segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Lição 9 ACERCA DAS ÚLTIMAS COISAS

Lição 9 ACERCA DAS ÚLTIMAS COISAS
04/03/2018

Texto do dia
(Mt 24.3)
"E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?."

Síntese
O mais importante não é saber o dia e a hora da  segunda vinda de Jesus e do fim dos tempos, mas sim vigiar e estar preparado para esses eventos.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 24.2
Jesus prediz a destruição do Templo de Jerusalém
TERÇA - Mt 24.3
Os discípulos pedem um sinal da vinda de Jesus
QUARTA - Mt 24.37
A vinda do Filho do Homem será como nos dias de Noé
QUINTA - Mt 25.1-13
A Parábola das Dez Virgens
SEXTA - Mt 25.14-30
A Parábola dos Talentos
SÁBADO - Mt 27.31-46
A vida eterna e o castigo eterno

Objetivos
MOSTRAR o anúncio da destruição do Templo e os sinais do fim dos tempos;
EXPLICAR a responsabilidade do homem e o julgamento divino.

Interação
Professor(a), o conteúdo da lição deve ser adaptado à realidade dos seus alunos, considerando o meio em que estão inseridos, bem como suas limitações (sociais, financeira, espirituais). Somente você que está próximo deles e os conhece poderá conhecer tais limitações. Por isso, você tem a responsabilidade de "traduzir" o conteúdo da lição à realidade deles. Assim como utilizar uma metodologia que os permita compreender melhor o conteúdo da lição.
Fique atento(a) para a lógica e coerência na exposição das ideias durante a aula. A lição de hoje é uma das mais complexas devido às questões escatológicas. Por isso, se faz necessário um estudo mais aprofundado.

Orientação Pedagógica
Professor(a), sugerimos que inicie a aula fazendo algumas perguntas a respeito da Segunda Vinda de Jesus: "Você se considera preparado caso a vinda de Jesus se dê daqui a alguns minutos?" "Você crê na vinda de Jesus em glória?" "Saberia citar alguns sinais da sua vinda?"
A lição desta semana aborda a curiosidade dos discípulos com relação ao fim dos tempos, surgida após o anúncio da destruição do Templo feito por Jesus. Por isso, as perguntas iniciais servirão para despertar a atenção dos alunos para o tema da lição. No decorrer da aula, enfatize que mais importante do que saber quando Jesus voltará é estar preparado para a sua vinda.

Texto bíblico
Mateus 24.1-4,37,45,46; 25.1,2,14,15,31-33
24.1 E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
2  Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.
3  E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?
4  E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
37 E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim.

25.1 Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas.
14 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens,
15 e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória;
32  e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas.
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Jesus advertiu aos seus discípulos a respeito do apego demasiado às estruturas humanas e a necessidade de se estar atento à nossa conduta para com Deus e com o próximo, a fim de que não venhamos perder a visão correta do Reino de Deus, pois o fim de todas as coisas certamente virá.
O Mestre, ao anunciar a destruição de um dos maiores símbolos religioso dos judeus, o Templo de Jerusalém, estava dando a oportunidade  para os discípulos fazerem duas indagações importantes: "Quando serão estas coisas?" "Que sinal haveria de sua vinda e do fim do mundo?" Estes são os temas que estudaremos nesta lição.

I - O ANÚNCIO DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO E OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS

1. Cristo anuncia a destruição do Templo (Mt 24. 1,2). Os primeiros versículos de Mateus 24 mostram que Jesus estava saindo do Templo quando os seus discípulos se aproximaram e começaram a lhe mostrar a estrutura do Templo que Herodes havia construído. Eles, apesar de já conhecerem bem o edifício, estavam admirados com o esplendor, a beleza e a grandiosidade da construção. Então, Jesus anuncia que tudo o que eles estavam vendo seria totalmente destruído. Não ficaria pedra sobre pedra. Os discípulos provavelmente ficaram espantados com o que ouviram do Mestre e, com certeza, muitas dúvidas e questionamentos devem ter surgido na mente deles, principalmente a respeito de quando se dariam estas coisas.
Jesus estava se referindo à destruição do Templo que ocorreu em 70 d.C. A cidade de Jerusalém foi sitiada pelo exército dos romanos, sob o comando de Tito. Tal cerco e destruição ocorreram devido a uma rebelião dos zelotes (70 d.C.). Nesta época o Templo era controlado pelos principais dos sacerdotes e seus auxiliares e pelo Império Romano. Por isso, a preocupação constante dos principais dos sacerdotes com relação à conduta e ao discurso de Jesus, pois a posição religiosa deles, o "poder" e seus privilégios estavam em jogo. Depois dos anos 70 d.C. a estrutura de poder que confrontou Jesus e provocou sua morte foi destruída.

2. O principio das dores e os sinais do fim dos tempos. Depois da conversa que Jesus teve com os seus discípulos na saída do Templo, eles vão para o Monte das Oliveiras. As palavras de Jesus a respeito da destruição do Templo ainda estavam incomodando os discípulos. Então, eles se aproximam de Jesus e perguntam: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" (Mt 24.3).
Jesus explica aos discípulos que a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém seriam acontecimentos futuros. Não somente os discípulos, mas os crentes até os dias atuais ainda fazem confusão com relação à Segunda Vinda de Cristo e têm dificuldades para compreender o texto bíblico de Mateus 24.
Na sequência, Mateus discorre a respeito dos alertas do discurso de Jesus a respeito dos fatos que aconteceriam nos anos que antecederam a destruição de Jerusalém e do Templo (70 d.C.). Jesus aponta alguns sinais que antecederiam a sua vinda e o fim do mundo. Vejamos: falsos cristos se levantariam (v. 5); guerras e rumores de guerras (v. 6,7); fomes, pestes e terremotos em vários lugares (v. 7).

