Lição 9
ACERCA DAS ÚLTIMAS COISAS
04/03/2018
Texto
do dia
(Mt 24.3)
"E, estando assentado no monte das
Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo:
Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do
mundo?."
Síntese
O mais importante não é saber o dia e a hora
da segunda vinda de Jesus e do fim dos
tempos, mas sim vigiar e estar preparado para esses eventos.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Mt 24.2
Jesus prediz a destruição do Templo de
Jerusalém
TERÇA - Mt 24.3
Os discípulos pedem um sinal da vinda de
Jesus
QUARTA - Mt 24.37
A vinda do Filho do Homem será como nos dias
de Noé
QUINTA - Mt 25.1-13
A Parábola das Dez Virgens
SEXTA - Mt 25.14-30
A Parábola dos Talentos
SÁBADO - Mt 27.31-46
A vida eterna e o castigo eterno
Objetivos
MOSTRAR o anúncio da
destruição do Templo e os sinais do fim dos tempos;
EXPLICAR a responsabilidade
do homem e o julgamento divino.
Interação
Professor(a), o conteúdo da lição deve ser
adaptado à realidade dos seus alunos, considerando o meio em que estão
inseridos, bem como suas limitações (sociais, financeira, espirituais). Somente
você que está próximo deles e os conhece poderá conhecer tais limitações. Por
isso, você tem a responsabilidade de "traduzir" o conteúdo da lição à
realidade deles. Assim como utilizar uma metodologia que os permita compreender
melhor o conteúdo da lição.
Fique atento(a) para a lógica e coerência na
exposição das ideias durante a aula. A lição de hoje é uma das mais complexas
devido às questões escatológicas. Por isso, se faz necessário um estudo mais
aprofundado.
Orientação
Pedagógica
Professor(a), sugerimos que inicie a aula
fazendo algumas perguntas a respeito da Segunda Vinda de Jesus: "Você se
considera preparado caso a vinda de Jesus se dê daqui a alguns minutos?"
"Você crê na vinda de Jesus em glória?" "Saberia citar alguns
sinais da sua vinda?"
A lição desta semana aborda a curiosidade dos
discípulos com relação ao fim dos tempos, surgida após o anúncio da destruição
do Templo feito por Jesus. Por isso, as perguntas iniciais servirão para
despertar a atenção dos alunos para o tema da lição. No decorrer da aula,
enfatize que mais importante do que saber quando Jesus voltará é estar
preparado para a sua vinda.
Texto
bíblico
Mateus 24.1-4,37,45,46; 25.1,2,14,15,31-33
24.1 E, quando Jesus ia saindo do templo,
aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do
templo.
2 Jesus,
porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui
pedra sobre pedra que não seja derribada.
3 E,
estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos,
em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá
da tua vinda e do fim do mundo?
4 E
Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
37 E, como foi nos dias de Noé, assim será
também a vinda do Filho do Homem.
45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que
o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado aquele servo que o Senhor,
quando vier, achar servindo assim.
25.1 Então, o Reino dos céus será semelhante
a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco,
loucas.
14 Porque isto é também como um homem que,
partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus
bens,
15 e a um deu cinco talentos, e a outro,
dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo
para longe.
31 E, quando o Filho do Homem vier em sua
glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua
glória;
32 e
todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o
pastor aparta dos bodes as ovelhas.
33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os
bodes à esquerda.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Jesus advertiu aos seus discípulos a respeito
do apego demasiado às estruturas humanas e a necessidade de se estar atento à
nossa conduta para com Deus e com o próximo, a fim de que não venhamos perder a
visão correta do Reino de Deus, pois o fim de todas as coisas certamente virá.
O Mestre, ao anunciar a destruição de um dos
maiores símbolos religioso dos judeus, o Templo de Jerusalém, estava dando a
oportunidade para os discípulos fazerem
duas indagações importantes: "Quando serão estas coisas?" "Que
sinal haveria de sua vinda e do fim do mundo?" Estes são os temas que
estudaremos nesta lição.
I - O
ANÚNCIO DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO E OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS
1. Cristo anuncia a destruição do
Templo (Mt 24. 1,2).
