-aventurada esperança” (Tt 2.13). O retorno do Senhor Jesus Cristo desencadeará outros acontecimentos escatológicos, porém a Igreja está aguardando a manifestação do próprio Senhor. É a ênfase bíblica quanto a expectativa dos que estão em Cristo (Hb 9.28; Fp 3.20-21).

Vivemos dias desafiadores. Precisamos estar firmados na Palavra de Deus para evitarmos alguns equívocos, como: demasiado interesse pelas coisas deste mundo pode sufocar nossa expectativa escatológica; uma esperança meramente social de um reino de Deus limitado a este mundo; a atual tendência da igreja evangélica brasileira em enfatizar mais as bênçãos e conquistas no presente tem conduzido a um arrefecimento dos discípulos de Cristo quanto à expectativa da segunda vinda do Senhor (futuro).

1.3. A certeza da bem-aventurada esperança.
Sugerimos voltar à lição 1, cujo tema foi “O Deus Todo-Poderoso se revelou”, pois enfatizamos como primeiro aspecto da certeza da Igreja quanto à bem-aventurada esperança o caráter de Deus: “não pode mentir” (Tt 1.2); “impossível que Deus minta” (Hb 6.18). “fiel é o que prometeu” (Hb 10.23). O apóstolo João identifica aquele que vinha do céu: “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11). Assim, passemos às promessas registradas na Palavra de Deus: o próprio Jesus Cristo prometeu (Jo 14.3; 20.22; Ap 22.7, 12, 20); os anjos anunciaram o retorno do Senhor (At 1.11); os apóstolos registraram que o Senhor Jesus voltará (Tg 5.8; Fp 3.20; 1Ts 4.13-18; Hb 9.28; 2Pe 3.3-4; 1Jo 2.28).

Não se trata, como alguns afirmam, que Ele voltou no Dia de Pentecostes ou que ocorre quando Ele entra no coração no ato da conversão (Ap 3.20), ou que se dá quando um discípulo de Jesus morre. Myer Pearlman escreve que este fato é “mencionado mais de 300 vezes no Novo Testamento. Paulo refere-se ao evento umas cinquenta vezes”.

2. Acontecimentos da segunda vinda.
Em sua primeira vinda, Jesus encarnou, “aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens...humilhou-se” (Fp 2.7-8), viveu entre os homens, pregou o Evangelho, chamando os homens para que se arrependessem e cressem no Evangelho (Mc 1.15), “ofereceu-se para tirar os pecados” (Hb 9.28), pelo próprio sacrifício (Hb 9.26), morreu, ressuscitou e “foi levado às alturas” (At 1.9). Como será a Sua segunda vinda? Que acontecimentos serão desencadeados?

2.1. Ressurreição dos que morreram em Cristo.
Por ocasião da segunda vinda do Senhor, “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4.16). A ressurreição (no grego, “anastasis”, “levantado de volta à vida, “levantar dentre os mortos”) é um tema frequente no Novo Testamento. O Senhor Jesus a ensinou: Lucas 14.14; João 5.28-29; 6.39-40, 54. O apóstolo Paulo fez uma exposição sobre este assunto em 1 Coríntios 15, pois parece que alguns coríntios diziam que não existia ressurreição dos mortos (1Co 15.12). O apóstolo mostra que a ressurreição do discípulo de Cristo faz parte da fé, pois sem essa esperança somos “os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19). Então ele afirma que a ressurreição de Cristo é a certeza da ressurreição dos Seus discípulos.

Assim como em 1 Tessalonicenses 4.16, ele também menciona a trombeta em 1 Coríntios 15.52. A “última trombeta” ou “trombeta de Deus” desencadeará a ressurreição dos que “morreram em Cristo” (1Ts 4.16). Refere-se àqueles cuja vida na terra era caracterizada pelo relacionamento com o Senhor Jesus. Importante ressaltar que assim como haverá “ressurreição da vida”, haverá “ressurreição da condenação (Jo 5.29; Ap 20.21). Somente os que morreram em Cristo farão parte da primeira ressurreição (Ap 20.5-6).