3. A necessidade de vigilância (Mt 24.37-51). Jesus compara a sua vinda com os dias de Noé (vv. 37-39). Ele equipara com a surpresa que as pessoas tiveram com o dilúvio, enquanto viviam suas vidas de perversidades e imoralidades.
Mateus apresenta neste capítulo dois grupos de pessoas: os que aguardavam o fim imediato dos tempos e o estabelecimento do Reino Messiânico, e o grupo dos distraídos, que não estavam preocupados com a vinda de Jesus e o fim dos tempos. O primeiro grupo, nos versículos anteriores, já havia recebido as orientações. Então, o segundo grupo, agora recebe a advertência de Jesus, pois estavam despercebidos e se continuassem assim seriam pegos de surpresa na segunda vinda. Em seguida, Jesus continua a exortação utilizando a Parábola dos Dois Servos (vv. 45-51). O Mestre fala a respeito de um senhor e de dois servos. Um dos servos é fiel e sensato, pois obedeceu e fez tudo o que seu senhor havia ordenado. Tal servo é recompensado e posto como encarregado dos bens de seu senhor. O outro servo é mau, pois se aproveitou da ausência e aparente demora de seu senhor para se divertir e explorar os demais servos. Mas o senhor retornou em um dia em que o servo mau não estava esperando.  Como recompensa, o mau servo foi destinado a um lugar onde haveria "pranto e ranger de dentes" (v. 51). Jesus estava mostrando que os seus servos deveriam estar sempre preparados para a sua vinda e agir como o servo fiel e prudente.

Pense
Jesus exortou os discípulos a fim de prepará-los para a sua vinda. Jovem, você está preparado para a Segunda Vinda de Cristo?

Ponto Importante
Os discípulos deveriam estar sempre preparados, pois o Senhor poderia retornar a qualquer hora.

Jesus estava mostrando que os seus servos deveriam estar sempre preparados para a sua vinda e agir como o servo fiel e prudente.

II - A RESPONSABILIDADE DO HOMEM E O JULGAMENTO DIVINO

1. A parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13). Jesus dá continuidade ao seu sermão profético, utilizando a Parábola das Dez Virgens. O ambiente da parábola é uma festa de casamento, que acontece dentro dos costumes judeus do primeiro século. O ponto alto das bodas era o momento em que o noivo e sua comitiva seguiam até a casa da noiva, que também tinha o seu cortejo. Após a chegada do noivo, que era costume se atrasar devido o recolhimento dos presentes, todos se dirigiam para a casa da noiva para a festa que durava dias. O evento geralmente acontecia à noite, por isso a necessidade de se manter as lamparinas acesas.
Na parábola, a noiva estava na sua casa aguardando a chegada do noivo, acompanhada de dez virgens, damas de honra. Cinco virgens eram prudentes, pois levaram uma reserva de óleo para suas lâmpadas caso o noivo demorasse a chegar. Mas cinco virgens foram chamadas de insensatas, loucas, pois não providenciaram a reserva de azeite para suas lamparinas. Com a demora do noivo, como de costume, as dez virgens adormeceram. Então, quando é anunciada a chegada do noivo, as cinco insensatas percebem a falta de óleo e pedem azeite emprestado às outras cinco prudentes.  Mas elas sabiamente negam, pois corriam o risco de todas ficarem sem e perderem o ponto mais importante da festa. As cinco insensatas saem para comprar o azeite, mas enquanto isso o noivo e a sua comitiva chegam. Quando as insensatas retornam a porta já havia sido fechada. Jesus estava mostrando que a preparação (prática da justiça) para a "vinda do noivo" é individual.

2. A parábola dos talentos (Mt 25.14-30). O sermão profético continua e Jesus conta mais uma parábola. O Mestre fala de um senhor que sai em uma jornada, mas antes distribui talentos a três de seus servos. Os talentos foram doados de acordo com a capacidade individual de cada um (v. 15). Um talento era um valor bem significativo. Os servos que ganharam cinco e dois talentos trabalham e conseguiram dobrar o valor do que haviam recebido. Mas já o que havia recebido um talento não fez nada para aumentar o seu valor, simplesmente foi e o enterrou por segurança. Quando o senhor retornou e pediu conta aos servos dos talentos, os dois primeiros apresentam os valores duplicados e com isso são elogiados e recebem a promessa de receber ainda maiores responsabilidades. Enquanto que o que havia recebido um talento, o devolve da mesma maneira que recebeu. Este é repreendido pelo seu senhor e chamado de "mau e negligente servo" (v. 26). Além disso, o talento que lhe havia sido dado é retirado e entregue ao que estava com dez talentos. O ponto central dessa parábola é o uso dos talentos e capacidades recebidas por Deus em favor do seu Reino. Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.

3. A vinda do Filho do Homem em glória. Mateus anuncia a chegada do Filho do Homem em glória, uma figura apocalíptica que vem para julgar todas as nações (Mt 25.31,32). Quando Mateus fala a respeito de julgamento, ele está se referindo ao momento em que as obras, atitudes de todos, são expostas. Segundo Mateus, o Senhor Jesus irá separar as pessoas em dois grupos: as ovelhas (os que foram justificados mediante a fé em Cristo) e os bodes (os que não se arrependeram dos seus pecados e não creram em Cristo). O Senhor Jesus mostra que aqueles que são verdadeiramente suas ovelhas entrarão no Reino de Deus. Somente as ovelhas usaram de misericórdia para com essas pessoas. Os bodes simplesmente ignoraram as necessidades dos desvalidos. 

