segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Lição 5 O sacrifício pelo pecado.



Lição 5 O sacrifício pelo pecado.
4 de Fevereiro de 2018

Texto Áureo
Levitico 4.6
“E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu do santuário”.

Verdade Aplicada
O sacrifício que Jesus fez por nós, vertendo o Seu sangue na cruz, permite que Deus aja com misericórdia, perdoando os nossos pecados.

Objetivos da Lição
Mostrar a responsabilidade do sacerdote e da congregação diante do Senhor;
Ensinar que o líder tem responsabilidade diante do povo;
Evidenciar que temos responsabilidade individual diante de Deus.

Glossário
Conspícuo: que apresenta nítida visibilidade; facilmente notado;
Deturpar: Adulterar, corromper, viciar;
Sacrilégio: Pecado grave contra a religião que consiste na violação de pessoa, lugar ou objeto sagrado.

Leituras complementares
Segunda Lv 4.3-4
Terça Lv 4.13-14
Quarta Lv 4.22-23
Quinta Lv 4.27-28
Sexta Lv 6.24-27
Sábado 1Jo 1.7-10

Textos de Referência.
Levitico 4.3; 13; 14
3 Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do pecado.

13 Mas, se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da congregação, e se fizerem, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e forem culpados,

14 E o pecado em que pecarem for notório, então, a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação.

Hinos sugeridos.
20, 491, 521.

Motivo de Oração
Ore para que os líderes cristãos permaneçam fiéis.

Esboço da Lição
Introdução
1. O pecado do sacerdote e do povo.
2. O pecado do príncipe.
3. O pecado de uma pessoa do povo.
Conclusão

Introdução
O pecado impede o relacionamento de Deus com o homem, mas o amor de Deus fez com que Ele oferecesse o Seu Filho para morrer pelo homem e assim Deus pode restaurar essa comunhão.

1. O pecado do sacerdote.
O pecado deturpou a criação e ao homem ficou impossível fazer o que é agradável a Deus. O homem ficou impossibilitado de fazer qualquer coisa que Deus ordenasse. A lei foi dada para mostrar essa incapacidade do homem.

1.1. O pecado do sacerdote.
Se o sacerdote pecasse, o texto bíblico afirma que deveria ser levado para o sacrifício da expiação um novilho (Lv 4.3). O pecado do sacerdote afetava toda a congregação e desse modo era exigido para o sacrifício um novilho, que era o maior animal para oferta. A missão do sacerdote em poder se aproximar de Deus em benefício do povo também aumentava a sua responsabilidade perante o Senhor. A grande responsabilidade do sacerdote comprometeria toda a congregação, caso algum pecado estivesse sobre ele. A excelência do ministério vem acompanhada de grandes responsabilidades.

Assim comentou Russel N Champlin: “Quando um sacerdote pecava, escandalizava o povo todo, por ser o homem que, supostamente, ensinava os outros. Ver 2 Coríntios 6.3 quanto a um paralelo no Novo Testamento. Ver também o trecho de Tiago 3.1, onde lemos que os líderes receberão juízo mais severo. O sacerdote que pecasse trazia pecado sobre todos, por ser um representante de todos”.

1.2. O pecado da congregação.
No caso de a congregação cometer algum tipo de sacrilégio, isso tornava impossível a habitação de Deus no arraial, pois o fundamento da habitação de Deus no meio do seu povo é a santidade. A santidade de Deus exige que o padrão vivido seja o que foi estabelecido por Ele. Como Seu povo, devemos com humildade nos submeter aos Seus preceitos e estatutos. O Senhor exigia pureza no acampamento de Israel, como encontramos em Deuteronômio 23.13-14. Deus quer do Seu povo pureza que alcance o espírito, a alma e o corpo (1 Ts 5.23). Quando isso acontece, Ele se faz presente, para alegria do Seu povo.

Sendo a assembleia o local público de adoração, era necessário que todo o povo estivesse limpo cerimonialmente para a adoração ao Senhor Deus. Na obra realizada por nosso Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário, este ato foi feito de uma vez e para sempre, conforme Hebreus 9.11-12.