2.2. O arrebatamento da Igreja.
O retorno do Senhor também desencadeará uma mudança nos que estiverem vivos: “arrebatados juntamente com eles (os que irão ressuscitar) nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares” (1Ts 4.17). Em 1 Coríntios 15.52, Paulo designa este acontecimento em relação aos vivos com a expressão: “seremos transformados”. Interessante observar os sentidos das palavras usadas para descrever este evento, no grego: “arrebatados” – “Harpadzo” – “tomar para si”; e “transformados” – “allasso” – “mudar para melhor”.

Notar que Paulo está se dirigindo à Igreja (1Ts 1.1; 1Co 1.2), portanto, participarão deste evento não toda a humanidade (assim como não serão todos os mortos que participarão da primeira ressurreição), mas todos os que estão em Cristo. O próprio Senhor indicou esta verdade (Mt 24.36-41). Assim, a igreja será “tomada” ou levada (como Jesus prometeu em João 14.3) e os membros do Corpo de Cristo “mudados para melhor”, pois “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus” (1Co 15.50). Melhor, pois “seremos semelhantes a ele” (Jo 3.2; Fp 3.20-21).

2.3. O julgamento divino.
Estejamos cientes de que em uma lição não é possível abranger todos os eventos escatológicos e nem esgotar os que estão sendo abordados. Também não é propósito estabelecer uma ordem cronológica dos acontecimentos (outras lições já o fizeram). Assim, como último acontecimento a ser abordado neste tópico, também desencadeado pelo retorno de nosso Senhor, independente do aspecto cronológico, é o julgamento divino. Trata-se de um tema não muito proclamado, porém será uma realidade, pois faz parte da doutrina escatológica.

O apóstolo Paulo, ao finalizar sua mensagem no Aerópago, em Atenas, diz que Deus anuncia (a palavra no grego tem o sentido de ordenar) a todos os homens que se arrependam, pois virá o juízo divino (At 17.30-31). O apóstolo também menciona o “juízo vindouro” perante Félix (At 24.25). É uma doutrina considerada como compondo as primeiras lições da mensagem de Cristo (HB 6.1-2). Quem ouvir a Palavra de Deus, crer e se arrepender “tem a vida eterna, e não entrará em condenação...” (Jo 5.24; At 17.30-31).

3. Efeitos da bem-aventurada esperança.
Três efeitos devem ser produzidos na vida de todo aquele que é discípulo de Jesus, considerando que a segunda vinda de Jesus é certa repentina e ninguém sabe o dia e a hora (Ap 22.20; 1Co 15.52; Mt 24.42). Em termos práticos, como estas verdades devem impactar o nosso viver entre o presente e o futuro?

3.1. Estabilidade Cristã.
O dicionário Aurélio informa sobre a palavra “estabilidade”: “qualidade de estável; firmeza; solidez; segurança”! Ilustrando este termo, recorremos à navegação. Para uma embarcação, estabilidade é a capacidade de restaurar seu equilíbrio inicial após uma perturbação qualquer. Encontramos este resultado prático na vida do discípulo de Cristo em 1 Coríntios 15.58. Notar como inicia o versículo 58 – “Portanto”; expressão que introduz um texto que contém a conclusão da exposição de motivos anteriores. A esperança e garantia da ressurreição e o retorno do Senhor devem produzir em nós firmeza, perseverança, desejo de sermos abundantes no serviço do Senhor e ciência de que todo o esforço não é vão.

Tudo que fazemos é na força do Senhor e para a glória do Senhor. Assim como uma embarcação que enfrenta um mar agitado, às vezes passamos por momentos difíceis e trabalhosos, mas cremos que o Senhor que nos salvou é poderoso para nos conduzir até a vinda do Senhor (Sl 107.23-30; Fp 1.6).