Pense
Jovem, como você tem lidado com os dons e talentos que Deus tem dado a você?

Ponto Importante
Muitos estão tão preocupados em adquirir bens materiais, que se esquecem que um dia Jesus voltará e teremos que prestar contas a Ele das nossas ações e bens.

Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.

SUBSÍDIO 1
"O Discurso no Monte das Oliveiras (Mt 24.1-25.46)
Esta seção é uma das mais complexas dos ensinos de Jesus. Sistemas escatológicos completos têm sido inventados para explicar a passagem, com muitos pontos desnorteantes e contrapontos e opiniões entre teorias competidoras. [...] Cada tipo de literatura usado na revelação do Novo Testamento deve ser respeitado por suas características próprias. Aqui os gêneros dominantes são profecia e apocalipse. Caracteristicamente a profecia avisa o relapso do iminente julgamento e promessas que abençoam os crentes. Também prediz eventos futuros. Frequentemente a profecia trata do julgamento ou libertação de Deus, os quais ocorrem por instituições terrenas existentes ou pessoas na história. Embora a profecia possa ter características apocalípticas, nos dias de Jesus o termo apocalipse (apocalypis, 'revelação') tinha se tornado um tipo distinto de literatura. Este tipo via o julgamento e as promessas de Deus vindo através da invasão de um cosmo divino ao mundo terreno, engolfando-o e transformando-o. Simbolismo e expressões figurativas são usados para exprimir a nova era divina e espiritual em termos compreensíveis para a era presente. [...] Para tornar o assunto mais complicado, na experiência apocalíptica não se pode estar completamente seguro quando determinado item deve ser entendido literal ou figuradamente, ou de ambas as formas" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 129-130).

SUBSÍDIO 2
"Filho do Homem
De todos os seus títulos, 'Filho do Homem' é o que Jesus preferia usar a respeito de si mesmo. E os escritores dos  Evangelhos sinóticos usam a expressão 69 vezes. O termo 'filho do homem' tem dois possíveis significados principais. O primeiro indica simplesmente um membro da humanidade. E, neste sentido, cada um é um filho do homem. Tal significado era conhecido nos dias de Jesus e remonta (pelo menos) aos tempos do livro de Ezequiel, onde é empregada a fraseologia hebraica bem'adam, com significado quase idêntico. Essa expressão, na realidade, pode até mesmo funcionar como o pronome da primeira pessoa do singular, 'eu' (cf.  Mt 16.13).
Por outro lado, a expressão é usada também a respeito da personagem profetizada em Daniel e na literatura apocalíptica judaica posterior. Essa personagem surge no fim dos tempos com uma intervenção dramática, a fim de trazer a este mundo a justiça de Deus, o seu Reino e o seu julgamento. Daniel 7.13,14 é o texto fundamental para esse conceito apocalíptico" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 310).

ESTANTE DO PROFESSOR

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996

CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que os eventos da destruição do Templo tipificam os sinais da Segunda Vinda de Jesus e do julgamento final.  Aprendemos também, que precisamos estar atentos para que não sejamos surpreendidos pelo Dia do Senhor.

Hora da revisão

O que Jesus estava dizendo ao afirmar aos discípulos que não ficaria "pedra sobre pedra" do Templo?
Jesus estava se referindo à destruição do Templo que ocorreu em 70 d.C.

Na parábola dos dois servos, qual foi a recompensa do servo mau?
Como recompensa, o mau servo foi destinado a um lugar onde haveria "pranto e ranger de dentes".

Segundo a lição, qual é a mensagem central da Parábola das Dez Virgens?
Devemos estar preparados, com as lamparinas acesas, para a volta do Noivo.

Qual é a mensagem central da Parábola dos Talentos?
A mensagem central dessa parábola é o uso dos talentos e capacidades recebidas por Deus em favor do seu Reino. Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.

Você está preparado(a) para a vinda de Jesus em glória?
Resposta pessoal.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, Seu Reino não Terá Fim – Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus, Comentarista Natalino das Neves, 1º trimestre 2018.

Lição 9 Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança

Lição 9 Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança
4 de Março  de 2018

TEXTO ÁUREO
(Hb 9.22)
"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão."

VERDADE PRÁTICA
A eficácia da adoração neste período da Nova Aliança está no fato de ela estar fundamentada no sangue de Cristo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 9.2
Os utensílios do culto na Antiga Aliança
Terça - Hb 9.4
O culto, os oficiantes e a liturgia na Antiga Aliança
Quarta - Hb 9.14
Uma redenção eterna pelo sangue do Cordeiro
Quinta - Hb 9.14,15
Uma consciência limpa pelo sangue de Cristo
Sexta - Hb 9.15,22
Uma herança eterna pelo sangue de Jesus
Sábado - Hb 9.28
Uma promessa gloriosa pelo sacrifício do Filho de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 9.1-5,14,15,22-28
1 - Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre.
2 - Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário.
3 - Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
4 - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto;
5 - e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.
14 - quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?
15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
22 - E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
23 - De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes.
24 - Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus;
25 - nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio.
26 - Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
27 - E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,
28 - assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.

OBJETIVO GERAL
Explicar que a adoração na Nova Aliança está fundamentada no sangue de Cristo.