1.3. O sacrifício apresentado era o mesmo.
Se o pecado fosse cometido pelo sacerdote, ou fosse cometido pela congregação, perante, o  Senhor tinha a mesma consequência e a oferta para o perdão do pecado era idêntica e o rito era o mesmo (Lv 4.1-21). O sangue era espargido sete vezes diante do véu do santuário, colocado sobre as pontas do altar de ouro, que era o altar de incenso, e todo o resto de sangue era derramado à base do altar de cobre, que ficava no pátio do tabernáculo, onde era oferecido o sacrifício. No pátio o israelita podia estar presente para participar, colocando a mão sobre a cabeça do animal. Assim precisava ser feito, pois o pecado do sacerdote, ou de toda a congregação, tinha a ver diretamente com a presença de Deus no meio do povo.

O pecado do sacerdote, ou de toda a congregação, era de tal alcance que o ritual precisava ser seguido conforme estabelecido por Deus, pois o sangue espargido diante do véu tem relação com a presença do Senhor, o sangue colocado sobre as pontas do altar de incenso restabelecia a adoração e o sangue derramado na base do altar de sacrifício tinha a adoração e o sangue derramado na base do altar de sacrifício tinha a ver com a consciência do ofertante. O pecado do sacerdote ou de toda a congregação precisava ser expiado nessas três esferas, pois o pecado impede a presença de Deus no meio do povo, a adoração fica impedida e a consciência do ofertante culpada, mas o sacrifício restabelecia essas três situações. Tudo isso encontramos em Jesus Cristo.

2. O pecado do príncipe.
O pecado de um líder de Israel diante de Deus era considerado grave e se tornava mais conspícuo do que o pecado de qualquer outra pessoa do acampamento de Israel. Ele não tinha a responsabilidade de um sacerdote, mas era um líder em Israel; havia sido levantado por Deus como uma liderança perante o povo e deveria receber mais grave condenação.

2.1. O alcance do pecado do príncipe.
Todo o pecado que o homem comete é contra Deus, pois Ele é quem estabelece o padrão que devemos viver. O salmista assim se expressa diante de Deus em sua penitência: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos parece mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.” (Sl 51.4). O pecado do príncipe não poderia alcançar o véu do santuário ou mesmo o altar da adoração, mas tinha a ver com a sua consciência e atingia também o povo. Quando um líder comete pecado, a tristeza vem sobre o povo por causa da queda do seu líder.

O pecado do homem levou Cristo á cruz, mas Cristo nos leva a Deus. Todos os tipos que podemos estudar no livro de Levítico apontam para a obra perfeita que Jesus realizou ao morrer na cruz, para glorificar a Deus e tomar o lugar do homem. A libertação do pecado e a purificação dos pecados foi realizada por Jesus e é eterna, não precisando que mais obra seja feita para salvação do homem (Hb 9.14-15). Toda a malignidade do pecado foi anulada pelo sacrifício do antítipo que é Jesus Cristo e ao homem basta apenas crer nesta obra e guardar em seu coração a Palavra de Deus.

2.2. A oferta pelo pecado do príncipe.
A oferta que o príncipe tinha que trazer quando obrasse contra algum mandamento do Senhor deveria ser um bode (Lv 4.23). Um animal sem mancha e todo o ritual exigido por Deus deveria ser seguido. Mesmo sendo um príncipe dentre o povo, não tinha nenhuma autoridade para mudar o que fora estabelecido pelo Senhor. Caso procedesse de acordo com as instruções do Senhor, o resultado alcançado era paz no coração, pois, quando o homem obedece aos mandamentos do Senhor e guarda os seus estatutos, a paz é alcançada (Lv 4.24).

Deus sabe o que é necessário para que o homem esteja em Sua presença sem nenhum temor. Na verdade, somente Ele pode nos revelar o que é necessário. Deus deseja toda a paz para o homem e ter comunhão com o homem, a excelência da Sua criação. Para que isso aconteça, dependemos de Deus e da Sua natureza. Quando Jesus realizou a obra da cruz, temos o ato. Quando nos deu o Seu Espírito Santo, passamos a ter a Sua natureza, pois produzimos o fruto do Espírito e Deus alcança o seu objetivo maior, que é a Sua habitação no homem (1Co 6.19).

2.3. Uma responsabilidade inferior à do sacerdote.
O príncipe não tinha acesso ao santuário e nem tinha a autorização para queimar incenso no altar de ouro, como tinha o sacerdote. Então a sua responsabilidade espiritualmente era menor em apresentar o povo a Deus. Mas o pecado cometido sempre ofenderá a santidade de Deus. Mas o pecado cometido sempre ofenderá a santidade de Deus. Sendo assim, apesar da responsabilidade ser menor, um sacrifício também era necessário e as leis que foram entregues a Moisés pelo Senhor traziam a solução para o pecado que fosse cometido pelo príncipe (Lv 4.24).