3.2. Constante purificação.
“E qualquer um que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo...” (1Jo 3.3). Atentemos para os versículos anteriores: somos filhos de Deus; seremos semelhantes a Jesus; temos uma esperança. O apóstolo João está expondo sobre a segunda vinda de Jesus, mas não fica somente na teologia. Ele aponta para a conduta. Enfatiza as implicações práticas da bendita expectativa: “quando ele se manifestar”. Ele vai se manifestar, Cristo virá (Hb 10.23). Por causa dessa esperança, o discípulo do Senhor “purifica-se a si mesmo”.

Essa expressão no grego é “hagnidzo”, com o significado de tornar puro no sentido moral. Pode surgir a pergunta: “Como posso me purificar?”. Esta questão nos remete a lição 10, quando foi abordado a santificação em seu aspecto contínuo e progressivo. Considerando que, mesmo após a regeneração, ainda possuímos uma natureza pecaminosa e estamos no mundo, temos responsabilidades na purificação de nós mesmos das “poeiras” mundanas que às vezes sujam nossas mentes e lábios, olhos e corações. Vide a participação do discípulo do Senhor nesse processo: 2 Coríntios 7.1; 1 Timóteo 5.22; Tiago 4.8; 1 Pedro 1.22.

3.3. Constante vigilância.
É significativa a quantidade de expressões usadas por Jesus em Seu sermão profético registrado nos evangelhos (Mt 24.4, 42,44; Mc 13.33), além de outros textos. São vários os significados: tende cuidado; atenção; esteja alerta; ficai em prontidão. São termos que contrastam com a falta de firmeza e a indiferença. É importante unir a vigilância à prática da oração (Lc 21.36), como alertou o próprio Cristo.

Não possuímos todas as informações a respeito dos detalhes que envolvem os eventos escatológicos. Não sabemos o dia e a hora do retorno do Senhor. O que importa é a nossa prontidão para um evento que pode ocorrer a qualquer momento. O apóstolo Paulo, instruindo os tessalonicenses, enfatizou vigilância e sobriedade (1Ts 5.6). Portanto, devemos vigiar e sermos sóbrios (“em nosso perfeito juízo” – NTLH), no sentido de evitar tudo que possa sufocar nossa sensibilidade ou nos tirar do foco da revelação e do propósito de Deus.

Conclusão.
Que a Palavra de Deus e o Espírito Santo nos aperfeiçoem diariamente (2Pe 3.14), pois ainda nos resta o aspecto escatológico da salvação: a glorificação. Então, estaremos livres, também, da possibilidade de pecar; e para sempre com o Senhor. “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).

Deus te abençoe feliz 2018!

Questionário.
1. Qual é o desfio da Igreja hoje?
R: Viver o presente na expectativa do futuro (Jo 17.11, 18).

2. Qual é a bem-aventurada esperança da Igreja?
R: A segunda vinda de Jesus Cristo (Tt 2.13).

3. Como o apóstolo João identifica aquele que vinha do céu?
R: “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11).

4. Qual é a certeza da ressurreição dos discípulos de Jesus?
R: A ressurreição de Cristo (1Co 15).

5. Cite um efeito da bem-aventurada esperança na vida do cristão.
R: Estabilidade cristã (1 Co 15.58).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

Lição 14 Vivendo com a Mente de Cristo



Lição 14 Vivendo com a Mente de Cristo
31  de Dezembro  de 2017

TEXTO ÁUREO
(1 Co 2.16)
"Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo."

VERDADE PRÁTICA
Diante de um mundo marcado pelos dias maus, não podemos viver sem ter a mente de Cristo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 5.1-12
As bem-aventuranças trazem bom senso para a vida
Terça - Mt 5.13-16
Sendo sal para temperar e luz para iluminar
Quarta - Mt 5.21-26
Sabedoria no relacionamento interpessoal
Quinta - Mt 5.38-42
Guardando o coração do ódio e do mal
Sexta -Mt 6.1-4
Fazendo o bem com a motivação correta
Sábado - Mt 6.9-15
Orando a Deus com sabedoria

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 2.12-16
12 - Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.
13 - As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
14 - Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 - Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
16 - Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

OBJETIVO GERAL
Explicar porque não podemos viver sem ter a mente de Cristo.