HINOS SUGERIDOS: 41,124, 412 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Apontar como era o culto e seus elementos na Antiga Aliança;
Mostrar a eficácia do culto na Nova Aliança;
Explicar a singularidade do culto da Nova Aliança.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A adoração e o louvor a Deus não é algo visto somente na Nova Aliança, já no Antigo Testamento o desejo de Deus era que os israelitas o adorassem e tivessem um relacionamento mais profundo com Ele. Por isso, o Criador ordenou que Moisés construísse uma tenda móvel de adoração, o Tabernáculo, que acompanharia o povo durante a longa travessia pelo deserto. Este seria o único lugar onde o povo poderia encontrar-se com Ele e adorá-lo. Cada detalhe, cada peça, o desenho, ou seja, tudo no Tabernáculo tinha um significado, simbolizando uma realidade espiritual.
Na carta aos Hebreus o autor detalha alguns principais utensílios do Tabernáculo a fim de mostrar o sentido da adoração e do serviço sagrado na Antiga Aliança, comparando com a obra de Cristo no Tabernáculo eterno da Nova Aliança.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao falar do tabernáculo como o local de culto na Antiga Aliança, o autor sagrado detalha alguns dos seus principais utensílios. Ele mostra que tem em mente o culto quando usa a palavra grega latreia. Essa palavra é usada em outros trechos (Hb 9.1,6,9,14) com o sentido de adoração ou serviço sagrado. É perceptível que a doutrina do sacerdócio de Cristo domina boa parte da epístola e muita coisa que foi dita sobre o assunto é enfatizado novamente aqui. A intenção é contrastar a antiga adoração prestada pelo sistema sacerdotal da Antiga Aliança e o serviço prestado por Cristo no tabernáculo eterno da Nova Aliança.

PONTO CENTRAL
A adoração na Nova Aliança está fundamentada na obra de Cristo no Calvário.

I - O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA

1. O culto e seus utensílios. O autor demonstra profundo conhecimento sobre o culto na Antiga Aliança quando fala do tabernáculo e dos seus utensílios. Ele tem em mente as duas principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo dos santos. Na descrição que ele faz do primeiro compartimento, o santo lugar, estavam o candelabro e a mesa dos pães da proposição. No segundo compartimento, o santo dos santos, que era separado do primeiro por uma cortina, o autor cita a arca da aliança e o incensário de ouro.

2. O culto: seus oficiantes e liturgia. Há toda uma simbologia nesses utensílios do antigo culto como demonstra a tipologia bíblica. O candelabro representaria o testemunho do povo de Deus; a mesa dos pães da proposição, a comunhão com Deus; o altar do incenso, a oração e a Arca do Concerto a presença de Deus. Todavia, o autor não se detém nos detalhes dessa tipologia. A sua intenção é mostrar o culto como um todo, conforme ele era prestado no antigo tabernáculo e, dessa forma, contrastar com o tabernáculo celeste no qual Cristo oficiava como sumo sacerdote. No santo lugar, os sacerdotes entravam diariamente para prestar culto, enquanto somente uma vez no ano o sumo sacerdote adentrava no santo dos santos para oficiar. O serviço sagrado prestado por eles era apenas uma sombra e não resolvia o problema da culpa. Por intermédio do sacrifício de si mesmo, Cristo entrou no santo dos santos celestial para resolver de uma vez por todas o problema do pecado.

SÍNTESE DO TÓPICO I
O culto na Antiga Aliança tinha os seus utensílios, seus oficiantes e sua liturgia ordenados por Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"De alguma maneira o texto em Hebreus 9.1-10.18 é o âmago do argumento do autor. Por meio de um número considerável de detalhes, ele contrasta o serviço sacerdotal terreno, a Antiga Aliança, com o novo ministério sacerdotal de Cristo (o celestial) da Nova Aliança, a fim de completar seu argumento de que a antiga foi simplesmente um presságio e uma preparação para a nova, e que a nova cumpre, ultrapassa e substitui a antiga. Consequentemente, seus leitores não podem retornar à Antiga Aliança sem que sofram resultados desastrosos (cf. 10.19-31).
Em Hebreus 9.1, o autor apresenta dois importantes assuntos relacionados ao ministério sacerdotal sob o 'primeiro' concerto: (1) as 'ordenanças de culto divino', e (2) o 'santuário terrestre' (ou 'tabernáculo', Hb 9.2a), que ele discute em ordem inversa em 9.2-5 e 9.6-10. O tabernáculo é chamado de 'terrestre' (kosmikon) porque foi feito por mãos humanas (cf. 8.2; 9.11,24) e denota a esfera de sua atividade, em contraste com a esfera celestial não feita por mãos humanas, onde Jesus Cristo agora ministra (cf. 8.5,6; 9.11,12).
O autor destaca que o tabernáculo do Antigo Testamento (quando construído por Moisés no deserto) era dividido em dois compartimentos (ou salas); 'Santuário' (9.2) e 'Santo dos Santos' (9.3). Estas duas salas do tabernáculo são distinguidas pelos termos 'primeiro' e 'segundo'. Cada uma delas continha uma mobília que tinha um significado simbólico, conforme as instruções dadas por Deus, e o véu que separava as duas salas tinham um profundo significado" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1587,1588).

CONHEÇA MAIS
*Nova Aliança
"Esta é uma providência de Deus pela qual Ele estabeleceu um novo relacionamento de responsabilidade entre Si mesmo e o seu povo (Jr 31.31-34). A expressão nova aliança também é um sinônimo do NT e, portanto, refere-se aos 27 livros do NT, ou à própria Nova Aliança [...].
A escolha ou a designação da aliança. Quando mencionada pela primeira vez, esta aliança foi chamada de 'nova' (Jr 31.31), porque foi estabelecida em oposição à aliança primária ou a mais antiga de Israel, a saber, a aliança da lei Mosaica. Este mesmo contraste também é feito em Hebreus 8.6-13." Leia mais em "Dicionário Wycliffe", CPAD, p.66,68.