Devemos descansar sobre a perfeita e suficiente obra realizada por Jesus, isto é, Seu nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão. Tudo isso permite ao homem que crê uma paz que descansa sobre um fundamento perfeito e inabalável (1Co 3.11). Jesus concede ao homem uma consciência perfeitamente purificada, que descansa sobre a grandiosa obra da remissão de todos os nossos pecados, sejam de nosso conhecimento ou de ignorância. Jesus se ofereceu a si mesmo para cumprimento da vontade de Deus na expiação do pecado em completa abnegação, tomando todas as consequências do pecado do homem e levando sobre si todo o castigo que nos traz a paz (Is 53.5).

3. O pecado de uma pessoa do povo.
Para o pecado cometido arrogantemente não havia sacrifício prescrito (Nm 15.30). Para que um pecado fosse expiado, era necessário que fosse cometido por ignorância ou involuntário, algo que fosse proibido pela lei do Senhor e que involuntariamente viesse a ser cometido pelo homem.

3.1. Uma cabra fêmea como oferta.
Por mais que o homem se esforce, é impossível cumprir a lei, pois a carne está enferma (Rm 8.3). Isso significa que logo quebraria um ou mais desses inúmeros preceitos. Sendo assim, os sacrifícios pelo pecado eram constantes e intermináveis. No caso de qualquer pessoa do povo pecar, poderia trazer uma cabra fêmea como oferta (Lv 4.28). O pecado sempre ofenderá a Deus, mas nas ofertas trazidas temos uma gradação que está relacionada com a responsabilidade que cada um ocupa perante o Senhor. Que verdade maravilhosa é ilustrada por este ato cerimonial dos diversos animais apresentados sendo relacionados com a ocupação no acampamento do Senhor Deus pelos respectivos ofertantes. O sacerdote podia também comer da carne do sacrifício oferecido por uma pessoa, porque o sangue da oferta não era levado para dentro do santuário (Lv 6.26).

Deus, quando dá a lei ao homem, é para que o homem trabalhe para Ele e torne-se agradável e aceito diante dEle. No entanto, isso é impossível de acontecer, pois o homem está incapacitado de cumprir a lei por causa do pecado. Sendo assim, Deus nos concede a graça, que é Deus trabalhando para que o homem possa estar na Sua presença, sendo aceito e agradável a Ele. Nós somos levados a Deus através de Jesus Cristo, que ressuscitou de entre os mortos e tirou os nossos pecados, segundo s perfeição da Sua obra. Uma cabra fêmea poderia ser apresentada apenas por uma pessoa comum do povo e não por um príncipe, a congregação ou o sacerdote, porque, quanto maior for o privilégio, maior é a responsabilidade.

3.2. Um ato pessoal.
Quando o ofertante oferecia um animal sem mancha, que era uma figura de Jesus Cristo, e também no momento em que ele colocava a mão sobre a cabeça do animal, ele se identificava com o animal oferecido e, através da vítima, oferecia-se a si mesmo a Deus (Êx 29.10). Uma pessoa que ouvisse uma blasfêmia e não denunciasse (Lv 5.1), uma impureza cerimonial (Lv 5.2), tocasse em uma pessoa com fluxo ou lepra (5.3), ou juramento falso (Lv 5.4); necessário era confessar (Lv 5.5) e oferecer a sua oferta, que poderia ser uma cabra (Lv 5.6) ou duas rolas ou dois pombinhos para o que fosse pobre (Lv 5.11).

Não atentar para os detalhes do sacrifício, e trazer um animal com defeito perante o Senhor (Ml 1.8), era atentar contra a perfeição do antítipo, que é Cristo, e se identificar com o animal que estava sobre o altar. Uma pessoa que trouxesse um animal com mancha para o altar do Senhor estava dizendo que Deus poderia aceitá-lo com os seus defeitos, sem a necessidade de expiação. Ele estaria se identificando com o animal defeituoso ao colocar a mão sobre a sua cabeça. Hoje isso está representando em todos aqueles que procuram se justificar perante o Senhor com suas próprias obras e apresentam sacrifícios segundo o seu coração, como se isso pudesse satisfazer a santidade de Deus.