HINOS SUGERIDOS: 159, 463, 620 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Mostrar que somos peregrinos neste mundo tenebroso;
Compreender que precisamos viver em esperança e com a mente de Cristo.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), chegamos ao final da nossa série de estudos a respeito da salvação. Com certeza, a sua fé e a de seus alunos foram fortalecidas mediante o estudo de cada lição. Aprendemos a respeito da maior e melhor dádiva divina que alguém pode receber: a salvação pela fé em Jesus Cristo. Não somos merecedores de tão grande dom, mas Ele, pela sua graça, nos salvou e fez de nós novas criaturas. Que venhamos louvar a Deus pela nossa salvação e partilhar deste presente com aqueles que ainda não receberam a Cristo como Salvador.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina da glorificação dos salvos, estudada na lição anterior, traz esperança à nossa vida. Ela nos lembra que somos peregrinos e forasteiros neste mundo e, por isso, devemos sempre ter a consciência da fugacidade da vida. A melhor maneira de viver com essa consciência é ter a mente de Cristo.

PONTO CENTRAL
Somos peregrinos em terra estranha.

I - PEREGRINOS NESTA TERRA

1. Peregrinos na terra. O peregrino está de passagem por uma terra que não lhe pertence, ele caminha em direção a um país cujo coração almeja. Para isso, o peregrino se torna nômade, não se apega ao local de estadia porque sabe que ele é provisório. Por onde caminha não experimenta conforto, pois carrega o mínimo de bagagem possível a fim de tornar o trajeto mais leve.
O patriarca Abraão é o modelo bíblico dessa imagem peregrina. O nosso pai da fé saiu da sua terra, deixou sua parentela, foi ao encontro da Terra Prometida e fez da peregrinação um estilo de vida (Hb 11.9). Da mesma forma, nós os cristãos somos peregrinos neste mundo. Por isso, não podemos nos embaraçar com as coisas desta vida nem permitir que ocupem o lugar que pertence ao Senhor em nosso coração (1 Tm 2.4). Isso não significa irresponsabilidades com o trabalho, os estudos e a família, mas uma motivação correta do coração para priorizar "as coisas que são de cima" (Cl 3.1).

2. Cidadãos celestiais. A Bíblia se refere ao fato de que os crentes não são deste mundo (Jo 17.16) e anseiam por sua pátria celestial (Fp 3.20). Dessa forma, não podemos nos conformar com este mundo, pois o nosso estilo de vida deve refletir o exemplo de Jesus revelado nos Evangelhos: uma vida marcada pela prática da justiça, do acolhimento aos sofredores, da libertação dos oprimidos pelo Diabo e, especialmente, da prática de amar o próximo, uma virtude eterna (1 Co 13.13). Nesse sentido, podemos viver um pouco do Reino de Deus nesta Terra (Mt 6.33), embora haja uma tensão entre o tempo presente e a esperança da glória futura a ser manifestada brevemente (Rm 8.18,19,25).

SÍNTESE DO TÓPICO I
Estamos neste mundo de passagem, o nosso destino é o céu.

SUBSÍDIO LEXICOgráfico
"Parepidemos, adjetivo que significa 'peregrinar num lugar estranho, longe do próprio povo' (formado de para, 'de', expressando uma condição contrária, e epidemeõ, 'peregrinar'; cognato de demos, 'povo'), é usado acerca dos santos do Antigo Testamento (Hb 11.13, 'peregrinos', tanto com o termo xenos, 'estrangeiro'); dos cristãos (1 Pe 1.1, 'estrangeiros [dispersos]'; 1 Pe 2.11, 'peregrinos', junto com o termo paroikos, 'estrangeiro, forasteiro, hóspede'); a palavra é usada metaforicamente acerca daqueles a quem o céu é a sua pátria, e que são peregrinos na terra'" (Dicionário Vine. 14.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 869).