II - A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA

1. Uma redenção eterna. A diferença entre o culto da Antiga e o da Nova Aliança pode ser vista no contraste entre ambas alianças quanto à eficácia do sacrifício efetuado no contexto de cada uma. Sobre a eficácia da redenção operada por Cristo, o autor diz ir muito além da do antigo culto (Hb 9.12). No texto de Hebreus nove, a palavra "redenção" traduz o termo grego lytrôsis, que significa "resgate" com o sentido de "libertação mediante o pagamento de um preço". Enquanto o culto levítico, com seus muitos rituais, produzia apenas pureza cerimonial, o sacrifício de Cristo operou a redenção eterna.

2. Uma consciência limpa. Já vimos que os sacrifícios na Antiga Aliança possuíam um aspecto meramente externo, isto é, cerimonial. Eles não conseguiam tratar com a parte interna do homem. Na verdade, esses muitos sacrifícios apenas "cobriam" os pecados em vez de removê-los. Por outro lado, o sacrifício de Cristo trata com o problema do pecado em sua raiz. Ele não apenas "cobre" a transgressão, mas a remove (Hb 9.14). Nenhum sacrifício no antigo culto era capaz de tratar com o problema da consciência. Todavia, o sangue de Cristo purifica e limpa a consciência tornando-a apta para a adoração a Deus.

3. Uma herança eterna. O efeito imediato da purificação interior efetuada pelo sangue de Cristo é visto nas palavras do autor em Hebreus 9.15, quando ele afirma que "os chamados recebam a promessa da herança eterna". A palavra "herança" traduz o termo grego kleronomia, com o sentido de algo que alguém por direito possui. Em o Novo Testamento, é usado em relação às coisas terrenas (Lc 12.13) e celestiais, no sentido de que Cristo nos chamou "para uma herança incorruptível" (1 Pe 1.4). Por isso, a nossa herança é celestial, espiritual e eterna.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A eficácia do culto na Nova Aliança se dá mediante a redenção operada por Cristo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"As ordenanças do Antigo Testamento quanto à adoração levítica envolviam coisas como 'manjares, e bebidas, e várias oblações' (Hb 9.10). Estas providências externas e temporárias foram válidas somente 'até ao tempo da correção'. Cristo cumpre o que é antecipado e prenunciado na Antiga Aliança. Sua vinda foi, deste modo, uma emenda ou reforma completa da estrutura religiosa de Israel. A Antiga Aliança deveria agora dar lugar à nova; a sombra deveria dar lugar à essência; a cópia exterior e terrena deveria dar lugar à realidade interior e celestial" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1591).

III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA

1. O santuário celeste. O tabernáculo terrestre era um tipo do santuário celeste, onde Cristo oficia como sumo sacerdote (Hb 9.24). O culto na Antiga Aliança, com seu santuário terrestre, era apenas uma sombra da qual o santuário celeste é a realidade. O verdadeiro modelo de adoração não pode ser visto, olhando para a terra, mas para o céu. Se a adoração no antigo santuário, apesar de suas inúmeras limitações, teve seu valor, que dizer então da adoração que toma como ponto de partida o santuário celeste?

2. Um sacrifício superior. O serviço prestado pelos sacerdotes no antigo culto é contrastado com aquele realizado por Cristo na Nova Aliança. Cristo, ao contrário dos sacerdotes, não necessitou repetir o seu sacrifício nem tampouco fazê-lo por meio de sangue alheio (Hb 9.25). O culto no Antigo Concerto era imperfeito porque seus sacerdotes eram imperfeitos da mesma forma que o eram os seus sacrifícios. O verdadeiro culto, em tudo superior, só foi possível porque o Cordeiro de Deus se deu em nosso lugar.

3. Uma promessa gloriosa. O autor encerra a sua exposição sobre o culto na Antiga e Nova Aliança com uma promessa: "Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28). O autor de Hebreus resume bem a mensagem do texto sobre a obra de Cristo, quando diz que o nosso Senhor "se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hb 9.26). Agora, comparece por nós no céu (Hb 9.24), mas um dia aparecerá para levar-nos ao seu lar (Hb 9.28). Esses "três tempos da salvação" tem como base a sua obra consumada na Cruz do Calvário.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O culto na Nova Aliança é singular, pois apresenta um sacrifício superior.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar a conexão entre o Antigo Concerto e o Novo Concerto Messiânico e a singularidade do culto da Nova Aliança.

Referência
O Antigo Concerto sob Moisés  
A novo concerto em Cristo
Aplicação

Hb 8.3-4
Ofertas e sacrifícios por aqueles que são culpados de pecados.
O autossacrifício do Cristo inocente.
Cristo morreu por você.

Hb 8.5-6, 10-12
Focada em um edifício físico onde as pessoas vão a fim de adorar.
Focada no reinado de Cristo no coração dos crentes.
Deus está diretamente envolvido em sua vida.

Hb 8.5-6, 10-12
Uma sombra.
Uma realidade.
Não é temporal, mas eterna.

Hb 8.6
Promessas limitadas.
Promessas ilimitadas.
Podemos confiar nas promessas de Deus para nós.

Hb 8.8-9
Um acordo no qual as pessoas falharam.
Um acordo fiel realizado por Cristo.
Cristo manteve o acordo que as pessoas não conseguiram guardar.

Hb 9.1
Padrões externos e regras.
Padrões internos – um novo coração.
Deus vê tanto as ações quanto as os motivos – somos responsáveis perante Deus, e não perante regras.

Hb 9.7
Acesso limitado a Deus.
Acesso ilimitado a Deus.
Deus está pessoalmente disponível.

Hb 9.9-10
Purificação legal.
Purificação pessoal.
A purificação de Deus é completa.

Hb 9.11-14; 24-28
Sacrifício contínuo.
Sacrifício conclusivo.
O sacrifício de Cristo foi perfeito e definitivo.