Os primeiros versículos de Mateus 24 mostram que Jesus estava saindo do Templo
quando os seus discípulos se aproximaram e começaram a lhe mostrar a estrutura
do Templo que Herodes havia construído. Eles, apesar de já conhecerem bem o
edifício, estavam admirados com o esplendor, a beleza e a grandiosidade da
construção. Então, Jesus anuncia que tudo o que eles estavam vendo seria
totalmente destruído. Não ficaria pedra sobre pedra. Os discípulos
provavelmente ficaram espantados com o que ouviram do Mestre e, com certeza,
muitas dúvidas e questionamentos devem ter surgido na mente deles,
principalmente a respeito de quando se dariam estas coisas.
Jesus estava se referindo à destruição do
Templo que ocorreu em 70 d.C. A cidade de Jerusalém foi sitiada pelo exército
dos romanos, sob o comando de Tito. Tal cerco e destruição ocorreram devido a
uma rebelião dos zelotes (70 d.C.). Nesta época o Templo era controlado pelos
principais dos sacerdotes e seus auxiliares e pelo Império Romano. Por isso, a
preocupação constante dos principais dos sacerdotes com relação à conduta e ao
discurso de Jesus, pois a posição religiosa deles, o "poder" e seus
privilégios estavam em jogo. Depois dos anos 70 d.C. a estrutura de poder que
confrontou Jesus e provocou sua morte foi destruída.
2. O principio das dores e os
sinais do fim dos tempos.
Depois da conversa que Jesus teve com os seus discípulos na saída do Templo,
eles vão para o Monte das Oliveiras. As palavras de Jesus a respeito da
destruição do Templo ainda estavam incomodando os discípulos. Então, eles se aproximam
de Jesus e perguntam: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que
sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" (Mt 24.3).
Jesus explica aos discípulos que a destruição
do Templo e da cidade de Jerusalém seriam acontecimentos futuros. Não somente
os discípulos, mas os crentes até os dias atuais ainda fazem confusão com
relação à Segunda Vinda de Cristo e têm dificuldades para compreender o texto
bíblico de Mateus 24.
Na sequência, Mateus discorre a respeito dos
alertas do discurso de Jesus a respeito dos fatos que aconteceriam nos anos que
antecederam a destruição de Jerusalém e do Templo (70 d.C.). Jesus aponta
alguns sinais que antecederiam a sua vinda e o fim do mundo. Vejamos: falsos
cristos se levantariam (v. 5); guerras e rumores de guerras (v. 6,7); fomes,
pestes e terremotos em vários lugares (v. 7).
3. A necessidade de vigilância (Mt
24.37-51).
Jesus compara a sua vinda com os dias de Noé (vv. 37-39). Ele equipara com a
surpresa que as pessoas tiveram com o dilúvio, enquanto viviam suas vidas de
perversidades e imoralidades.
Mateus apresenta neste capítulo dois grupos
de pessoas: os que aguardavam o fim imediato dos tempos e o estabelecimento do
Reino Messiânico, e o grupo dos distraídos, que não estavam preocupados com a
vinda de Jesus e o fim dos tempos. O primeiro grupo, nos versículos anteriores,
já havia recebido as orientações. Então, o segundo grupo, agora recebe a
advertência de Jesus, pois estavam despercebidos e se continuassem assim seriam
pegos de surpresa na segunda vinda. Em seguida, Jesus continua a exortação
utilizando a Parábola dos Dois Servos (vv. 45-51). O Mestre fala a respeito de
um senhor e de dois servos. Um dos servos é fiel e sensato, pois obedeceu e fez
tudo o que seu senhor havia ordenado. Tal servo é recompensado e posto como
encarregado dos bens de seu senhor. O outro servo é mau, pois se aproveitou da
ausência e aparente demora de seu senhor para se divertir e explorar os demais
servos. Mas o senhor retornou em um dia em que o servo mau não estava esperando. Como recompensa, o mau servo foi destinado a
um lugar onde haveria "pranto e ranger de dentes" (v. 51). Jesus
estava mostrando que os seus servos deveriam estar sempre preparados para a sua
vinda e agir como o servo fiel e prudente.