3.3. Uma provisão divina.
Apesar das diferenças de animais oferecidos sobre o altar, de acordo com a responsabilidade exercida por cada um no acampamento de Israel, todos eles eram provisões da parte de Deus para perdão dos pecados e consequente comunhão com o Seu povo. Somente Deus pode prover a salvação para o homem (Gn 3.21). Uma provisão necessária ao homem para que o propósito eterno de Deus se cumpra e que estará plenamente consumado na eternidade.

Ao trazer o sacrifício, o ofertante estava dizendo que tinha cometido um pecado não proposital (quer por fraqueza, quer por negligência). Sua presença ali indicava que aceitava os mandamentos do Senhor e que humildemente pedia o Seu perdão e a Sua misericórdia. Esse simbolismo apontava para Cristo, aquele que, mesmo sem pecado, “se fez pecado” para nos tornar aceitos perante o Senhor. Em Cristo Jesus temos a provisão perfeita de Deus para a remissão do pecado do homem.

Conclusão.
Em sua ignorância e arrogância, o homem pensa em agradar a Deus se apresentando diante dEle com seus trapos de imundícia (Is 64.6). No entanto, através da justiça de Deus em Cristo Jesus, temos livre acesso à Sua presença e lá podemos permanecer (Rm 5.1-9-11).

Questionário.
1. Se o sacerdote pecasse, o que o texto bíblico afirma?
R: Que deveria ser levado para o sacrifício da expiação um novilho (Lv 4.3).

2. O que a santidade de Deus exige?
R: Que o padrão vivido seja o que foi estabelecido por Ele (1Ts 5.23).

3. Qual era a oferta que o príncipe tinha que trazer quando obrasse contra algum mandamento do Senhor?
R: Um bode (Lv 4.23).

4. Por mais que o homem se esforce, por que é impossível cumprir a lei?
R: Porque a carne está enferma (Rm 8.3).

5. Somente quem pode prover a salvação para o homem?
R: Deus (Gn 3.21).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018, ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

Lição 5 Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica.



Lição 5 Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica.
4 de  Fevereiro de 2018

TEXTO ÁUREO
(Hb 4.14)
"Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão."

VERDADE PRÁTICA
Como Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 4.14
Jesus, Sumo Sacerdote qualificado para representar os homens diante de Deus
Terça - Hb 4.15
Jesus, Sumo Sacerdote identificado com a condição humana
Quarta - Hb 5.4
Jesus, Sumo Sacerdote e ministro do santuário
Quinta - Hb 5.7
Jesus, o Sumo Sacerdote de vida santa
Sexta - Hb 5.8, 12.28
Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que nos ensina
Sábado - Hb 5.9-14
Jesus, o Sumo Sacerdote transcendente e necessário

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.14-16; 5.1-14
Hb 4.14 - Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 - Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 - Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hb 5.1 - Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 - e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 - E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 - E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 - Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 - Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
7 - O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 - Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 - E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
10 - chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 - Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 - Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13 - Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14 - Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.

HINOS SUGERIDOS: 152, 291, 402 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Hebreus 4.14-16 talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os cristãos: "Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor apresenta Jesus como "o grande sumo sacerdote que penetrou os céus". Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande relevância.

PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.

I - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO

1. Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, "é necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles contra Deus". Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A palavra "compadecer-se" (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.

3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra "honra" tem o sentido de "cargo" ou "posição" e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

SÍNTESE DO TÓPICO I
O sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a condição humana, e também por pertencer ao "sacerdócio do céu".

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.

CONHEÇA MAIS
*Todo o sumo sacerdote
Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio. (1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29). (2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.
[...] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover a eterna salvação." Leia mais em "Bíblia de Estudo Pentecostal", CPAD, pp.1905,06.

Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai..

II - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO

1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de "messias" que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).

2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e dos que sofriam.
3. Pela submissão que demonstrou. A expressão "foi ouvido quanto ao que temia" (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA) como "tendo sido ouvido por causa da sua piedade". A razão da diferença nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como "reverência". Não há dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória em favor de todos.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A realeza, o propósito pelo qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Filho e sacerdote (5.5,6). O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu é discutida no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim qualificado, Jesus tornou-se o 'Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem'" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).

III - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA

1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que possuía essa doutrina - o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.

2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes, desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas.

SÍNTESE DO TÓPICO III
A doutrina da superioridade sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e essencial à nossa fé.

Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo [5]. O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé, no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11- 14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).

CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.

PARA REFLETIR
A respeito de Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica, responda:

Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua filiação divina.

Quais as qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote.

Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Exercitando a mente na meditação da Palavra.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.  São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

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Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Supremacia de Cristo – Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, Comentarista José Gonçalves, 1º trimestre 2018.