Hb 9.22
O perdão é conquistado.
O perdão é dado gratuitamente.
Nós recebemos o perdão verdadeiro e completo.

Hb 9-28
Repetida anualmente.
Concluída pela morte de Cristo.
A morte de Cristo pode ser aplicada aos nossos pecados.

Hb 9.26
Disponível para alguns.
Disponível para todos.
Disponível para você.
Adaptado da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal.  1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1797.

CONCLUSÃO
O autor conseguiu seu objetivo ao contrastar a adoração na Antiga e na Nova Aliança. A adoração antiga era terrena, imperfeita, transitória, incompleta. Por outro lado, a adoração no Novo Pacto se firma em princípios celestiais, eternos e perfeitos. Não há, pois, como adorar a Deus de uma forma agradável tomando por base os rudimentos desta dimensão terrena. Nossa adoração é superior porque o nosso Senhor encontra-se entronizado acima dos anjos.

PARA REFLETIR
A respeito de Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança, responda:

Quais as duas divisões do antigo santuário que o autor de Hebreus tem em mente?
Ele tem em mente as duas principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo dos santos.

Enquanto o culto levítico produzia apenas uma pureza cerimonial, o que opera o sacrifício de Cristo?
O sacrifício de Cristo operou uma redenção eterna.

Segundo o autor de Hebreus, qual é a nossa herança?
Nossa herança é celestial, espiritual e eterna.

O culto na Antiga Aliança era a sombra do quê?
O culto na Antiga Aliança, com seu santuário terrestre, era apenas uma sombra do qual o santuário celeste é a realidade.

O autor de Hebreus encerra a sua exposição com qual promessa?
O autor encerra a sua exposição sobre o culto na Antiga e Nova Aliança com uma promessa: "Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p40.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Manual do Pentateuco
Esta obra permite que você faça um exame aprofundado dos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), sob a perspectiva do contexto sócio-cultural da época.

Teologia do Antigo Testamento
A partir dessa obra você perceberá o desenvolvimento progressivo dos principais temas doutrinários em cada livro do Antigo Testamento.

Teologia do Novo Testamento
A partir dessa obra você perceberá o desenvolvimento progressivo dos principais temas doutrinários em cada livro do Novo Testamento.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Supremacia de Cristo – Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, Comentarista José Gonçalves, 1º trimestre 2018.

Lição 9 A purificação da lepra.

Lição 9 A purificação da lepra.
04 de março de 2018.

Texto Áureo
Levítico 14.6
“E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi degolada sobre as águas vivas”.

Verdade Aplicada
Assim como a lepra, o pecado nos tornou imundos diante de Deus, mas Jesus verteu o Seu sangue para nos purificar de todo o pecado.

Objetivos da Lição
Ensinar o que representa a lepra;
Mostrar o que Jesus fez pelo homem;
Enfatizar que a busca da santidade é obrigatória para o cristão.

Glossário
Carmesim: Cor vermelha muito viva;
Invólucro: Aquilo que envolve, cobre ou reveste;
Míldios; Diversas doenças das plantas, que se caracterizam por uma mancha, comumente esbranquiçada, produzida por fungos, que atacam especialmente as videiras.

Leituras complementares
Segunda Lv 13.2-3
Terça Lv 13.4-6
Quarta Lv 13.18-22
Quinta Lv 14.2-8
Sexta Lv 14.28-30
Sábado Lv 14.34-40

Textos de Referência.
Levitico 13.19-20; 14.2-3
19 E, em lugar do apostema, vier inchação branca ou empola branca, tirando a vermelho, mostrar-se-á, então, ao sacerdote.
20 E o sacerdote examinará, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e o seu pelo se tornou branco, o sacerdote o declarará imundo: praga de lepra é; pelo apostema brotou.

2  Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote;
3  E o sacerdote sairá fora do arraial e o sacerdote, examinando, eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada.

Hinos sugeridos.
85,431, 440

Motivo de Oração
Ore pela igreja local. Peça a Deus por uma vida de santidade.

Esboço da Lição
Introdução
1. A responsabilidade do sacerdote.
2. A purificação da lepra.
3. Lepra nas vestes e nas casas.
Conclusão

Introdução
O diagnóstico da lepra seria dado por Arão ou um de seus filhos, que deveriam estar atentos para que no acampamento de Israel e, mais tarde na terra de Canaã, não fosse permitido o convívio social de uma pessoa que tivesse a lepra.

1. A responsabilidade do sacerdote.
Em todas as situações em que houvesse a suspeita da praga da lepra, o exame feito pelo sacerdote era fundamental para a decisão correta. Competia ao sacerdote o diagnóstico e a orientação em relação às pessoas conduzidas a ele (Lv 13.2). A responsabilidade e o conhecimento do sacerdote eram fundamentais para que nenhuma injustiça fosse cometida ou que, por negligência, o mal permanecesse no acampamento.

1.1. A lepra é símbolo do pecado.
A lepra é uma doença que prejudica os nervos e a pele. Ela pode atingir crianças, jovens, adultos, pessoas de qualquer idade e qualquer nível social, cultural ou econômico. Simboliza muito bem o pecado, que deforma a imagem de Deus no homem e atinge todas as pessoas em seus diferentes níveis sociais, conforme registra o apóstolo Paulo: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rm 3.23).