Pense
Jesus exortou os discípulos a fim de
prepará-los para a sua vinda. Jovem, você está preparado para a Segunda Vinda
de Cristo?
Ponto
Importante
Os discípulos deveriam estar sempre
preparados, pois o Senhor poderia retornar a qualquer hora.
Jesus estava mostrando que os seus servos
deveriam estar sempre preparados para a sua vinda e agir como o servo fiel e
prudente.
II - A
RESPONSABILIDADE DO HOMEM E O JULGAMENTO DIVINO
1. A parábola das Dez Virgens (Mt
25.1-13).
Jesus dá continuidade ao seu sermão profético, utilizando a Parábola das Dez
Virgens. O ambiente da parábola é uma festa de casamento, que acontece dentro
dos costumes judeus do primeiro século. O ponto alto das bodas era o momento em
que o noivo e sua comitiva seguiam até a casa da noiva, que também tinha o seu
cortejo. Após a chegada do noivo, que era costume se atrasar devido o
recolhimento dos presentes, todos se dirigiam para a casa da noiva para a festa
que durava dias. O evento geralmente acontecia à noite, por isso a necessidade
de se manter as lamparinas acesas.
Na parábola, a noiva estava na sua casa
aguardando a chegada do noivo, acompanhada de dez virgens, damas de honra.
Cinco virgens eram prudentes, pois levaram uma reserva de óleo para suas
lâmpadas caso o noivo demorasse a chegar. Mas cinco virgens foram chamadas de
insensatas, loucas, pois não providenciaram a reserva de azeite para suas
lamparinas. Com a demora do noivo, como de costume, as dez virgens adormeceram.
Então, quando é anunciada a chegada do noivo, as cinco insensatas percebem a falta
de óleo e pedem azeite emprestado às outras cinco prudentes. Mas elas sabiamente negam, pois corriam o
risco de todas ficarem sem e perderem o ponto mais importante da festa. As
cinco insensatas saem para comprar o azeite, mas enquanto isso o noivo e a sua
comitiva chegam. Quando as insensatas retornam a porta já havia sido fechada.
Jesus estava mostrando que a preparação (prática da justiça) para a "vinda
do noivo" é individual.
2. A parábola dos talentos (Mt
25.14-30).
O sermão profético continua e Jesus conta mais uma parábola. O Mestre fala de
um senhor que sai em uma jornada, mas antes distribui talentos a três de seus
servos. Os talentos foram doados de acordo com a capacidade individual de cada
um (v. 15). Um talento era um valor bem significativo. Os servos que ganharam
cinco e dois talentos trabalham e conseguiram dobrar o valor do que haviam
recebido. Mas já o que havia recebido um talento não fez nada para aumentar o
seu valor, simplesmente foi e o enterrou por segurança. Quando o senhor
retornou e pediu conta aos servos dos talentos, os dois primeiros apresentam os
valores duplicados e com isso são elogiados e recebem a promessa de receber
ainda maiores responsabilidades. Enquanto que o que havia recebido um talento,
o devolve da mesma maneira que recebeu. Este é repreendido pelo seu senhor e
chamado de "mau e negligente servo" (v. 26). Além disso, o talento
que lhe havia sido dado é retirado e entregue ao que estava com dez talentos. O
ponto central dessa parábola é o uso dos talentos e capacidades recebidas por
Deus em favor do seu Reino. Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus
ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.
3. A vinda do Filho do Homem em
glória.
Mateus anuncia a chegada do Filho do Homem em glória, uma figura apocalíptica
que vem para julgar todas as nações (Mt 25.31,32). Quando Mateus fala a
respeito de julgamento, ele está se referindo ao momento em que as obras,
atitudes de todos, são expostas. Segundo Mateus, o Senhor Jesus irá separar as
pessoas em dois grupos: as ovelhas (os que foram justificados mediante a fé em
Cristo) e os bodes (os que não se arrependeram dos seus pecados e não creram em
Cristo). O Senhor Jesus mostra que aqueles que são verdadeiramente suas ovelhas
entrarão no Reino de Deus. Somente as ovelhas usaram de misericórdia para com
essas pessoas. Os bodes simplesmente ignoraram as necessidades dos
desvalidos.