II - VIVENDO EM ESPERANÇA COM A MENTE DE CRISTO

1. Passando pelas provações com a mente de Cristo.  Enquanto vivermos neste mundo, seremos afetados pelas fraquezas e circunstâncias difíceis. Por isso devemos aprender a viver com a sabedoria do alto (Tg 3.17; Fp 4.8). Nesse aspecto, o apóstolo Paulo exorta a igreja de Filipos a ter o mesmo sentimento de humildade de Cristo, esvaziando-se da prepotência, do orgulho, do apego aos títulos e posições, para cumprir o celestial propósito de servir (Fp 2.5-8). Ora, se temos a mente de Cristo, como ensina o apóstolo dos gentios, logo, sabemos discernir bem as coisas espirituais das materiais; por isso, escolhemos priorizar o Reino de Deus e a sua justiça na esperança de que Deus cuidará de nossas vidas (Mt 6.33).
2. Um olhar para além das circunstâncias. Neste tempo presente, com os olhos focados em Cristo, podemos viver em esperança (Hb 11.1). Quando o nosso pensamento está de acordo com os ensinos do nosso mestre, podemos voltar os nossos olhos para além das circunstâncias difíceis. Isso não significa escapismo ou fantasia, mas uma alegre motivação e encorajamento para enfrentarmos as batalhas com a convicção de que Deus nos fortalecerá. Quando temos esperança em Cristo, e por intermédio dEle aprendemos a viver melhor, buscamos uma vida mais simples parecida com Jesus (Mt 6.19-21) e nos lançamos aos seus pés na certeza de que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). Assim, a vida fica mais leve (Mt 11.28-30).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Para manter a nossa esperança viva precisamos ter a mente de Cristo.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Como ovelhas para o matadouro (Rm 8.36)
As adversidades alistadas pelo apóstolo nos versículos 35,36 de Romanos 8, têm sido experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos. Nenhum crente deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição, fome, pobreza ou perigo. Aflições e calamidades não significam, decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele deixou de nos amar. Pelo contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual experimentaremos mais do amor e do consolo de Deus (2 Co 1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas adversidades e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo" (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1714).

CONCLUSÃO
Somos peregrinos em terra estranha. Sentimos saudades de uma terra que ainda não conhecemos, como canta o poeta: "Oh! que saudosa lembrança / tenho de ti, ó Sião" (Harpa Cristã, nº 2). Portanto, vivamos sabiamente com a mente de Cristo até o nosso Salvador voltar para nos buscar. Maranata!

PARA REFLETIR
A respeito de vivendo com a mente de Cristo, responda:

Conceitue a palavra "peregrino".
Peregrino significa andante, alguém que está caminhando fora da sua terra, estrangeiro.

Quem é o modelo bíblico de uma vida peregrina?
O patriarca Abraão é o modelo bíblico dessa imagem peregrina.

O que o nosso estilo de vida deve refletir?
O nosso estilo de vida deve refletir o exemplo de Jesus revelado nos Evangelhos: uma vida marcada pela prática da justiça, do acolhimento aos sofredores, da libertação dos oprimidos pelo Diabo e, especialmente, da prática de amar o próximo, uma virtude eterna.

Qual a consequência de termos a mente de Cristo?
Se tivermos a mente de Cristo, como ensina o apóstolo dos gentios, logo, sabemos discernir bem as coisas espirituais das materiais.

Você tem esperança?
Resposta pessoal. Mas neste tempo presente, com os olhos focados em Cristo, podemos viver em esperança. Quando o nosso pensamento está de acordo com os ensinos do nosso Mestre, podemos voltar os nossos olhos para além das circunstâncias difíceis.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, Comentarista Cleiton Ivan Pommerening, 4º trimestre 2017.