A lepra sendo uma doença transmissível era imprescindível ser erradicada do acampamento, pois a presença de um doente colocava em risco todos os demais que convivessem com ele. O pecado, quando aceito no meio da comunidade cristã, também tem o mesmo efeito da lepra: passa a contagiar os demais, todos passam a praticá-lo e acabam perdendo a sensibilidade do mal, assim como a lepra faz com os órgãos afetados pela doença, tirando a sensibilidade. O único modo de tratar com o pecado é a erradicação do mesmo. Retirar o leproso do arraial era manter a pureza do acampamento. Tirar o pecado do seio do povo cristão é conservar a pureza espiritual, que é agradável a Deus.

1.2. O exame do sacerdote.
O exame do sacerdote deveria examinar o leproso e, em caso de alguma dúvida, era necessário mais alguns dias para um novo exame (Lv 13.4-5). Era necessário que o sacerdote tivesse cuidado, vigilância e paciência para com o doente. Nenhum caso deveria ser julgado ou decidido precipitadamente, pois acabaria sendo prejudicial para a pessoa ou para a congregação. O sacerdote deveria ser bem criterioso na sua análise, pois toda a responsabilidade estava sob a sua pessoa.

A responsabilidade daqueles que Deus coloca perante o Seu rebanho é de cuidar para que o mal não se instale no seio do Seu povo. Além de ensinar, administrar, entre outras funções está se instalando na Igreja do Senhor. Como o sacerdote no passado, atualmente os líderes devem examinar com muita atenção para que a Igreja não seja contaminada com ensinos ou práticas que tornem o crente impedido de permanecer na congregação por causa da sua situação espiritual.

1.3. A manifestação da lepra.
A lepra podia se manifestar com inchação, pústula (pequeno tumor na pele, que se torna purulento) ou empola branca (bolha causada pelo derramamento de serosidade entre a derme e a epiderme), conforme o texto bíblico de Levítico 13.2. Em outra versão a expressão “empola branca” é traduzida por “mancha lustrosa”, ilustrando muito bem o pecado. Quem olha por fora vê algo lustroso, até bonito, mas o interior está completamente podre, simbolizando muito bem a hipocrisia que a religiosidade apresenta como invólucro, mas no interior nada tem que possa agradar ao Senhor Jesus.

Do ponto de vista físico é uma doença repulsiva, representando muito bem como Deus vê o homem no seu pecado. Deve se ter total atenção nos lugares por onde a lepra tem possibilidade maior de surgir. Ser calvo não é lepra, mas pode surgir na calvície (Lv 13.40-41). Por essa razão deveria ser examinada pelo sacerdote, pois havia uma grande possibilidade de brotar a lepra na sua meia-calva (Lv 13.42). A lepra não é uma doença superficial. Assim também o pecado não é um mal superficial, pois está impregnado no coração do homem: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9).

2. A purificação da lepra.
Deus abomina o pecado, porém tem o perdão para os que cometeram tal agravo perante Ele e se arrependem. Deus determinou que o homem fosse afastado do arraial quando possuísse lepra, no entanto proporciona a lei do leproso no dia da sua purificação (Lv 14.1-2), possibilitando o seu retorno ao acampamento de Israel quando estivesse curado. Trata-se de uma figura do que Cristo fez pelos pecadores, permitindo que voltássemos para a presença de Deus.

2.1. O sacerdote examinava o leproso.
Não era o leproso que entrava no arraial para reivindicar a sua condição de retornar ao acampamento, mas o sacerdote que saía do arraial indo examiná-lo, para ver se o que tinha a praga da lepra estava curado. Nada o leproso poderia fazer por si mesmo, mas dependia totalmente do sacerdote para voltar a ter esperança de comunhão no acampamento de Israel. Os israelitas não conheciam a cura para a lepra e sempre dependeriam de um milagre de Deus.

O pecador, impotente neste mundo diante do pecado, nada pode fazer para voltar a ter comunhão com Deus. Como no passado o doente dependia da saída do sacerdote ao seu encontro fora do arraial, assim Jesus fez pela humanidade, deixando o Seu trono de glória e vindo ao encontro de uma humanidade doente e afastada de Deus por causa do pecado (Lc 19.10).

2.2. O sacerdote fazia a purificação do leproso.
O ritual para a purificação do leproso era feito pelo sacerdote (Lv 14.4-5). Eram usadas duas aves limpas, paus de cedro, carmesim, hissopo e, também, era necessário um vaso de barro e águas vivas (água da fonte). O cedro é uma árvore grande e o hissopo uma planta pequena, representando que a purificação alcançará em nossas vidas tanto as coisas mais horríveis que cometemos como as que achamos que não são tão graves.

O ritual da purificação da lepra é rico em ensinamentos, mas nos ateremos às duas aves que eram levadas para a realização da purificação. Uma ave era morta, simbolizando a morte de Jesus na cruz para libertação do pecado e o Seu sangue derramado para perdão dos pecados. A ave viva que era solta com o sangue da ave morta é uma perfeita figura do Cristo ressurreto (Lv 14.7), que permite a todos que nEle creem retornar à comunhão com Deus.

2.3. O sacerdote declarava limpo o leproso.
Alguns atos depois que o leproso fosse declarado limpo ainda eram necessários que fossem feitos. O sacerdote deveria aspergir o sangue sete vezes sobre a pessoa. Sem o sangue de Jesus Cristo não há purificação de pecado. Deveria lavar os seus vestidos e rapar todo o seu pelo: “E aquele que tem de purificar-se lavará os seus vestidos, e rapará todo o seu pelo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no arraial, porém ficará fora da sua tenda por sete dias.” (Lv 14.8).

Esse ato representa o novo nascimento. A roupa limpa, o pelo raspado e o corpo banhado é o que acontece com a pessoa que passa a ser uma nova criatura (2Co 5.17). Com a raspagem do pelo, nascerá um pelo novo; com a lavagem do corpo, o pelo não terá nenhuma sujeira quando nascer; e o vestido lavado reflete muito bem o testemunho dos que foram declarados purificados pelo sacerdote. O novo nascimento tem a ver com a mudança interna e com o testemunho, que são a essência do Evangelho de Cristo: mudança interna e externa.