Pense
Jovem, como você tem lidado com os dons e
talentos que Deus tem dado a você?
Ponto
Importante
Muitos estão tão preocupados em adquirir bens
materiais, que se esquecem que um dia Jesus voltará e teremos que prestar
contas a Ele das nossas ações e bens.
Não importa quantos talentos são dados, mas
Jesus ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.
SUBSÍDIO
1
"O Discurso no Monte das Oliveiras (Mt
24.1-25.46)
Esta seção é uma das mais complexas dos
ensinos de Jesus. Sistemas escatológicos completos têm sido inventados para
explicar a passagem, com muitos pontos desnorteantes e contrapontos e opiniões
entre teorias competidoras. [...] Cada tipo de literatura usado na revelação do
Novo Testamento deve ser respeitado por suas características próprias. Aqui os
gêneros dominantes são profecia e apocalipse. Caracteristicamente a profecia
avisa o relapso do iminente julgamento e promessas que abençoam os crentes.
Também prediz eventos futuros. Frequentemente a profecia trata do julgamento ou
libertação de Deus, os quais ocorrem por instituições terrenas existentes ou
pessoas na história. Embora a profecia possa ter características apocalípticas,
nos dias de Jesus o termo apocalipse (apocalypis, 'revelação') tinha se tornado
um tipo distinto de literatura. Este tipo via o julgamento e as promessas de
Deus vindo através da invasão de um cosmo divino ao mundo terreno, engolfando-o
e transformando-o. Simbolismo e expressões figurativas são usados para exprimir
a nova era divina e espiritual em termos compreensíveis para a era presente.
[...] Para tornar o assunto mais complicado, na experiência apocalíptica não se
pode estar completamente seguro quando determinado item deve ser entendido
literal ou figuradamente, ou de ambas as formas" (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 129-130).
SUBSÍDIO
2
"Filho do Homem
De todos os seus títulos, 'Filho do Homem' é
o que Jesus preferia usar a respeito de si mesmo. E os escritores dos Evangelhos sinóticos usam a expressão 69
vezes. O termo 'filho do homem' tem dois possíveis significados principais. O
primeiro indica simplesmente um membro da humanidade. E, neste sentido, cada um
é um filho do homem. Tal significado era conhecido nos dias de Jesus e remonta
(pelo menos) aos tempos do livro de Ezequiel, onde é empregada a fraseologia
hebraica bem'adam, com significado quase idêntico. Essa expressão, na
realidade, pode até mesmo funcionar como o pronome da primeira pessoa do
singular, 'eu' (cf. Mt 16.13).
Por outro lado, a expressão é usada também a
respeito da personagem profetizada em Daniel e na literatura apocalíptica
judaica posterior. Essa personagem surge no fim dos tempos com uma intervenção
dramática, a fim de trazer a este mundo a justiça de Deus, o seu Reino e o seu
julgamento. Daniel 7.13,14 é o texto fundamental para esse conceito
apocalíptico" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva
pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 310).
ESTANTE
DO PROFESSOR
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que os eventos da
destruição do Templo tipificam os sinais da Segunda Vinda de Jesus e do
julgamento final. Aprendemos também, que
precisamos estar atentos para que não sejamos surpreendidos pelo Dia do Senhor.
Hora da
revisão
O que Jesus estava dizendo ao afirmar aos
discípulos que não ficaria "pedra sobre pedra" do Templo?
Jesus estava se referindo à
destruição do Templo que ocorreu em 70 d.C.
Na parábola dos dois servos, qual foi a
recompensa do servo mau?
Como recompensa, o mau servo
foi destinado a um lugar onde haveria "pranto e ranger de dentes".
Segundo a lição, qual é a mensagem central da
Parábola das Dez Virgens?
Devemos estar preparados, com
as lamparinas acesas, para a volta do Noivo.
Qual é a mensagem central da Parábola dos
Talentos?
A mensagem central dessa
parábola é o uso dos talentos e capacidades recebidas por Deus em favor do seu
Reino. Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus ressalta que todos
devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.
Você está preparado(a) para a vinda de Jesus
em glória?
Resposta pessoal.