3. Lepra nas vestes e nas casas.
Assim como poderia estar no corpo, a lepra poderia estra presente na roupa (Lv 13.47), como também nas casas (Lv 14.34). Traçando um paralelo com os nossos dias, R. K. Harrison afirma que, em todas as áreas da nossa vida, a busca da santidade, sob orientação do Espírito Santo, é obrigatória para o cristão crescer verdadeiramente na plenitude de Jesus Cristo.

3.1. Uma veste contaminada.
A lepra na veste são fungos que podem estar presentes em tecidos. São “mofos ou míldios”, segundo Russel Norman Chaplin. Esses fungos podem provocar reações nos seres humanos se em contato ou mesmo ignorados. Ao sacerdote cabia o exame da roupa e somente ele podia declarar se a roupa estava limpa ou imunda (Lv 13.50-51). Ao tratar das vestimentas, o princípio exposto em todo o livro de Levítico permanece: santidade por parte do povo de Deus. Vemos, assim, que Deus estava atento em cada área da vida do povo de Israel e fazia distinção clara entre o que era limpo e o que era impuro (Lv 13.59). O princípio comum nas Sagradas Escrituras, isto é, Deus usando o físico e material para significar e ensinar o que é moral e espiritual, é bastante presente no livro de Levítico.

Interessante notar a linguagem utilizada pelo apóstolo Paulo sobre tirar as vestes do velho homem e se vestir do novo homem (Cl 3.8-10; Ef 4.22, 24). Assim comentou Mattew Henry: “Ele (o pecado) não só corrompe a consciência do pecador; além disso, também mancha tudo o que este tem e faz. E os que colocam suas roupas a serviço de seu orgulho e luxúria podem acabar manchados pela lepra. Porém, os mantos de justiça nunca são furtados nem comidos pela traça.”

3.2. Uma casa contaminada.
A lepra na casa é diferente das situações anteriores, pois já trata de estarem na terra de Canaã (Lv 14.34). Considerando casa como figura de uma congregação, devemos observar algumas situações que podem atingir toda a comunidade; e o sacerdote deve estar atento quanto a qualquer coisa suspeita que possa aparecer. O apóstolo Paulo, em suas cartas às igrejas, também procurava abordar o que não estava de acordo com os mandamentos do Senhor, procurando corrigir e instruir cristãos, como encontramos na epístola aos Gálatas, quando o apóstolo enfatizou o perigo de introduzir a guarda da lei como necessária para a salvação.

Também pode-se aplicar este ensino da lepra na casa no sentido do que temos dentro do nosso lar que desagrada a Deus. É possível termos no convívio íntimo da nossa casa o que pode trazer declínio espiritual e a consequência ser o impedimento da presença do Senhor em nossa casa. Quando o profeta Eliseu perguntou o que a viúva tinha em casa, a sua resposta abriu caminho para ela receber o milagre (2Rs 4.2).

3.3. Sangue e azeite no purificado.
No ritual de purificação o sacerdote deveria pegar do sangue do sacrifício da expiação da culpa e colocar na orelha direita, no polegar da mão direita e no dedo do pé direito. Também deveria fazer o mesmo com o azeite (Lv 14.14-15). Esse ato deveria ser feito no dia oitavo. O leproso devia manter-se tranquilo e ver o sacerdote fazer todo o cerimonial que fora ordenado por Deus. O ato de adoração mediante o qual o leproso era declarado limpo era comunitário, pois o leproso, além de não poder se curar, não poderia declarar a si próprio limpo. O próprio Senhor Jesus Cristo, quando purificava os leprosos, ordenava-lhes que fossem ao sacerdote e apresentassem a devida oferta para servir de testemunho (Mt 8.3-4; Lc 17.14).

Que simbolismo maravilhoso é poder com os olhos espirituais contemplar o ensino destes dois capítulos e ver como o crente desfruta deste privilégio através do que Jesus realizou com a Sua morte e ressurreição e o derramamento do Espírito Santo sobre a Sua Igreja. Jesus ressuscitou e hoje podemos ter o sangue e o azeite em nossas orelhas, mãos e pés. Andamos neste mundo, mas, com a ajuda do Espírito Santo, vencendo o pecado e agradando a Deus. O cristão não foi destinado a viver no isolamento espiritual, pois é dentro da comunhão do corpo de Cristo, Isto é, a Igreja, que a fé cresce e os indivíduos amadurecem espiritualmente.

Conclusão.
Na saída do sacerdote do arraial, o lugar onde o Senhor Deus habitava, para ir em direção ao leproso imundo, vemos o Senhor Jesus Cristo deixando o Seu lugar junto ao Pai, vindo em busca de um pecador chafurdado num mundo corrompido pelo pecado.

Questionário.
1. O que a lepra simboliza?
R: O pecado que deforma a imagem de Deus no homem e atinge todas as pessoas em seus diferentes níveis sociais (Rm 3.23).

2. Como podia se manifestar a lepra?
R: Com inchação, pústula ou empola branca (Lv 13.2).

3. Quem realizava o ritual para a purificação do leproso?
R: O sacerdote (Lv 14.4-5).

4. Além do corpo, onde a lepra poderia estar presente?
R: Na roupa e nas casas (Lv 13.47; Lv 14.34).

5. Ao tratar das vestimentas, qual princípio exposto em todo o livro de Levítico permanece?
R: Santidade por parte do povo de Deus (Lv 13.50-51).


Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018, ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.